Votem no projeto do IAC de promoção de estilos de vida saudáveis, dirigido às famílias!
Dezembro 12, 2019 às 4:28 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Educação Pré-Escolar, Estilos de Vida Saudáveis, Instituto de Apoio à Criança, Obesidade infantil, Prevenção da Obesidade Infantil, projeto
Votem no IAC em http://bit.do/missaosorrisoIAC
Um projeto de promoção de estilos de vida saudáveis, dirigido às famílias!
Classifique isto:
“Nas escolas, a partir das 16:00, devia ser tempo para a criança. As AEC são uma praga”
Dezembro 12, 2019 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social, Vídeos | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Atividade física, Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), Carlos Neto, escolas, Obesidade infantil, Prevenção da Obesidade Infantil, Vídeos
Notícia da TVI de 7 de dezembro de 2019.
A TVI alia-se à Missão Continente num apelo à solidariedade dos portugueses, que vai financiar projetos de prevenção da obesidade infantil. O professor Carlos Neto, investigador da Faculdade de Motricidade Humana, alerta que as crianças estão cada vez menos ativas, o que prejudica o desenvolvimento físico e mental.
Visualizar a notícia no link:
Classifique isto:
Curso de Intervenção em Abuso Sexual de Crianças e Jovens (14h) – 9 de janeiro em Cantanhede
Dezembro 12, 2019 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Abuso Sexual de Crianças, Associação para o Planeamento da Família - APF Centro, Curso, Intervenção com Crianças
Mais informações no link:
https://www.facebook.com/events/1485110938309642/
Classifique isto:
Indisciplina nas aulas penaliza resultados dos alunos portugueses
Dezembro 11, 2019 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Desempenho Escolar, Escola, Estatística, Indisciplina, PISA 2018, Portugal, Sala de Aula
Notícia do Jornal de Notícias de 3 de dezembro de 2019.
Mais de metade dos alunos portugueses (53,5%) assumem não ouvir o que os professores lhes dizem em algumas aulas e cerca de um quinto em muitas aulas.
Quase um terço (30%) queixa-se que os professores, em muitas (19,6%) ou em todas as aulas (8,7%), demoram muito tempo até conseguirem acalmar a turma. No PISA (Programa de Avaliação Internacional de Alunos) 2018, Portugal acompanha a média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) em Leitura, Matemática e Ciências (que desce relativamente a 2015). Mas a indisciplina e os contextos socioeconómicos puxam os resultados para baixo.
Na avaliação à Leitura, os alunos que se queixaram de ter sempre barulho e indisciplina nas aulas tiveram menos 17 pontos do que os que garantem não ter indisciplina a perturbar as aulas. Mais de 15% dizem mesmo que não conseguem trabalhar em muitas ou quase todas as aulas de línguas. Turcos, espanhóis, mexicanos, israelitas ou italianos queixam-se mais da indisciplina.
Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, destaca que Portugal é um dos sete países entre 79 sistemas de ensino analisados que registaram “melhorias significativas” no desempenho a Leitura, Matemática e Ciências desde 2000. Os alunos de 15 anos conseguiram exatamente o mesmo resultado a Matemática (492 pontos) do que em 2015, baixaram ligeiramente a Leitura (de 498 para 492) e deram uma queda maior a Ciências (de 501 para 492), apesar de estarem na média da OCDE.
48% chegam atrasados
Os portugueses também faltam mais e chegam mais vezes atrasados às aulas: em média, na OCDE, 21% dos alunos assumiram faltar um dia às aulas e 48% chegaram tarde à escola nas duas semanas que antecederam o PISA; em Portugal, foram 28% e 50%, respetivamente. Mas estes comportamentos têm um impacto menor nos resultados, já que os que chegam tarde têm apenas menos cinco pontos a Leitura do que os restantes.
O contexto socioeconómico pesa nas aprendizagens. Em Portugal, os alunos desfavorecidos tiveram resultados inferiores em 95 pontos. Em 2009, essa diferença era de 87 pontos. Ainda assim, 10% desses alunos conseguiram atingir os níveis mais elevados dos testes, sendo a média da OCDE de 11%.
Os níveis de resiliência confirmam que “a desvantagem não é um fado”, conclui a OCDE. Em Portugal, a percentagem de alunos desfavorecidos em escolas com contextos favorecidos é superior à média da OCDE: 22% têm hipótese de se matricular em estabelecimentos frequentados por alunos que atingem níveis mais elevados (a média da OCDE é de 17%).
O determinismo manifesta-se nas expectativas dos alunos: um em quatro dos desfavorecidos, resilientes com bons resultados, não espera concluir o Superior. Entre os alunos com melhor desempenho, de contextos favorecidos, é um entre 30.
O PISA revela que, em 2018, Portugal tem mais estudantes de famílias imigrantes (7% dos alunos, mais dois pontos percentuais que em 2015). A média destes alunos em Leitura foi inferior em 32 pontos face aos alunos portugueses. O relatório aponta que um em cada quatro destes alunos vivem em contextos socioeconómico desfavorecidos. Ainda assim, a percentagem de alunos resilientes entre os imigrantes atinge a média da OCDE: 17% conseguiram os melhores níveis de desempenho.
Estudantes de 15 anos de 79 países e economias fizeram os testes em 2018. Em Portugal, a avaliação foi feita por 5932 alunos de 280 escolas, públicas e privadas. A OCDE sublinhou que 4% dos alunos portugueses da amostra, com piores resultados no exame nacional de Matemática, não responderam ao PISA.
Em Portugal, 80% dos alunos atingiram pelo menos o nível 2 de proficiência em Leitura (a média da OCDE foi de 77%). O resultado significa que esses alunos conseguem interpretar textos e procurar informações. Cerca de 7% atingiram os níveis mais elevados de desempenho (5 ou 6), sendo que a média da OCDE foi de 9%. Estes alunos interpretam textos mais longos e estabelecem distinções entre factos e opinião.
Cerca de 77% dos alunos portugueses conseguiram resultados de nível 2 ou superior a Matemática (a média da OCDE foi de 76%). No mínimo, esses estudantes resolvem situações simples como, por exemplo, a distância entre duas rotas ou a conversão de preços em moedas diferentes. Um resultado superior a 5 foi atingido por 12% dos alunos (a média da OCDE foi de 11%). Estes alunos já comparam e avaliam estratégias diferentes para a solução de problemas.
Tal como a Português, 80% tiveram, pelo menos, nível 2 a Ciências. Os alunos conseguiram 492 pontos – menos nove pontos do que em 2015, que os colocou acima da média da OCDE. A queda fê-los regredir para os níveis de 2009 e 2012. Cerca de 6% conseguiram resultados de nível 5 ou 6 (menos 1% do que a média da OCDE). Estes alunos aplicam de forma criativa os seus conhecimentos numa ampla variedade de situações.
Classifique isto:
O problema está na cooperação deficiente – Dulce Rocha Presidente do IAC ao Correio da Manhã
Dezembro 11, 2019 às 12:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Crianças desaparecidas, Dulce Rocha, Instituto de Apoio à Criança
Notícia do Correio da Manhã de 5 de dezembro de 2019.
Classifique isto:
Fórum Educação e Mudança – 1 de fevereiro em Lisboa
Dezembro 11, 2019 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Ambientes Educativos Inovadores, Aprendizagem em Ambiente Digital, Escola, Fórum, Pedagogia, Sala de Aula, Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC), TIC
Mais informações no link:
Classifique isto:
Ricardo Barroso: “A violência psicológica está completamente enraizada no quotidiano dos adolescentes”
Dezembro 10, 2019 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Prevenção da Violência, Ricardo Barroso, Violência Psicológica
Notícia do Expresso de 20 de setembro de 2019.
Helena Bento
A par de uma intervenção psicológica nas escolas e da distribuição de uma ferramenta que ajuda os adolescentes a identificar comportamentos violentos e a entender como estes “progressivamente vão escalando”, uma equipa de docentes da UTAD recolheu dados de milhares de alunos que, quando devidamente analisados, serão determinantes para entender a violência entre os jovens. Mas já há conclusões e não são animadoras.
A palavra-chave é antecipar. Antecipar “comportamentos violentos e agressivos nas múltiplas relações” de modo a conseguir evitar que aconteçam. Mas para isso é preciso saber identificá-los e saber como se sucedem uns aos outros, continuamente, e precisamente com esse objetivo foi criado o Violentómetro, um projeto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Ao Expresso, Ricardo Barroso, psicólogo e docente na UTAD, e um dos responsáveis pelo projeto, explica que a ferramenta, uma espécie de régua, permite identificar 30 comportamentos violentos numa ordem crescente de gravidade — começa nas “piadas agressivas”, passa por “controlar e proibir” e termina em “matar”. Os vários comportamentos dividem-se em três grupos, consoante a sua gravidade: os primeiros exigem “cuidado”, os segundos que se reaja e os terceiros que se “peça ajuda a um profissional”.
Depois de ter sido implementado em mais de 100 escolas e apresentando a quase 14 mil estudantes do continente e Açores, até julho de 2019, no contexto de um programa de intervenção da responsabilidade do Departamento de Educação e Psicologia da UTAD, designado Prevint, esta ferramenta está agora disponível online, num site criado para esse efeito.
Especialista em violência sexual juvenil, tema sobre o qual tem escrito na comunicação social, Ricardo Barroso conta que começaram a chegar-lhe, e à sua equipa, pedidos de esclarecimento relativamente à melhor forma de intervir nos casos de violência em contexto escolar. “Eu sabia que as intervenções que iam sendo feitas nas escolas não tinham muita eficácia. Há uma necessidade concreta, chama-se a atenção para um determinado problema, mas depois o assunto é esquecido. Não há uma continuidade.”
Percebeu, depois, que se conseguisse explicar “como é que o comportamento agressivo funciona, à partida seria possível antecipar esse tipo de comportamentos”, e mais ou menos por essa altura conheceu um projeto, de uma universidade do México, que ia precisamente ao encontro daquilo que pretendia. “O violentómetro que essa universidade tinha criado, já em 2014, encaixava muito bem no programa de intervenção que já tínhamos delineado.” E encaixava porque mostrava que “a violência nas relações, todas as relações, tem sempre uma história, um percurso”.
“Os comportamentos violentos, seja em contexto escolar ou no local de trabalho, seja nas relações de intimidade ou entre familiares, tendem a ter a mesma dinâmica em termos de funcionamento. No início são simples, sub-reptícios, e progressivamente vão escalando, sendo necessário travá-los ou aprender a travá-los o quanto antes”.
Aprender a identificar comportamentos violentos e formas de reagir — a intervenção nas escolas
A intervenção nas escolas foi feita em quatro sessões em que participaram psicólogos e professores, com o compromisso de dar formação aos alunos. Havia duas missões: por um lado, ajudar a identificar comportamentos agressivos e, por outro, capacitar para uma reação a esses mesmos comportamentos. “Nós entendemos isto como uma espécie de vacina comportamental”, compara Ricardo Barroso. “Do mesmo modo que as vacinas protegem as pessoas de um vírus, também o objetivo desta intervenção é esse — protegê-las do perigo, ensinando-as a antecipá-lo e, quando está já instalado, a reagir”, explica.
O professor e psicólogo nota que não só os adolescentes como muitas outras pessoas “não entendem os comportamentos agressivos e violentos como tal”, considerando-os, pelo contrário, “como parte da sua rotina”. “Isto é um problema. Somos alvo de violência, seja de que natureza for, e achamos que é uma pieguice falar sobre isso.” Um exemplo: o controlo, as “carícias agressivas” e as “bofetadas” (assim aparecidos descritos no Violentómetro), “são entendidos muitas vezes como manifestações de amor”, diz Ricardo Barroso, reforçando a importância de haver uma “sequência” que mostre que, de facto, e “salvo algumas excepções”, “o comportamento violento tende sempre a progredir e a tornar-se cada vez mais violento”.
Questionado sobre quais os comportamentos agressivos mais difíceis de identificar por parte dos adolescentes, Ricardo Barroso conta que, a par da intervenção nas escolas, foram recolhidos dados de cerca de 7.000 estudantes que, quando analisados e tratados devidamente, irão revelar muito sobre a violência nas escolas e a prevalência de cada um destes comportamentos.
Mas foram já retiradas várias conclusões. Esta é uma delas e é particularmente importante: “percebemos que os comportamentos que fazem parte do primeiro grupo, e que têm que ver com violência psicológica, estão extremamente enraizados nos rapazes e nas raparigas”. Surgem, continua o investigador, “como banais, fazem parte do quotidiano e do comportamento dos jovens, e a sua existência é tão comum que chega a impressionar-nos”.
“Frequentes são também as agressões físicas entre colegas, mas também nas relações de intimidade e, embora menos, mas também frequentes, as relações sexuais forçadas e a violação, do lado sobretudo das raparigas”, numa percentagem “bastante elevada”. É aguardar a divulgação.
Classifique isto:
Ação de Formação com Bruno Barros do IAC “O que é o Bullying? Quem está envolvido? Como detetar e agir?” 14 dezembro no Barreiro
Dezembro 10, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Bruno Barros, Bullying, Câmara Municipal do Barreiro, Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), Instituto de Apoio à Criança, Prevenção do Bullying
mais informações no link:
https://www.cm-barreiro.pt/pages/694?event_id=2354
Classifique isto:
Audição da criança – Formação Contínua no ISPA
Dezembro 10, 2019 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Alexandra Anciâes, Audição da criança, Formação, Formação acreditada, ISPA, Rute Agulhas
Objectivos
Promover conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil a nível cognitivo e socio-emocional
Promover conhecimentos sobre técnicas de entrevista a crianças e adolescentes
Desenvolver competências técnicas e relacionais para a audição de crianças e adolescentesCompetências
Preparar o setting para a realização da audição
Adequar técnicas de entrevistas ao nível do desenvolvimento da criança ou adolescentePrograma
Enquadramento Legal
Desenvolvimento infantil cognitivo e sócio-emocional
Técnicas de Entrevista Forense
Discussão de casos práticos.Metodologias
Exposição de conteúdos. Discussão e análise de casos práticos. Role-playing
Duração
12 horas
Formadores
Rute Agulhas
(Psicóloga e terapeuta familiar. Perita na Delegação do Sul do INMLCF-IP. Professora assistente convidada no ISCTE-IUL. Investigadora no CIS/ISCTE-IUL e no Centro de Ciências Forenses/FCT/INMLCF-IP. Doutoranda no ISCTE-IUL. Formadora sénior em Psicologia Forense)Alexandra Anciâes
Psicóloga especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e em Psicologia da Justiça. Pós-graduada em Medicina Legal e em Comportamentos Desviantes e Ciências Criminais. Formação em Psicoterapias na APTTCI. Perita Forense. Docente convidada do ISCTE-IUL e Formadora senior na área forense.
Calendarização
Sábado, Janeiro 18, 2020 – 10:00 – 13:00
Sábado, Janeiro 18, 2020 – 14:00 – 17:00
Sábado, Janeiro 25, 2020 – 10:00 – 13:00
Sábado, Janeiro 25, 2020 – 14:00 – 17:00
mais informações no link:
http://fa.ispa.pt/formacao/audicao-da-crianca
Classifique isto:
Professor cria método para ajudar aluno a aprender a estudar
Dezembro 9, 2019 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Aprendizagem ativa, Brasil, Docentes, Ensino, Escola, Fábio Ribeiro Mendes, Professores, Sala de Aula
Notícia do El Pais Brasil de 5 de março de 2018.
Modelo de aprendizagem ativa é alternativa a aulas expositivas tradicionais
Em 2009, o filme Entre os Muros da Escola, dirigido por Laurent Cantet, expôs ao mundo as dificuldades de um professor para lecionar a língua francesa em uma escola de ensino médio na periferia de Paris. No final do filme, ele pergunta aos alunos o que eles aprenderam no ano letivo. Para a surpresa do professor, entre depoimentos sobre terem aprendido as proporções da matemática, sobre vulcões e até mesmo expressões em espanhol, uma aluna diz que não aprendeu nada. Segundo ela, o material oferecido pela escola era inútil, mas ela havia lido livros interessantes por conta própria, como a República, de Platão. O professor parece aliviado, mas quando a aula acaba, outra jovem se aproxima dele e revela: “Comparado aos meus colegas, eu realmente não aprendi nada (…) não entendo o que fazemos aqui.”
ssa situação não é muito distante da realidade de um professor brasileiro nos dias de hoje. “O professor prepara a aula, ensina o conteúdo, passa exercício, prova, recuperação e percebe que o aluno aprendeu o básico do básico, às vezes, nem isso”, conta o professor Fábio Ribeiro Mendes, formado em Filosofia e Direito, e especialista em desenvolvimento da autonomia no aprendizado, que desenvolveu um método de aprendizagem ativa, baseado em Oficinas de Estudo.
Há dez anos, Fábio empreende uma cruzada contra o ensino chato, a desmotivação dos alunos e a frustração e cansaço dos professores na prática na sala de aula. Segundo ele, o diagnóstico compartilhado por profissionais de educação mundo afora é que o modelo de aula expositiva tradicional está falido, pois ensina pouco, e não desenvolve as habilidades necessárias para o século XXI. “Os alunos em geral não sabem estudar. Passamos doze anos na educacao básica e não temos uma aula de como estudar. E somos cobrados por uma tarefa que não aprendemos a fazer”, conta o professor.
Com base em sua experiência como aluno, Fábio desenvolveu o Método de Estudo das Quatro Etapas, que norteia as oficinas. “Mesmo sendo um aluno que tirava notas boas no colégio, eu sabia que não era em função do estudo em casa. Eu achava chato estudar. Mas quando fiz o segundo vestibular para Direito e fui rever o conteúdo do ensino médio, notei que já não achava mais tão chato, pois tinha aprendido a estudar sozinho.”
O método se baseia em quatro etapas: 1ª leitura panorâmica (rápida e superficial) do material de estudo; 2ª seleção e marcação dos trechos mais relevantes no texto; 3ª anotações das informações mais importantes; 4ª exercícios (formulados pelo professor ou mesmo com base nas dúvidas dos estudantes), que vão testar o conteúdo aprendido e ajudar os estudantes a levantar dúvidas. A vantagem do método, afirma Fábio, é que por meio de um roteiro de oficina de estudos os alunos acompanham as etapas de ensino, e sabem se estão avançando ou não.
Em seu livro A Nova Sala de Aula, Fábio demonstra como funciona o método na prática. Primeiramente, o professor apresenta aos alunos o material que servirá de base para o estudo, e em seguida, traz as ferramentas (método de estudo), explicando passo a passo cada uma das etapas a serem seguidas. O professor acompanha a prática dos alunos, orientando-os no percurso, porém, é o aluno, em seu próprio ritmo que toma as rédeas de seu aprendizado, lendo e relendo o conteúdo, e mesmo avançando se já o tiver compreendido, até chegar à fase de produção de anotações e elaboração de exercícios. “Estudar não é aquilo que fazemos no colégio, aquilo é receber conteúdo. Estudar é aprender por conta própria com conteúdo inédito. É um mito de que sem um professor não se consegue aprender”, diz Fábio.
A principal mudança em relação ao método tradicional, é que as Oficinas de Estudo são centradas no aluno e não no professor. Fábio, no entanto, é enfático em afirmar que seu método não tem como objetivo acabar com a função da escola ou do professor. Ele explica que, enquanto o ensino tradicional é pensado de forma unidirecional, com alguém que sabe o conteúdo passando para alguém que quer aprender, o que ele propõe é trabalhar com um método que possa ser aplicado dentro das instituições de ensino como elas estão estruturadas, com custo praticamente zero, início imediato e protagonismo dos estudantes nas aprendizagem.
Fábio admite que é recebido com ceticismo nas escolas em que tem implementado o método. “Chego para fazer formação dos professores e encontro profissionais acuados, que escutam que terão de dar aula diferente do que estão acostumados. É tanto peso que o professor carrega, que eles pensam que terão mais uma carga em seus ombros. Eu mostro que estou ciente com as dificuldades e que trabalhar com as Oficinas de Estudos é um método menos desgastante e com mais resultados“, explica.
A principal dúvida dos docentes (e dos pais) é por que o método de aula expositiva tradicional, que educou várias gerações, deixou de funcionar? Fábio explica que alguns anos atrás, antes da massificação da informação, a escola era o único local onde as pessoas tinham a chance de aprender alguma coisa. “Agora com YouTube, Google, Wikipedia, o aluno tem acesso à informação quando quiser. A diferença é que ele não tem ainda a habilidade de saber qual informação é relevante. E é aqui que entra o professor como orientador no percurso de transformar informação em conhecimento.”
Resultados
O método criado pelo professor Fábio vem apresentando bons resultados. Entre abril e maio de 2015, a Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo testou as Oficinas de Estudo em dez escolas da Diretoria de Ensino Região Centro-Oeste, da cidade de São Paulo, com a participação de 1.102 alunos de diferentes etapas de ensino e 97 professores. O projeto, batizado de Aprendizado ativo no cotidiano escolar – Capacitação de Professores em Oficinas de Estudo, mostra que 89,8% dos alunos avaliaram positivamente as oficinas, superando a meta de 75% de avaliações positivas esperadas. Do total, 97,2% constataram aprendizado sem orientação do professor. E apenas 0,6% dos alunos tiveram uma avaliação negativa do método.
Em relação aos professores, 93,8% avaliaram positivamente a formação. Quanto à capacidade da didática ser replicada pelos professores, os dados mostram que, após uma formação de apenas 3 horas/aula, os professores formados alcançaram resultados similares (86,7% de aprovação, 95,9% de percepção de aprendizado e 2,5% de rejeição) aos do professor-instrutor.
Em 2016, outro estudo foi realizado no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), com 138 alunos regulares do curso de Filosofia. “Apliquei questionários anônimos na primeira aula ministrada como Oficina de Estudo e também no final do semestre”, explica Fábio. O resultado das avaliações positivas (bom ou excelente) caíram levemente (de 95,7% para 93,7%) entre o começo e o fim do curso, com rejeição nula na primeira aplicação e de apenas 0,2% ao final do semestre. “Além disso, após um semestre e aplicações das Oficinas de Estudo intercaladas com debates ou outras atividades, 93% dos alunos afirmaram terem aprendido a estudar melhor por conta própria e 69% afirmaram usar o método das 4 etapas para estudar outras disciplinas”.
Depoimento de quem testou o método na sala de aula
“Meu nome é Sandra Hoffmann e sou professora de Matemática em Santa Cruz do Sul (RS), e sou formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Em 2013 assisti a uma palestra do professor Fábio Mendes e fiquei encantada com a proposta de trabalhar com Oficinas de Estudo. Li o livro A nova sala de aula do autor e decidi aplicar a metodologia em duas turmas de 7º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Petituba.
Para isto, fiz pequenas adaptações em relação a proposta do livro. O primeiro passo foi a preparação do material para alunos do 7º ano. Organizei cópias de um livro didático sobre equações do 1º grau e distribui aos alunos. Com a minha orientação, eles realizaram as etapas de leitura panorâmica e marcações.
Na matemática é muito importante ter conhecimento prévio de determinados assuntos. Pensando nisso, propus aos alunos a criação de um glossário matemático. Por isso, levei para a aula outros livros didáticos e dicionários, para que os alunos elaborassem o glossário com as definições dos termos que eles desconheciam. Após a elaboração do glossário, foi proposto que os alunos fizessem suas anotações, seja na forma de um esquema, resumo ou tabela, sem se preocupar com certo ou errado.
Com todas as anotações reunidas realizamos um momento de debate. Foi muito enriquecedor, pois fomos além dos conteúdos propostos inicialmente. Por exemplo, foi debatido sobre a diferença entre as dimensões 2D, 3D e 4D, o que provavelmente não teria acontecido se tivesse adotado uma aula tradicional. Não foi necessário que eu explicasse o conteúdo para os alunos, mas apenas esclarecer alguns pontos do material e auxiliá-los a fazer as ligações necessárias entre os conteúdos e o material produzido.
Depois disso, os alunos realizaram exercícios diferenciados usando como consulta as suas anotações. Foi muito interessante acompanhar os alunos fazendo as relações das questões com as suas anotações. Muitos quando tinham dúvidas formularam perguntas melhores do que as levantadas nas aulas tradicionais. Ou até mesmo quando faziam a pergunta já percebiam a relação com o conteúdo trabalhado nas anotações, chegando muitas vezes ao raciocínio da resolução sem o meu auxílio direto.
Uma semana após as aulas, eu me reuni com os alunos para avaliar o método. Eles gostaram e pediram que as oficinas fossem realizadas novamente.”
Classifique isto:
Junte-se a esta missão.
CONTACTE-NOS
iac-cedi@iacrianca.ptInstituto de Apoio à Criança
AJUDE-NOS COM O SEU DONATIVO
Categorias
O que temos escrito…
- Dezembro 2019 (33)
- Novembro 2019 (81)
- Outubro 2019 (98)
- Setembro 2019 (77)
- Agosto 2019 (88)
- Julho 2019 (92)
- Junho 2019 (103)
- Maio 2019 (117)
- Abril 2019 (94)
- Março 2019 (93)
- Fevereiro 2019 (85)
- Janeiro 2019 (86)
- Dezembro 2018 (107)
- Novembro 2018 (105)
- Outubro 2018 (98)
- Setembro 2018 (78)
- Agosto 2018 (81)
- Julho 2018 (94)
- Junho 2018 (106)
- Maio 2018 (129)
- Abril 2018 (113)
- Março 2018 (113)
- Fevereiro 2018 (97)
- Janeiro 2018 (115)
- Dezembro 2017 (101)
- Novembro 2017 (117)
- Outubro 2017 (118)
- Setembro 2017 (89)
- Agosto 2017 (84)
- Julho 2017 (93)
- Junho 2017 (116)
- Maio 2017 (128)
- Abril 2017 (105)
- Março 2017 (122)
- Fevereiro 2017 (115)
- Janeiro 2017 (116)
- Dezembro 2016 (88)
- Novembro 2016 (98)
- Outubro 2016 (122)
- Setembro 2016 (105)
- Agosto 2016 (93)
- Julho 2016 (85)
- Junho 2016 (112)
- Maio 2016 (147)
- Abril 2016 (131)
- Março 2016 (143)
- Fevereiro 2016 (146)
- Janeiro 2016 (132)
- Dezembro 2015 (118)
- Novembro 2015 (135)
- Outubro 2015 (191)
- Setembro 2015 (131)
- Agosto 2015 (104)
- Julho 2015 (137)
- Junho 2015 (166)
- Maio 2015 (157)
- Abril 2015 (206)
- Março 2015 (215)
- Fevereiro 2015 (169)
- Janeiro 2015 (134)
- Dezembro 2014 (125)
- Novembro 2014 (142)
- Outubro 2014 (166)
- Setembro 2014 (123)
- Agosto 2014 (98)
- Julho 2014 (139)
- Junho 2014 (138)
- Maio 2014 (174)
- Abril 2014 (131)
- Março 2014 (138)
- Fevereiro 2014 (116)
- Janeiro 2014 (123)
- Dezembro 2013 (120)
- Novembro 2013 (122)
- Outubro 2013 (124)
- Setembro 2013 (107)
- Agosto 2013 (82)
- Julho 2013 (107)
- Junho 2013 (119)
- Maio 2013 (138)
- Abril 2013 (122)
- Março 2013 (110)
- Fevereiro 2013 (92)
- Janeiro 2013 (104)
- Dezembro 2012 (85)
- Novembro 2012 (97)
- Outubro 2012 (104)
- Setembro 2012 (94)
- Agosto 2012 (82)
- Julho 2012 (97)
- Junho 2012 (95)
- Maio 2012 (116)
- Abril 2012 (91)
- Março 2012 (106)
- Fevereiro 2012 (90)
- Janeiro 2012 (87)
- Dezembro 2011 (87)
- Novembro 2011 (92)
- Outubro 2011 (89)
- Setembro 2011 (85)
- Agosto 2011 (79)
- Julho 2011 (77)
- Junho 2011 (103)
- Maio 2011 (132)
- Abril 2011 (82)
- Março 2011 (95)
- Fevereiro 2011 (84)
- Janeiro 2011 (87)
- Dezembro 2010 (91)
- Novembro 2010 (87)
- Outubro 2010 (78)
- Setembro 2010 (75)
- Agosto 2010 (75)
- Julho 2010 (77)
- Junho 2010 (75)
- Maio 2010 (79)
- Abril 2010 (81)
- Março 2010 (67)
- Fevereiro 2010 (65)
- Janeiro 2010 (53)
- Dezembro 2009 (17)
Comemoramos…
-
Abuso Sexual de Crianças Actividades para Crianças Acção de Formação Adolescentes Alunos Aprendizagem Artigo Bebés Brincar Bullying CEDI - IAC Conferência Contos Crianças Crianças desaparecidas Crianças em Risco Crianças Refugiadas Cyberbullying Dependência Direitos da Criança Dulce Rocha Educação Educação Pré-Escolar Encontro Escola escolas Estatística Estudo Europa Exclusão Social Exploração Sexual de Crianças Facebook família Formação IAC-CEDI IAC - Projecto Rua Inclusão Social Instituto de Apoio à Criança Internet Jovens Legislação Leitura livro Livro Digital livro Infantil Manuel Coutinho Maus Tratos e Negligência Obesidade infantil Parentalidade Pobreza pobreza infantil Portugal Prevenção do Bullying Promoção do Livro e da Leitura Recursos Educativos Digitais Redes Sociais Relatório Relação Pais-Filhos Sala de Aula Saúde Infantil segurança infantil segurança na internet Segurança Online Seminário Smartphones SOS-Criança Tablets Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) UNICEF Video Violência Contra Crianças Violência Doméstica Violência em Contexto Escolar Vídeos Workshop
Entradas Mais Populares
- Mais de 80 Projetos para Educação Infantil
- 13 livros infantis para ensinar a importância dos direitos humanos às crianças
- Ricardo Barroso: “A violência psicológica está completamente enraizada no quotidiano dos adolescentes”
- A Linha Saúde 24
- Memórias de um Lobo Mau - livro infantil de José Fanha e com ilustrações de Mafalda Milhões
- "Nas escolas, a partir das 16:00, devia ser tempo para a criança. As AEC são uma praga"
- Expertos aconsejan negociar con los niños el uso de móviles y tabletas para evitar "atracones"
- 11 fotos que os pais não devem publicar nas redes sociais!
- Síndrome de Asperger : Guia para Professores : Estratégias Práticas para Sala de Aula
- Fórum Educação e Mudança - 1 de fevereiro em Lisboa
Os mais clicados
Blog Stats
- 7.020.664 hits
Mais Amigos da Criança
- ABC Justiça
- Alerta Premika!
- ANDI
- APEI
- APF
- APSI
- Aventura Social
- CIEC – Centro de Investigação em Estudos da Criança
- CNASTI
- CNPCJR
- CONFAP
- Crianças e Jovens em Risco – Direcção-Geral da Saúde
- Crianças em Risco
- ECPAT
- EU Kids On Line 2 – Portugal
- HBSC
- International Observatory on Violence in School
- Internet Segura
- João dos Santos no século XXI
- Linha Alerta
- MiudosSegurosNa.Net
- NEIJ
- Noesis on line
- Observatório Permanente da Juventude
- OPJ
- PIEC
- PNL
- Rede Media e Literacia
- Sítio Web da UE sobre os Direitos da Criança
- School Bullying and Violence
- Special Representative of the Secretary General on Violence against Children (SRSG)
- SPP
- UNICEF Innocenti Research Centre
Entries e comentários feeds.