Violência no namoro preocupa em Cabo Verde e com “requinte de crueldade”, alerta socióloga

Setembro 30, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Sapo Lifestyle de 14 de agosto de 2020.

A socióloga cabo-verdiana Miriam Medina considera que a violência no namoro em Cabo Verde é um fenómeno “muito preocupante” e com “requinte de crueldade”, propondo uma aposta na educação e em leis mais duras.

“A violência no namoro em Cabo Verde é muito preocupante, porque é uma violência com certo requinte de crueldade porque não estamos a falar de uma agressão com uma bofetada ou de um empurrão tão-somente. Estamos a falar de um namorado que agride sexualmente a namorada, que viola a namorada com uma garrafa, com uma chave de fendas”, descreveu Miriam Medina, que esta semana lançou o livro “Se causa Dor não é Amor”, onde várias jovens relatam, na primeira pessoa, histórias de violência sofrida na relação amorosa.

Para a autora, a violência é recorrente em vários casos, e por parte do namorado, a pessoa que deveria dar amor e proteção. “Acha que ele tem esse direito, usa da crueldade para conseguir o que ele quer”, prosseguiu Miriam Medina.

Segundo a socióloga, esses jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos estão com um nível de carência afetiva muito grande por parte dos próprios pais, na família.

“Há uma menina que disse que ela prefere ficar num relacionamento abusivo que, de vez em quando, tem atenção do namorado, do que na família porque não tem atenção por parte dos pais. Estão a suprir essa carência afetiva familiar num relacionamento ainda que abusivo”, disse.

Neste sentido, a autora disse que tudo deve começar na família, educando os jovens e ter uma relação de confiança com os filhos. “Os nossos jovens estão a sofrer calados e tudo começa na educação”, considerou a autora.

Para Miriam Medina, deve-se educar as meninas para não aceitarem “de jeito nenhum” a violência e a agressão como forma de mostrar amor e também educar os rapazes e os meninos para respeitarem as namoradas e saber os seus limites.

“Há que ter um casamento entre a sociedade, a escola e a família”, mostrou a socióloga, para quem se antes falava-se mais em violência baseada no género, entre pessoas adultas, esta acontecer também entre adolescentes, e deve ser uma preocupação de todos.

Além da educação, Miriam Medina considerou importante que as leis sejam mais duras e funcionem, para que as vítimas se sintam protegidas e os agressores com medo, porque vão responder perante a lei.

“E essas meninas sentem-se desprotegidas e por isso têm medo de fazer queixa”, lamentou a autora, para quem é preciso muito mais, caso contrário não tem dúvida que o cenário vai piorar e o feminicídio vai aumentar em Cabo Verde.

O livro foi lançado precisamente na semana em que um homem de 23 anos assassinou à facada uma jovem no concelho de Santa Cruz, ilha de Santiago, num caso que gerou muita indignação na sociedade cabo-verdiana.

Quando foi estudante no Brasil, Miriam Medina recordou que fez um trabalho sobre este tema, mas que a ideia para o livro surgiu há dois anos quando recebeu uma mensagem de uma amiga que mora em Portugal e que tinha sofrido violência no namoro.

Depois de conseguir orientar a amiga, decidiu saber como anda a vida amorosa dos jovens cabo-verdianos, deu palestras em várias escolas secundárias e começou a recolher os depoimentos nas ilhas da Boa Vista, Sal, Santo Antão, São Vicente e Santiago.

E para um livro “compacto e de leitura fácil”, disse que nem todos os relatos estão no livro, para que o leitor reter o mais fiel possível os testemunhos “de forma a chocar mesmo”.

Depois da Praia, Miriam Medina disse à Lusa que já tem propostas para o lançamento do livro em todas as escolas do país, bem como no Brasil, não fosse a violência um “problema transversal”.

“É passar a mensagem. E gostaria que cada pessoa que lesse o livro fosse uma voz, que comece dentro da família, na educação dos filhos e dos educandos, para erradicar esse flagelo da nossa sociedade”, apelou a socióloga, que recorda as “histórias fortes” e se emociona ao falar do tema.

Para terminar, Miriam Medina pediu aos jovens para viveram um relacionamento saudável, que o amor seja leve. “O amor não é agressivo, não machuca. Aquilo que causa dor nunca pode ser amor”.

COVID-19: Raparigas sofrem maior pressão para casar prematuramente

Setembro 30, 2020 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Sapo Lifestyle de 18 de agosto de 2020.

A Plan International, uma organização não-governamental (ONG) internacional, considerou hoje que as raparigas moçambicanas se sentem mais pressionadas pelos familiares a casar cedo devido ao agravamento da situação económica provocada pela pandemia de covid-19.

A Plan International analisou a situação das raparigas em Moçambique no contexto da COVID-19, no quadro da “Avaliação Rápida das Necessidades de Género em Inhambane, Nampula e Sofala” que esta ONG realizou.

“As raparigas confirmaram que sentem uma pressão crescente para casar cedo, enquanto permanecem em casa, devido ao encerramento da escola por causa da COVID-19”, refere-se nas conclusões da avaliação.

O estudo avança que muitas raparigas não vão regressar à escola quando o ensino for retomado, porque a prioridade da família é assegurar o casamento das filhas.

“A covid-19 está a afetar negativamente o acesso aos meios de rendimento, com o encerramento de alguns estabelecimentos e a diminuição de pequenos negócios e, consequentemente, o acesso aos alimentos”, lê-se no documento.

Recordando que as raparigas nas zonas rurais moçambicanas têm a responsabilidade de procurar água potável longe de casa, a Plan International refere que a busca por este recurso agravou a exposição aos riscos de infeção.

“O acesso à água é difícil, uma vez que as fontes de água estão muito longe das casas. Como resultado, a quantidade que as mulheres e raparigas são capazes de ir buscar não é suficiente para todos os fins, especialmente para cumprir as práticas de higiene recomendadas para a prevenção da COVID-19”, diz a avaliação.

Por outro lado, prossegue, as unidades sanitárias funcionam com capacidade reduzida, causando restrições no acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, devido ao distanciamento social e à redução do pessoal da saúde como medida de prevenção da contaminação.

Os papéis e responsabilidades das raparigas e das mulheres aumentaram, principalmente a carga de trabalho doméstico, com a eclosão da pandemia do novo coronavírus, continua a análise.

A Plan International lembra que Moçambique é um dos dez países do mundo com maior prevalência de uniões prematuras e tem a segunda maior taxa na sub-região da África Oriental e Austral.

Uma em cada duas raparigas é obrigada a casar prematuramente no país.

Moçambique conta com 2.855 casos do novo coronavírus e 19 óbitos.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 770.429 mortos e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

COVID-19: Estudante cria jogo para alertar como algumas práticas podem ajudar a impedir a propagação do vírus

Setembro 30, 2020 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Notícia do Sapo Lifestyle de 20 de agosto de 2020.

Susana Krauss

O jogo, criado por um estudante universitário italiano, é uma homenagem aos heróis desta pandemia, os profissionais de saúde, e também uma forma de apoiar a OMS no combate à COVID-19.

Durante o confinamento em Itália, Gianluca Pagliara, de 23 anos, lançou um desafio a si próprio: aprender algo novo durante a pandemia.

Gianluca é estudante de Ciência de Dados na Universidade de Milão-Bicocca com bacharelato em Ciências da Computação pela Universidade de Bari. Apaixonado por tecnologia e desenvolvimento de software, decidiu aprender a desenvolver jogos.

Mas também estava determinado a fazer a sua parte na luta contra a COVID-19. Por estas razões, desenvolveu o jogo “Guerra Invisível”. O conceito do jogo é lembrar às pessoas como algumas práticas podem ajudar a impedir a propagação dos vírus, no ecrã, mas também na vida real.

O jogador é um médico que deve higienizar todos os locais (como por exemplo, um hospital). Para atingir esse objetivo, possui várias armas e habilidades, inspiradas nas diretrizes para combater a propagação de vírus.

Sabão, máscaras faciais ou vacina são alguns exemplos de armas. Algumas habilidades são lavagem das mãos ou distribuição de máscaras faciais para se proteger dos inimigos.

O jogo, disponível na Play Store, é uma homenagem aos heróis desta pandemia, nomeadamente os profissionais de saúde que estão na linha de frente contra o vírus. Mas também é uma forma de apoiar a Organização Mundial da Saúde no combate à COVID-19. Inclusive, metade das receitas será doada ao Fundo de Resposta de Solidariedade COVID-19 da OMS.

1 em cada 3 utilizadores da internet é uma criança, que pode acidentalmente aceder a conteúdos inapropriados, estar exposto a predadores online ou ser vítima de cyberbullying

Setembro 29, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Texto e imagem do European Parliament de 24 de agosto de 2020.

👶 💻 1 em cada 3 utilizadores da internet é uma criança, que pode acidentalmente aceder a conteúdos inapropriados, estar exposto a predadores online ou ser vítima de cyberbullying. A UE introduziu várias medidas de proteção – veja-as @ http://epfacebook.eu/qs5n

O IAC disponibiliza em Portugal a Linha da Criança Desaparecida – 116 000

Setembro 29, 2020 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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O IAC disponibiliza em Portugal a Linha da Criança Desaparecida, um serviço gratuito 24h e em articulação com entidades competentes na investigação e entidades judiciais.
Em caso de desaparecimento de uma criança, ligue 116 000.

Crianças no celular? Como a pandemia mudou o modo como especialistas veem o uso de telas na infância

Setembro 28, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto da BBC Brasil de 23 de agosto de 2020.

Paula Adamo Idoeta – @paulaidoetaDa BBC News Brasil em São Paulo

“Eu era uma especialista em tempo de tela. Daí veio a pandemia”, diz, já no título de um artigo publicado no jornal The New York Times, a jornalista Anya Kamenetz, autora de The Art of Screen Time (A arte do tempo de tela, em inglês), livro que a tornou uma fonte recorrente para pais em busca de conselhos sobre como dosar o uso da tecnologia dos filhos.

“Hoje, como Sócrates, eu já sei mais. Sei que nada sei. (…) Eu nunca havia passado tanto tempo com meus filhos, ou com os filhos de qualquer pessoa, quanto nos últimos quatro meses, durante a quarentena. E tampouco pensava em trabalhar em tempo integral enquanto meu marido também trabalha em tempo integral, sem nenhuma ajuda com as crianças”, prossegue Kamenetz.

A pandemia do novo coronavírus bagunçou rotinas como a de Kamenetz e suas duas filhas em idade pré-escolar, bem como a de famílias em todo o mundo

Isso colocou o próprio conceito de “tempo de tela” em xeque, já que tantas coisas — reunir-se com amigos, falar com os avós ou assistir a aulas — pularam para o ambiente virtual. Fora que o tempo de tela infantil proporciona, muitas vezes, um muito necessário respiro para pais que precisam trabalhar ou cuidar da casa.

“Uma consequência imediata da pandemia é que limites rígidos de tempo de tela — que, em geral, existiam em famílias mais privilegiadas, como a minha — caíram por terra”, escreve Kamenetz.

Aqui no Brasil, a pediatra Evelyn Eisenstein, professora-associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e que ajudou a elaborar o Manual Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital, da Sociedade Brasileira de Pediatria, vê em seu dia-a-dia no consultório os danos que o uso excessivo de eletrônicos pode causar em algumas crianças. E, no entanto, nesta pandemia, não teve alternativa senão manter via telas o contato com a neta de 2 anos e meio.

“A pergunta que tenho feito hoje em dia para crianças e adolescentes no consultório não é mais o quanto tempo passam na tela, mas sim ‘quanto tempo você passa desconectado?’. Considerando que a criança precisa de no mínimo 9h de sono e ficar longe das telas para comer, tomar banho e fazer outras atividades, teria que passar pelo menos metade do dia desconectada”, diz Eisenstein à BBC News Brasil.

As circunstâncias atuais reforçaram uma percepção entre parte dos especialistas: embora seja importante estabelecer limites para o uso de tablets, celulares e computadores por crianças e adolescentes, essa medida por si só não é um parâmetro único em tempos de pandemia.

“A maioria dos pais têm dito ‘eu preciso dos aparelhos eletrônicos, eles têm um propósito para mim e para os meus filhos. Mas o tempo de tela deixou de ser uma métrica útil”, opina Kamenetz em entrevista à BBC News Brasil.

“Mas, então, qual a métrica para determinar o que é válido ou não? Acho que os pais devem usar sua observação.”

Os especialistas consultados para esta reportagem trazem mais dicas para isso, que você lê ao fim deste texto. Mas, antes, é bom lembrar que o conceito de tempo de tela tem razão de existir: foi estabelecido por associações de pediatras de todo o mundo para preservar a saúde das crianças.

As medidas de tempo de tela

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, defendeu, em recomendações publicadas em fevereiro, que crianças de menos de 2 anos não fossem expostas a nenhuma atividade em tela.

Crianças de 2 a 5 anos deviam passar apenas uma hora por dia diante de telas. Para crianças de 6 a 10, no máximo duas horas por dia (e sempre com supervisão de adultos). Para os mais velhos e adolescentes, o limite é de três horas.

Um dos motivos é que sentar diante de telas muitas vezes equivale a consumir conteúdo passivamente, perdendo oportunidades valiosas (principalmente para as crianças menores) de praticar outras habilidades importantes (e mais enriquecedoras) vindas da interação presencial, do contato com a natureza e com os objetos físicos.

Outro é que as telas estimulam a produção de dopamina no corpo, que pode causar dependência ou levar a dificuldades para dormir e transtornos de comportamento, em casos mais extremos. Além disso, o uso das telas, em geral, favorece o sedentarismo, em vez de estimular as crianças a brincarem com coisas concretas e a se movimentarem.

Mas como dar conta disso em plena quarentena e sem a escola?

A SBP atualizou suas recomendações em maio, reconhecendo a importância das telas neste momento, mas pedindo que pais e cuidadores se esforcem para preservar o tempo das crianças para a saúde (mantendo horários de sono e de refeições), para o relacionamento afetivo e familiar que vá além dos eletrônicos, com cuidados redobrados com a segurança e a privacidade online e um tempo “para a família se conhecer, brincar e criar novas formas de interação e afeto”.

Para os menores de 2 anos, o guia defende que as telas devem servir apenas para “uso afetivo”, por exemplo, o contato com parentes.

‘Vida familiar importa mais que tempo de tela’

A Unicef, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância, publicou em abril um artigo sobre como “repensar o tempo de tela em tempos de covid-19”, levantando a questão: “como as crianças e famílias podem aproveitar ao máximo a crescente dependência das telas — que estão ajudando a manter um senso de normalidade durante a quarentena — e ,ao mesmo tempo, encontrar um equilíbrio com outras atividades importantes?”

O primeiro ponto, diz o texto, é que, na maioria dos casos, evidências robustas recentes indicam que é relativamente pequeno o impacto do uso de telas na saúde mental e no bem-estar infantil.

“Outros fatores, como o apoio dos pais, as relações familiares e as experiências adversas na infância são muito mais impactantes do que o tempo de tela.”

Com isso, a conclusão é de que se deve dar atenção menos à contagem de tempo e mais ao que as crianças fazem online, com quais conteúdos se deparam e que redes de apoio têm fora das telas.

Essa linha de pensamento é parecida com a que foi defendida pela pediatra americana Jenny Radesky, pesquisadora de tecnologia e desenvolvimento infantil na Escola de Medicina Universidade de Michigan, durante o seminário virtual “Covid-19: Tempo de Tela e o Cérebro em Desenvolvimento”, realizado pela Academia de Ciências de Nova York, em 30 de julho.

“Quando sou entrevistada sobre uso de tecnologia por crianças, não quero falar sobre o uso de tecnologia, mas sobre o que a família da criança está fazendo para enfrentar estes tempos tão difíceis: quais são seus valores, suas necessidades e como o uso de mídia pode ajudar ou atrapalhar isso”, disse ela.

Radesky sugeriu que pensemos mais nos processos cruciais para as crianças — na interação entre pais e filhos, na regulação emocional e fisiológica (de sono e capacidade de focar), na capacidade de autonomia e no conteúdo consumido online — do que no tempo de tela.

“Você não consegue inspecionar o cérebro dos seus filhos enquanto eles estão no tablet, mas consegue observar o comportamento deles”, afirmou.

Como fazer um uso saudável das telas?

Voltando, então, ao questionamento de Anya Kamenetz: quais outras métricas podem ser usadas para pais avaliarem se o uso de telas está dentro de limites aceitáveis? Eis algumas dicas sugeridas por especialistas:

1. A tela é útil se ajuda a manter contato com as pessoas.“Durante tempos extraordinários, com um alto grau de incerteza e irregularidade, é vital para as crianças brincar e se comunicar com amigos”, diz a Unicef. Se isso está sendo feito por videogames, videochamadas ou redes sociais de modo a oferecer uma conexão humana, tem valor.

2. Conteúdo mais calmo é mais positivo.Desenhos e games mais calmos ou que proporcionem autonomia em vez de apenas estimular o uso compulsivo são muito melhores para o desenvolvimento cerebral e para o comportamento das crianças, disse Jenny Radesky. “Escolha bom conteúdo, que não seja cheio de conflitos ou comportamentos idiotas”, sugeriu. “Fiz esse experimento com meus filhos. Quando os vi assistindo a um monte de vídeos de Star Wars, com personagens se xingando ou falando coisas irritantes, dei um basta.”

Depois de duas semanas limitando o consumo a desenhos mais calmos, as crianças também estavam mais tranquilas, disse ela. “Eles estavam se alimentando daquele nível elevado de energia. Isso foi com os meus filhos, não estou dizendo que é o que todas as famílias devem fazer. Mas vale prestar atenção em como seu filho está reagindo ao conteúdo.”

Da mesma forma, Anya Kamenetz diz que boa parte do tempo que as filhas passam no tablet é dedicado a ouvir audiolivros ou a assistir a contações de história, que exigem mais esforço do cérebro, tirando-o do estado de passividade.

3. Preserve rituais em família, o sono e o repertório ‘offline’.São as atividades em família — quaisquer que sejam, desde brincar juntos, assistir filmes, cozinhar e conversar — que vão ajudar as crianças a ter resiliência neste momento, argumentou Radesky.

Eisenstein também diz que muitas crianças ficam irritadas na ausência dos eletrônicos porque estão com pouco repertório de brincadeiras “offline”. Elas precisam de um estímulo inicial para ter ideias de como sair do círculo vicioso do uso constante da tela e brincar no mundo real.

As duas médicas são enfáticas ao dizer que a tecnologia é ruim quando atrapalha o sono, crucial para as crianças (e adultos) se desenvolverem e cuidarem de seu sistema imunológico. “Precisa desligar os eletrônicos pelo menos uma ou duas horas antes de dormir, porque a luz das telas bloqueia a produção de melatonina”, sugere Eisenstein.

4. Observe as emoções das crianças.A tela está fazendo mal, mesmo que seja para atividades escolares, quando a atividade não permite intervalos, deixa as crianças mais irritadas e ansiosas ou serve apenas de fuga para crianças em momentos de tristeza.

Ou seja, em vez de lidar com as emoções, um aprendizado que serve para a vida inteira, a criança as suprime com ajuda da tecnologia. Se a percepção dos pais for de que a tela está prejudicando mais do que ajudando a lidar com o momento atual, pode ser hora de buscar ajuda especializada.

Mas avaliar esse cenário exige observação dos pais, diz Kamenetz. “Podemos ter uma criança ficando até tarde jogando videogame, mas ela está solucionando um problema, bolando uma estratégia. É uma atividade intelectual. Outra criança pode estar completamente ansiosa ou depressiva e suprimindo seus sentimentos no uso compulsivo do videogame. Uma terceira pode estar apenas interessada em se reunir com os amigos enquanto joga, é um momento social de escape das pressões atuais. Como pai, olhando de fora, você pode ver a mesma situação: eles estão deixando de dormir porque estão envolvidos com o jogo. Mas, dependendo de o que estiver rolando com a criança, em apenas um dos casos está sendo de fato prejudicial. Nos demais, você pode negociar com eles e dizer ‘acho que é um pouco excessivo, porque quero que você durma, mas entendo que você queira jogar’. Isso exige bastante sensibilidade.”

5. Os combinados seguem valendo, mesmo na pandemia. Autorizar mais tempo diante da tela não tira a importância de fazer acordos prévios com a crianças e adolescentes, seja restringindo o uso dos eletrônicos a apenas algumas horas do dia e flexibilizando no fim de semana, seja conversando sobre conteúdos dos quais os pais não gostam ou discutindo alternativas caso as telas estejam prejudicando o sono ou causando mudanças de humor.

A Unicef defende “estratégias ativas”, como conversar com as crianças sobre sua experiência online e assegurar-se de que estejam usando apenas jogos e redes apropriados para sua idade.

6. Use as telas para atividades físicas.Especialmente para crianças confinadas em apartamentos ou locais pequenos, jogos ou vídeos online que estimulem exercícios são benéficos, diz o artigo da Unicef.

7. Pense no controle de danos. Se não podemos nos dar ao luxo de ficar sem telas, podemos bolar estratégias de redução de danos, defende Kamenetz. No caso dela, com filhas pequenas, isso significa se preparar com antecedência para crises de birra que surgem quando é hora de desligar — e que ela mitiga com muita paciência, lanchinhos, abraços e atividades que ajudem na transição das telas para o mundo offline.

“É ilusório pensar na ideia de perfeição”, diz ela à BBC News Brasil. “Todos erramos, e nossos filhos não serão anjos perfeitos diante no computador. E nós não poderemos impedir, porque estamos fora da nossa rotina e sobrecarregados. Então, precisamos entender que vamos errar, aprender e tentar consertar.”

Aplicação alemã para proteger planeta dá voz a crianças portuguesas

Setembro 28, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Notícia do Notícias ao Minuto de 23 de agosto de 2020.

A aplicação de telemóvel ‘Earth Speakr’, criada no âmbito da presidência alemã do Conselho da União Europeia, dedicada à proteção climática, foi desenvolvida com a voz e as mensagens de nove crianças portuguesas.

A plataforma interativa, financiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, com o apoio do Instituto Goethe, convida as crianças dos Estados-membros da União Europeia, dos 7 aos 17 anos, a “falarem pelo planeta” e os adultos “a ouvirem o que eles têm a dizer”.

Criada pelo artista dinamarquês a viver em Berlim Olafur Eliasson, usa a realidade aumentada para colocar um rosto na natureza ou em objetos, desde uma árvore a uma garrafa de plástico.

Uma lâmpada vai mexendo os olhos, boca e nariz, deixando um apelo: “Todas as casas deviam ter painéis solares, assim consumíamos só energia renovável”. Uma planta avisa, “por cada criança que nasce, devia ser plantada uma árvore”.

São algumas das mensagens em português de nove crianças portuguesas de uma escola de Fátima, alunos dos 5.º e 6.º ano de escolaridade, que participaram no desenvolvimento do projeto, disponível desde o dia 1 de julho.

“Contactaram-me para sugerir uma escola em Portugal. Sabia que o Colégio Sagrado Coração de Maria, em Fátima, está sempre aberto a projetos de colaboração. Ficaram muito interessados e aceitaram participar”, revelou à Lusa Soledade Rodrigues, membro da organização não-governamental alemã ‘Europa-Union Deutschland’.

A viver em Rheine, o convite surgiu fruto dos quase 25 anos de geminação que esta cidade da região da Renânia do Norte-Vestefália tem com Leiria, do qual já surgiram várias parcerias culturais.

“Este projeto de proteção climática, devido ao seu caráter comum, diz respeito a todos e, como tal, reforça a nível local, regional e nacional o espírito europeu. Orgulho-me de ter criado a ponte com o meu país de origem, Portugal”, sublinhou Soledade Rodrigues.

Além de ouvir e poder partilhar as mensagens nas redes sociais, a ‘Earth Speakr’ permite detetar as vozes e caras associadas a um determinado local através de um mapa virtual. A aplicação foi lançada com as vozes de nove crianças portugueses, mas agora, todas podem participar.

“A ‘Earth Speakr’ é para crianças e para que os adultos as ouçam e tornem a suas ideias reais”, destacou um vídeo oficial.

Olafur Eliasson, que passou recentemente por Serralves, no Porto, com uma exposição, admite que, mais do que uma aplicação, a ‘Earth Speakr’ é uma peça artística.

A aplicação está disponível nas 24 línguas oficiais da União Europeia e é gratuita. Algumas mensagens serão transmitidas no Parlamento Europeu em Bruxelas e em Estrasburgo.

https://earthspeakr.art/en/

GIRA POR LA INFANCIA

Setembro 28, 2020 às 8:41 am | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

Gira por la Infancia é um projeto internacional que após 4 edições no formato presencial, apresenta a sua primeira edição em modo virtual. O objetivo do projeto é criar uma cultura de bom trato através da participação infantil. Até ao momento, configurou-se como uma plataforma onde profissionais de diferentes partes do mundo partilharam as suas experiências nesta área. Da mesma forma, crianças e adolescentes têm realizado atividades de participação tais como, fóruns de políticas sociais e a caravana do bom trato. A Gira por la Infancia é uma aposta firme para o desenvolvimento de ações de âmbito social e político a favor dos direitos fundamentais da infância e adolescência.

Saiba mais sobre este Projeto aqui.

OMS recomenda que todas as crianças a partir dos 12 anos usem máscara tal como os adultos

Setembro 28, 2020 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Público de 21 de agosto de 2020.

Recomendação é feita em particular para situações em que não é possível garantir o distanciamento físico de pelo menos um metro e meio e quando há um surto numa determinada zona.

Lusa

As crianças a partir dos 12 anos devem usar máscara nas mesmas condições que os adultos para se protegerem da infecção da covid-19, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgadas esta sexta-feira.

O uso de máscara é recomendado a partir desta idade em particular quando não é possível garantir o distanciamento físico de pelo menos um metro e se a transmissão da doença se generalizou numa determinada zona.

De acordo com as recomendações, os menores até aos cinco anos não devem ser obrigados a usar máscara, tendo em conta “a segurança e o interesse global da criança” e “a sua capacidade em utilizar uma máscara correctamente com uma assistência mínima”.

Para as crianças entre os 6 e os 11 anos, a OMS aconselha o uso de máscara em linha com diversos factores, como os níveis de transmissão da infecção na zona onde residem e a sua capacidade em utilizá-la correctamente e com toda a segurança.

Outros factores a considerar são o acesso que as crianças têm às máscaras, a possibilidade que possuem de as lavar ou substituir, por exemplo nas escolas, a supervisão adequada por parte de um adulto, os eventuais impactos na aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial e o relacionamento com pessoas expostas a um risco acrescido de doença grave, como os idosos.

O uso de máscara não é obrigatório para as crianças que tenham perturbações no seu desenvolvimento, deficiências ou outros problemas de saúde, devendo a avaliação ser feita caso a caso.

As crianças ficam isentas de usar máscara quando praticam desporto ou uma actividade física como correr, saltar ou brincar num parque infantil.

As máscaras, quando o seu uso é aconselhado, podem ser de tecido se a criança for saudável, mas o adulto terá de se certificar que a mesma tem o tamanho adequado e que cobre suficientemente o nariz, a boca e o queixo.

As recomendações da OMS para o uso de máscaras nas crianças resultam de informação reunida por um grupo de trabalho da organização formado por peritos internacionais.

A recomendação da OMS é a seguinte:

Advice on the use of masks for children in the community in the context of COVID-19

O segredo das crianças felizes

Setembro 27, 2020 às 2:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto do Marketeer de 17 de agosto de 2020.

Não há famílias perfeitas, não há mães, pais perfeitos, não há pessoas perfeitas. Diria que é na imperfeição que reside a beleza da espécie humana.

Não existe uma fórmula mágica para se ser um bom pai, ou uma boa mãe, cada criança, cada família, é singular e única.

No entanto, nunca pais quiseram ser tão perfeitos e nunca foi tão difícil ser pai como hoje.

Temos excesso de informação, de teorias, de “palpiteiros”, a dar o seu palpite sobre o que é melhor para cada criança. Vivemos obcecados por informação, dicas e métodos para “produzir” filhos perfeitos.

Sentimos culpa, “dedos apontados”, sensação de constantemente estar a fazer tudo errado.

Esqueça todas as dicas, que já leu ou ouviu. Elas adiantarão muito pouco, ou quase nada, se não se dedicar a algo que considero fundamental.

Calma, vou contar-lhe…

O segredo das crianças felizes é apenas amar.

Simplesmente amor

Quando ama evita a comparação entre as crianças, aceita-as tal como são. Percebe que cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento, o seu tempo e as suas capacidades.

Amar pressupõe valorizar aquilo que a criança é, tem e sabe. Não reiterar o que não sabe ou de como não faz conforme imaginou.

Amar implica conversar, e conversar é prevenir. A conversar, a criança desenvolve o sentido crítico, o raciocínio lógico, a empatia, a capacidade de tolerância à frustração. Conversar implica falar com a criança, mas sobretudo escutá-la.

Amar pressupõe dizer não, pressupõe regras e limites claros. Implica ser realista e com paciência e tranquilidade explicar as consequências dos seus actos. Ser firme e consistente.

Estar atento ao outro, às suas necessidades e comportamentos é também uma forma de expressar que ama.

Amar implica respeitar o outro, praticar a empatia, reconhecer que a violência nunca é solução para resolver qualquer conflito.

Procurar o bem-estar do outro, independentemente do que tal significa para mim, da ansiedade que causa, é também sem dúvida uma forma de amar.

Por fim, amar pressupõe reconhecer que o outro é diferente de si próprio. A sua dor é uma e a da criança é outra. A sua vida é sua, a da criança é a dela. Não queira que ela repita a sua história, nem queira poupá-la das dores que viveu. Viva a sua vida e potencie e estimule a vida da criança.

Em mente tenha sempre que as crianças, em muitos momentos, vão ficar tristes, inseguras, angustiadas, com raiva, confusas, com medo…

Vão cometer erros, fracassar, ter momentos muito difíceis. Mas, nada disso, ocorre por culpa dos pais, acontece porque são seres humanos, e o sofrimento está-lhes inerente.

Lembre-se que a felicidade é um estado, o que significa que não temos de estar sempre felizes e, o mais importante, não é um direito, mas sim um dever.

Tão simples, o segredo das crianças felizes é simplesmente saberem que são amadas. Ame!

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