MP quer escolas a comunicar comportamentos potencialmente criminais de crianças e jovens – o objetivo é prevenir atos mais graves no futuro

Outubro 31, 2021 às 4:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Expresso de 28 de outubro de 2021.

Comportamentos antissociais, de indisciplina, bullying, consumos de bebidas alcoólicas e outros estupefacientes e gaming devem ser comunicados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer que as escolas comuniquem os comportamentos abusivos das crianças e jovens ao Ministério Público (MP). O objetivo não é, segundo o que garante ao jornal “Público” a procuradora e coordenadora do Gabinete da Família, da Criança e do Jovem, Helena Gonçalves, punir, mas sim proteger e reabilitar.

“Uma coisa é conseguir intervir com uma criança, em termos protetivos, que pode estar sujeita a um contexto de violência doméstica aos seis ou sete anos, outra coisa é deixar passar o tempo e intervir numa fase em que ela própria já considera que agredir outra pessoa é normal”, explica Helena Gonçalves.

Comportamentos antissociais, de indisciplina, bullying, consumos de bebidas alcoólicas e outros estupefacientes e gaming são alguns dos que devem ser comunicados. “Vendo este conjunto de novas realidades, e se estabelecermos o paralelo com o aumento dos níveis etários das crianças e jovens sinalizados, vamos perceber que há uma realidade de quadros de perigo que estão a ganhar terreno”, afirma a procuradora.

Alguns destes comportamentos podem ser considerados crime para os maiores de 16 anos. Não “tratar com respeito e correcção qualquer membro da comunidade educativa” pode implicar “insultar ou humilhar colegas, professores, funcionários” ou ainda “difamar ou injuriar ou ameaçar”.

I Encontro Promoção do bem-estar da crianças e jovens de Matosinhos – 19 novembro

Outubro 30, 2021 às 4:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Google poderá remover imagens de menores de 18 anos dos resultados das suas pesquisas

Outubro 29, 2021 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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pplware

Notícia do PPLWare de 27 de outubro de 2021.

 A Google lançou uma nova funcionalidade de segurança que permite aos menores de 18 anos solicitar a remoção de imagens deles próprios dos resultados das pesquisas realizadas no serviço. A funcionalidade foi originalmente anunciada em agosto, mas está agora amplamente disponível.

Além dos próprios menores poderem solicitar essa remoção, os pais, encarregados de educação tutores e responsáveis legais também o podem requerer.

Remover fotos de menores de 18 do Google

Segundo o que é dado a conhecer, qualquer pessoa pode iniciar o processo de remoção a partir desta página de ajuda. Os candidatos terão de fornecer os URLs das imagens que desejam remover dos resultados de pesquisa, os termos de pesquisa que venham à superfície destas imagens, o nome e a idade do menor, e o nome e a relação do indivíduo que possa estar a agir em seu nome – um pai ou tutor, por exemplo.

Seguindo as indicações que estão disponíveis na página, percebemos que não será um processo tão linear como se pode pensar. Fica sempre sujeito à avaliação da Google definir quais os critérios que serão aplicados nas suas avaliações.

A empresa refere que removerá imagens de quaisquer menores “com exceção de casos de interesse público ou notícias”. Interpretar como estes termos se aplicam em diferentes situações é um território difícil, como vimos com casos controversos envolvendo a lei do “direito a ser esquecido” da UE.

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Regras não terão retroatividade?

Conforme é referido também pela Google na sua informação sobre esta novidade, também não terão resposta os pedidos de retirada de imagens que, à altura eram menores, mas que atualmente já não o são. Isto é, se tiver 30 anos, não pode solicitar a remoção de fotografias suas quando tinha 15 anos.

Portanto, isto limita o âmbito da ferramenta para prevenir abusos ou assédio, mas presumivelmente torna o processo de verificação muito mais fácil. É difícil provar que idade tem numa determinada fotografia, por oposição a provar a sua idade neste momento.

A Google salienta também que a remoção de uma imagem dos seus resultados de pesquisa não a remove, obviamente, da web. Isto é, muitas vezes a Google irá remover o resultado da pesquisa, mas a imagem, que poderá estar numa página ou rede social, não será removido.

Como tal, a empresa encoraja aqueles que passam pelo processo de candidatura a contactar diretamente o webmaster dessas páginas. Embora nos casos em que tal não tenha sido bem sucedido, a remoção de informação do índice do Google é certamente a próxima melhor coisa a fazer.

Para além destas novas opções de remoção de imagens de menores, o Google já oferece outras vias para solicitar a remoção de tipos específicos de conteúdos nocivos. Estes incluem imagens explícitas não consensuais, pornografia falsa, informação financeira ou médica, e informação “doxxing“, incluindo endereços e números de telefone de casa.

Bullying: Susan retrata a dor no olhar das vítimas (e dos agressores)

Outubro 29, 2021 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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publico

Notícia do Público  de 26 de outubro de 2021.

São quase 200 os retratos de vítimas de bullying e de bullies que a fotógrafa holandesa Susan Leurs reúne, desde 2016, para o projecto Pesten. “Também fui vítima de bullying durante a minha juventude e achei que era altura de fazer alguma coisa”, contou ao P3, em entrevista.

“Tharukshan S. tinha muitos amigos na escola primária e era extremamente próximo deles”, explica a sua irmã Saranya, numa mensagem que partilhou publicamente no Facebook, a 11 de Janeiro de 2017. “Foi quando ele ingressou na nova escola preparatória [em Heerlen, nos Países Baixos,] que os problemas começaram.” Extorsão, insultos, agressões físicas, humilhações passaram a fazer parte da rotina. “Os colegas criaram várias contas de Instagram falsas onde publicavam fotografias dele sem a sua permissão, com o objectivo de o magoar. Enviavam-lhe mensagens anónimas nas redes sociais que diziam, por exemplo, ‘Tharukshan, morre, não tens o que é preciso para viver. Não te queremos. Salta para a frente de um comboio e mata-te’.” A 8 de Janeiro de 2017, Tharukshan S., com apenas 15 anos, não resistiu à pressão e colocou termo à própria vida.

Foi com grande choque que a holandesa Susan Leurs, fotógrafa e professora, acompanhou a notícia da morte de Tharukshan S.. “Eu vivia a 25 quilómetros daquela escola”, recorda, em entrevista ao P3, a partir de Stein, na província holandesa de Limburgo. “Também fui vítima de bullying durante a minha juventude e achei que era altura de fazer alguma coisa sobre o tema.” E assim nasceu o projecto Pesten, uma série de retratos fotográficos de vítimas de bullying e de bullies de várias partes do mundo que, até hoje, conta com quase 200 participantes – entre os quais um português.

Nem todas as histórias de bullying têm um desfecho tão dramático como a de Tharukshan – embora existam inúmeros casos semelhantes em todo o mundo –, mas todas têm consequências nefandas e duradouras para as vítimas, sobretudo ao nível da autoconfiança e auto-estima. “Uma das minhas amigas mais próximas foi vítima de bullying durante toda a infância e juventude”, partilha Susan. “Tinha 1,96 metros de altura, usava uns óculos enormes, e nunca falou sobre isso para não magoar ninguém. Vivia como se usasse constantemente uma máscara.” Susan conheceu-a aos 22 anos e ela era “muito simpática”. “Mas eu tinha a impressão que não a via realmente”, explicou. “Uma vez fomos de férias e ela estava extremamente infeliz. Fotografei-a e acho que consegui capturar essa emoção. Disse-lhe que queria que ela olhasse para a foto e foi nessa altura, confrontada com a imagem, que, em lágrimas, me contou sobre o bullying de que foi vítima. Disse-me que só então começava a conhecer-se melhor, que passou toda a vida a tentar ser diferente por achar que não era suficientemente boa.”

Não existe um traço comum entre quem sofre as agressões, refere Susan, com base nas muitas dezenas de testemunhos que recolheu. Qualquer pessoa pode tornar-se num potencial alvo, independentemente das características físicas ou intelectuais, da idade, do contexto sociocultural. “A vítima mais jovem que fotografei tinha três anos”, sublinha. “Muito inteligente, com um vocabulário muito desenvolvido para a idade. E tudo começou com pequenos comentários por parte dos colegas de infantário. Foi muito surpreendente para mim perceber que pode começar tão cedo.”

Todas as histórias que ouviu “são diferentes” e todas são relevantes. Recorda uma, em particular, sobre uma menina, Amy, que começou a ser vítima de bullying aos seis anos. A agressora tinha a mesma idade e era filha de um homem que sofria de stress pós-traumático. “Durante seis anos, Amy recebeu ameaças de morte por parte dessa criança. Sofreu muito e continua a não estar bem passados estes anos. Desenvolveu problemas psiquiátricos.” Susan pretende fotografá-la novamente, uma vez que já passaram cinco anos desde o primeiro retrato.

Janneke foi apelidada pelos colegas, durante anos, de “peso pesado”. “Os dias de escola eram como um furacão”, contou a mulher de 30 anos à fotógrafa holandesa. “Encontrei conforto na comida e o meu peso aumentou. As dietas não funcionavam. Tinha dores de estômago de tomar laxantes e dores de fazer tanto exercício. E quando não comia, desmaiava no ginásio. Tinha 14 anos quando provoquei o vómito pela primeira vez.” A bulimia é um fantasma adormecido que a acompanha até hoje.

O português Miguel Martins, um dos retratados do projecto Pesten, partilhou o seu testemunho com a fotógrafa e com o portal de notícias Dezanove, dedicado à temática LGBT. “Na aldeia de Penafiel onde cresci há 30 anos, sempre me senti diferente”, escreveu. “Enquanto os meus amigos rapazes gostavam de brincar com carros ou soldadinhos em miniatura, eu preferia brincar com bonecas.” Entre os seis e os 18 anos, “um grupo de rapazes” atormentou Miguel. “Lembro-me perfeitamente de me sentir sozinho, isolado e humilhado diariamente. Lembro-me de me sentir impotente e fraco. Apesar disso, nunca contei a ninguém o que estava a acontecer.” “Falar sobre o bullying do qual eu era vítima exigiria que eu desvendasse aquilo que eu acreditava ser o meu ‘defeito’”, refere, aludindo à sua orientação sexual. “A simples ideia de dar a conhecer esse meu ‘defeito’ a um adulto era pior do que o próprio bullying.” Passados muitos anos, Miguel continua a lidar com as marcas psicológicas dos abusos que sofreu, que afectam, ainda hoje, a sua auto-estima e autoconfiança. “Posso dizer com sinceridade que perdoei todos os meus agressores. Porém, jamais esquecerei o que eles me fizeram passar.”

Mas e os agressores? Terão conseguido esquecer as agressões? Compreenderão que o foram? Mart, de 53 anos, foi bully “sem se aperceber”, contou à fotógrafa. “Nós fazíamos bullying a um rapaz, o Geert. Não brincávamos com ele, deixávamo-lo de fora. Atormentávamo-lo, chamávamos-lhe nomes. Eu só me juntei ao grupo: já toda a gente o fazia. E eu não tinha consciência de que isso não era aceitável.” Geert era “mais gordinho”, descreve Mart. Usava roupas que todos consideravam estranhas. “Tinha muitas estátuas de gnomos no quintal de casa e o pai dele também tinha um aspecto diferente, parecia um gnomo. Achávamos tudo aquilo uma loucura e fazíamos troça disso.” Quando houve uma reunião de antigos colegas de escola, Geert não quis estar presente e Mart apercebeu-se do que tinha feito. “Percebi que tinha muitas memórias boas dos meus dias de escola e que deveriam ser muito diferentes das de Geert. Tanto que ele não nos queria rever. Fiquei chocado e isso fez-me pensar muito. Teria estragado a vida de alguém? (…) Não sei o motivo pelo qual o fiz, apenas participei.”

Ser bully e ser vítima de bullying nem sempre são coisas distantes. “Um bully, por vezes, apenas quer sobreviver, socialmente; direccionando atenção negativa sobre outra pessoa impede que essa recaia sobre si. Por vezes, os bullies foram também vítimas de bullying.” Para Susan, é tão importante humanizar vítimas e agressores. “Somos todos humanos.” Preocupa Susan Leurs o facto de muito mais mulheres do que homens se sentirem à vontade para partilhar histórias de fragilidade – as mulheres formam a maioria do grupo de retratados. Acredita, porém, que é necessário, cada vez mais, falar-se sobre bullying, adoptar estratégias no sentido da sua contenção e prevenção. “Desenvolvo o projecto Pesten com o intuito de gerar discussão. Quero certificar-me que as pessoas conseguem ver e perceber o que andam fazer umas às outras.”

Galeria de fotos aqui

 

Desnutrição crónica afeta 38% das crianças menores de cinco anos em Moçambique

Outubro 29, 2021 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da RTP Notícias de 20 de outubro de 2021.

A desnutrição crónica continua a afetar 38% das crianças menores de cinco anos em Moçambique, de acordo com o mais recente inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE), consultado hoje pela Lusa.

No suplemento sobre nutrição do Inquérito sobre Orçamento Familiar 2019/20 revela-se ainda que em 16,5% dos casos, a desnutrição é muito grave.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citados no documento, os níveis observados são classificados como “muito altos”.

A desnutrição crónica resulta da falta de alimentos adequados, retarda o crescimento e o desenvolvimento das crianças e aumento o risco de mortalidade infantil – em termos gerais, é um marcador de desigualdades no desenvolvimento humano.

A situação era pior em 2011 e 2013, nota-se no documento.

Houve sobretudo uma redução para quase metade da prevalência em crianças menores de seis meses e houve também uma queda da desnutrição crónica no sul do país.

Ainda assim, o cenário motiva vários alertas.

No inquérito indica-se que a desnutrição crónica ocorre em níveis “muito altos” em crianças maiores de 12 meses de idade e afeta mais “as crianças do sexo masculino”.

As crianças que vivem em áreas rurais sofrem mais de desnutrição crónica, em níveis “muito altos” em relação àquelas que vivem em áreas urbanas, em níveis classificados como “médios”. 

Crianças que vivem em agregados familiares cujos líderes não tem um nível de escolaridade completo ou têm apenas o nível primário, são mais afetadas pela desnutrição crónica.

A distribuição por província mostra diferenças: todas as províncias da zona centro e norte mostram prevalências em níveis “muito altos”, sendo a província de Nampula a que tem a situação mais grave. 

As províncias da zona sul têm prevalências que variam entre os níveis “médio” e “baixo” na província de Maputo.

O suplemento sobre nutrição do Inquérito sobre Orçamento Familiar 2019/20 baseou-se numa amostra de 13.343 agregados familiares.

O INE estima que a população moçambicana ronde os 30 milhões de habitantes, cerca de metade com menos de 18 anos e em que cada mulher tem em média cinco filhos.

Vamos lutar contra o bullying

Outubro 28, 2021 às 8:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social | Deixe um comentário
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visao

Notícia da Visão de 20 de outubro de 2021.

A 20 de outubro assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying. Sabias que, segundo a UNICEF, uma em cada três crianças do mundo, entre os 13 e os 15 anos, é vítima de bullying na escola regularmente?

Quando alguém, dia após dia, é alvo de gozo, humilhação, exclusão, roubo ou agressão física, diz-se que é vítima de bullying. Se é o teu caso, este texto pode ajudar-te. Mas, mesmo que não sejas, talvez seja bom lê-lo, pois podes um dia querer ajudar um amigo que esteja a passar por esta situação.

Pede ajuda

A maioria das agressões mantém-se porque as pessoas não pedem ajuda. Têm medo de ser chamadas de “queixinhas” e que as agressões aumentem. Sejam vítimas ou espetadores. Então preferem calar-se.

Os especialistas em bullying dizem que quando as pessoas falam, as situações resolvem-se e as agressões desaparecem. Mas sabemos que é complicado fazê-lo. Sugerimos algumas formas seguras para que se possa comunicar uma situação de bullying:

Escrever a situação num papel e entregar a um dos professores

Falar com os pais e pedir-lhes que falem com um professor 

O que fazer quando acontece uma situação de bullying perto de ti

bullying acontece quando os adultos não estão por perto. E, na maioria das vezes, há sempre outras crianças a assistir. Mas quem assiste raramente faz alguma coisa porque tem medo que possa vir a ser a próxima vítima.

Este medo só vai ajudar os agressores a sentirem-se mais fortes e a continuarem a maltratar. Há várias coisas que podes fazer. Mas é importante que te sintas seguro e preparado para as fazeres:

Sair do local – isto mostra aos agressores que não achas piada ao que estão a fazer

Dizer por exemplo “isso não tem piada” e sair do local – outras pessoas vão ouvir e sentir mais confiança para se juntarem nesta decisão.

Ser amigo – muitas pessoas são vítimas de agressões porque não têm amigos e costumam andar sozinhas. A amizade vai dar força para que as vítimas consigam reagir e ultrapassar estas situações.

Pedir ajuda a outros colegas e juntos dizerem aos agressores que não acham piada ao que estão a fazer.

Chamar um adulto – muitas vítimas têm medo de pedir ajuda, pensam que os agressores vão ficar mais violentos. Mas se sentirem o apoio de outro fazem-no mais facilmente. Podes ajudar estas pessoas se as acompanhares junto de um adulto para que contem o que está a acontecer.

O papel dos professores

Os professores são fundamentais nestas situações porque podem atuar na hora e local, uma vez que as agressões costumam acontecer na escola. Promover o diálogo entre todos os alunos é uma das estratégias de sucesso para que estes problemas diminuam e se resolvam.

Podem promover momentos em que a comunicação entre todos seja facilitada, como, por exemplo:

Haver na escola um local onde se possa transmitir opiniões: sugestões para o melhor funcionamento da escola, críticas positivas e negativas e também casos de agressões. No caso das agressões, os depoimentos podem ser anónimos, ou seja, não é necessário que quem o escreveu se identifique

Haver um momento por semana, gerido pelo professor, em que se fala na turma sobre o que está a acontecer na escola: sejam questões de bullying ou outras

Detetar os casos mais complicados, tanto de agressores como de possíveis vítimas e mostrar que está disponível para conversar num momento a sós- Promover debates na escola sobre o tema que leve à participação dos alunos

 Se perceberes que algum colega está muitas vezes sozinho, triste, calado, falta à escola, começa a ter notas mais baixas. Pode estar a ser vítima de bullying. Fala com ele.

Contactos SOS

Se precisares de ajuda podes contactar:
Instituto de Apoio à Criança – Linha SOS Criança
Linha Gratuita: 116 111 (de segunda a sexta das 9 às 19h)
Email: soscrianca@iacrianca


Dois livros que falam sobre bullying que podes gostar de ler

OLHA PARA OS DOIS LADOS
Jason Reynolds

Editora Fábula

Neste livro podemos acompanhar dez histórias de dez adolescentes que se vão debater com questões de género, racismo, insucesso e até o malfadado bullying. Histórias que nos tocam a todos e que fazem parte do nosso quotidiano. O livro de Jason Reynolds faz parte da coleção Estrelas da Literatura Juvenil da Fábula. Uma coleção com obras indispensáveis de autores internacionais que estão a marcar a literatura juvenil contemporânea.

EU FALO COMO UM RIO
Jordan Scott e Sydney Smithe
Editora Fábula

Provavelmente um dos livros mais bonitos que vais ver e ler. Esta é a história de um rapaz que se sente diferente das outras pessoas, mas aquilo que o distingue também é o que lhe dará força para superar as suas dificuldades.

Ação online de formação de curta duração: ” Atenção Visual/Perceção da Aprendizagem” 13 de novembro

Outubro 28, 2021 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Mais informações aqui

A Fada Oriana – Teatro TapaFuros em Sintra, até 31 outubro

Outubro 28, 2021 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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A Fada Oriana Iremos estar na Casa De Teatro De Sintra com a nossa FADA ORIANA de 16 a 31 de Outubro Sábado às 16h e Domingos às 11h Inserido no Programa de Acolhimento do Chão de Oliva RESERVAS: 219233719

SINOPSE Partindo da própria dramaturgia apontada pelo conto, a proposta do nesta criação para o público infanto-juvenil, é a de fazer mergulhar no universo de mil possibilidades que nos oferece o teatro de objetos ou de formas animadas. De 9 malas, correspondentes aos 9 capítulos d’ A Fada Oriana, saltam infindáveis objetos que se transformam a olhos vistos para irem contando a estória: será esta escova o porco espinho? E um lenço preto transformou-se na andorinha? Fadas aparecem, vindas do nada, terra fértil para a imaginação! Privilegiaremos também o uso de fantoches construídos para o efeito e com intenção de realçar a beleza da narrativa. O conto será trabalhado quase na íntegra numa perspectiva de enaltecimento, com recurso ao encanto da oralidade, do valor e riqueza da palavra da Poeta Sophia, com música original e ao vivo. A presença e performance de um ator e uma atriz contribuirão para tornar A Fada Oriana um espetáculo total e uma experiência inolvidável para o público escolar bem como para toda a família. Venham espreitar esta fada que se esconde e que, quase sem repararmos, vai adoçando nosso caminho…

Sessão do filme “À Solta na Internet” seguido de debate com a Dr.ª Dulce Rocha – 2 de novembro no cinema City Alvalade

Outubro 27, 2021 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Bullying entre irmãos vai afetar a saúde mental de ambos no fim da adolescência

Outubro 27, 2021 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da Visão de 20 de outubro de 2021.

Neste Dia Mundial de Combate ao Bullying, um novo estudo feito no Reino Unido alerta para os perigos de agressores e vítimas da mesma família e na mesma casa virem a sofrer de problemas mentais

Arrufos e embirrações entre irmãos sempre houve. Pontapés debaixo da mesa ao jantar também. Uma ou outra cena de pancadaria também não são exceção, independentemente, das idades e do género. Mas, quando as ofensas, os palavrões, as provocações e as humilhações passam a dominar a relação entre os irmãos, o assunto perde uma eventual graça, deixando de só exasperar os pais, para ganhar contornos sérios, problemáticos e do foro psiquiátrico.

Um estudo publicado, recentemente, no Journal of Youth and Adolescence vem alertar como as agressões praticadas entre irmãos no início da adolescência vai prejudicar, quer as vítimas, quer os agressores (bullies), alguns anos mais tarde, causando danos na saúde mental de ambos. A investigação das universidades de York e de Warwick reuniu dados de 17 157 mil jovens do Reino Unido (48% raparigas), nascidos entre 2000 e 2002 e voluntários no estudo Millennium Cohort Study. Os participantes responderam ao questionário sobre bullying entre irmãos quando tinham 11 e 14 anos. Mais tarde, quando tinham 17 anos, voltaram a responder a questões, dessa vez centradas em saúde mental e bem-estar. Os pais destes adolescentes também deram respostas sobre o estado mental dos seus filhos nas três idades diferentes, aos 11, 14 e 17 anos. “Embora o bullying entre irmãos tenha sido anteriormente relacionado a maus resultados em matéria de saúde mental, não se sabia se havia uma relação entre a persistência do bullying entre irmãos e a gravidade dos resultados de saúde mental, a longo prazo”, analisa Umar Toseeb, um dos autores do estudo, a par com Dieter Wolke.

A análise aponta que, não só essa relação existe, como o problema do bullying é muito recorrente. Quando os adolescentes tinham 11 anos, 48% estiveram envolvidos nas agressões, sendo que 15% eram vítimas, 4% agressores e 29% exerciam ambos os papéis. Já aos 14 anos, 34% estiveram envolvidos em situações de bullying – a maioria (21%) tanto sofreu como praticou, 5% agrediram e 8% foram violentados pelos irmãos.

Ao agruparem as respostas, Umar Toseeb e Dieter Wolke, descobriram que, à medida que o bullying piorava no início da adolescência, mais grave se tornava o estado de saúde mental dos jovens no final desse período de vida. E os que estiveram envolvidos em situações de violência, independentemente de serem agressores ou vítimas, tinham uma trajetória emocional diferente na hora de exteriorizar os seus problemas.

Rosa Saavedra, psicóloga e assessora técnica da direção da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, discorda da utilização do termo bullying em contexto familiar. “O bullying acontece entre pares e os irmãos não são pares, são família. Mesmo que exista o padrão continuado e de repetição, de desequilíbrio de poder e uma intenção de causar mal-estar – os três pressupostos que ajudam a identificar situações de bullying – chamar-lhe-ia violência entre irmãos.” Mas, por acontecer em contexto familiar, num relacionamento permanente, em que a proximidade é maior, “o impacto, esse sim, pode ser mais acentuado”, corrobora Rosa Saavedra. A perceção da psicóloga sobre a escalada do bullying pode ser comparada à da violência doméstica, que sempre existiu, mas de há uns anos para cá existem fatores sociais e legais que dão mais visibilidade aos problemas. “Há várias décadas chamava-se violência. Hoje, o bullying é uma entre muitas formas de violência em contexto escolar, desde algo mais físico, insultar, gritar, excluir do grupo ou lançar rumores, todas com tendência a escalar. Há uma maior apropriação do conceito e da palavra.”

Ouvir as crianças é fundamental

Em Portugal, os dados mais recentes do bullying centram-se na sua variante digital, o cyberbullying, mas a panorâmica é bem mais antiga e abrangente. Metade dos alunos em todo o mundo, entre os 13 e os 15 anos, totalizando cerca de 150 milhões de jovens, relataram ter passado por violência entre pares na escola ou nas suas imediações, de acordo com relatório da Unicef de 2018. Por cá, 38% dos adolescentes (13-15 anos) reportou ter sofrido de bullying na escola nos meses anteriores; 31% dos jovens (11-15 anos) relataram praticar bullying contra os pares na escola pelo menos uma vez nos últimos dois meses; e quase metade (46%) dos jovens portugueses, entre os 13 e os 15 anos, afirmam ter sofrido bullying pelo menos uma vez nos últimos dois meses e/ou ter estado envolvidos em confrontos físicos pelo menos uma vez no último ano.

Em 2019, um em cada três jovens em 30 países disse ter sido vítima de bullying online, com um em cada cinco a relatar ter saído da escola devido a cyberbullying e violência, num novo estudo da Unicef.

“As salas de aula online significam que a escola não termina quando o aluno sai da aula e, infelizmente, o bullying também não termina no pátio da escola”, disse Henrietta Fore, diretora executiva da Unicef. Cerca de 32% dos entrevistados acreditam que os governos devem ser responsáveis pelo fim do cyberbullying; 31%, os próprios jovens; e 29%, as empresas de Internet.

Os dados mais recentes sobre as agressões online em Portugal – o estudo Cyberbullying em Portugal durante a pandemia da Covid-19, realizado por uma equipa do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, liderado pela investigadora Raquel António, não abonam muito a favor dos jovens. Em 2020, já com a pandemia a decorrer, mais de 60% dos estudantes diz ter sido vítima de bullying online mais do que uma vez durante o primeiro confinamento, período em que as aulas decorreram virtualmente. Os resultados referem-se ao período entre março e maio de 2020 e contaram com a participação de 485 alunos do ensino básico, secundário e superior de todos os distritos do País. Os estudantes LGBTQIA+ e com rendimentos familiares mais baixos foram os principais alvos de ataques.

Números que voltaram a aumentar em 2021, no segundo confinamento, para os estudantes do sexo feminino e da comunidade LGBTQIA+: 71% dos estudantes foram vítimas de bullying online durante o segundo confinamento. As respostas referem-se ao período entre janeiro e abril deste ano e foram dadas por quase mil estudantes (952) com mais de 13 anos do ensino básico, secundário e superior de todos os distritos do País. “O bullying passou dos portões da escola para ser feito 24 horas por dia através de meios digitais. As maiores vítimas destes ataques foram estudantes LGBTQIA+, estudantes do sexo feminino e jovens com rendimentos sociais mais baixos. São jovens mais sensíveis, inseguros, introvertidos, menos populares, ou percecionados como tendo alguma identidade ou característica diferente da maioria. Ser-se diferente ou mais frágil é sempre um dos gatilhos para passar a vítima, seja no espaço escolar ou digital”, afirmou Raquel António ao Expresso.

Inês Andrade tem hoje 27 anos e sente que a situação atual é semelhante à que viveu por volta de 2008, quando tinha 14 anos. Para a presidente da No Bully Portugal – que conseguiu em alguns meses dar a volta à situação, tentando enfrentar os bullies e, no fim, desprezando-os – a grande diferença prende-se com “a consciencialização da sociedade, de pais, professores, alunos e media”. “O cyberbullying é a grande diferença – é a vertente mais recente da dinâmica do bullying – em que os jovens podem até portar-se bem na escola, mas depois, online, tudo resvala em casa.”

A associação formada há 5 anos com base na metodologia americana No Bully (existente desde o início dos anos 2000 e testada em mais 500 escolas), aposta na prevenção, na resposta imediata e na resolução do problema. Para tal, esse trabalho é feito com o grupo de pares, agressores e outros colegas mais positivos; a vítima (por se sentir intimidada) é envolvida, mas só no fim. “Os bullies são bastante recetivos a esta abordagem menos tradicional, em que não se fala de castigo, de represália ou de humilhação – eventualmente só de um processo disciplinar na escola. O facto de não serem castigados, torna-os colaborativos”, explica Inês Andrade, cujas ações da No Bully têm 90% de resultados de sucesso. “Mas não chega o não ser castigado, não queremos que seja inconsequente, pois se não estamos a permitir o aumentar do problema.”

Para que toda a sociedade civil se envolva na resoluçao do problema é fundamental começar por algo simples: ouvir as crianças, ambas as partes. Incentivar à comunicação e deixá-las expressarem-se. “A prioridade é ajudar a vítima, mas também é preciso ouvir o agressor.”

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