CONFERÊNCIA DE IMPRENSA: FNE-AFIET, CONFAP, ANDAEP, IAC e Ordem dos Psicólogos apresentam “Observatório da Convivência Escolar”

Março 29, 2024 às 12:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social | Deixe um comentário
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Comunicado de imprensa da FNE de 20 de março de 2024.

A FNE – Federação Nacional da Educação, a AFIET – Associação para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho, a CONFAP – Confederação Nacional das Associações de Pais, a ANDAEP – Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, a Ordem dos Psicólogos e o IAC – Instituto de Apoio à Criança, realizam no próximo dia 22 de março de 2024, 6ª feira, pelas 10h00m, uma conferência de imprensa para apresentação de uma iniciativa conjunta designada como “OBSERVATÓRIO DA CONVIVÊNCIA ESCOLAR”.

Esta conferência de imprensa vai realizar-se nas instalações da FNE no Porto – Rua Pereira Reis, 399, e vai contar com a presença do Secretário-Geral da FNE, Pedro Barreiros, de Mariana Carvalho – Presidente da CONFAP, Filinto Lima – Presidente da ANDAEP e João Dias da Silva – Presidente da AFIET.

Estas organizações têm vindo a verificar que nas nossas escolas continua a registar-se um número significativo de situações que põem em causa a qualidade do ambiente escolar e que, em sala de aula, prejudicam as condições de desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, a que se acrescentam, por vezes, a violência e as agressões físicas e verbais.

Estamos perante um aumento confirmado dos casos de indisciplina nas escolas, muitos deles denunciados junto destas instituições, com os muros das escolas a fazerem com que não passem para o foro do conhecimento público.

O Observatório da Convivência Escolar integrará no âmbito da sua intervenção, entre muitas outras medidas, o acompanhamento do recurso ao bullying e ao ciber-bullying, os quais assumem hoje nas escolas uma dimensão que não pode ser ignorada, uma vez que se traduzem em comportamentos dolorosos e de difícil controlo.

Este Observatório pretende assim contribuir para que se promova nas nossas escolas um ambiente onde as crianças e os jovens possam aprender e os professores e os trabalhadores da educação possam realizar as suas tarefas educativas, em condições promotoras das aprendizagens, num contexto saudável e seguro.

Porto, 20 de março de 2024

FNE-AFIET, CONFAP e ANDAEP

Ciberbullying está a aumentar e a ‘deixar de rastos’ centenas de crianças e jovens

Novembro 26, 2023 às 4:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Diário de Notícias de 16 de novembro de 2023.

Isabel Laranjo

Os últimos dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima indicam que são as crianças e jovens as principais vítimas de bullying, que acontece sobretudo na escola. A Internet espalha o fenómeno e torna-o mais perigoso.

A situação é cada vez mais preocupante em Portugal com os casos aumentarem exponencialmente. “Tem havido um aumento significativo deste fenómeno no nosso país. Em 2020 recebemos 42 queixas; em 2022 atendemos 118 vítimas. Isto representa um aumento de 181% em apenas dois anos”, alerta Patrícia Ferreira, psicóloga e membro da Associação de Apoio à Vítima (APAV).

E estes dados são um dos alertas que a semana anti-bullying, que decorre até domingo, quer fazer sob o lema “Faça barulho sobre o bullying”. A ideia surgiu na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, através da associação Anti Bullying Alliance, e pretende que professores, pais e jovens reflitam sobre o assunto.

A psicóloga da APAV — uma das associações em Portugal aderem a esta iniciativa — caracteriza o bullying para uma melhor compreensão do problema, que afeta sobretudo crianças e jovens entre os 11 e os 17 anos, numa percentagem de 55,1% dos casos. “O bullying consiste em comportamentos de agressão entre pares e com uma continuidade no tempo. Depois, pode haver violência física, verbal, social e outro registo, que tem vindo a aumentar muito, sobretudo desde a pandemia, que é o ciberbullying e que perturba muito mais as vítimas”.

É à Internet que, muitas vezes, vão parar vídeos de agressões entre jovens e até mesmo imagens de crianças ou adolescentes despidos ou em práticas de cariz sexual. “O problema torna-se muito maior, porque nestes casos em vez de haver apenas um ou dois espetadores da situação podem ser milhares”, observa Patrícia Ferreira. “Há estudos nacionais e internacionais que dão conta, de facto, deste aumento do ciberbullying desde a pandemia e, nestes casos, a vítima fica ainda mais exposta e fragilizada. Pode até, em certos casos, deixar de querer ir à escola porque se sente extremamente triste e envergonhada e não tem coragem de voltar ao local onde foi agredida”. Ao contrário, nos casos de bullying que ficam circunscritos a apenas um local, normalmente a escola, Patrícia Ferreira esclarece que depois de a situação acontecer “a criança volta para casa e sente que está num local seguro. Sente-se melhor e depois acaba por regressar à escola. Já com a dimensão que pode alcançar o ciberbullying, que toma proporções enormes e imprevistas, as consequências a nível psicológico são gravíssimas para as vítimas. E basta acedermos às redes sociais para verificarmos que, de facto, estas situações estão em ascensão”.

As principais vítimas de bullying são as raparigas, com 51,1% dos casos. As agressoras são, normalmente, outras miúdas e, neste caso, as agressões são “sobretudo verbais e psicológicas”. Entre rapazes “o bullying é mais físico”, acrescenta a psicóloga da APAV.

O concelho de Lisboa é o mais afetado do país, segundo os dados do último relatório da APAV, referentes ao biénio 2020/22, com uma prevalência de 29,1% dos casos. Só neste ano, que ainda não acabou, já foram reportados à Guarda Nacional Republicana (GNR), em todo o país, 140 casos, que incluem bullying e ciberbullying.

A maior parte das vítimas ainda é de nacionalidade portuguesa, em 81,1% dos casos. Porém, não é de desprezar a percentagem restante, de 18,9% de vítimas estrangeiras, numa altura em que nalgumas escolas, sobretudo nos grandes centros urbanos, o número de alunos estrangeiros também aumentou. Dos casos reportados à APAV, houve cinco vítimas oriundas do Continente Americano, uma africana e uma asiática. Em 13 casos não foi divulgada a nacionalidade da vítima e em 97 situações a vítima é portuguesa.

Os casos de bullying acontecem “sobretudo em ambiente escolar e no segundo ciclo do ensino básico”. Apesar de tudo, a maior parte das situações acompanhadas pela APAV “são de violência verbal. Mas, sem dúvida, que o ciberbullying é cada vez mais preocupante e estamos muito atentos a essa situação, no nosso país, mas também no resto do mundo”, assume a psicóloga Patrícia Ferreira.

São sobretudo os pais que devem tomar as rédeas do problema. “A melhor maneira de ajudar uma criança ou jovem que esteja a ser vítima deste tipo de agressões é ouvi-la e validar o que a criança conta, não julgando. Depois, os pais devem entrar em articulação com a escola, através dos diretores de turma e, posteriormente, o processo deverá seguir para a direção da escola, para que sejam tomadas medidas”, explica Patrícia Ferreira. A psicóloga avisa que “a criança deve ser ensinada a não mostrar medo mas também a não responder com mais violência. Ou seja, mostrar ao bully que não tem receio e que tem, a seu lado, pessoas que a podem apoiar”. As vítimas são, de forma geral, “miúdos com baixa autoestima, inseguros, fragilizados e tímidos”.

Do lado dos agressores, por estranho que possa parecer, o perfil é idêntico. “Normalmente, têm o mesmo tipo de características. Também têm baixa autoestima, por exemplo, e veem no bullying uma forma de exercer poder sobre os outros e, sobretudo, de chamar a atenção sobre si próprios. São, por norma, crianças com problemas de comportamento sérios e, elas próprias, precisam de ajuda”. Por isso, Patrícia Ferreira aconselha os pais dos agressores a tomarem uma atitude, para bem dos seus filhos. “Devem procurar ajuda. Essas crianças também não estão bem, sobretudo em termos de gestão emocional e da frustração. É por isso que se geram estes comportamentos agressivos”, conclui.

Estou a ser vítima de bullying ou estou a ser bully? Checklist para crianças e jovens

Novembro 20, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Dia internacional destaca conexão entre bullying escolar, saúde mental e aprendizado

Novembro 14, 2023 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 2 de novembro de 2023.

Data marca reconhecimento de que a violência relacionada à escola em todas as suas formas é uma violação dos direitos das crianças e adolescentes à educação e à sua saúde e bem-estar; casos de bullying, incluindo o cyberbullying afetam crianças e jovens em todo o mundo

Um número significativo de crianças e adolescentes em todo o mundo enfrenta violência e bullying escolar, incluindo o cyberbullying. Os impactos se refletem na saúde, bem-estar e educação. 

Por isso, os Estados Membros da Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura, Unesco, declararam a primeira quinta-feira de novembro o Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, incluindo o Cyberbullying.

Saúde mental e aprendizagem

Em 2023 a data ocorre neste 2 de novembro e marca o reconhecimento de que a violência relacionada à escola em todas as suas formas é uma violação dos direitos das crianças e adolescentes à educação e à sua saúde e bem-estar. 

O tema deste ano é “Não há lugar para o medo: Acabar com a violência escolar para melhorar a saúde mental e a aprendizagem.” 

A preocupação global com a saúde mental e o bem-estar dos alunos continua crescendo, especialmente após a pandemia da Covid-19 e o seu enorme impacto sobre os alunos. 

Sensibilização e prevenção

A Unesco defende que as escolas devem ser ambientes seguros e de apoio para estudantes e professores, mas as evidências mostram que em muitos casos se tornam espaços onde a violência e o bullying afetam a todos. 

Neste Dia Internacional contra a violência e o bullying nas escolas, incluindo o cyberbullying, as instituições educacionais são incentivadas a realizar atividades para aumentar a sensibilização sobre a prevenção da violência no ambiente escolar e a trabalhar em conjunto para torná-lo mais seguro para todos os alunos.

A ONU apela aos Estados-Membros, parceiros, organizações internacionais e regionais, bem como à sociedade civil, incluindo organizações não governamentais, indivíduos e outras partes interessadas, para ajudarem a promover, celebrar e facilitar o dia internacional.

Mais informações:

International day against violence and bullying at school including cyberbullying

Planos de Prevenção e Combate ao Bullying e Ciberbullying, e Violência em Portugal: Recursos Auxiliares

Outubro 26, 2023 às 8:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social, Recursos educativos | Deixe um comentário
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Artigo de opinião publicado no Jornal do Centro de 20 de outubro de 2023.

Bullying Não!!

GNR registou 140 crimes de ‘bullying’ e ‘cyberbullying’ em contexto escolar

Outubro 20, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Correio da Manhã de 20 de outubro de 2023.

LUSA

Autoridade desenvolveu 1.285 iniciativas de sensibilização de combate à violência em contexto escolar.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou 140 crimes de ‘bullying’ e ‘cyberbullying’ no ano letivo 2022/2023, uma problemática que motiva a força de segurança a desenvolver ações de sensibilização de combate à violência em contexto escolar, foi esta sexta-feira anunciado.

Em comunicado, a GNR refere que, no âmbito das suas competências em matéria de prevenção criminal, desenvolveu 1.285 iniciativas de sensibilização no ano letivo passado.

Estas ações foram direcionadas a 52.652 crianças, jovens e adultos, maioritariamente em contexto escolar.

“No mesmo ano letivo, a guarda registou 140 crimes, envolvendo ‘bullying’ e ‘cyberbullying'”, resume a GNR, que apresenta estes dados provisórios no Dia Mundial de Combate ao Bullying.

Com estas ações a GNR “pretende alertar e sensibilizar a população em geral e, em particular, as crianças e jovens”, numa “estratégia de consciencialização que visa contribuir para a mudança de comportamentos da sociedade e para a progressiva intolerância social face à violência nas escolas”.

Recordando que “a violência ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas esconde ou evita a denúncia da agressão sofrida”, a GNR sublinha que “esta sensibilização é extensível aos pais, professores e funcionários pelos sinais de alerta que devem procurar denunciar e saber reconhecer, no contexto escolar e em ambiente familiar”.

Considera-se ‘bullying’ um conjunto de atos de violência física ou psicológica, intencionais e reiterados, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia nas vítimas.

Atualmente, e associado às redes sociais, o ‘bullying’ tem assumido novos contornos, dando origem à vertente virtual do ‘cyberbullying’.

Os sinais de alerta são silenciosos e podem estar associados a alterações de humor, abatimento físico ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, queixas físicas permanentes como dores de cabeça e de estômago, perturbações no sono e nódoas negras, bem como irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento.

“Pese embora o ‘bullying’ não se encontrar tipificado na legislação penal como crime, o mesmo está associado a vários crimes, tais como crimes de ofensas à integridade física, injúrias, ameaça e coação, correspondendo os dois primeiros aos comportamentos mais frequentes”, descreve a GNR.

Nas suas ações, pode ler-se no comunicado, a guarda procura promover campanhas, com temas associados à violência, à cidadania e à não-discriminação, aos direitos humanos e direitos da criança ou a regras quanto à utilização da internet.

“A GNR possui militares com formação especializada, que desempenham um papel essencial no acompanhamento personalizado às vítimas, encarregando-se de encaminhar as mesmas para outras instituições com competência neste âmbito”, indica.

Encontro “Bullying e Cyberbullying – Um Medo que dói” 29 novembro em Ovar

Outubro 18, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Mais informações aqui

O bullying é uma questão de saúde! Afeta um em cada quatro alunos/as

Outubro 6, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Texto do SNS 24

O que é o bullying?
O bullying é uma forma de violência que corresponde a comportamentos agressivos, intencionais e repetidos, exercidos por uma criança, jovem, ou grupo – bully ou bullies – contra outra que não tem possibilidades de se defender.

O bully é uma forma de crime e um problema de direitos humanos. Tanto raparigas, como rapazes podem ser bullies ou vítimas.

Quais são as características do bullying?
As características do bullying são:

relação violenta que ocorre entre pares
desequilíbrio de poder entre quem agride e quem é agredido
repetição e continuidade dos comportamentos agressivos
intencionalidade dos comportamentos agressivos, com o objetivo de assustar, magoar, humilhar e intimidar a vítima
provoca sérios danos nas vítimas
fenómeno universal e transversal a diferentes países, culturas, géneros, estratos sociais
Que formas de agressão são típicas do bullying?
Existem vários comportamentos agressivos típicos de uma situação de bullying, tais como:

violência física: bater, arranhar, pontapear, empurrar, cuspir, roubar ou destruir bens, cercar, perseguir
violência verbal: provocar, insultar, ameaçar, gritar, humilhar, inferiorizar, troçar determinadas características físicas, forma de vestir, etc.
violência relacional/social: excluir de um grupo, espalhar boatos, rumores e mentiras
violência sexual: assediar, obrigar a práticas não consentidas, toques indesejados, fazer comentários ofensivos de cariz sexual
cyberbullying: espalhar boatos ou mentiras, insultar alguém através das redes sociais, chats, email, SMS ou telefonema, criar perfis falsos da vítima
bullying homofóbico e transfóbico: discriminar tendo por base preconceito em relação à orientação sexual, identidade e expressão de género e/ou características sexuais de outra pessoa, revelar ou ameaçar contar segredos ou informações pessoais sobre a sexualidade da vítima, denegrir a imagem, fazer comentários ou piadas ofensivas
O que é o cyberbullying?
O cyberbullying corresponde à intimidação/agressão que ocorre por recurso a formas de comunicação eletrónica e internet, envolvendo a publicação em redes sociais, chats ou envio de qualquer tipo de mensagens eletrónicas, incluindo fotos ou vídeos, com o objetivo de assediar, ameaçar ou ter como alvo outra pessoa.

O bullying é algo normal do “ser criança”?
Não. Embora os casos de bullying sejam frequentes, principalmente em contexto escolar, não podem ser considerados normais do “ser criança”.

Atualmente, um em cada quatro alunos é vítima bullying e está em risco de desenvolver outras complicações.

Para que estes casos se resolvam da melhor forma e sejam minimizados os impactos negativos nas vítimas, é importante contar com o apoio e compromisso de todos (professores, funcionários, direção da escola, encarregados de educação, colegas, comunidade, etc.).

Uma situação de bullying não pode ser ignorada, sob o risco de se agravar e trazer sérias consequências, tanto para quem é vítima, como para quem agride.

Quais são as consequências deste tipo de violência?
Uma vítima de bullying tem um risco aumentado de sofrer as seguintes complicações:

  • lesões físicas
  • lesões autoinfligidas
  • problemas físicos: dores de cabeça, de barriga, tonturas
  • problemas no sono e na alimentação
  • mudanças de humor, comportamento
  • perturbações psicológicas, como ansiedade, depressão
  • insucesso escolar
  • ausência e abandono escolar
  • tendência para o isolamento social
  • dificuldade em estabelecer relações com os outros
  • dificuldade na tomada de decisão académica/profissional
  • continuidade de experiências enquanto vítima no futuro ou, em certos casos de agressor/a
  • comportamentos de risco que comprometem a saúde, como abuso de substâncias
  • nos casos mais graves, morte por homicídio ou suicídio


Quais são os fatores que aumentam o risco de ser vítima de bullying?
Existem algumas características que podem tornar pessoas ou grupos mais vulneráveis a situações de bullying, nomeadamente:

  • baixa autoestima
  • atitude insegura e tímida
  • isolamento social
  • dificuldades em estabelecer relacionamentos
  • na opinião de quem agride, ser diferente da maioria ou do grupo, como vestir-se de forma diferente
  • população LGBTI – Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo
  • problemas de saúde físicos, psíquicos ou comportamentais
  • condição de dependência e/ou deficiência
  • ter dificuldades
  • económicas
  • em pedir ajuda
  • linguísticas, por exemplo nos casos de imigração
  • contexto familiar agressivo ou problemático


No entanto, há crianças bullies que implicam com qualquer pessoa que consideram mais “fraca”, aproveitando-se da sua vulnerabilidade: seja porque tem melhores ou piores notas, excesso ou défice de peso, pela aparência, ou qualquer outro motivo.

Que sinais podem indicar que uma criança faz bullying a outra?
Habitualmente, um bully apresenta os seguintes comportamentos:

  • necessidade de dominar os outros
  • atitudes agressivas
  • temperamento irritável e impulsivo
  • tendência para resolver os problemas com violência
  • dificuldade em obedecer a regras
  • mentira frequente
  • oposição à autoridade de pessoas adultas (como pais e professores)


Como reconhecer que uma criança está a ser vítima de bullying?
Pode ser difícil identificar uma vítima de bullying, no entanto, existem alguns sinais de alerta, nomeadamente:

  • ansiedade, nervosismo, tristeza ou medo
  • dores físicas ou feridas e nódoas negras não explicadas
  • dificuldade de concentração nas aulas
  • aumento da irritabilidade
  • ansiedade no momento de ir para a escola
  • mudanças de humor e comportamento
  • “desculpas” para não ir à escola
  • afastamento dos amigos e isolamento
  • alterações do sono e do apetite
  • roupa ou materiais danificados
  • escolha de um percurso alternativo para ir e voltar da escola
  • pedir mais dinheiro ou roubar
  • receio em usar telemóvel/computador/tablet
  • parecer não ter muitos amigos


Acho que o meu filho é vítima de bullying. O que devo fazer?
É importante passar às crianças a mensagem de que o bullying não é aceitável e que ao alertarem para um caso estão a ajudar várias pessoas na mesma situação.

Ver um/a filho/a a sofrer bullying pode ser um processo doloroso e revoltante. É um momento que deve ser gerido com muita sensibilidade e com o objetivo minimizar os impactos negativos da situação e de desenvolver autoconfiança.

Assim, sugerem-se as seguintes recomendações:

  • falar abertamente sobre o assunto com a criança/jovem
  • ouvir atenta e calmamente o que tem para dizer e fazer perguntas para que desenvolva a conversa, mas respeitando o seu tempo
  • dar conforto e apoio
  • transmitir segurança e confiança no que é dito
  • não incentivar comportamentos agressivos como vingança (a violência nunca é solução)
  • marcar uma reunião com o/a diretor/a de turma ou psicólogo/a da escola
  • ensinar estratégias de segurança:
  • ignorar o bully com indiferença
  • manter a indiferença e mostrar sentimentos de confiança
  • ser assertivo e dizer ao bully para parar com o seu comportamento
  • evitar situações de confronto com o bully
  • frequentar locais com muita gente
  • andar sempre acompanhado/a
  • contar a uma pessoa adulta se algo acontecer
  • se necessário, procurar ajuda de um/a psicólogo/a ou de um profissional de saúde mental para garantir que o/a seu filho/a é acompanhado/a para não desenvolver ou agravar algum tipo de ansiedade, trauma, ou outra perturbação
  • dar dicas de segurança e proteção online e acompanhar a utilização
  • ajudar a desenvolver competências da comunicação interpessoal
  • proporcionar experiências de êxito e sucesso ao filho/a, reforçando a sua autoestima


Sou vítima de bullying. O que devo fazer?
É muito importante que uma vítima de bullying conte o que se está a passar a uma pessoa adulta de confiança, de forma ser protegida e apoiada.

Este é um ato corajoso que, não só vai ajudar a vítima, como outras crianças possam estar na mesma situação. É natural sentir insegurança e medo, no entanto, estas situações não podem permanecer em silêncio.

Para além disso, é recomendado que evite o confronto com o bully, mas caso isso não seja possível deve:

  • procurar manter a calma
  • mostrar atitude corajosa e confiante (ainda que não se sinta assim)
  • encorajar o bully a ir embora ou ignorar
  • se o/a incomodar, ser assertivo/a e dizer para parar
  • procurar um lugar mais seguro
  • pedir apoio imediatamente se algo acontecer


Outras recomendações:

  • evitar andar sozinho/a ou por zonas isoladas
  • andar acompanhado/a e frequentar ambientes mais movimentados
  • evitar sentir culpado/a por ser alvo deste tipo de agressão


E se o bully ameaçar divulgar situações da minha vida privada?
Se alguém ameaçar divulgar informações, fotografias ou vídeos de outra pessoa, sem consentimento, é importante bloquear o bully e contar rapidamente a uma pessoa adulta (professor/a, direção da escola, pais, encarregados/as de educação, ou psicólogo/a).

Pode ainda procurar as autoridades de segurança (por exemplo, a Escola Segura), pois estamos a falar de ações que são crime. É importante não eliminar as informações e conversas, pois podem valer de prova em tribunal.

Quais as razões que podem impedir as crianças de contar a alguém que estão a ser vítimas?
Muitas vezes, as vítimas de bullying sofrem em silêncio e não procuram ajuda porque:

  • são ameaçadas
  • acham que o problema se pode agravar sem que haja uma solução
  • têm vergonha da vulnerabilidade
  • têm medo de ser vistas como “queixinhas”, “fracas” ou cobardes
  • receiam que não acreditem nelas, que desvalorizem ou culpem da situação
  • sentem-se culpadas pelo que aconteceu (induzir culpa na vítima é uma estratégia do bully)
  • têm baixa autoestima e sentem-se incapazes de procurar apoio


Assim, é importante prestar atenção aos sinais, pois nem sempre são evidentes ou revelados por quem é vítima.

Porque é que há crianças bullies?
Existem vários fatores que podem influenciar uma criança a agressiva:

  • necessidade de se impor e demonstrar poder sobre os outros
  • baixa autoestima
  • ter sofrido bullying por outras crianças ou agressão por pessoas adultas (e copiam esses comportamentos)
  • necessidade de atenção
  • associação da agressividade à popularidade
  • falta de sensibilidade e compreensão em relação à dor e sentimentos dos outros


Contudo, estes motivos não são justificação para permitir que uma criança tenha comportamentos agressivos contra outra. É importante identificar a origem do problema e apoiar de forma a prevenir a continuidade da violência.

O meu filho é agressivo para os colegas. O que devo fazer?
Se reconhece comportamentos agressivos do/a seu filho/a contra os colegas, deve intervir para evitar a continuidade e escalada da violência.

É importante fazer com que a criança/jovem que agride tome consciência dos seus atos e dos impactos negativos e queira parar. Por isso, deve frisar que o bullying não é aceitável e explicar os impactos negativo que tem tanto para o/a outro/a, como para si. Os bullies são crianças e jovens com maior probabilidade de comportamentos antissociais e criminosos quando adultos (delinquência, violência no namoro, violência doméstica).

Recomenda-se a seguinte abordagem:

  • evitar minimizar o problema
  • ter uma atitude ativa para fazer face ao problema
  • mostrar de forma clara que a violência não é uma forma de agir e que é intolerável
  • conversar abertamente e identificar os motivos que despertam esses comportamentos agressivos na criança
  • ajudar a desenvolver competências da comunicação interpessoal e de lidar com as mais diversas situações
  • olhar para os seus próprios comportamentos e ser um exemplo
  • incentivar a pedir desculpa e explicar que isso não é um ato de humilhação, mas sim de humildade e dignidade
  • ajudar a colocar-se no lugar do outro e ser mais empático/a
  • explicar existem consequências negativas para as suas ações e que estas existem para a vivência em segurança na sociedade (como processo disciplinar, processo-crime)
  • não recorrer a castigos físicos que apenas reforçam que a violência é uma forma de agir na relação com o/a outro/a
  • procurar passar mais tempo de qualidade com o/a seu filho/a e acompanhar as atividades e companhias
  • estabelecer regras clara e garantir que as cumpra, reforçando e elogiando o comportamento adequado
  • procure apoio de um/a psicólogo/a e/ou de profissional de saúde mental


Onde podem as vítimas e os bullies pedir ajuda?
Os serviços de saúde podem ajudar tanto as vítimas como os bullies. A violência é um problema que traz sérias consequências para a saúde física e mental, pelo que a sua prevenção faz parte da missão do Serviço Nacional de Saúde.

Nos centros de saúde ou nos hospitais, pode pedir apoio junto da sua equipa de saúde, e também existem equipas especializadas que podem apoiar:

  • Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco
  • Núcleos Hospitalares de Apoio a Crianças e Jovens em Risco

Para apoio especializado em saúde mental, consulte os contactos disponibilizados pelo Serviço de Saúde Mental do Hospital da sua região – Infância e Adolescência.

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

5 dicas para ajudar a prevenir o cyberbullying

Julho 27, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Bullying e direitos das crianças e jovens: precisamos de um novo 25 de abril

Abril 27, 2023 às 8:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social | Deixe um comentário
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publico

Artigo de Opinião publicado no Público de 21 de abril de 2023.

Não existem “ex-vítimas”! As marcas físicas ou mesmo que realizadas “virtualmente” através dos dispositivos digitais nunca são virtuais, são bem reais, com impacto significativo nas suas vidas.

Luís Fernandes

No mês em que se assinala a liberdade, a prevenção dos maus tratos na infância e o dia de sensibilização para o cyberbullying, 21 de abril, parece-me oportuno que nos unamos no objetivo de prevenir, combater e intervir nos comportamentos de bullying cyberbullying em idade escolar.

Há vários anos que quem tem a causa antibullying como um propósito de vida defende a realização urgente de um diagnóstico nacional dos comportamentos de bullying cyberbullying, procurando ter-se uma visão geral do país, mas também de cada distrito, concelho, agrupamentos de escolas e outros estabelecimentos não agrupados, como acontece em alguns casos no continente e nas escolas da Madeira e Açores, até porque, como sabemos, com a delegação de competências na área da educação nas autarquias, termos estes dados concretos, representativos e realistas, permitirá realizar intervenções mais específicas e coincidentes com cada contexto e/ou situação.

Sabermos quais os reais índices dos comportamentos agressivos entre pares e em que regiões são mais significativos, avaliarmos quais os tipos de bullying mais comuns, em que anos de escolaridade são especialmente frequentes, assim como conhecer quais os programas antibullying que possam já existir no terreno, como os do Projeto Bullying.pt, o da Associação No Bully Portugal ou o Programa Escola Sem Bullying, Escola Sem Violência, desenvolvido pela Direção Geral de Educação (DGE) em todo o país e de que forma(s) estamos todos a trabalhar no terreno nestas problemáticas, é algo fundamental e imprescindível nesta complexa missão de criarmos uma nova visão no que respeita à intervenção no bullying cyberbullying em idade escolar.

É igualmente importante sabermos quais as taxas deste tipo de comportamentos nos clubes desportivos e/ou associações culturais ou outras organizações que trabalhem na área da infância e juventude, como são as casas de acolhimento residencial ou os centros educativos e que nos ajudem a criar e dinamizar projetos locais (pelo menos a nível concelhio), com base em dados recolhidos pela investigação, criando-se estratégias de prevenção, combate e intervenção nestes domínios que resultem numa maior colaboração e articulação com as estruturas centrais, como é o caso de alguns ministérios e serviços nas áreas da educação, saúde, administração interna, justiça ou outras entidades como o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o Instituto de Apoio à Criança (IAC) ou a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens (CNPDPCJ).

Pode parecer-vos excessivo ou até despropositado “misturar” prevenção e combate ao bullying cyberbullying e falar num novo 25 de abril, mas se pensarmos que tais comportamentos agressivos têm uma dimensão significativa, já que afetam uma em cada três crianças e jovens em idade escolar, talvez já não pareça tão exagerado. Não devemos esquecer que as vítimas de bullying cyberbullying são os nossos filhos, sobrinhos, netos, alunos e muitas vezes quando estão a ser agredidos, verbal ou fisicamente, humilhados, ameaçados, postos de parte, expostos nas redes sociais, mesmo que em grupos restritos, estão perto de nós, por vezes no caso do online até podem estar no banco de trás do carro ou na assoalhada ao lado de onde estamos a ver a série televisiva da moda ou a responder a e-mails do trabalho, também nós agarrados a um qualquer dispositivo digital, esquecendo-nos que as nossas crianças e jovens “perdem-se” muitas vezes em casa, obviamente estamos a falar de risco ou mesmo perigo no que respeita aos direitos dos mais novos.

Quero também deixar-vos um alerta. Não existem “ex-vítimas” de bullying cyberbullying! As marcas físicas ou mesmo que realizadas “virtualmente” através dos dispositivos digitais nunca são virtuais, são bem reais, com impacto significativo nas suas vidas, afetando ou mesmo hipotecando o seu desenvolvimento integral, condicionando o seu futuro, pessoal, familiar, social e profissional.

Outra questão importante é que os agressores deixem de ser vistos como “órfãos de pais e mães vivos”, ou seja, quem protagoniza este tipo de comportamentos agressivos entre pares não são apenas os “filhos dos outros”, muitas vezes as “más companhias” são os nossos e como tal, devemos agir em conformidade com esta evidência. É verdade que muitas vezes é um choque para as famílias verem os seus como agressores, até sabendo que esses comportamentos não coincidem com a educação e valores que lhes foram transmitidos, mas nas idades em que são mais comuns, principalmente entre os 13 e 15 anos, a pressão dos pares para que alguns adolescentes tenham determinada atitude, quase sempre como uma “prova” para serem melhor “vistos” pelos amigos ou se sentirem mais “enturmados”, é enorme e nestas faixas etárias mais valorizado do que a aceitação familiar é existir a validação dos amigos.

Quando se fala na necessidade de um novo 25 de abril é porque, apesar de estarmos todos cada vez mais informados e familiarizados com as questões do bullying cyberbullying, persiste uma cultura de enorme tolerância e aceitação social, achando que quem tem este tipo de comportamentos são (sempre e apenas) crianças e jovens de bairros socialmente problemáticos, com evidentes problemas financeiros ou cujas famílias não estão devidamente empenhadas no ato de educar, negligenciando-os ou simplesmente passando-lhes valores desajustados a uma vida sã em sociedade. Por outro lado, também existe a ideia de que as vítimas são, na sua maioria, os miúdos mais tímidos e “bem comportados”, com melhores resultados escolares, com menos jeito para o desporto ou ainda com alguma caraterística física que o distinga mais dos pares. Nada mais errado.

bullying cyberbullying existem à escala mundial, em todas as escolas, assim como em muitos outros contextos onde interagem crianças e jovens, como os clubes desportivos, as associações culturais e outros, podendo-se afirmar, num tom mais ligeiro, que estes comportamentos agressivos interpares são extremamente “democráticos”, uma vez que os seus protagonistas são oriundos de todos os estratos sociais, desde famílias vistas como mais problemáticas, assim como de agregados que não revelam especiais dificuldades financeiras ou dificuldades no que respeita às competências parentais, e finalmente, estes comportamentos agressivos são “inclusivos”, uma vez que qualquer criança ou jovem pode ao longo do seu percurso escolar, desportivo ou outro, estar envolvido em situações de bullying e/ou cyberbullying, seja como agressor, vítima ou pelo menos, no papel de observador, sendo uma das estratégias mais poderosas no que respeita à prevenção, combate e intervenção nestes domínios, a capacitação destas crianças e jovens para que sejam elementos atentos e proativos nesta missão.

Defendo há muitos anos que os mais jovens devem ser envolvidos, desde o primeiro momento, nos processos em que são eles os protagonistas, deixando de os ver como parte do problema e essencialmente como a solução, sendo este novo olhar promotor dos direitos das nossas crianças e jovens.

Tal como há quase 50 anos, precisamos de um 25 de abril, um combate que se tem de fazer diariamente e sem quaisquer tréguas protagonizado por crianças e jovens, professores, técnicos, assistentes operacionais, pais, mães e outros responsáveis legais, órgãos de gestão dos agrupamentos escolares, dirigentes desportivos e de associações culturais, toda uma comunidade, em uníssono, a uma só voz.

Deixo-vos uma reflexão final: caso este compromisso não seja devidamente assumido como uma causa nacional, como podemos falar verdadeiramente em promoção dos direitos das crianças e jovens?

O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

 

 

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