Nem a força de 50 mil assinaturas fez aliviar o peso das mochilas

Setembro 30, 2018 às 1:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Notícia do Jornal de Notícias de 10 de setembro de 2018.

 

Seminário Nacional Autismo-Formação para a inclusão – 12 outubro em Lisboa

Setembro 29, 2018 às 1:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , ,

mais informações:

http://www.fpda.pt/seminario-ipa-autismo-formacao-para-inclusao

 

EUA preocupados com “epidemia” de cigarros electrónicos entre adolescentes

Setembro 28, 2018 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , , ,

Notícia do Público de 12 de setembro de 2018.

A oferta de produtos com sabores doces está a atrair o público mais jovem. Governo teme uma “geração viciada” em nicotina.

Liliana Borges

O uso de cigarros electrónicos está a tornar-se uma “epidemia entre adolescentes” nos EUA “e precisa de ser travado”, defende agência federal norte-americana FDA (Food and Drug Administration, dependente do Departamento de Saúde). De acordo com o comissário Scott Gottlieb, o Governo está a considerar restringir a venda destes produtos e limitar a oferta de sabores oferecidos pelos fabricantes de cigarros eléctricos.

Os cigarros electrónicos surgiram no início do século XXI e apresentaram-se como uma alternativa ao tabaco convencional ou como ferramenta de transição para deixar de fumar. No entanto, a segurança do recurso a esta opção não é consensual. Em 2008, por exemplo, a Organização Mundial de Saúde obrigou os promotores destes cigarros a deixarem de anunciar que estes cigarros seriam uma “forma segura de deixar de fumar”. Agora, a FDA sublinha o perigo do seu consumo entre as gerações mais jovens de norte-americanos, que têm aderido em massa a estes produtos nos últimos anos.

“Vemos claros sinais de que o uso de cigarros electrónicos atingiu proporções epidémicas entre os jovens e temos de ajustar certos aspectos da nossa estratégia para estancar esta ameaça”, declarou Gottlieb num comunicado da agência.

O dirigente da agência federal diz que está em curso “a maior iniciativa alguma vez coordenada contra a venda” de produtos do género na história do organismo. “O objectivo é controlar a venda de cigarros eléctricos a menores, quer nas lojas, quer em vendas online”, disse.

A agência enviou 1300 cartas e multas a retalhistas “em larga escala” para combater a venda a menores. A estas somam-se 12 avisos para empresas de venda online que, segundo a agência, estão a vender produtos com sabores que se encontram habitualmente em produtos alimentares consumidos pelos mais jovens, como bolachas e outros doces.

Gottlieb teme que o aumento do consumo destes produtos electrónicos entre adolescentes e jovens norte-americanos se traduza numa dependência futura de nicotina.

“Uso a palavra epidemia com muito cuidado. Os cigarros electrónicos tornaram-se praticamente omnipresentes e perigosos — uma tendência entre adolescentes. A trajectória preocupante e crescente do seu uso entre os jovens a que estamos a assistir, e o consequente caminho em direcção ao vício, deve terminar. Não é tolerável”, vincou.

“Vou ser muito claro: a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos não irá tolerar que uma geração inteira se torne viciada em nicotina como consequência de se permitir que os adultos tenham acesso aos mesmos produtos”, declarou.

“Tenho vindo a avisar a indústria dos cigarros electrónicos no último ano sobre a urgência de fazerem alguma coisa para combater esta tendência entre as gerações mais novas”, disse Gottlieb, “mesmo que isso signifique limitar o acesso de adultos a estes produtos”.

“Do meu ponto de vista, [os vendedores de cigarros electrónicos] tratam este assunto de uma perspectiva de relações públicas e não têm conta as suas obrigações legais, de saúde pública, e a ameaça destes produtos”. Por isso, Gottlieb diz que “está tudo em cima da mesa” e não exclui processos criminais.

As declarações de Gottlieb foram secundadas pelo secretário da Saúde, Alex Azar, que disse “partilhar da mesma preocupação sobre o crescente consumo de cigarros electrónicos por parte dos jovens”, incentivando a FDA a “tomar uma posição imediata e histórica para responder às vendas e marketing destes produtos para as crianças”.

Os efeitos dos cigarros electrónicos continuam a ser objecto de estudo. No início do ano foram publicadas as conclusões de duas pesquisas. Numa delas, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os cientistas alertam para os danos potenciais do vapor dos cigarros electrónicos no ADN (que podem causar mutações na origem de doenças oncológicas). Já o segundo, publicado na Frontiers  in  Physiology, os investigadores afirmam que os sabores artificiais dos cigarros electrónicos são tóxicos e lesivos para células do sistema imunitário.

 

 

Filhos de fumadores têm maior risco de desenvolver doenças pulmonares fatais décadas depois

Setembro 28, 2018 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , ,

Lifestylesapo

Notícia e imagem do Lifestyle Sapo de 28 de agosto de 2018.

Nuno de Noronha

Crianças que crescem ao lado de adultos fumadores têm maior risco de morrer de uma doença grave de pulmão, mesmo que nunca tenham fumado de forma ativa.

Essa é a nova conclusão de um estudo da Sociedade Americana de Cancro. Já era sabido que crianças cujos pais fumam têm maior risco de desenvolver problemas pulmonares ou vasculares na infância – como asma ou hipertensão. Mas nunca um estudo tinha provado efeitos graves do fumo passivo na vida adulta.

“Este é o primeiro estudo que identifica uma associação entre a exposição da criança ao fumo do tabaco e a morte por doença pulmonar obstrutiva crónica na meia-idade e velhice”, afirma Ryan Diver, um dos autores do estudo, citado pela radiotelevisão britânica BBC.

A investigação analisou a saúde de 70,9 mil pessoas não fumadores, homens e mulheres, acompanhadas durante duas décadas. Um terço morreu antes da conclusão do estudo que foi publicado na revista médica American Journal of Preventive Medicine.

Segundo a investigação, as pessoas que conviveram com um adulto fumador apresentaram mais complicações de saúde ao longo da vida.

A exposição ao tabaco na infância, dez ou mais horas por semana, aumentou o risco de morte na idade adulta por doença pulmonar obstrutiva crónica em 42%, doença cardíaca isquémica em 27% e acidente vascular cerebral (AVC) em 23%, em comparação com aqueles que não conviveram com fumadores na infância.

“Este último estudo dá mais um argumento para retirar o fumo de perto das crianças. A melhor forma de fazer isso é os pais deixarem de fumar”, afirma Hazel Cheeseman, membro do grupo ativista “Action on Smoking and Health”.

“O fumo passivo tem um impacto duradouro, que vai muito além da infância”, acrescenta o médico Nick Hopkinson, conselheiro da Fundação Britânica do Pulmão citado pela BBC.

 

 

Escola deve ensinar a gerir o dinheiro

Setembro 27, 2018 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , ,

Notícia do Destak de 13 de setembro de 2018.

 

Escolas e famílias devem ser envolvidas na educação para conter obesidade

Setembro 27, 2018 às 12:00 pm | Publicado em Relatório, Vídeos | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , ,

Notícia da ONU News de 12 de setembro de 2018.

FAO destaca que mais de 672 milhões de pessoas vivem com a doença; representante da agência em Nova Iorque revela que debates de Alto Nível da Assembleia Geral incluem eventos paralelos sobre impactos do problema.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, defende que a ação para prevenir a obesidade deve envolver instituições que educam as crianças desde cedo.

O relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, Sofi, revela que uma em cada oito habitantes do planeta sofre desta doença. São mais de 672 milhões de pessoas, a maioria vivendo na América do Norte.  Em África e na Ásia a tendência aumenta.

Prevenção

Falando à ONU News, em Nova Iorque, a diretora do escritório da agência junto às Nações Unidas, Carla Mucavi, disse que é preciso aumentar a prevenção.

“Tem de haver mais consciencialização, tem de haver também políticas que possam levar, de facto, com que estes alimentos, refrigerantes, fritos, e tudo aquilo que é fast food, portanto, não apareça em primeiro plano em detrimento daquilo que seria uma alimentação saudável. Nós temos alguns problemas que educam, a partir das escolas, isto também tem de partir das famílias. Portanto, é toda a sociedade, que deve se consciencializar que uma alimentação saudável nem sempre é aquela que parece ser a mais próxima a nós. ”

Durante os Debates de Alto Nível da Assembleia Geral, a FAO terá eventos paralelos para falar de impactos da obesidade. Líderes mundiais envolvidos na discussão da situação que tem impacto nas economias.

Atenção

“Eu creio que, de facto, é alarmante o peso, o impacto que isso tem, sobretudo na saúde, na saúde das próprias pessoas, mas mesmo no sistema de saúde dos países, uma vez que encarece uma vez que temos pessoas com doenças, portanto, difíceis. Estamos a falar até de uma conferência mundial que vai ter lugar mesmo cá, aqui nas Nações Unidas, que é as doenças não-comunicáveis. Portanto, tudo isto tem também efeitos sob a forma como nos alimentamos. Portanto, eu chamaria a atenção para dar maior responsabilidade a todos os níveis, da sociedade, dos próprios governos, a nível global, em termos de políticas, mas também em termos de como é que nós nos alimentamos. ”

De acordo com a FAO, a desnutrição e a obesidade coexistem em muitos países e podem até ser observadas no mesmo lar.

Os riscos do sobrepeso e da obesidade envolvem o fraco acesso a alimentos nutritivos pelo seu alto custo, o estresse de viver com insegurança alimentar e as adaptações fisiológicas à privação alimentar.

O relatório citado na notícia é o seguinte:

The State of Food Security and Nutrition in the World 2018

Academia de Código Júnior abre vagas gratuitas para as escolas poderem ensinar a programar

Setembro 27, 2018 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Notícia da DGE de 5 de setembro de 2018.

Encontram-se abertas as inscrições para o Projeto <Aprende a Programar>, uma iniciativa da <Academia de Código_Júnior>, com o apoio da Direção-Geral da Educação (DGE), que oferece a 100.000 crianças, do 1.º ao 6.º ano de escolaridade, a possibilidade de aprenderem programação e abraçarem uma aventura digital que os vai levar de utilizadores a criadores.

A missão passa por preparar as crianças para uma sociedade digital, combater o insucesso escolar, desenvolver o pensamento computacional, raciocínio lógico e a capacidade de “problem solving” com a introdução às Ciências da Computação, através da plataforma Blanc que aparece ainda como ferramenta de inclusão na sala de aula como ilustra este vídeo.

As escolas interessadas em ter Ciências da Computação na sua oferta curricular devem candidatar-se até 7 de outubro no site destinado para o efeito. O projeto está desenhado para que qualquer professor possa ensinar a programar.

 

Como simples garrafas de champô salvam milhares de crianças

Setembro 26, 2018 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , ,

Notícia do Notícias Magazine de 12 de setembro de 2018.

Texto de Pedro Emanuel Santos

Um médico descobriu uma forma simples, eficaz, barata e infalível que permite salvar da morte quase certa crianças e bebés com problemas respiratórios, no Bangladesh.

O esquema é, aparentemente, simples e foi inventado pelo pediatra Mohamod Jobayer Christi, que, cansado de ver tantas crianças morrerem devido à falta de um aparelho básico de suporte de respiração, tentou ele próprio magicar um. A solução está em comuns… garrafas de champô transformadas em improvisados ventiladores, material que não abunda no Bangladesh e cuja falta é causadora de milhares de óbitos por ano de menores diagnosticados com pneumonia e outras doenças pulmonares.

“Só na minha primeira noite em que trabalhei vi três crianças morrerem. Fiquei tão sem chão que chorei. A partir de então pensei numa forma de salvar o máximo possível de vidas”, contou à BBC Mohamod Jobayer Christi, que exerce num dos maiores hospitais do Bangladesh, país asiático com cerca do dobro da área terrestre de Portugal, mas com impressionantes 163 milhões de habitantes e uma elevada taxa de mortalidade infantil (31,7%, segundo números do ano passado).

Se a pneumonia não for travada a tempo numa criança pode ser fatal. São desenvolvidas bactérias e vírus que rapidamente ocupam os pulmões e limitam sobremaneira a respiração. Por isso, os ventiladores são essenciais nestas situações, mas não existem em abundância no Bangladesh por serem caros para as bolsas públicas locais. Cada um custa cerca de 13 mil euros, verba inacessível e quase proibitiva por aquelas bandas.

A solução encontrada por Mohamod Jobayer Christi é manifestamente mais em conta e igualmente eficaz, como se de um normal ventilador se tratasse. Além disso, permitiu que o médico publicasse um estudo sobre a matéria numa grande revista de investigação internacional. E que, até, fosse promovido na hierarquia do hospital onde exerce funções.

“Não tenho palavras para expressar a minha satisfação. O meu sonho é ver a taxa de mortalidade provocada pela pneumonia próxima do zero”, expressou Mohamod Jobayer Christi.

Mais informações na notícia da BBC:

The shampoo bottle saving babies from pneumonia

 

Museus, não esqueçam as crianças, por favor

Setembro 26, 2018 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , ,

Photo by Michał Parzuchowski on Unsplash

 

Artigo de Sara R. Oliveira para o site Educare.pt, em 10 de agosto de 2018

 

As novas tecnologias são uma boa ferramenta para que as visitas a museus não sejam entendiantes e enfadonhas para os mais novos. Luís Pereira, da Universidade de Coventry, Inglaterra, dá algumas dicas sobre o assunto e explica por que razão é importante perceber que os mais novos também são um público-alvo desses espaços.

 

No Museu de História Natural, em Oxford, Inglaterra, há uma placa à entrada que tem escrito o seguinte: “Please, touch me!” (Por favor, toca-me). Luís Pereira, da Universidade de Coventry, Inglaterra, doutorado em Educação para os Media Digitais e mestre em Aprendizagem e Videojogos, faz questão de lembrar esta placa que convida a mexer. “É o mote que dá as boas-vindas aos mais pequenos, indicando que algumas daquelas peças (no caso, animais embalsamados, pedras e outros materiais) estão à espera que as meninas e os meninos (e os adultos) possam tocar e sentir”, refere.

Visitar museus não tem de ser um programa chato, aborrecido. Os recursos digitais ajudam a aumentar o interesse dos mais novos pelos museus, esses centros especializados de partilha de conhecimentos, e a enriquecer as visitas. Auriculares com comentários sobre as peças em exposição, aplicações para instalar nos tablets ou smartphones, realidade aumentada, visitas virtuais, são alguns exemplos do que pode ser feito.

A Internet é também uma aliada nesta área porque ajuda a tornar uma visita mais interessante, mais envolvente. “As tecnologias são úteis para selecionar, lendo críticas, e preparar a visita a museus (verificar os horários e condições de acesso). Podem também enriquecer os objetos visitados através de realidade aumentada.” Por outro lado, um museu pode também ser a oportunidade de desligar das tecnologias, prescindir dos ecrãs e apreciar objetos e espaços.

“Para os pais, o desafio é cada vez mais evitar que os seus filhos se tornem eremitas digitais, enclausurados nos seus quartos com tablets, telemóveis e consolas”, afirma. Uma alternativa é precisamente programar visitas a museus, a espaços criativos. Tirá-los de casa, aumentar o tempo de qualidade em família.

Luís Pereira defende que “os museus deviam ser espaços eminentemente pensados para as crianças”. Há exemplos de museus portugueses muito atraentes para crianças e há os que não colocam os mais pequenos no centro das suas preocupações. As visitas guiadas devem ser planeadas e colocadas em prática numa linguagem acessível para crianças. E não só. “Em todos os museus deveria haver atividades para as crianças, estilo caça ao tesouro, relacionadas com o tema do museu, colorir ou outras possibilidades. Ou seja, atividades que ultrapassam o contexto das visitas escolares.” Simples, não implicam muitos custos e motivam e entretêm as crianças.

“Eu creio que um aspeto relevante tem a ver com uma mudança de paradigma, em que os museus se destinam muitas vezes a uma elite da sociedade. Isso passa por tornar os museus em espaço mais democráticos e populares, no sentido de ser das pessoas.” Luís Pereira sempre esteve envolvido na criação de atividades para pais e educadores no sentido de fomentar a literacia digital. Foi professor do Ensino Básico e Secundário em várias escolas portuguesas e colaborou com diversas instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras, nomeadamente as universidades de Oxford, Bournemouth, Minho e Algarve.

Visitas interativas, criativas, divertidas

Os museus não são todos iguais e uma primeira visita, divertida e nada enfadonha, pode ser determinante. As crianças também não são todas iguais. Espicaçar a curiosidade é fundamental. E, muitas vezes, a primeira visita a um museu é feita em contexto escolar. O que estimula a aprendizagem sobre várias matérias – ser humano, ciência, música, animais, carros – fazendo ponte com o currículo escolar.

“Os professores têm este privilégio de abrir horizontes aos seus alunos. Em alguns países, a entrada em museus é gratuita para professores. Isso faz todo o sentido, pois quando planifica uma visita escolar a informação e conhecimento do professor vão influenciar o programa dessa mesma visita.” Professores e pais podem, por exemplo, desafiar os mais novos a usar o Minecraft, o jogo do mundo virtual, para construírem o seu próprio museu. Colocar a criatividade a funcionar.

Na sua perspetiva, as entradas para famílias deveriam ser tendencialmente gratuitas nos museus. Luís Pereira entende que o modelo de negócio deveria apostar mais na venda de produtos das lojas, da cafetaria-restaurante, e não se centrar em demasia no bilhete cobrado à entrada. “Do meu ponto de vista, interessa mais ter os museus cheios, com o potencial de venda de recordações e produtos com preços acessíveis, do que ficar com os espaços vazios.” “Julgo também que a dinâmica educativa dos museus está muito centrada nas visitas escolares, em vez de programas para ocasiões de férias, altura em que as famílias têm mais disponibilidade para acompanhar os seus filhos”, acrescenta.

“É importante reconhecer que os museus são muito relevantes num contexto em que o aprender acontece também fora da sala de aula. A educação não formal é muito relevante e favorece a apreensão de novos conhecimentos ou o reforço das aprendizagens feitas dentro da sala de aula”, sublinha.

Pensar nas crianças é um bom princípio e é também uma boa estratégia. Se os miúdos gostam do museu, da experiência, divertem-se e aprendem, e os pais tendem a querer repetir o programa naquele ou em outros museus. “Creio que já todos tiveram experiências em que uma visita guiada pouco informada e amorfa retira todo o entusiasmo que aquele património podia despertar. Por outro lado, quando existe paixão e a narrativa está pensada para os mais pequenos, as crianças e os mais velhos ficam presos a cada detalhe”, comenta. E, em seu entender, as pessoas que trabalham nos museus não podem ser esquecidas. Têm de ser valorizadas como parceiras na educação das comunidades.

 

O maior dos perigos da adolescência são os pais – Eduardo Sá

Setembro 26, 2018 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Redd Angelo Unsplash

Texto de Eduardo Sá publicado no site Eduardo Sá

Perante tantos e tão complexos desafios os pais são absolutamente imprescindíveis

É verdade que o início da adolescência se dá com o início das transformações psicológicas de adaptação à puberdade. E que, em função dela, um corpo que cresce “aos solavancos” e as transformações neutro-endócrinas que a acompanham “desengonçam” os adolescentes, “desarticulam-nos” e introduzem velocidades de crescimento diversas, entre si, que comprometem, em muitas circunstâncias, a sua relação com o grupo de pares e com a família.

É verdade que, logo a seguir, no salto entre os 12 e os 14 anos de idade, a emergência da sexualidade traz à cabeça dos adolescentes tantos sobressaltos e tanto mal-estar que se fecham muito mais sobre si, se tornam muito tensos em relação ao toque, parecem muito pouco simpáticos e ainda menos empáticos: quase como se fossem  “bichos do mato” ou vivessem n’ “a idade do armário”. Alguns, passam a falar em murmúrios e em “grunhidos”. O seu humor sofre oscilações diárias dignas duma “montanha russa”. Talvez por tudo isso, os grupos de pares dão-lhes o suporte que a família, em muitos momentos, regateia. A ligação entre identidade de género, identidade propriamente dita e identidade sexual começa a desenhar-se. E a sua vulnerabilidade, a este nível (e não só), aumenta, de forma vertiginosa, com toda a informação que lhes chegam via online.

É verdade, ainda, que, tal como os seus pais, os adolescentes portugueses gostam de ir para a escola, sobretudo, por causa do recreio. Colaboram, cada vez mais, em contexto escolar, uns com os outros. São quem mais valoriza o trabalho de equipa. São os alunos mais ansiosos entre os alunos dos países da OCDE, face à avaliação. E são os que mais abandonam a escola sem concluir o ensino secundário. E vivem-na como se ela lhes permitisse, sobretudo, downloads. Mais do que, propriamente, os levasse a pensar e a criar.

É verdade que, apesar de tudo isso, os adolescentes portugueses convivem entre si, eles socializam, hoje, sobretudo, online. A um ritmo diário quase absurdo – durante a manhã, no decurso das aulas, às refeições (!) e ao longo da noite – e diante da passividade gritante das famílias. E que circulam por sites, jogos online e redes sociais que – por mais que merecessem o controle, sensato e transparente, dos seus pais – aumentam, de forma exponencial, o contraditório da sua sabedoria, a forma como são manipulados em função dos dados que deixam, como rasto, nas redes e os perigos a que estão expostos.

É verdade que os adolescentes trocam 30 000 sms por ano (não contando com as caixas de conversação online). Gastam 8 dias por ano falando ao telefone, não contando que metade deles tem televisão no quarto.  Que 1/4 dos adolescentes passa mais de 6 horas por dia ligado à internet. Que focam, arrastam ou clicam no telemóvel quase 3 000 vezes por dia. E, mesmo se estiver desligado, têm, na sua presença, uma “atenção parcial” e, por isso mesmo, ficam menos inteligentes. E, se o seu comportamento for idêntico ao dos pais, fazem mais de 3 publicações por dia nas redes sociais; em 90% delas, com conteúdos de natureza pessoal. Sem se darem conta que, com 150 likes, um computador será capaz de os “conhecer” melhor que um membro da sua família.

É verdade, ainda, que a escola está, perversamente, virada, quase em exclusivo para promover a entrada no ensino superior. E que, entre mesadas, propinas, livros, dinheiro de bolso e todas as outras despesas relativas à vida de um filho, qualquer adolescente universitário tem um vencimento mensal muito claramente superior ao ordenado mínimo nacional. E que, talvez por causa de tudo isso, há em Portugal 176 mil jovens com menos de 30 anos que não trabalham, não estudam nem estão em formação.

É verdade, finalmente, que, se se tomar a autonomia de um adolescente em relação à sua família – em termos físicos, psíquicos e financeiros – a maioria dos adolescentes se torna autónoma pelos 30 anos. O que, se, por um lado, releva os aspectos acolhedores dos pais como talvez ele não existisse, de forma transversal, há uma geração atrás, por outro, os transforma numa espécie de “banco popular” e de “prestadores de serviços” que quase eterniza a adolescência.

É verdade, concluindo, que, diante de tantos e tão diversificados desafios, o maior dos perigos dos adolescentes são os pais. Quando se transformam nos melhores amigos dos filhos e se inabilitam para ser pais. Quando convivem e condescendem com comportamentos com que não concordam. Quando não repreendem nem reprimem as atitudes de altivez e de arrogância e as desconsiderações com que eles escondem as suas fragilidades. Quando não definem regras de utilização inequívocas para os telemóveis, para as redes sociais e para o jogo. Quando pactuam com a sua relação com o álcool como se fosse uma atitude de iniciação para a vida adulta sem consequências (quando mais de metade dos adolescentes que o experimentam se tornam consumidores frequentes ou de grandes quantidades e revelam, em função disso, diminuições claras dos seus córtexes frontal e temporal). Quando, à boleia do discurso populista entre drogas pesadas e drogas leves, omite opiniões firmes e regras claras sobre o consumo destas últimas, por mais que aplauda os comportamentos de saúde que os adolescentes têm, cada vez mais, com o tabaco. Quando deixam de ser “a referência” de Lei, de boa educação e de tenacidade e bom senso de que os adolescentes precisam. Quando os protegem demais e os autonomizam de menos. E, por último, quando imaginam que, num mundo em mudança, o seu papel em relação aos filhos será secundário. Quando é, mais do que nunca, imprescindível, insubstituível e indispensável. Por muito, muito tempo!

 

Página seguinte »


Entries e comentários feeds.