Principais consequências do peso das mochilas nas crianças
Janeiro 18, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Coluna cervical, Coluna Vertebral, Crianças, Doenças musculoesqueléticas, Mochilas Escolares, Saúde escolar, Saúde Infantil
Texto do SNS 24 de 27 de dezembro de 2022.
O peso das mochilas das crianças é um assunto importante para pais, educadores e profissionais de saúde. O transporte de mochilas com peso excessivo (superior a 10% do seu peso corporal) pode ter implicações negativas na saúde.
Existem estudos sobre esta matéria?
Diferentes estudos indicam que mais de metade das crianças em idade escolar transportam mochilas com peso excessivo.Quais as recomendações para o peso das mochilas?
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as crianças e jovens em idade escolar (6 aos 18 anos) carreguem mochilas apenas com menos de 10% do peso do seu corpo.Ou seja, se uma criança pesar 30 quilos, a sua mochila não deve ultrapassar os 3 quilos.
Porque se transportam mochilas tão pesadas?
As mochilas são pesadas porque transportam livros, cadernos, material escolar, vestuário e calçado para educação física, entre outros.O problema está só no peso das mochilas?
Não. Está também relacionado com:
- o formato da mochila
- não usar a mochila corretamente (usar a mochila apenas num ombro)
Quais são as consequências do peso das mochilas?
As crianças em idade escolar estão numa fase de crescimento e é nesta fase que a muitos dos problemas posturais aparecem. Usar, repetidamente, uma mochila demasiado pesada numa idade precoce pode contribuir para o aparecimento de dores, particularmente ao nível dos ombros, do pescoço e da região lombar.As principais consequências são:
- curto prazo: dores de costas e de pescoço
- médio prazo: alteração da marcha e postura
- longo prazo: lesões degenerativas da coluna que alteram o crescimento do corpo
Quais são as possíveis soluções?
Os pais e encarregados de educação desempenham um papel primordial na questão da redução do peso das mochilas. Sugere-se que orientem as crianças no sentido de escolher materiais mais leves, bem como supervisionar a preparação da mochila de acordo com o horário escolar.Deve-se:
- optar por mochilas de rodinhas
- usar a mochila carregada à altura do dorso (parte média das costas)
- usar a mochila nas costas o mínimo de tempo possível
- distribuir adequadamente o material escolar dentro da mochila, colocando o conteúdo mais pesado junto às costas
- colocar na mochila apenas o material necessário para o dia em causa
- não levar para casa manuais que não são necessários, deixando-os, por exemplo, em cacifos nas escolas
- usar dossiês em substituição de cadernos, para poder escrever em folhas que vão sendo arquivadas
- usar as duas alças da mochila
É ainda aconselhado aos profissionais de saúde abordar a temática do excesso de peso das mochilas durante as consultas de vigilância de saúde.
Perante o problema, foram adotadas medidas pelo Governo?
Sim. No final de outubro de 2017, o Parlamento aprovou um projeto de resolução que inclui 11 medidas para diminuir o peso das mochilas escolares.Entre as 11 medidas aprovadas estava:
- a ponderação de um mecanismo de certificação das mochilas
- ações formativas para esclarecer os alunos da forma mais adequada para organizar e transportar a mochila
- a implementação de salas fixas para cada turma de modo a evitar que as crianças tenham de carregar as mochilas durante os intervalos letivos
- a disponibilização de cacifos
- a possibilidade de os livros serem produzidos com um papel com uma gramagem mais leve
- a utilização gradual de recursos digitais
Também a Direção-Geral da Saúde identificou no Programa Nacional de Saúde Escolar de 2015 o peso excessivo das mochilas como um fator determinante para as doenças musculoesqueléticas, que representam uma elevada carga de doença nas crianças em idade escolar.
ONU revela retrocessos na saúde de mulheres, crianças e adolescentes
Outubro 28, 2022 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Coronavírus COVID-19, Crianças, Crianças em perigo, Relatório, Saúde Adolescentes, Saúde Infantil, Vacinação
Notícia da ONU News de 18 de outubro de 2022.
Novos dados lançados na Cúpula Mundial da Saúde, em Berlim, mostram que Covid-19, conflito e crises climáticas pioram as perspectivas da infância e adolescência e nos direitos das mulheres; 10,5 milhões de crianças perderam um pai, mãe ou cuidador para a pandemia.
Um novo relatório da ONU mostra que, globalmente, a saúde de mulheres e crianças sofreu com os impactos do conflito, da pandemia de Covid-19 e das mudanças climáticas.
Os dados apresentados em “Protect the Promise”, ou “Proteja a Promessa” mostram uma regressão crítica em praticamente todas as principais medidas de bem-estar infantil e muitos indicadores-chave dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Crianças sem vacina e fora da escola
Desde o último relatório publicado em 2020, insegurança alimentar, fome, casamento infantil, riscos de violência por parceiros íntimos, depressão e ansiedade na adolescência aumentaram.
No ano passado, cerca de 25 milhões de crianças não receberam vacinas, 6 milhões a mais do que em 2019, aumentando o risco de contrair doenças mortais e debilitantes.
Milhões de alunos perderam aulas durante a pandemia, muitos por mais de um ano. Cerca de 80% das crianças em 104 países e territórios tiveram perda de aprendizado devido ao fechamento das escolas. Desde o início da pandemia, 10,5 milhões de crianças perderam um pai, mãe ou cuidador para a Covid-19.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres disse, que no centro da “promessa não cumprida está o fracasso em abordar as enormes desigualdades na raiz das crises globais, da pandemia de Covid-19 aos conflitos e à emergência climática”.
Diferença de expectativa de vida por regiões
O estudo mostra que crianças e adolescentes enfrentam chances variadas de levar uma vida saudável simplesmente por causa de onde nasceram, a exposição a conflitos e a situação financeira de suas famílias.
Uma criança em um país de baixa renda, por exemplo, tem uma expectativa média de vida de cerca de 63 anos, já em um país de alta renda esse número sobe para 80. Essa grande lacuna de sobrevida de 17 anos mudou pouco nos últimos anos.
Em 2020, 5 milhões de crianças morreram antes de completar 5 anos, principalmente por causas evitáveis ou tratáveis. Enquanto isso, a maioria das mortes maternas, infantis e de adolescentes e natimortos está concentrada em apenas duas regiões, África Subsaariana e Sul da Ásia.
Crianças de países de renda baixa são as que mais sofrem
Mais de 45 milhões de menores passaram por desnutrição aguda em 2020, que inclui risco de morte, atrasos no desenvolvimento e doenças. Quase três quartos dessas crianças vivem em países de renda média-baixa.
Um número impressionante de 149 milhões de crianças tiveram problemas de crescimento no ano da pandemia. A África é a única região onde o número de crianças afetadas pelo atraso no crescimento aumentou nos últimos 20 anos, de 54,4 milhões em 2000 para 61,4 milhões em 2020.
Os seis países com o maior número de pessoas deslocadas internamente, Afeganistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Sudão, Síria e Iêmen também estão entre os 10 principais países com insegurança alimentar.
Saúde materna e conflitos
Uma mulher na África Subsaariana tem hoje cerca de 130 vezes mais risco de morrer durante a gravidez ou parto do que uma grávida na Europa ou na América do Norte.
A cobertura de cuidados pré-natais, assistência qualificada ao parto e cuidados pós-natais está longe de alcançar todas as mulheres em países de baixa e média rendas, deixando-as em alto risco de morte e invalidez.
Milhões de crianças e suas famílias estão passando por problemas de saúde física e mental devido aos recentes desastres humanitários no Afeganistão, Etiópia, Paquistão, Somália, Ucrânia e Iêmen.
Em 2021, um recorde de 89,3 milhões de pessoas em todo o mundo foram expulsas de suas casas por guerra, violência, perseguição e abuso de direitos humanos.
O relatório defende que os países continuem investindo em serviços de saúde para enfrentar todas as crises e insegurança alimentar e capacitar mulheres e jovens em todo o mundo.
O documento é publicado por parceiros globais, incluindo OMS, Unicef, Unfpa, Aliança para Saúde Materna do Recém-nascido e da Criança e a iniciativa Contagem Regressiva para 2030, como um resumo semestral do progresso em resposta à ONU Estratégia Global Cada Mulher Cada Criança do secretário-geral para a Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.
Sabia que as mochilas não devem ter mais do que 10% do peso do corpo?
Outubro 21, 2022 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Coluna cervical, Coluna Vertebral, Crianças, Mochilas Escolares, Saúde Infantil, Serviço Nacional de Saúde (SNS)

No regresso à escola é importante relembrar que as mochilas com peso excessivo podem ter implicações na saúde das crianças. Siga as recomendações e saiba mais em: https://bit.ly/3DixTX1
Crianças que dormem pouco podem sofrer danos permanentes nas funções cognitivas
Agosto 11, 2022 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Artigo, Crianças, Desenvolvimento Cognitivo, Dormir, Estados Unidos, Estudo, EUA, Fan Nils Yang, Lancet Child & Adolescent Health, Neurodesenvolvimento, Saúde Infantil, Sono, Ze Wang
Notícia da Mãe me Quer de 3 de agosto de 2022.
POR JÚLIA ROCHA
Esta investigação examinou dados recolhidos de mais de 8300 crianças entre os 9 e 10 anos de idade.
Uma recente investigação da faculdade de Medicina da Universidade do Maryland, nos Estados Unidos da América, concluiu que crianças até aos 12 anos que dormem pouco, menos de nove horas por noite, podem desenvolver dificuldades cognitivas e problemas mentais.
O estudo destaca que as crianças que registam menos de nove horas de sono por dia, ou seja, que dormem pouco, apresenta diferenças significativas em determinadas zonas do cérebro, relacionadas com a memória, inteligência e bem-estar, quando comparadas com as que dormem o periodo de tempo recomendado (entre 9 a 12 horas).
Estas diferenças estão relacionadas com problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. A falta das horas de sono recomendadas aparece relacionada a dificuldades cognitivas de memória, na capacidade de tomar decisões e resolver problemas.
A American Academy of Sleep Medicine (entidade que estuda efeitos do sono na saúde), recomenda que as crianças entre os 6 e os 12 anos devem dormir entre 9 a 12 horas por noite, de forma regular e consistente.
Esta investigação examinou dados recolhidos de mais de 8300 crianças entre os 9 e 10 anos de idade. Foram examinadas imagens de ressonâncias magnéticas, registos médicos e inquéritos preenchidos pelos participantes (e pais), no momento da inscrição no estudo, e numa segunda visita, dois anos depois, aos 11 e 12 anos de idade.
O estudo foi publicado recentemente na revista científica Lancet Child & Adolescent Health. Até hoje, nenhum estudo examinou o impacto duradouro do sono insuficiente no desenvolvimento neurocognitivo dos pré-adolescentes.
Esta é uma das primeiras investigações a demonstrar o potencial impacto a longo prazo da falta de sono, no desenvolvimento neurocognitivo das crianças. Também proporciona um apoio substancial às atuais recomendações para o sono nas crianças. A American Academy of Pediatrics recomenda fazer do sono suficiente uma prioridade familiar, manter uma rotina de sono regular, encorajar a actividade física durante o dia, limitar o tempo do ecrã e eliminar completamente os ecrãs uma hora antes de dormir.
Mais informações:
Encontro “Estilos de vida sustentáveis: ação para um futuro melhor”, 28 de junho em Sintra
Junho 24, 2022 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Câmara Municipal de Sintra, Encontro, Escola, Estilos de Vida Saudáveis, Saúde Infantil

Mais informações aqui
Ressonâncias em crianças: Incentivar perguntas pode evitar anestesia
Junho 15, 2022 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Anestesia, Brincar, Brinquedo, Comunicação, Crianças, Estudo, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Humanização Atendimento a Crianças, Maria da Conceição Castro, Ressonância magnética, Saúde Infantil, Tese de Mestrado
Notícia Universidade do Porto de 1 de junho de 2022
Estudo da Faculdade de Medicina (FMUP) utilizou uma “mini-ressonância” de brincar que deixou as crianças mais calmas e com menos receio do exame.
Incentivar a fazer perguntas, dar explicações personalizadas e envolver a criança na tomada de decisões. Um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) comprovou a eficácia destas estratégias de comunicação na realização de ressonâncias magnéticas, contribuindo para diminuir o número de anestesias necessárias e os níveis de ansiedade e stress das crianças.
O ruído do equipamento e a sua forma estreita, a necessidade de ficar completamente imóvel e a separação dos pais durante aquele período de tempo são fatores que levam muitas crianças a passarem pelo exame com sentimentos de ansiedade elevados.
“Existe um número considerável de crianças que só conseguem realizar o exame de ressonância magnética recorrendo a sedação, o que comporta alguns riscos para a saúde dos mais pequenos”, constata Maria da Conceição Castro, uma das autoras do estudo.
De acordo com a investigadora, “a marcação das anestesias pode resultar em atrasos no diagnóstico, no início do tratamento ou até mesmo no agravamento da doença”, além de tornar a realização do exame “num processo muito mais lento e dispendioso para a instituição de saúde”.
Para esta experiência desenvolvida na FMUP, em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), foi construída uma “mini-ressonância” de brincar que simulou a aparência e o som de uma ressonância magnética real.
Mais calmas e com vontade de repetir
Os resultados mostraram que a necessidade de sedação reduziu, relativamente ao grupo de controlo que recebeu o procedimento habitual do exame, de 70% para 7% no caso das crianças que simularam previamente a ressonância através do brinquedo e que, ao mesmo tempo, receberam uma comunicação personalizada por parte dos profissionais de saúde.
No final do procedimento médico, as crianças do segundo grupo revelaram também sentir-se mais calmas, com menos medo e até com vontade de repetir a experiência no futuro.
“Quando uma criança se desloca ao hospital, o ambiente e as pessoas desconhecidas podem causar ansiedade e stress”, explica Irene Carvalho, professora da FMUP.
O estudo em questão envolveu 90 crianças, com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos, que tinham um pedido médico para realizar uma ressonância magnética no CHUSJ.
Intitulado “A influência da comunicação na adesão das crianças à ressonância magnética sem anestesia”, o trabalho da autoria de Maria da Conceição Castro teve como orientadora Irene Carvalho e como coorientadora Isabel Ramos, ambas professoras da FMUP.
Estudo aqui
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