Mais filmes para mais alunos
Agosto 31, 2016 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Cinema, escolas, Literacia
Notícia do site http://www.educare.pt/ de 24 de agosto de 2016.
Plano Nacional de Cinema quer chegar a mais 33 escolas no próximo ano letivo para continuar a abrir horizontes sobre o dinamismo da cultura portuguesa. “Aniki-Bobó” de Manoel de Oliveira e “O feiticeiro de Oz” de Victor Fleming fazem parte da seleção.
Sara R. Oliveira
O Plano Nacional de Cinema (PNC) vai continuar a percorrer o país com mais filmes e chegará a mais escolas. No próximo ano letivo, a intenção é estar em 185 estabelecimentos de ensino, mais 33 do que os 152 do ano escolar anterior, e aumentar a oferta de filmes com obras de Leonor Teles, premiada com a curta-metragem “Balada de um batráquio” em Berlim, João Nicolau que este ano estreou “John From”, e ainda de Telmo Churro, João Rosas e Bruno de Almeida.
O PNC arrancou em 2013 para mostrar filmes dentro ou fora das escolas, em salas de cinema, envolvendo desta forma cineclubes, auditórios e cineteatros espalhados por todo o país. É um projeto que quer promover a “literacia para o cinema junto do público escolar” dos ensinos Básico e Secundário, privilegiando a apresentação do cinema português ou em língua portuguesa para mostrar múltiplos olhares “sobre o dinamismo da cultura portuguesa recente”.
Trata-se de um plano que organiza sessões para alunos sobre a história do cinema, formatos, linguagens e géneros, e exibe filmes. Nessa lista estão, entre outros, “Aniki-Bobó” de Manoel de Oliveira, “O feiticeiro de Oz” de Victor Fleming, “O meu tio” de Jacques Tati, “A viagem à Lua” de Georges Méliès, “O mundo a seus pés” de Orson Wells. Fernando Lopes, Pedro Serrazina, José Miguel Ribeiro, Regina Pessoa, António Reis e Margarida Gil, são também realizadores que têm obras a circular pelas escolas.
O balanço é positivo. Ao segundo ano, o PNC mais que duplicou o número de alunos que participaram nas sessões de cinema, de 10.898 do ano anterior para cerca de 25 mil estudantes de 152 escolas, segundo dados da Direção-Geral de Educação. Nos últimos meses foram feitas 216 sessões de cinema, 70 das quais em salas de cinema, ou seja, fora do ambiente escolar. Escolas de Viana do Castelo e de Évora participaram pela primeira vez no ano letivo anterior. Lisboa e Porto são os distritos que registaram maior participação de escolas, 52 ao todo. À distância, a Escola Portuguesa Ruy Cinatti, em Timor-Leste, também se associou às atividades do Plano. Este ano, é esperada a estreia de escolas da Madeira e da Escola Portuguesa de Moçambique.
O PNC é uma iniciativa conjunta das secretarias de Estado da Cultura e do Ensino Básico e Secundário. É coordenado por Elsa Mendes.
Mais informações no link:
http://www.dge.mec.pt/plano-nacional-de-cinema
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Sabe qual o melhor brinquedo científico?
Agosto 31, 2016 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Blocos de madeira, brinquedos, Ciência, Crianças, Estudo, Jeffrey Trawick-Smith, Matemática
Texto da http://www.paisefilhos.pt/ de 19 de agosto de 2016.
Um estudo do Centro de Educação Infantil da Eastern Connecticut State University (EUA) concluiu que o brinquedo que mais fomenta o interesse pela ciência nas crianças são os blocos de madeira. Segundo o coordenador do estudo, Jeffrey Trawick-Smith, “as construções fomentam a capacidade de resolver problemas e o pensamento matemático”, sublinhando que aquilo que faz que um brinquedo promova de modo eficaz as habilidades científicas são a simplicidade e o facto de não ter apenas uma utilidade, “o que permite à criança experimentar e explorar”.
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Ingressar no 1º ano com 5 anos ou aguardar um ano no pré-escolar?
Agosto 31, 2016 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: 1º Ciclo, 2º Ciclo, Alunos, Competências de Aprendizagem, crianças em Idade Pré-Escolar, Educação Pré-Escolar
texto do site http://uptokids.pt/ de 24 de agosto de 2016.
Alguns aspetos a considerar sobre a Maturidade Escolar
Decidir se um filho já está pronto para ingressar no 1º ano ou se deve aguardar mais um ano para desenvolver certas capacidades/competências não é uma tarefa fácil.
Partindo do panorama geral: na maioria dos países, a criança entra na escola por volta dos 5 e os 7 anos. No entanto, uma criança com 5 anos tem características substancialmente diferentes de uma de 6, tal como uma de 6 tem de uma de 7. Há crianças com 5 anos que aparentemente estão aptas para entrar no 1º ano, mas muitos são os casos em que os pais acabam por perceber que seria benéfico ter esperado mais um ano, pois a pressão escolar é muito grande, o tempo para brincar e até para dormir é mais reduzido.
Em alguns países, como por exemplo na América ou nos países nórdicos como a Finlândia ou Suécia, há cada vez mais pais com filhos de 5 anos que optam por aguardar mais um ano, pois a criança de 5 será das mais novas na turma, o que traz as suas consequências negativas, enquanto que entrando com 6 ou até 7 faz com que esteja em pé de igualdade e seja respeitada pelas outras crianças e reconhecida pela professora, como sendo mais velha e tendo outra responsabilidade.
Tipicamente, a maturidade escolar significa que durante a pré-escola a criança já atingiu um nível de desenvolvimento que permite a sua adaptação aos desafios da escolarização formal – que é capaz de aprender. E há aspetos sociais e emocionais do desenvolvimento da criança que constituem elementos importantes de sua maturidade escolar, assim como da sua aprendizagem e do grau de sucesso no futuro.
Nas escolas convencionais, apesar de não existir concretamente uma lista de sinais de maturidade escolar, há vários aspetos que são considerados de maneira a avaliar a maturidade da criança para a entrada na etapa escolar. Entre os quais:
- conhece as figuras geométricas básicas?
- conhece as letras do abecedário?
- é capaz de escrever com lápis?
- sabe escrever o nome?
- até quanto consegue contar?
- já sabe ler?
Assim, vale muito a pena observar com dedicação/atenção a criança que ponderamos se é a altura certa de a levar para a escola.
Existem mais aspetos que nos podem ajudar a perceber se chegou a hora:
- A mudança da silhueta
- os braços e as pernas estão alongados, cada vez menos arredondados
- a barriguinha, outrora redonda, retrai-se
- a cintura fica mais definida (evidenciada entre tórax e abdómen)
- o ângulo das costelas sobre o estômago é agudo
- a silhueta começa a ganhar as proporções de um adulto
- Troca dos dentes
Aparece o primeiro molar permanente ou ocorre a troca de um dos incisivos
- Pensamento abstrato
- ânsia de aprender
- voluntariamente consegue dirigir as lembranças, sem que estas sejam fruto de imitação ou de hábito/ritmo (por exemplo, pode recontar uma história que dias antes foi narrada no jardim-de-infância)
- Maturidade social
- capacidade de integração numa turma/grupo (com a ajuda da educadora, é capaz de aprender a harmonizar os seus interesses com os dos demais)
- consegue sossegar as pernas e os braços voluntariamente para ouvir, sem ser por mera imitação do adulto.
A maturidade social, porém, é gradualmente conquistada na transição para o 2º ano escolar.
ARTIGO RELACIONADO ENTRADA PARA O 1º CICLO | RETENÇÕES NO PRÉ-ESCOLAR
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Art Kids: a educação pela fotografia no Quénia
Agosto 30, 2016 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Art Kids Foundation, Inclusão pela Arte, inclusão pela fotografia, Natalia Jidovanu, pobreza infantil, Quénia
texto do http://p3.publico.pt/ de 18 de agosto de 2016.
autoria Art Kids Foundation
As fotografias não mostram luxo, mas são a voz de crianças que habitam o bairro de Kibera. E era esse um dos objectivos: dar voz às crianças que todos os dias habitam um bairro, no qual os outros só veem pobreza. A par desse objectivo a Fundação Art Kids tinha outro bem delineado: formar crianças do Quénia através da arte. O projecto “My First Camera”, da Fundação Art Kids, foi lançado em Setembro de 2014, em Nairobi, capital do Quénia. O bairro de lata Kibera recebeu este projecto que pretende colmatar falhas no ensino, mais particularmente das artes, que ali se vivem. As escolas no Quénia não incentivam o contacto com as artes, devido à falta de recursos e às condições de pobreza extrema que se fazem sentir no país, tornando as oportunidades de contacto com actividades extracurriculares e com a educação artística practicamente inexistentes. A Art Kids, enquanto fundação promotora de arte e cultura para o desenvolvimento pessoal de crianças e jovens, pretende que as crianças que habitam este espaço possam contar as suas próprias histórias, tornando-se o “gatilho” da mudança social, como se pode ler no site da associação. Para isso, são dotadas de câmaras fotográficas e de cursos em fotografia e em “storytelling”. Este projecto permite que as crianças captem o seu quotidiano, as suas alegrias e os desafios por que passam ao viver em Kibera. Com o objectivo de erradicar a pobreza através da educação formal e não formal, a Art Kids quer, não só transmitir conhecimento, como também ensinar a fazer uso desse mesmo conhecimento, alargando os horizontes dos participantes deste projecto. “My First Camera” é o nome do projecto que a jovem luso-moldava Natalia Jidovanu criou em Kibera, bairro de lata gigantesco às portas de Nairobi, no Quénia, em 2014.
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Seminário “Sexualidade e afetos na Infância e adolescência” – 8 setembro na Azambuja
Agosto 30, 2016 às 1:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Abuso Sexual de Crianças, Afetividade, Câmara Municipal de Azambuja, Desenvolvimento da Criança, Educação Sexual, Prevenção do Bullying, Rede Social, Seminário, Sexualidade Juvenil
Inscrições até 5 de setembro
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Afeganistão: rapariga finge ser rapaz para poder ir à escola
Agosto 30, 2016 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Acesso à Educação, Afeganistão, Ensino, Escola, Zahra
Notícia do http://sol.sapo.pt/ de 24 de agosto de 2016.
Zahra passou seis anos a fazer de menino para poder estudar numa escola no tempo dos talibãs
Quando os fundamentalistas islâmicos tomaram Cabul, derrotando o regime pró-soviético que dominou por alguns anos o Afeganistão, às mulheres foram retirados grande parte dos direitos que vigoravam desde os anos 70, durante a monarquia. A guerra entre fundamentalistas que se seguiu levou ao poder os talibã (literalmente, “os estudantes de teologia” em pastum), apoiados pelo Paquistão. Foi então totalmente interdito que as mulheres fossem à escola. Mas a família de Zahra não se conformou com a proibição. E o tio, também estudante, teve uma ideia: porque não vestir a menina de cinco anos como um rapaz, para ela poder ir à escola? Tratou de convencer a avó e a mãe. Inicialmente, a mãe não estava muito inclinada a aceitar – “Deus fez dela uma menina” –, mas depois aceitou.
“Mudei a minha roupa e tive de aprender a ser menino. O meu tio ensinou-me a jogar futebol, a ir para as montanhas, a fazer as coisas que os rapazes fazem. E passei a chamar-me Mohammed”, contou Zahra ao programa de rádio “Outlook”, da BBC. Teve de cortar também o cabelo, mas ninguém suspeitou de que não era um rapaz, porque a escola ficava a cerca de uma hora e meia de caminho e, nessa zona, ninguém conhecia a família dela. Mas passou seis anos com medo de ser descoberta e das consequências que isso acarretaria para ela e a família. Quando tinha 11 anos, o regime dos talibãs caiu e pôde voltar a estudar como menina. As escolas, no entanto, passaram a ser separadas entre rapazes e raparigas. Mas ela não ligava. “Eu dizia que estava feliz porque podia ler, escrever, tive educação no tempo certo. Estava orgulhosa porque tinha voz”, conta.
Mas tinha saudades dos dias em que era Mohammed. Como Zahra não tinha todos os direitos, não podia rir alto. “Sinto saudade dos direitos que tinha como Mohammed”, afirma.
Tirou o curso de Direito e hoje, aos 23 anos, é jornalista e sustenta toda a família.
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Mãe, sempre ela…
Agosto 30, 2016 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Mário Cordeiro, Mães, Parentalidade, Relação Mãe-Filhos
Texto de Mário Cordeiro publicado no dia 24 de agosto de 2016 no site http://www.paisefilhos.pt/
Durante toda a vida formamos com os nossos pais um triângulo, psicologicamente muito forte, que resiste a praticamente todas as intempéries. Podem acontecer separações, divórcios, até mortes, mas a presença da família parental psicológica é quase perene. São raros os casos em que não temos, dentro de nós, ambos os progenitores – inclusivamente nos casos em que há maus tratos ou rejeição das crianças, estas mantêm uma ligação psicológica muito forte, além do que é verbalizado, com os pais.
E se com três letrinhas apenas se escreve a palavra pai, também a palavra avó, tio ou outras se escrevem assim, como não, sim, ou… mãe.
As mães são mães. Sempre. E é quem nos ocorre quando algo não está bem, quando nos apercebemos do perigo. É, dizem, a última palavra que alguém pronuncia antes de morrer.
As mães geraram-nos e cuidaram de nós, deram-nos mimo e afeto – e é para dentro da barriga delas que queremos regressar, sempre que nos sentimos tristes, desconfortáveis ou em risco, doentes ou com medo. Se estiver frio, deitamo-nos enroscados. Se alguém nos ameaçar, encolhemo-nos. Em situações de graves carências alimentares ou afetivas, voltamos à forma de girino. A posição fetal poderá não passar de uma ilusão de segurança, mas tão forte que funciona na nossa mente, pelo menos o suficiente para nos esquecermos do resto, do que nos ameaça.
As mães são calor, são fortes e são segurança. Estudos recentes revelam que os mamíferos precisam de ver a mãe, nos primeiros anos de vida, como farol de securização. Mal nascem deveriam ser postos a mamar, abraçados pela mãe mas tantas maternidades recusam à tríade esta opção, sem qualquer razão científica que o justifique. Nunca é demais relembrar: os ‘assaltos à mão armada’ que todos os dias se dão nas salas de parto, contrariando expectativas de mães, pais e bebés, que nem têm oportunidade de, nesse momento transcendente, tocar-se, cheirar-se, ver-se. O senhor ministro da Saúde está a milhas deste facto, certamente, e deve achar que isto são maluqueiras de um pediatra, mas é pena que tudo continue na mesma que as leis e o Estado, nisso e em tanta outra coisa, não compreendam o que a Ciência mostra, ao analisar os comportamentos humanos, designadamente os nossos próprios e das nossas crias.
O DESEMPENHO DAS MULHERES
Na sociedade portuguesa, até há bem pouco tempo, era esperado de uns e outros, homens e mulheres, o desempenho de papéis marcadamente diferentes. Simplificando, às mulheres competia genericamente cuidar dos filhos e da casa e aos homens sair para trabalhar e ganhar dinheiro. Era esperado, das mulheres, que fossem gentis e submissas, enquanto a dureza e a ambição ficava para os homens. Apesar de não ter sido há muitos anos que se deu a viragem, esses tempos já parecem felizmente longínquos e espera-se que nunca mais regressem. Mas também não podemos considerar a tarefa acabada.
A bem dizer, não é verdade que antes das sociedades urbanas e do pós-Guerra as mulheres só estivessem a olhar para os bebés. Nada de mais falso. Além de trabalharem (em meio rural, desde amanhar fazendas, apanhar frutos ou dar de comer à criação e ao gado), faziam a lida da casa, tinham vida social (a ‘intriga’, com o seu papel fundamental, era garantida pelas mulheres), iam à venda todos os dias (não havia frigoríficos nem métodos de armazenagem que não o sal) e dedicavam-se a artes e ofícios (bordar, pintar, etc).
A diferença é a escala e o modo com que se faz o mesmo, mas também não se imprimem livros como na era de Gutemberg, com a mais-valia de as mulheres se preocuparem com a segurança das crianças, com a sua saúde e com a prevenção. E com o acréscimo de lhes darem mimo, afeto, brincadeira e educação.
Se as mulheres não se devem fazer de vítimas (dos homens, geralmente) como algumas feministas difundem, também não devem assumir culpas que não são suas, nem deixar que os arquétipos mais devastadores da moral judaico-cristã – a auto-flagelação psicológica – tome conta delas. São vencedoras. Felizmente. Mas com os homens, na mesma caminhada, e não contra os homens.
DEPOIS DO PRIMEIRO ANO
Após os nove meses de idade, há uma nítida sensação de que os filhos fogem por entre os dedos das mães.
O surto de desenvolvimento que começa nessa idade, e que se prolonga pelo menos até ao ano e meio, faz-se no sentido da autonomia, embora com o correspondente contrapeso da regressão. No primeiro componente é o pai o principal motor, no segundo a mãe.
O instinto maternal, que não desapareceu só porque os estilos de vida mudaram, quanto muito amansou-se, leva a que as mulheres sejam ‘programadas’ para terem muitos filhos, mesmo que não os tenham ou decidam não os ter. Mas há que diferenciar o que é genético e antropológico, do que é social. O que é emocional do que é racional.
Ao longo de centenas de milhar de anos, quando a criança começava a crescer, no sentido dessa explosão autonómica, devidamente puxado pelo pai, a mãe já estaria à espera de outro bebé ou pelo menos a programá-lo para breve, e assim seria até ter uma dezena de filhos e ver totalmente preenchido o seu sentimento de maternidade, passando então ao desejo de ser avó.
Isto não acontece hoje, pelas múltiplas razões conhecidas, o que leva a que as avós muitas vezes vejam nos netos os filhos que já não tiveram, e as mães sintam que este crescimento dos filhos e a sua “fuga” dói. E dói muito. E às vezes a vontade de os manter pequeninos é grande – como provam todas as crianças com mais de um ano que mamam durante a noite ou quando fazem uma birra. Estes lutos são difíceis, como qualquer luto. Sofre-se. Dói. Mas não se lhes pode fugir, se se quer atingir a tranquilidade.
“Eu acho que já saí da vida dela!” – a frase foi proferida como se estivesse no teatro. Só que não estávamos, mas sim no consultório.
“Da vida de quem?” – parecia-me um diálogo de telenovela.
“Da minha filha, da Gina.”
“Porque é que sente isso?”
“Porque no fundo perguntei a mim própria: se eu desaparecesse, ela tinha tudo o que precisava… já deixou de ser bebé…”
Aquela mãe estava órfã. Órfã de filha, se assim se pode dizer.
Mas não tinha razão para ser tão dura com ela própria. Em primeiro lugar, porque era normal sentir a ausência de um bebé que pudesse considerar como completamente dependente, quase como se estivesse dentro da sua barriga. Depois, porque esse processo não tinha a ver com o crescimento e com a necessidade que a Gina tinha de ter sempre mãe, não apenas como lugar de refúgio, mas também como fator de crescimento, segurança e indutora da autonomia.
“O seu bebé há-de ser sempre o seu bebé, mesmo quando tiver quarenta anos de idade.” Há que ultrapassar esse momento através, exatamente, de constatar o bom trabalho que já tinha feito e o que a Gina ainda precisava dela. “Se está a carpir as suas mágoas é que depois não tem disponibilidade para ela. E ela precisa muito de si… todos os filhos precisam das mães.”
Passado um tempo já tinha conseguido reposicionar-se, gracejando: “quando tenho muitas saudades dela em bebé vou ver as fotografias que tenho no computador.”
MÃES E MAMÃS…
Se uma criança passa mais tempo com outra mulher, será que há razões para as mães temerem ser colocadas em segundo lugar e os afeos se dirigirem às pessoas que passam com elas praticamente todo o tempo em que estão acordadas (pelo menos nos dias úteis)?
Algumas crianças, no início do segundo ano de vida, podem chamar “mamã” às educadoras, amas ou até às avós. Mas uma coisa é a mãe, outra a mamã. Se a primeira é a verdadeira, a única, já a segunda tem outros significados para a criança, como mulher, prestadora de cuidados essenciais, amiga e companheira de brincadeiras. Mas as mães que não se preocupem porque mãe há só uma, como diz o ditado, embora mamãs possam passar pela vida da criança sem que isso as faça esquecer a sua real progenitora.
“Corre!” – gritou o pai da Inês, de dois anos e meio, mal chegaram ao grande relvado do parque onde tinham ido passear.
“Cuidado!” – gritou simultânea e instintivamente a mãe.
Incongruência? Dissensão familiar? Não, pelo contrário, A complementaridade que exige que exista, para a criança, um pai e uma mãe.
O que ficará na sua cabeça é a expressão “Corre… com cuidado”, ou seja, exercita as tuas capacidades, gere o teu risco mas de forma controlada e cautelosa.
Pais e mães são necessários.
Abaixo os juízes, os pais e as mães que recusam, em caso de separação, e sem razão justificável, esta conjunção astral. São maus profissionais, são maus pais, são más mães. E não vou estar com papas na língua ou com rodeios num assunto que é do superior interesse da criança.
HOMENAGEM ÀS MÃES
Na consulta dos dois meses, costumo dizer aos parceiros das mães que amamentam, que, quando o bebé tiver dois meses e dois dias, terão que dar um presente à mãe, pela ‘quinhentésima’ mamada. A sete por dia, é o que dá. E, em geral, os pais assumem o ónus, riem-se e dizem: “prometido!”
As mães são realmente formidáveis. Geram, amamentam, cuidam, sossegam, cantam com as palavras, securizam. E trabalham, vão às compras e sabem o que é o melhor para a família.
Na sociedade romana, a mãe era a encarregada de manter a chama da lareira da casa acesa, com a lenha que o pai trazia diariamente. O deus Lar era o protetor das casas, e é daí que vem a palavra lareira, e também a designação das habitações como “fogos”. A lareira ficava no centro da habitação, e aquecia os adultos e crianças residentes, permitindo também cozinhar e reunir as pessoas à sua volta.
O papel da mãe no lar, lugar eminentemente regressivo e apaziguador, securizante e calmante, não deve ser subestimado, nem denegrido porque algumas mulheres consideram que o lar é sinónimo de “tachos e panelas”, opressão machista e outras coisas mais. Para a criança, a mãe significa psicologicamente a regressão (mesmo que esse puzzle seja composto pela própria mãe e por muitas mais peças) e o pai a ousadia.
Por outro lado, as mães têm também uma simbologia de organização, calma e pensamento a prazo, ao contrário dos pais, mais ousados, exteriorizantes mas imediatistas e tantas vezes imaturos e inconsequentes (notem, sem que isto seja necessariamente mau, se complementado pela influência das mães). O triângulo funciona se os vértices forem equilibrados e a influência dos pólos Mãe e Pai eficiente e adequada.
Mas hoje, que falamos de mães, prestemos homenagens a elas. Recordo a minha, com saudade. Mesmo cá já não estando, está. Como aquela que dá um beijo, aconchega os cobertores e diz: “dorme bem, meu querido!” Não está, mas está. Sempre!
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Raptadas, traficadas, violadas, mortas – os riscos que milhares de crianças enfrentam todos os meses no caminho da América Central para os EUA
Agosto 29, 2016 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: América Central, América Latina, Assassinato de crianças, Crianças Não Acompanhadas, Crime organizado, Exploração de Crianças, Rapto de Crianças, Relatório, Tráfico de Crianças, UNICEF, Violação de Crianças
Press Release e relatório da Unicef no link:
http://www.unicef.org/media/media_92569.html
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Seminário Internacional “Acolhimento Familiar” 23 setembro na ESE do Porto
Agosto 29, 2016 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Acolhimento Familiar, Adoção, Crianças Institucionalizadas, Escola Superior de Educação do Porto, Seminário Internacional
mais informações no link:
http://seminario.ese.ipp.pt/index2.html
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Matam a sede de afetos com brinquedos de peluche
Agosto 29, 2016 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Acolhimento Institucional, Conselho Português para os Refugiados - CPR, Crianças Refugiadas, Portugal
Reportagem do Jornal de Notícias de 1 de agosto de 2016.
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