Inquérito a cerca de 70 mil jovens de 18 anos revela que um terço assumem sofrer de mal-estar emocional e outros problemas que atribuem ao tempo que passam online
Seis em cada dez jovens de 18 anos passam mais de quatro horas por dia online, segundo um inquérito realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que revela que a utilização intensiva da internet aumentou oito pontos percentuais desde 2019.
Seis em cada dez jovens de 18 anos passam mais de quatro horas por dia online, segundo um inquérito realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que revela que a utilização intensiva da internet aumentou oito pontos percentuais desde 2019.
De acordo com o estudo, publicado esta quarta-feira, as raparigas e os estudantes do ensino
superior são os que têm maior prevalência desta utilização.
As redes sociais, usadas por 99% dos jovens, são o que consome mais tempo. Cerca de 30% passam seis ou mais horas por dia nestas plataformas e um quarto (24%) quatro a cinco horas diárias.
Aplicado pelo SICAD a mais de 70 mil jovens de 18 anos que participaram no ano passado no Dia da Defesa Nacional, o inquérito revela ainda que 60% jogam online e 20% fazem-no a dinheiro, jogando em apostas online.
Em comparação com as redes sociais, o jogo consome menos tempo. Entre os jogadores, 42% passam, em média, menos de 2 horas por dia a jogar e só 15% assumem passar seis horas ou mais.
No que diz respeito às apostas, 63% jogam, em média, menos de 2 horas por dia, sendo a utilização intensiva (6 horas ou mais) mencionada por 9% dos inquiridos.
Independentemente do número de horas, são sobretudo os rapazes que mais jogam online, em particular os jovens com menor escolaridade e os que já deixaram de estudar e estão desempregados.
A prevalência do jogo online tem vindo sempre a aumentar desde 2015, primeiro ano em que se realizou este inquérito, tendo subido seis pontos percentuais desde então.
Segundo o inquérito, um terço dos jovens que atingiram a maioridade assume que o tempo que passa online tem causado problemas, sobretudo a nível de mal-estar emocional, diminuição do rendimento escolar e mau comportamento em casa.
“Em quatro edições do inquérito, é o primeiro ano em que as situações de mal-estar emocional associadas à utilização da internet se encontram no topo dos principais problemas apontados, lugar anteriormente ocupado pelos problemas de rendimento na escola/trabalho”, salienta o relatório do SICAD.
Os jovens inquiritos pertencem à geração Z, de nativos digitais. A maioria teve o primeiro contacto com a internet entre os 10 e os 14 anos, mas 34% começaram a usá-la antes dos 10.