“Famílias ONLiNe: estratégias parentais para uma utilização saudável e segura das tecnologias” Formação online, 7 fevereiro

Fevereiro 3, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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É essencial ensinar as crianças a sentirem-se gratas. Mas como?

Janeiro 24, 2023 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto da Sapolifestyle de 11 de janeiro de 2023.

É imprescindível ensinarmos as crianças a praticar a gratidão, para que se tornem capazes de apreciar tudo aquilo que têm de bom em seu redor.

Sentirmo-nos gratos pelas coisas boas do nosso dia a dia e pelas nossas conquistas permite-nos alcançar níveis mais elevados de tranquilidade e de felicidade. No entanto, regra geral, optamos por focar-nos no negativo e em tudo aquilo que parecemos não ter, ou não conseguir fazer. E com as crianças acontece o mesmo, muitas vezes, parecem ser incapazes de se sentir gratas por tudo aquilo que têm e parecem estar permanentemente insatisfeitas.

Sempre que isto acontece, temos crianças mais agitadas, com níveis mais elevados de frustração e, por consequência, menos felizes. É, por isso, imprescindível, ensinarmos as crianças a praticar a gratidão, para que – gradualmente – se tornem capazes de apreciar tudo aquilo que têm de bom em seu redor e que se tornem capazes de aumentar os seus níveis de bem-estar interior.

Desta forma, para ensinar as crianças sentirem-se gratas, devemos começar por:

  • Ser um modelo para a criança – se formos capazes de ser gratos no nosso dia a dia, naturalmente, as crianças vão observar esse comportamento e tentar reproduzi-lo. Se os adultos de referência da criança se tornarem gratos, mais facilmente teremos crianças capazes de praticar a gratidão.
  • Ser grato na relação com a criança – sempre que a criança se torna capaz de realizar uma tarefa, ou que tem uma atitude que nos deixa felizes. Esse sentimento deve ser colocado por palavras, por exemplo: “estou mesmo feliz de me teres ajudado, obrigada!”, ou, “estou tão contente com as tuas boas notas, obrigada pelo teu esforço”. Ao fazê-lo, promovemos a capacidade da criança de perceber que pode gerar gratidão nos outros e de ela própria se sentir grata.
  • Construa o pote da gratidão – construa com a criança o pote da gratidão e crie o hábito de diariamente escreverem uma coisa pela qual estejam gratos. Enquanto escrevem e guardam as gratidões no pote, permitem-se a refletir sobre elas e a deixar que elas ganhem espaço no dia a dia da criança.
  • Promova momentos de interação em que a criança possa ser útil para os outros – por exemplo, oferecendo a outras crianças coisas que já não utiliza, participar em ações de voluntariado, ou simplesmente preparar uma refeição especial para alguém importante. Assim, quando a criança se sente útil para os outros, recebe a gratidão como resposta e, naturalmente, deixa-se envolver por ela.

Desta forma, enquanto a criança cresce, permitimos-lhe a apreciar aquilo que de bom tem no seu dia a dia e, de forma prática, a sentir-se grata e feliz por todas as suas conquistas e por tudo aquilo que a rodeia. Com a certeza de que uma criança grata, será sempre uma criança mais tranquila, com mais bem-estar e mais feliz.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.

Cinco frases que nunca devemos dizer aos nossos filhos

Janeiro 23, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Artigo de opinião de Clementina Almeida publicado no Público de 11 de setembro de 2022. 

A forma como falamos com os nossos filhos influencia a forma como eles veem o mundo ao seu redor e a si próprios enquanto pessoas. No limite, o “abuso verbal” crónico com humilhação, crítica ou ameaça podem causar danos na arquitetura cerebral da criança.

Clementina Almeida

Expressões que todos ouvíamos na nossa infância, do género “quando o teu pai chegar, vais ver!”, e que provavelmente muitas mães/pais ainda utilizam com os seus filhos, podem provocar muitos mais danos do que aquilo que pode imaginar.

Acredite ou não, essas frases que muitas vezes usamos sem pensar podem fazer mais mal do que bem. Desde o dia em que as crianças nascem e à medida que crescem e se desenvolvem são verdadeiras “esponjas”. Por isso, tudo aquilo que lhes dizemos fica com eles para toda a vida. Daí a importância de termos consciência desse impacto, para que possamos garantir que eles não saem feridos pelas nossas palavras.

A forma como falamos com os nossos filhos influencia a forma como eles veem o mundo ao seu redor e a si próprios enquanto pessoas. No limite, o “abuso verbal” crónico com humilhação, crítica ou ameaça (frases como “és sempre o mesmo, não fazes nada de jeito”, “podias ser um pouco mais como o teu irmão”, “se não te portas bem, vais ver o que te vai acontecer…” ou “és sempre o mesmo bebé”) podem causar danos na arquitetura cerebral da criança, levando-as a desenvolver transtornos de ansiedade, agressividade ou dificuldades nos relacionamentos sociais.

Compreendo que esteja a pensar que não tem esse género de discurso com o seu filho, mas acredite que muitas vezes não temos plena consciência do impacto não intencional de algumas coisas que dizemos.

Dou-lhe aqui alguns exemplos das consequências que algumas frases do nosso quotidiano, aparentemente sem importância, podem ter na autoestima, autoconfiança e no bem-estar emocional das crianças:

“Tu pões-me louca(o)”

Em primeiro lugar, as crianças não são responsáveis ​​pelo nosso bem-estar emocional, mas sim ao contrário. Nós, pais, somos responsáveis pelo bem-estar deles e por sermos capazes de manter a calma, mesmo quando estamos com raiva ou a sentirmo-nos frustrados com o comportamento deles.

“Não faças isso” ou “não mexas aí”

Esta frase é supercomum nos nossos discursos, mas, se pensar bem, ela não orienta a criança para o comportamento que nós queremos que ela tenha, deixando-a confusa e provocando uma onda de frustração de ambas as partes. Será sempre melhor orientar para o comportamento desejado. Por exemplo, em vez de “não te segures aí”, dizer: “Coloca as tuas mãos nos bolsos, por favor.” Ou em vez de “não batas no teu irmão” usar “as nossas mãos são para ser usadas assim” (e dar o exemplo pegando na mão da criança e fazendo festas no irmão).

“Para de chorar!”

Quando dizemos isto a uma criança, estamos a transmitir-lhe a ideia de que não devemos demonstrar as nossas emoções, que isso é errado! Até porque a infância é um tempo agitado onde as crianças recebem empurrões, caem e se magoam com alguma facilidade. E por isso naturalmente assistimos a algum melodrama que da nossa parte não justifica a constante “abertura das torneiras”. No entanto, será sempre mais positivo confortar a criança do que ridicularizar a sua dor. Vai ajudá-la a ganhar confiança e a confiar em si quando algum evento de maior lhe provocar a mesma dor.

“Tem cuidado”

Dizer isto a uma criança, quando ela está a tentar dar o seu melhor a equilibrar-se nas barras ou a tentar superar o seu medo ao entrar no mar, na verdade, só a vai tornar mais vulnerável… e, portanto, é provável que algo corra mal. Para além deste efeito a curto prazo, não podemos esquecer o facto de que as crianças (embora muitas vezes possa não parecer) se esforçam por corresponder ao que gostaríamos que elas fossem enquanto pessoas. Ouvir continuadamente “tem cuidado”, “vê lá se te magoas” ou “é melhor não, que te podes magoar” vai criar nelas uma imagem interior de si própria de alguém que não é capaz! E naturalmente vai aumentar a sua insegurança e torná-lo numa pessoa insegura no futuro. Se as aventuras do seu filho tocam na sua ansiedade e insegurança, aproxime-se dele para estar lá se ele cair, mas fique o mais quieto(a) e calado(a) possível!

“Eu bem te disse” ou “eu bem te avisei”

Na verdade, esta frase é daquelas que ninguém quer ouvir, nem mesmo os adultos! Porquê? Porque não ajuda em nada ninguém, quando algo de errado acontece. Até pode ser que esteja certo acerca do facto de ter alertado o seu filho, mas confortá-lo e estabelecer uma ligação com ele nesse momento vai contribuir para que no futuro ele não se sinta envergonhado de vir falar consigo acerca de outra coisa mais importante que lhe tenha corrido mal!

Bom, na realidade ninguém é perfeito, muito menos nós, pais! E por isso já todos nós dissemos estas e outras frases mais vezes do que as que gostaríamos de ter dito. Mas quando se sentir em “piloto automático” e perceber que vai novamente cair na tentação, respire e faça uma pausa! Mesmo que sem querer lhe saia alguma pela boca fora, peça desculpa. “Desculpa por aquilo que eu te disse” é uma frase que nunca irá fazer mal ao seu filho, tal como “eu gosto tanto de ti!”. Desta forma, ajudamo-los a desenvolver a sua auto-regulação e estamos a ajudar-nos a nós próprios e a toda a família.

Psicóloga clínica especialista em bebés e fundadora da ForBabiesBrain by Clementina. A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

 

 

Laços sociais: Somos a versão 2.0 dos nossos pais?

Janeiro 23, 2023 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Podcast da FFMS de 30 de dezembro de 2022. 

Ouvir podcast aqui

Porque é que nos sentimos responsáveis pelo sucesso ou insucesso dos nossos filhos?

Porque é que nos sentimos culpados quando não sabemos tratar um filho ‘como deve de ser’ (e, já agora, o que é isso)?

Porque é que andamos nesta cruzada da sobre-estimulação das crianças?

Queridos pais: este episódio vai ajudar-vos muito. A Ana Markl vai confessar-se uma mãe ansiosa e por isso irá fazer inúmeras questões à Luísa Lima sobre o tema que assola muitos daqueles que têm filhos: como podemos ser a versão melhorada dos nossos pais, conseguiremos ser uma versão 2.0? Vai ver que a parentalidade pode ser descomplicada e que, um dos ‘segredos’ é perceber que, na verdade … não somos assim tão determinantes da vida das nossas crianças.

 

Tertúlia Desafios da Parentalidade: “As tecnologias que nos tiram o sono” 26 janeiro em Terras do Bouro

Janeiro 20, 2023 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Como ajudar uma criança quando a doença de um irmão consome a família

Janeiro 16, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Público de 6 de janeiro de 2023. 

A doença crónica de uma criança pode ter um grande impacte nos seus irmãos saudáveis. Eis algumas formas de os pais os poderem apoiar durante um período difícil para toda a família.

Amy McHugh

A minha filha mais velha tinha 6 anos quando a sua irmã, de 4 anos, foi diagnosticada com cancro. Alguns meses após o tratamento de Emily, a enfermeira da escola telefonou-me para me dizer que Isabelle tinha molhado as calças. Do hospital, visualizei-a a comer bolachas na segurança do gabinete da enfermeira, protegida do caos doméstico.

Em casa, Isabelle estava com um pai que estava distraído com o que estava a acontecer no hospital. Tomou banhos e leu livros sem o seu ajudante favorito e tinha perdido o desejo de brincar na rua, optando por ver desenhos animados e pedindo pudim de chocolate para o jantar. “Quando é que a Emmy volta para casa?”, perguntava frequentemente.

Contudo, quando a Emily estava em casa, o que poderia ser por alguns dias ou algumas semanas, a vida não era muito melhor. A Emily precisava de injecções, medicamentos de hora a hora e visitas de uma enfermeira. Perdeu o cabelo, alimentava-se por um tubo e não conseguia andar sem ajuda. Isabelle colocou-se à margem e viu a sua família desfazer-se até que se tornou demasiado e a sua dor foi derramada nas suas calças na escola.

A experiência de Isabelle não era incomum. Num estudo recente, os irmãos de crianças com uma condição de risco de vida tiveram uma taxa 68 a 70% mais elevada de consultas, diagnósticos e prescrições de medicamentos em comparação com os irmãos de crianças sem uma condição de risco de vida.

Embora a doença crónica de um irmão possa ter um impacte significativo em crianças saudáveis (o termo para estas crianças que utilizaremos neste artigo; os especialistas utilizam a abreviatura HK, do inglês health kids), existem formas de as apoiar, que podem ser adoptadas até por pais sobrecarregados que lutam para se cuidarem a si próprios e não sabem para onde se virarem.

Não evite conversas difíceis

Antes de falar com o seu filho saudável, Becky Kennedy, psicóloga clínica e autora de Good Inside: A Guide to Becoming the Parent You Want to Be, sugere que “se lembre que vai ser difícil e que consegue lidar com coisas difíceis”. Os pais dão o tom para a forma como a situação se vai desenrolar, pelo que estar focado ajudará o seu filho saudável a sentir-se à vontade.

Quando falar com o seu filho saudável, use palavras reais, e não eufemismos. E faça uma pausa para perguntas e para perceber se está tudo bem. Eu e o meu marido cometemos o erro de dizer a Isabelle que Emily estava “doente”. A nossa intenção de a poupar à pesada palavra “cancro” criou o pânico, naquele Inverno, quando a minha mãe apanhou gripe e Isabelle pensou que ela estava “doente” como Emily.

Quando se senta para uma conversa inicial com o seu filho saudável, Kennedy sugere que se comece por aí: “Quero falar contigo sobre algo que se passa e que provavelmente nos levará a todos a ter muitos sentimentos.” Lembre-os de que não estão sozinhos e descreva como o seu dia-a-dia pode mudar devido à doença do irmão.

Muitas vezes, os pais querem evitar conversas duras para poupar dor aos seus filhos, mas pode sair-lhes o tiro pela culatra. “Os pais são os guardiões da informação”, diz Emily Holl, directora do Sibling Support Project, uma organização dedicada às preocupações de irmãos e irmãs de crianças com problemas de desenvolvimento e saúde mental. “Quando os pais retêm informações, deixam o seu HK à espera de outra inevitabilidade. A família inteira recebe o diagnóstico, e os HK precisam de saber o que esperar.”

Reconheça e valide os sentimentos

Durante anos, Isabelle deu um desconto a Emily porque a irmã mais nova tinha problemas médicos crónicos. A sua declaração de “sei que Emily está doente, mas…” fez-nos entender o conflito interior entre ser um bom soldado e coexistir com uma irmã que poderia ser má ou exigir sempre o melhor lugar no sofá.

Uma estratégia chave para ajudar as crianças saudáveis a sentirem-se vistas e a regularem as suas emoções é reconhecer, validar e permitir os seus sentimentos. Quando o seu filho saudável diz: “Estou tão zangado com a Emily porque ela recebe tanta atenção”, Kennedy sugere responder com: “Estás zangada com a tua irmã porque ela recebe muita atenção no hospital. Compreendo. Faz sentido que te sintas assim. Podes sentir-te zangada. Estou aqui para conversar.”

Os irmãos operam frequentemente a partir de um lugar de culpa, diz Holl. Lamentam o seu comportamento em relação aos conflitos normais de irmãos e não querem agitar as águas. As crianças que parecem estar bem e relutantes em falar podem ser as que mais precisam de apoio.

“Há muitas vezes muita coisa a acontecer sob a superfície, e pode ser terreno escorregadio”, alerta Holl. “Saber que eles podem ser eles próprios e ter falhas é reconfortante.”

Permita-lhes ver os seus sentimentos

Falar com o seu filho saudável pode desencadear as suas próprias emoções. Kennedy diz que não há problema. Basta explicar-lhes dizendo: “As lágrimas significam que algo importante está a acontecer no nosso corpo.” É importante enfatizar que a culpa nunca é deles quando choramos e que ainda somos os seus pais fortes que podem tomar conta deles, ressalva.

Em retrospectiva, apercebo-me que esconder as minhas emoções da Isabelle provavelmente a fez sentir-se sozinha. Fui rápida a dizer-lhe: “Está tudo bem, tu estás bem.” Sentar-me consigo na lama das emoções, em vez de tentar evitá-las, teria sido mais útil.

Chris Feudtner, um pediatra do Hospital Infantil de Filadélfia que conduziu o estudo dos irmãos, diz que é um erro tentar tirar o fardo a uma criança saudável. Em vez disso, aconselha, concentre-se em ajudá-los a crescer através da adversidade: “O trabalho de um pai não é proteger as suas HK do diagnóstico, mas sim estar com elas na situação difícil e ajudar a construir resiliência emocional.”

A psicoterapeuta Heather Genovese diz que os pais que precisam de apoio devem procurar outros adultos, membros da família ou profissionais: “Não faz mal partilhar sentimentos com os seus filhos, mas tenha cuidado para que eles não se transformem no seu terapeuta.”

Crie uma estrutura e dê tempo de qualidade sempre que possa

As crianças prosperam na estabilidade, algo que muitas vezes falta às famílias com uma criança doente. Para crianças mais novas, Kennedy sugere fazer um calendário de dias verdes (em que estará em casa), dias amarelos (não tem a certeza) e dias vermelhos (não estará em casa). Assim, saberão com antecedência que os receberá na escola na segunda-feira ou que um familiar lhes fará o jantar na terça-feira.

Partilhar um diário com o seu filho saudável pode ser uma forma de o acompanhar quando não está em casa, diz Holl. A troca de fotografias e notas pode ajudar as crianças a expor pensamentos que podem não ser capazes de expressar pessoalmente.

Encontrar tempo para estar sozinho com o seu filho saudável pode ser um desafio. Holl recomenda levá-lo quando vai ao supermercado ou incluí-lo na preparação de refeições. Isabelle ajudava-me a limpar enquanto cantávamos Taylor Swift. “Eles estão apenas felizes por estar consigo”, diz Holl, acrescentando que “esses pequenos momentos fazem uma grande diferença”.

Considere toda a família

Para algumas crianças saudáveis, os grupos de apoio podem ser uma tábua de salvação. Descobrir o que funciona é muitas vezes um processo de tentativa e erro. “Pense no que toda a família precisa em termos de apoio”, aconselha Kennedy.

Videochamadas, terapia familiar, noite de jogos, jantares temáticos e ler em família são algumas ideias. Quando passámos longas horas no andar de oncologia, conhecemos uma família cuja receita era brincar com Nerf. Ver filmes juntos era mais a nossa cena. No final do tratamento, arranjámos um cão, um Goldendoodle, que nos ajudou a todos.

Celebre todas as pequenas vitórias

Ao longo da doença de Emily, Isabelle tornou-se ferozmente protectora da sua irmã e compassiva para com as pessoas que lutam contra deficiências físicas e mentais. Ao longo do tempo, tornou-se mais aberta sobre o que sente acerca desse tempo das nossas vidas.

Se pudesse voltar atrás, teria sido mais honesta com Isabelle e mais clemente comigo. Apesar das minhas falhas, ela confiou-me o seu bem-estar e encontrou formas de satisfazer as suas necessidades. Deixei de ficar na defensiva quando um amigo ou membro da família me lembra: “As crianças são resistentes.” Com uma comunicação aberta e pequenos actos de amor, elas podem certamente ser.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução: Carla B. Ribeiro

 

Workshops de Parentalidade, de fevereiro a maio em Penamacor

Janeiro 16, 2023 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Formação online para pais e outros educadores – Quando os filhos desafiam: Como fazer? 3, 10 e 17 março

Janeiro 16, 2023 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Formação para Pais e outros Educadores – QUANDO OS FILHOS DESAFIAM: COMO FAZER? –

Fazer inscrição AQUI.

(Clicar para aceder ao questionário de inscrição.)

 3, 10 e 17 de março de 2023 (sexta-feira)

21h30m-23h00m

Formação Online

Os pais não podem querer ser os melhores amigos dos filhos. Isso é o papel dos amigos, alerta psicoterapeuta

Janeiro 5, 2023 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social, Vídeos | Deixe um comentário
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Notícia do Magg de 12 de novembro de 2022.

Ou deverão os pais assumir-se como educadores e figuras de autoridade, estabelecendo barreiras bem definidas? Uma psicóloga responde.

Corria o ano de 2004 quando a comédia “Giras e Terríveis” estreou. O filme, protagonizado por Lindsay Lohan e Rachel McAdams, parecia, à primeira vista, ser apenas mais um blockbuster de verão dirigido ao público juvenil — afinal, o argumento centrava-se num liceu e na chegada de uma nova aluna ao ambiente, por vezes cruel, do ensino secundário.

No entanto, para além de se ter tornado num filme referência para as vítimas de bullying, a comédia também abordou outro tema importante: a necessidade de muitos pais quererem ser os melhores amigos dos filhos, de forma a ficarem mais próximos. Numa cena de “Giras e Terríveis”, a personagem de Mrs.George (interpretada por Amy Poehler), mãe da vilã Regina, cai no ridículo ao usar calão, fatos de treino iguais aos das adolescentes e ainda oferecer álcool às menores numa tentativa destas a acharem a mãe mais porreira e jovem de sempre.

Esta é uma dúvida que assombra muitos pais: será a relação com os filhos melhor se adultos e jovens forem os melhores amigos ou deverão os pais assumir-se como educadores e figuras de autoridade, estabelecendo barreiras bem definidas?

Segundo Beatriz Matoso, psicóloga clínica e psicoterapeuta, o papel fundamental dos pais é o de protetores. “Os pais devem procurar compreender os filhos, ajudando-os no seu processo de autonomia e realização pessoal, de acordo com a fase da vida em que se encontram, oferecendo-se como um possível modelo de identificação”, conta à MAGG.

Os filhos não têm de contar tudo aos pais — e não há mal nenhum nisso

De acordo com a especialista, existem várias razões que podem levar os pais a quererem que os filhos os identifiquem como amigos. “A confirmação do desejo que têm de ser bons pais é um dos motivos, mas também é possível que os pais queiram conhecer mais detalhes da vida dos filhos, na perspetiva de melhor os poderem acompanhar ou mais facilmente os controlar.”

Tal como explica a psicóloga, apesar de uma aproximação entre pais e filhos ser essencial, de forma a que estes se conheçam e se compreendam mutuamente, bem como também útil para quebrar barreiras de comunicação, há que entender que as crianças e jovens também têm de ter outros amigos, sendo estes figuras de confiança com quem se possam identificar e partilhar sentimentos e informações — e os pais têm de aceitar que outros jovens, pares dos seus filhos, possam ser os melhores amigos destes.

Todo o ser humano tem direito a fazer as suas escolhas, ainda que posteriormente possa vir a reconhecer que não foram as melhores”, conta Beatriz Matoso, que acrescenta que é natural que os filhos não contem tudo aos pais e “procurem entre os amigos da sua faixa etária, alguém que os compreenda e aceite com as suas qualidades e dificuldades”.

Hoje em dia, as relações entre pais e filhos são mais descontraídas e muitas barreiras caíram por terra. Afinal, de acordo com a psicoterapeuta, mesmo para desempenhar o seu papel fundamental de educadores, os pais precisam de ter uma boa relação com os seus filhos.

No entanto, é preciso saber que “não há pais perfeitos, assim como não há filhos perfeitos. Os pais devem colocar-se no seu papel de pais e educadores para poderem proteger e orientar os filhos no seu processo de crescimento. Na medida em que há uma diferença de gerações e experiências de vida em contextos socioculturais, com características distintas, é natural que pais e filhos tenham pontos de vista diferentes”, explica Beatriz Matoso.

A especialista acrescenta que o confronto entre modos diferentes de pensar pode ser enriquecedor. Porém, é possível que também possa originar conflitos, principalmente “quando não há suficiente flexibilidade e respeito pelo pensar do interlocutor. Para os evitar, é natural que os filhos não contem tudo aos pais e procurem entre os amigos, como colegas de escola por exemplo, esse apoio fundamental”.

*texto originalmente publicado em 2018 e atualizado a 12 de novembro de 2022.

 

“Estamos num nível de exagero que dar só uma prenda não chega”. Como lidar com a frustração dos miúdos no natal

Janeiro 4, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Magg de 20 de dezembro de 2022.

Seja por não terem recebido aquilo que queriam ou devido ao número de presentes ser menos do que o esperado, o Natal também pode ser sinónimo de frustração para os miúdos. Falámos com uma psicóloga sobre o que fazer nestes casos.

Vamos diretos ao assunto. Se é verdade que o Natal ganha com a alegria das crianças, existe uma probabilidade igualmente grande de a noite acabar com birras e lamentos acerca das prendas. Ora se queixam de ter recebido poucas, ora não tiveram aquilo que realmente queriam, e nem sempre é fácil lidar com a frustração dos mais pequenos que, irremediavelmente, estende-se aos adultos.

Mas será que estas birras são algo do momento, que passa facilmente, ou podem estar ligadas a algo mais profundo, como associar a quantidade ou qualidade de presentes ao amor e valor que os filhos têm para os pais? “Nas crianças mais novas não acontece tanto, mas quando falamos de pré-adolescentes e adolescentes, o não receberem algo que queriam muito e que, possivelmente, deram a entender querer receber durante semanas, pode levá-los a pensar que os pais não lhes prestam atenção”, refere à MAGG a psicóloga clínica Catarina Graça.

“Há pais pouco atentos, que acabam por comprar ao ‘lado’ das verdadeiras necessidades dos filhos, ou que estão alheados daquilo que estes realmente gostam”, diz a especialista, que assume que os adolescentes ficam mais frustrados com a falha na prenda do que propriamente com a quantidade. Já as crianças mais novas, e principalmente se foram assim habituadas, podem ter uma reação mais negativa se receberem menos prendas do que o habitual.

“Há pais que compensam a falta de atenção com bens materiais”

É inegável que o ritmo de vida está cada vez mais alucinante e quem tem um trabalho a tempo inteiro, uma casa para organizar e filhos para cuidar pode, por vezes, sentir que está numa rodinha de hamster interminável. E, nestes casos, a atenção dada aos miúdos pode ser reduzida.

“Há pais com um ritmo de vida cada vez mais cheio e que acabam por descurar algumas necessidades dos filhos. E depois chega o Natal, e há pais que compensam a falta de atenção com bens materiais”, refere Catarina Graça, que acrescenta que isto é particularmente verdade com casais divorciados.

“No caso de um divórcio, a atenção é repartida. Por isso, em alturas como o Natal, as prendas acabam por ser uma tentativa de de demonstrarem que estão presentes, quer seja através da quantidade ou da qualidade”, diz a especialista.

Amor não é igual a presentes

Num mundo ideal, os miúdos estavam habituados desde cedo a receber uma ou outra prenda e e dar mais valor aos momentos em família do que propriamente ao que se desembrulha. Mas utopias à parte, todos sabemos que é uma tarefa bastante infrutífera limitar o número de presentes durante a infância, seja porque achamos aquele brinquedo que sabemos que o nosso filho vai adorar ou porque os avós e tios surgem sempre com mais qualquer coisa.

“Claro que a frustração que os miúdos vão sentir se acharem que receberam menos prendas ou se não receberam aquilo que queriam está sempre ligada ao estilo de educação que tiveram e ao que estão habituados. Se forem habituados desde cedo a dar valor ao que o Natal realmente significa, que o que conta é a partilha e não os presentes — pode parecer cliché, mas é verdade—, será tudo mais fácil se receberem menos presentes no que no ano anterior, por exemplo”, diz Catarina Graça.

Nos restantes casos, em que devido a que motivo for (seja menos disponibilidade financeira ou o querer parar com o mau hábito do consumismo), os pais tentam limitar o número de prendas, a resposta para lidar com a frustração é sempre a mesma: diálogo.

“É claro que é mais fácil explicar determinadas coisas a crianças mais velhas, mas o mais importante é salientar que o número de prendas não está ligado ao amor que os pais sentem pelos filhos. Os adultos podem tentar que as crianças encarem a época de outra forma, salientar o verdadeiro objetivo, e explicar que até podiam não dar-lhes nada e iam continuar a gostar muito delas. Reforçar que o carinho não se mede pela quantidade de prendas que recebem. Acho que estamos num nível de exagero que dar só uma prenda não chega, e é preciso travar essa lógica”, diz a psicóloga clínica.

Já nos adolescentes, a lógica de receberem menos prendas também pode ser explicada com o amadurecimento. “Explicar-lhe que agora que são mais crescidos podem receber menos em quantidade, mas que podem ser prendas mais úteis, com mais qualidade, prendas mais adultas”, acrescenta Catarina Graça.

No entanto, a especialista refere também que não podemos ignorar a comparação entre pares e defende que os pais devem preparar os filhos em casa para esses “tiros”.

“Se os miúdos não tiverem qualquer conversa com os pais e chegarem à escola e começarem a comparar prendas e quantidades, e forem expostos a uma situação em que um colega recebeu seis ou sete coisas enquanto esta criança recebeu uma só prenda, o pensamento pode ir novamente para uma lógica de ‘os meus pais não gostam de mim, por isso é que só recebi isto ou não recebi nada’. É importante que os pais reforcem novamente que muitas prendas não são sinónimo de amor, e os eduquem para o que realmente importa.”

E quando não há prendas porque não há dinheiro? Devem os pais falar abertamente com as crianças das dificuldades?

No Natal, não. É esta a opinião da psicóloga clínica Catarina Graça, que apesar de salientar que cada caso é um caso, considera que trazer para esta quadra temas menos felizes pode colocar uma tensão acrescida em crianças e adultos e até tornar a época mais triste.

Acho que será mais positivo ter a tal conversa do verdadeiro significado do Natal, e optar por colocar o ônus no positivo, do que passar essa pressão para cima dos miúdos que os pode entristecer e também causar frustração, bem como aos adultos. É inegável que este foi um ano de grande choque para muitas famílias, mas acho importante não trazer essa pressão negativa para o Natal”, refere a especialista.

“Será mais proveitoso chamar novamente a atenção para o momento familiar e tentar que a noite não seja apenas focada no momento de abrir os presentes”, diz Catarina Graça. Optar por ter na mesa uma comida ou um doce preferido dos mais novos (mesmo que não seja propriamente natalício), ver filmes em família a seguir ao jantar ou optar por diversos jogos podem ser alternativas para desviar o foco dos presentes e tornar a noite em algo divertido sem o ónus totalmente nos presentes.

 

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