Um terço das escolas do mundo não tem acesso a água potável e saneamento básico

Março 15, 2023 às 12:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentário
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Notícia do ONU News de 9 de março de 2023.

Dado é de relatório conjunto de agências da ONU, que defendem mais investimento em saúde escolar e nutrição; quando oferecidas em instituições de ensino, refeições aumentam frequência e número de matrículas.

Embora o investimento em saúde e nutrição escolar tenha um efeito positivo nos resultados acadêmicos das crianças, um terço das escolas em todo o mundo ainda não tem acesso a água potável e instalações sanitárias básicas.

A conclusão é de um relatório conjunto de agências da ONU, publicado às vésperas do Dia Internacional da Merenda Escolar. A data é celebrada neste 9 de março.

Acesso a serviços básicos

A estimativa do estudo é que cerca de 584 milhões de crianças não tenham pleno a serviços básicos de água potável na escola.

Quase metade dos jovens vive na África Subsaariana, de acordo com o estudo da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA.

Além disso, embora praticamente todos os países do mundo forneçam merenda escolar, cerca de 73 milhões das crianças mais vulneráveis ainda não se beneficiam desses programas.

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, ressaltou que os alunos aprendem melhor em escolas seguras e saudáveis.

Falando em nome dos parceiros, ela pediu apoio a comunidade internacional para mais investimento em saúde, nutrição e proteção social na escola “porque as crianças merecem um ambiente onde possam atingir todo o seu potencial”.

Alimentando mentes jovens

O relatório revela que as refeições escolares sozinhas aumentam as taxas de matrícula em 9% e a frequência em 8%. Em locais onde a anemia e as infecções por vermes são prevalentes, a desparasitação e a suplementação com micronutrientes podem manter as crianças na escola por mais 2,5 anos.

Além disso, os alunos têm 50% menos probabilidade de faltar à escola quando o ambiente de aprendizado é livre de violência. O absenteísmo é reduzido em países de baixa renda ao promover a lavagem das mãos, principalmente para meninas durante a menstruação, quando a água, o saneamento e a higiene são melhorados.

Retorno do investimento

O relatório também aborda outras questões, como a promoção dos cuidados oftalmológicos, saúde mental e bem-estar das crianças e prevenção da violência escolar.

Medidas como essas representam um retorno significativo do investimento para os países, além de melhorar a vida de crianças e adolescentes, com benefícios que se estendem a lares e comunidades inteiras.

Por exemplo, cada US$ 1 investido em programas de alimentação escolar gera US$ 9 em retornos, de acordo com o relatório. Os programas escolares que abordam a saúde mental podem gerar um retorno de quase US$ 22.

Desigual e insuficiente

Atualmente, 90% dos países do mundo investem em programas escolares e de nutrição, e mais de 100 nações organizam campanhas de vacinação escolar, de acordo com a Unesco.

Uma em cada duas crianças da escola primária recebe merenda escolar e quase todos os países incluem educação para saúde e bem-estar em seu currículo.

No entanto, as agências lamentam que os investimentos sejam desiguais entre as regiões, muitas vezes insuficientes em relação às necessidades. O relatório defende um compromisso mais forte dos governos e o apoio da comunidade internacional.

Globalmente, o investimento é de apenas US$ 2 bilhões por ano, enquanto cerca de US$ 210 bilhões são necessários apenas em países de baixa e média renda.

O relatório recomenda intervenções como o fornecimento de refeições escolares, vacinações, desparasitação, apoio psicossocial e ambientes de aprendizagem seguros e inclusivos que promovam a saúde e o bem-estar.

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Número de crianças sem proteção social aumenta no mundo inteiro

Março 13, 2023 às 6:00 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 1 de março de 2023.

Novo relatório da OIT e do Unicef alerta para falha em fornecer proteção social adequada que deixa menores sob risco de pobreza, doenças, má nutrição e sem escola; um cenário que eleva ameaças de casamento e trabalho infantis.

O número de crianças sem acesso à proteção social está crescendo a cada ano. A ausência de cuidados, benefícios e auxílios, que devem ser fornecidos por políticas públicas, aumenta o risco de pobreza, fome e discriminação.

É o que mostra um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Meta da Agenda 2030 não será atingida

Entre 2016 e 2020, mais 50 milhões de crianças de 0 a 15 anos perderam uma parte crítica de proteção social, como benefícios em dinheiro ou créditos fiscais. Com isso, o total chegou a 1,46 bilhão de crianças abaixo de 15 anos, em todo o mundo, que estão sem esse serviço.

No mesmo período, as taxas de cobertura de benefícios para crianças e famílias caíram ou estagnaram globalmente.

O estudo revela que nenhum país está no caminho para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de uma cobertura substancial de proteção social até 2030.

Maior queda foi nas Américas

Na América Latina e no Caribe, a cobertura caiu de 51% para 42%. Em muitas outras regiões, a cobertura ficou estagnada e continua baixa.

Desde 2016, as taxas na Ásia Central e no Sul da Ásia são de 21%. Enquanto na Ásia Oriental e Sudeste Asiático a marca é de 14%. Na África Subsaariana, essa porcentagem cai para 11%. E na Ásia Ocidental e no Norte da África é de 28%.

As agências alertam que a falha em fornecer proteção social adequada às crianças as deixa vulneráveis à pobreza, doenças, má nutrição e sem acesso à educação, o que eleva a ameaça de casamento e trabalho infantis.

Crianças vivendo na pobreza

Globalmente, as crianças têm duas vezes mais chances de viver em extrema pobreza do que os adultos. Um bilhão de crianças também vive em pobreza multidimensional, ou seja, sem acesso à educação, saúde, moradia, nutrição, saneamento ou água.

Segundo o relatório, os menores em pobreza multidimensional aumentaram 15% durante a pandemia de Covid-19, revertendo o progresso anterior na redução da pobreza infantil e destacando a necessidade urgente de proteção social.

Além disso, a pandemia mostrou que a proteção social é uma resposta crítica em tempos de crise. Quase todos os governos adaptaram rapidamente os esquemas existentes ou introduziram novos programas de proteção social para apoiar crianças e famílias.

Mas a maioria não conseguiu fazer reformas permanentes para se proteger contra choques futuros.

Impacto da crises

A diretora do Departamento de Proteção Social da OIT, Shahra Razavi, disse que é preciso reforçar a garantia de investimento adequado na proteção social universal para crianças.

Segundo ela, o ideal é que seja por meio de benefícios para apoiar as famílias.

Já a diretora de Política Social e Proteção Social do Unicef, Natalia Winder-Rossi, lembra que os benefícios são uma salvação à medida que as famílias enfrentam crescentes dificuldades econômicas, insegurança alimentar, conflitos e desastres relacionados ao clima.

 

Unicef: alunos mais ricos são mais beneficiados por fundos para educação

Janeiro 26, 2023 às 6:00 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 17 de janeiro de 2023. 

Novo relatório do Fundo da ONU para a Infância revela que pequeno aumento na alocação de recursos de educação pública para os 20% mais pobres pode melhorar a vida de 35 milhões de alunos de escolas primárias no mundo.

O Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, divulgou um novo relatório revelando que crianças de famílias mais pobres são menos beneficiadas por financiamentos do governo para educação pública.

O relatório Transformando a Educação com Financiamento Equitativo observa que, em média, um quinto dos alunos mais pobres se beneficia de apenas 16% do financiamento público para a educação, em comparação com um quinto dos mais ricos, que recebem 28%.

Países de língua portuguesa

O documento analisa dados sobre os gastos do governo na educação pré-escolar, primária, secundária e superior de 102 países.

Alunos das famílias mais ricas obtêm mais de seis vezes do valor do financiamento público da educação em comparação com os mais pobres.

Em Moçambique, essa diferença é de menos de 10% para alunos pobres e mais de 45% para alunos ricos. Enquanto no Brasil, menos de 15% e mais de 33%. Essa discrepância diminui na Guiné-Bissau, para cerca de 16% e 33%, em São Tomé e Príncipe, cerca de 17% e 25%, Timor-Leste, 18% e 24% e Portugal, com cerca de 18% e 25%.

Em todo o mundo, é mais provável que os gastos com educação pública cheguem a alunos de famílias mais ricas em países de baixa e média rendas.

Alunos mais ricos em lugares como Cote d’Ivoire, ou Costa do Marfim, e Senegal recebem cerca de quatro vezes mais gastos com educação pública do que os mais pobres. Embora a diferença seja menor em países de alta renda, França e Uruguai estão no extremo superior da diferença.

Entre as nações de baixa renda, apenas 11% do financiamento da educação pública vai para os alunos mais pobres, enquanto 42% são destinados aos mais ricos.

Apelo por mais investimentos

A constatação é que o aumento de um ponto percentual na alocação de recursos da educação pública para os 20% mais pobres pode tirar 35 milhões de crianças em idade escolar primária da pobreza de aprendizagem.

Com investimentos mais equitativos, a vida de milhões de alunos pode mudar. A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, disse que “muitos sistemas educacionais em todo o mundo estão investindo menos nas crianças que mais precisam”.

Para ela, apostar na educação das crianças mais pobres é “a maneira mais econômica de garantir o futuro para crianças, comunidades e países”.

Menor representação em níveis altos da educação

De acordo com o relatório, as crianças pobres têm menos probabilidade de ter acesso à educação e abandonam a escola mais cedo.

Elas também têm maior probabilidade de viver em áreas remotas e rurais que geralmente são mal atendidas e propensas à exclusão digital.

Segundo o Unicef, mesmo antes da Covid-19, os sistemas educacionais em todo o mundo não eram eficientes para as crianças, com centenas de milhões de alunos frequentando a escola, mas sem habilidades básicas de leitura e matemática.

Estimativas recentes mostram que dois terços de todas as crianças de 10 anos em todo o mundo são incapazes de ler e entender um texto simples.

De acordo com o relatório, um passo fundamental para lidar com a crise de aprendizagem é que os governos forneçam financiamento equitativo e priorizem os recursos públicos de educação, incluindo o foco cada vez maior na aprendizagem fundamental.

Outras descobertas do relatório:

  • Na última década, os gastos com educação pública tornaram-se mais equitativos em 60% dos países.
  • No entanto, quase um terço dos países gasta menos de 15% de seu financiamento público para a educação com os mais pobres. Entre as nações de baixa renda, essa parcela é surpreendentemente alta, de 80%.
  • Em 1 em cada 10 países, os alunos das famílias mais ricas recebem quatro ou mais vezes o valor dos gastos com educação pública em comparação com os alunos das famílias mais pobres em 10% dos países.
  • Os apelos para educação em emergências geralmente recebem apenas 10% a 30% dos valores necessários, com disparidades significativas entre países e regiões.

O Unicef alerta que é necessária uma ação urgente para garantir que os recursos educacionais cheguem a todos os alunos.

O relatório apresenta quatro recomendações principais: desbloquear o financiamento público pró-equidade para a educação, priorizar o financiamento público para a aprendizagem fundamental, monitorizar e assegurar a atribuição equitativa de ajuda à educação em contextos humanitários e de desenvolvimento, e investir em formas inovadoras de oferecer educação

 

Nunca houve tantas crianças a precisar de ajuda humanitária desde a II Guerra Mundial, alerta a UNICEF

Janeiro 24, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Comunidade Cultura e Arte de 30 de dezembro de 2022. 

O número de crianças a precisar de ajuda humanitária atualmente é o mais elevado de sempre desde a Segunda Guerra Mundial, alertou hoje a UNICEF, que divulgou os onze locais do mundo mais necessitados de apoio em 2023.

Numa publicação partilhada hoje no seu site oficial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta que “hoje, há mais crianças a precisar de ajuda humanitária do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)”.

Por todo o mundo, crianças e as suas famílias enfrentam uma mistura mortífera de crises, de conflitos e deslocações, a surtos de doenças e taxas crescentes de desnutrição. Entretanto, as alterações climáticas pioram estas crises e desencadeiam outras”, lê-se no texto.

Na publicação, a UNICEF partilha a lista de onze locais “que precisam de mais atenção e apoio em 2023”.
São eles: Sudão do Sul, Iémen, Haiti, República Democrática do Congo, Paquistão, Burkina Faso, Myanmar, Palestina, Bangladesh, Síria e Quénia.

No Sudão do Sul, “inundações sem precedentes tiveram um impacto devastador sobre as famílias”, com “colheitas destruídas, pastos submersos e as pessoas a serem forçadas a deixar as casas”.

No Iémen, onde a guerra civil já dura há oito anos, “os sistemas dos quais dependem as famílias continuam à beira do colapso total”. A UNICEF recorda que, naquele país, “mais de onze mil crianças foram mortas ou mutiladas desde 2015, enquanto conflitos, deslocamentos maciços e choques climáticos recorrentes deixaram mais de dois milhões de crianças gravemente desnutridas e a lutarem para sobreviverem”.

No Haiti, um surto de cólera este ano tornou-se “mais um risco para a saúde das crianças, e das suas vidas”, que se juntou à “turbulência política, agitação civil e violência de gangues, pobreza incapacitante e desastres naturais”.

A “escalda no conflito armado” e os “surtos recorrentes de doenças mortais” afetam “milhões de crianças” na República Democrática do Congo, país que regista “o segundo maior número de pessoas deslocadas internamente no mundo”.
No Paquistão, “meses depois das enchentes que devastaram o país, vastas áreas de cultivo e aldeias continuam submersas”. “Cerca de oito milhões de pessoas ainda estão expostas a enchentes ou vivem perto de zonas alagadas. Muitas famílias ainda vivem em barracas improvisadas ao longo de estradas ou perto dos escombros das suas casas — muitas vezes ao ar livre, ao lado de água contaminada e estagnada”, alerta a UNICEF.

No Burkina Faso há 1,7 milhões de pessoas deslocadas internamente, 60% das quais são crianças. Para essa deslocação, contribuíram “a fragilidade política, os impactos das mudanças climáticas e as crises económicas e de saúde”.

Em Myanmar há, segundo a UNICEF, 5,6 milhões de crianças a precisar de ajuda humanitária. Os conflitos armados em Myanmar começaram em 1948, no ano em que aquele país conseguiu a independência do Reino Unido. Este ano, “os ataques a escolas e hospitais continuaram em níveis alarmantes, e foram relatadas graves violações dos direitos da criança”.
Na Palestina, as crianças “continuam a enfrentar uma prolongada crise de proteção e uma ocupação contínua”, com cerca de um milhão a precisarem de ajuda humanitária.

O Bangladesh acolhe “centenas de milhares de refugiados rohingya” que fugiram “da extrema violência em Myanmar”.
Embora tenham sido fornecidos os serviços básicos nos acampamentos, as crianças ainda enfrentam surtos de doenças, desnutrição, e outros riscos como exploração e violência”, relata a UNICEF.

Na Síria, “mais de uma década de crises humanitárias e conflitos deixaram as crianças a enfrentar uma das situações de emergência mais complexas do mundo”.

O Quénia enfrenta “a pior seca dos últimos 40 anos”. “Sem água, as plantações não podem crescer e os animais e o gado morrem. A perda de alimentos nutritivos, combinada com falta de saneamento, deixou centenas de milhares de crianças a precisarem de tratamento para o definhamento”, salienta a UNICEF.

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HIV/Aids mataram quase 110 mil crianças e adolescentes no ano passado

Dezembro 7, 2022 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentário
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Texto da ONU News de 28 de novembro de 2022.

Relatório do Unicef revela lacuna crescente no tratamento de crianças e adultos; muitas regiões ainda não têm cobertura após pandemia; agência quer foco na diminuição das desigualdades.

Cerca de 110 mil crianças e adolescentes, de zero a 19 anos morreram de causas relacionadas à Aids em 2021.

Atualmente, o número de jovens vivendo com HIV é de 2,7 milhões, com 310 mil novas infeções. Os dados são do mais recente relatório global do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef.

Cobertura de saúde para tratar HIV caiu no ano passado

O documento foi divulgado às vésperas do Dia Mundial de Combate à Aids, marcado neste 1 de dezembro.

A agência alerta que o progresso na prevenção e tratamento do HIV em crianças, adolescentes e grávidas quase estagnou nos últimos três anos. E muitas regiões permanecem sem cobertura e serviços de saúde após a pandemia.

Enquanto o número total de crianças vivendo com HIV está diminuindo, a lacuna de tratamento entre crianças e adultos continua crescendo.

Nos países mais afetados, a cobertura para crianças ficou em 56% em 2020, mas caiu para 54% no ano passado.

Vontade política e desigualdades

Entre as razões para esse declínio estão a pandemia de Covid-19 e outras crises globais, que aumentaram a marginalização e pobreza, mas também é um reflexo da diminuição da vontade política e de uma resposta debilitada à Aids em crianças.

Globalmente, apenas 52% de crianças vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento, nos últimos anos.

Apesar de representarem apenas 7% do total de pessoas vivendo com HIV, crianças e adolescentes representaram 17% de todas as mortes relacionadas à Aids e 21% de novas infecções por HIV no ano passado.

Para o Unicef, a menos que as causas das desigualdades sejam abordadas, será difícil erradicar a doenças entre crianças e adolescentes.

Novas infecções por HIV entre crianças mais novas, de zero a 14 anos, caíram 52% de 2010 a 2021, e novas notificações entre adolescentes, 15 a 19 anos, também caíram 40%.

Da mesma forma, a cobertura do tratamento antirretroviral ao longo da vida entre grávidas vivendo com HIV aumentou de 46% para 81% em uma única década.

Compromisso político renovado

A chefe adjunta de HIV/Aids do Unicef, Anurita Bains, alerta que, embora as crianças tenham ficado muito atrás dos adultos na resposta à Aids, a estagnação observada nos últimos três anos é sem precedente, colocando muitos jovens em risco de doença e morte. Para ela, “a cada dia que passa sem progresso, mais de 300 crianças e adolescentes perdem a luta contra a Aids.”

A cobertura entre todos os adultos vivendo com HIV foi 20% maior do que entre as crianças. A diferença é ainda maior entre crianças e gestantes vivendo com HIV. Já a porcentagem de crianças entre 0 e 4 anos vivendo com HIV e não recebendo tratamento aumentou nos últimos sete anos, subindo para 72% em 2021, tão alto quanto em 2012.

Anurita Bains acredita que com compromisso político renovado para atingir os mais vulneráveis, parceria estratégica e recursos para ampliar os programas, é possível acabar com a Aids em crianças, adolescentes e grávidas.

Queda na cobertura em diversas regiões

A cobertura de tratamento para gestantes e lactantes caiu em 2020 em muitas regiões. Entre elas, Ásia e Pacífico, Caribe, África Oriental e Austral, América Latina, Oriente Médio e Norte da África e África Ocidental e Central.

Ásia e Pacífico, Oriente Médio e Norte da África registraram novos declínios no ano passado. Exceto pela África Ocidental e Central, que segue com a maior carga de transmissão vertical, a de mãe para filho, nenhuma das regiões mencionadas recuperou os níveis de cobertura alcançados em 2019.

Essas interrupções colocam a vida dos recém-nascidos em maior risco. No ano passado, mais de 75 mil novas infecções infantis ocorreram porque faltou diagnóstico para as gestantes e, por conseguinte, tratamento.

Racismo e discriminação contra crianças é frequente em países de todo o mundo

Novembro 29, 2022 às 6:00 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentário
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Notícia da Unicef Portugal de 18 de Novembro de 2022. 

Novo relatório descreve como as crianças são discriminadas na saúde, no acesso aos recursos governamentais e na educação; a análise de 22 países mostra que os grupos privilegiados têm o dobro das probabilidades de possuir competências básicas de leitura

O racismo e a discriminação contra crianças com base na sua etnia, língua e religião são frequentes em países de todo o mundo, de acordo com um novo relatório da UNICEF publicado dois dias antes do Dia Universal dos Direitos da Criança.

A publicação Rights denied: The impact of discrimination on children (Direitos negados: O impacto da discriminação nas crianças) mostra até que ponto o racismo e a discriminação têm impacto na educação, saúde, acesso ao registo de nascimento e a um sistema de justiça justo e igualitário, e destaca as disparidades generalizadas entre grupos minoritários e étnicos.

“O racismo sistémico e a discriminação colocam as crianças em risco de privação e exclusão que podem perpetuar-se durante toda a vida,” afirmou Catherine Russel, Directora Executiva da UNICEF. “É algo que prejudica todas as pessoas. Proteger os direitos de todas as crianças – quem quer que sejam e de onde quer que venham – é a forma mais segura de construir um mundo mais pacífico, próspero e justo para todos.”

Entre os novos dados, o relatório mostra que as crianças de grupos étnicos, linguísticos e religiosos marginalizados, numa análise de 22 países, estão muito atrasadas em relação aos seus pares em termos de capacidades de leitura. Em média, os estudantes entre os 7 e 14 anos do grupo mais favorecido têm mais do dobro das probabilidades de adquirir competências de leitura fundamentais em relação aos do grupo menos favorecido.

Uma análise dos dados sobre a taxa de crianças registadas à nascença – um pré-requisito para o acesso aos direitos básicos – encontrou disparidades significativas entre crianças de diferentes grupos religiosos e étnicos. Por exemplo, na República Democrática Popular do Laos, apenas 59 por cento das crianças menores de 5 anos do grupo étnico minoritário Mon-Khmer são registadas à nascença, em comparação com 80 por cento entre o grupo étnico Lao-Tai.

A discriminação e a exclusão agravam a privação intergeracional e a pobreza, e resultam em piores condições de saúde, nutrição e aprendizagem para as crianças; maior probabilidade de institucionalização; taxas de gravidez entre as raparigas adolescentes mais elevadas, e menores taxas de emprego e rendimentos na vida adulta.

Embora a COVID-19 tenha exposto profundas injustiças e discriminação em todo o mundo, e os impactos das alterações climáticas e dos conflitos continuem a revelar desigualdades em muitos países, o relatório destaca como a discriminação e a exclusão há muito persistem para milhões de crianças de grupos étnicos e minoritários, incluindo no acesso à imunização, aos serviços de água e saneamento, e a um sistema de justiça justo.

Por exemplo, no caso das medidas disciplinares sancionatórias dos Estados Unidos, as crianças negras têm quase quatro vezes mais probabilidades de serem suspensas da escola do que as crianças brancas, e mais do dobro da probabilidade de serem detidas por questões relacionadas com a escola, observa o relatório.  

A publicação destaca também como as crianças e os jovens sentem o peso da discriminação na sua vida quotidiana. Uma nova sondagem U-Report, uma iniciativa da UNICEF que engloba jovens de várias dezenas de países, gerou mais de 407.000 respostas e constatou que quase dois terços sentem que a discriminação é comum nos seus meios, enquanto quase metade sente que a discriminação afectou as suas vidas ou a de alguém que conhecem de forma significativa.

“No Dia Universal dos Direitos da Criança e todos os dias, todas as crianças têm o direito de serem incluídas, de serem protegidas e de terem uma oportunidade justa de desenvolverem todo o seu potencial,” disse Catherine Russell. “Todos nós temos o poder de combater a discriminação contra as crianças – nos nossos países, nas nossas comunidades, nas nossas escolas, nas nossas casas, e nos nossos próprios corações. Precisamos de usar esse poder.” 

Para mais informação, é favor contactar:
Vera Lança, UNICEF Portugal, Tel: 21 317 75 00, press@unicef.pt 

 

Apenas um terço das crianças de 10 anos sabem ler, alerta Unicef

Outubro 13, 2022 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 16 de setembro de 2022.

Número caiu pela metade em relação as estatísticas pré-pandemia; chefe do Fundo da ONU para a Infância alerta que crise na educação deve afetar gerações futuras; agência inaugura obra na entrada da sede das Nações Unidas para destacar vulnerabilidade das crianças sem acesso a habilidades básicas.

Com o início da Cúpula da Educação Transformadora nesta sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que apenas um terço das crianças de 10 anos em todo o mundo são capazes de ler e entender uma história escrita. Segundo a agência, essa estatística representa uma redução de 50% em relação às estimativas pré-pandemia.

Consequências futura

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, avalia que escolas com poucos recursos, professores mal pagos e qualificados, salas de aula superlotadas e currículos arcaicos estão minando a capacidade das crianças de atingir seu pleno potencial.

Ela acrescenta que a trajetória dos sistemas de ensino é, por definição, a trajetória do futuro. Segundo a chefe do Unicef, é necessário reverter as tendências atuais ou enfrentar as consequências de não educar uma geração inteira.

Para Russell, os baixos níveis de aprendizado hoje significam menos oportunidades amanhã.

Efeitos Covid-19

Um ponto importante levantado pelo evento e pelo estudo do Unicef são os impactos da pandemia de Covid-19. O fechamento prolongado das escolas e a falta de acesso ao aprendizado de qualidade ampliaram a crise já existente no setor, deixando milhões de crianças em idade escolar sem habilidades básicas em matemática e sem alfabetização.

Para chamar a atenção para a crise educacional e a necessidade de transformar o aprendizado em todo o mundo, o Unicef criou a “Aula de Crise de Aprendizagem”, uma sala de aula modelo que representa a escala de crianças que não tem acesso ao conteúdo fundamental crítico.

A instalação será exibida na entrada de visitantes da sede da ONU em Nova Iorque entre 16 e 26 de setembro. O modelo servirá como um lembrete para funcionários de governos, chefes de Estado e visitantes da necessidade urgente de investimento global em massa em educação.

Na obra, apenas um terço das carteiras possuem a mochila do Unicef colocada na cadeira da escola atrás dela. A intenção é destacar a pequena quantidade de crianças de 10 anos em todo o mundo que são capazes de ler e entender uma história escrita simples.

As demais carteiras são feitas de material transparente, mostrando que essas crianças se tornam praticamente invisíveis, ainda que representem 64% das crianças de 10 anos.

Segundo o Unicef, as cadeiras vazias também significam as contribuições cívicas que serão perdidas se não forem tomadas medidas urgentes para dar a todos os alunos educação apropriada.

Alunos e professores de Portugal

A ONU News conversou com estudantes e professores de Portugal, que estiveram no primeiro dia do evento, nesta sexta-feira.

A estudante Mariana Antunes destacou que apoia que as transformações sejam feitas pelos jovens, já que são eles que estão tendo a experiência nas salas de aula. Sua colega, Margarida Dinis, complementa dizendo que por conta de sua vivência diária nas salas de aulas, são os melhores para dizer o que funciona e o que precisa mudar.

“Eu acho que é importante sermos nós a tentar mudar essa educação que já dura anos e anos e que nunca mudou até agora”, disse Mariana.

“Como somos nós que vivemos diariamente e somos nós que temos todas as experiências. Acho que nós, melhor que ninguém, sabemos o que está bem e o que está mal, o que funciona para nós”, completou Margarida.

A professora Catarina Esmenio afirmou que enxerga no evento uma oportunidade de impulsionar o setor e construir um novo momento para a educação.

“Sinto verdadeiramente que estamos num momento de viragem importante, em que estou a fazer parte de um movimento global para transformar a educação e, portanto, é que gosto muito grande, pra já, passar também uma confiança grande aos meus pares e a todos os jovens que aqui estão, porque é efetivamente possível esta mudança”.

O Dia de Mobilização foi liderado e organizado por jovens e contou com a participação de diversas partes interessadas. O evento tem a intenção de transmitir as recomendações dos jovens sobre a transformação da educação para os tomadores de decisão e formuladores de políticas.

A reunião também busca mobilizar a sociedade civil, jovens e professores para apoiar a transformação da educação em todo o mundo.

A Cúpula da Educação Transformadora segue até a próxima segunda-feira, 19.

Encontro de líderes

Durante a reunião de líderes na Cúpula da Educação Transformadora, o Unicef deve pedir aos governos que se comprometam a alcançar todas as crianças com educação de qualidade.

A agência ainda incentiva novos esforços e investimentos para reinscrever e reter todas os jovens na escola, aumentar o acesso à aprendizagem corretiva e de recuperação, apoiar os professores e disponibilizar as ferramentas necessárias, bem como garantir que as escolas ofereçam um ambiente seguro e de apoio para que todas as crianças estejam prontas para aprender.

Mais informações aqui

 

Cheias no Paquistão deixam 16 milhões crianças em risco

Outubro 10, 2022 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 2 de setembro de 2022.

Destruição de escolas e propagação de doenças pode levar a mais mortes infantis após inundações; Unicef destaca que menores representam 30% das vítimas fatais dos alagamentos dos últimos dias; agências da ONU afirmam que acesso a áreas mais afetadas e falta de profissionais de saúde são principais desafios.

Desde meados de julho deste ano, o Paquistão vem enfrentando fortes chuvas e alagamentos durante a temporada de monções. O agravamento da situação nas últimas semanas levou o país a uma crise humanitária “sem precedentes”, de acordo com o representante da Organização Mundial da Saúde, OMS, Palitha Mahipala.

O Fundo da ONU para Infância, Unicef, destaca que as crianças representam 30% das vítimas fatais dos alagamentos dos últimos dias. Outras 16 milhões foram impactadas e 3,4 milhões precisam de apoio humanitário. Ainda segundo a agência, 18 mil escolas foram danificadas ou destruídas.

Crianças em risco

Na análise do representante do Unicef no Paquistão, Abdullah Fadil, pode ser que mais crianças morram com o agravamento da situação e a chegada do inverno. Ele alerta para o alto risco de doenças mortais transmitidas pela água se espalharem rapidamente, como diarreia, cólera, dengue, malária.

Destacando a dificuldade de acesso, Fadil afirma que as operações de socorro e resgate ainda são extremamente difíceis de realizar, já que cerca de 160 pontes e 5 mil quilômetros de estradas foram destruídas ou danificadas.

O Unicef entregou até o momento serviços de emergência imediatos e suprimentos no valor de mais de US$ 2 milhões, incluindo água potável, pastilhas de purificação de água, kits de higiene, medicamentos, vacinas, alimentos terapêuticos para crianças, mulheres grávidas e lactantes e mosquiteiros.

Agravamento da crise sanitária

Segundo a OMS, 72% dos distritos foram afetados e metade deles está em estado de calamidade. Com 15% da população afetada, a resposta da agência de saúde e das autoridades paquistanesas já conta com 27 centros de saúde operando e mais de 4,5 mil acampamentos médicos pelo país.

Com muitas instalações de saúde danificadas com as inundações, o atendimento foi interrompido, aumentando os riscos de uma crise generalizada. A OMS também alerta para a propagação de doenças transmitidas pela água e o agravamento do surto de pólio.

A agência de saúde também destaca a falta de acesso a algumas regiões, bem como a falta de equipes médicas e suprimentos básicos como importantes desafios para lidar com a situação.

Impactos nos refugiados

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, também está levantando recursos para aumentar a assistência às comunidades e refugiados nas áreas afetadas pelas cheias. Segundo relatos, as pessoas sem abrigo, aguardando a ajuda do governo e de entidades humanitárias.

O Acnur já entregou tendas e outros itens de ajuda para os locais mais afetados e lembra que o país recebeu milhões de afegãos nas últimas quatro décadas. Assim, o porta-voz da agência no país, Matthew Saltmarsh, afirma que a assistência é um sinal de solidariedade.

Segundo ele, mais de 420 mil afegãos vivem lado a lado com as comunidades anfitriãs nas áreas mais afetadas do Paquistão, inclusive nas províncias de Sindh, Baluchistão e Khyber Pakhtunkwa.

A ONU fez um apelo de US$ 161 milhões para ajudar vítimas de inundações no Paquistão. De acordo com levantamentos, cerca de mil pessoas morreram e mais de 30 milhões foram deslocadas em inundações provocadas pelas monções neste ano.

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Juntos vamos levar as crianças para a escola – Campanha da Unicef “Não regresso à escola”

Outubro 8, 2022 às 4:00 pm | Publicado em Recursos educativos | Deixe um comentário
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Ninguém duvida que o lugar de uma criança é na escola e era lá que a Olívia queria estar quando, aos 16 anos, foi prometida em casamento, como acontece a demasiadas meninas da região onde mora: Mabalane, em Moçambique. 
Para meninas como a Olívia, o não regresso à escola é sinónimo de casamento infantil e, demasiadas vezes, de violência sexual. Para a Valentinne, não estar na escola significou trabalho infantil, e para o Mahery, maus-tratos. 
Esta é a realidade para muitas das 244 milhões de crianças que este ano não regressaram ainda à escola e dá o mote à campanha que lançamos este mês na UNICEF, para lembrar que ainda há crianças que vivem agora “O NÃO REGRESSO À ESCOLA”.
CONHECER A CAMPANHA DA UNICEF  
Como tão bem sabe, Portugal não fica fora destas estatísticas. 
O absentismo e o abandono escolar continuam a existir, colocando em risco demasiadas crianças, todos os anos. 
Hoje precisamos de si para mudar a vida delas, como mudámos a da Olívia. 
A Olívia não chegou a casar, muito graças à comunidade onde vive. Quando se soube que tinha sido prometida em casamento, houve uma rede que a protegeu: a escola, professores, responsáveis locais e a UNICEF. Juntos conseguimos que hoje ela continue na escola e possa continuar a sonhar ser médica, para “salvar vidas”.
Hoje propomos que o mesmo seja feito em Portugal, para todas as crianças. Preparámos, por isso, para a comunidade educativa um conjunto de recursos que ajudam a prevenir o abandono escolar. Veja na plataforma. 
ACEDER À PLATAFORMA  
Tal como no caso da Olívia, são as iniciativas locais que conseguem ter maior sucesso na resolução dos problemas que afetam as crianças. 
Aproveitamos para recordar alguns programas que mudam vidas, feitos em conjunto pelas autarquias e pelas comunidades educativas: um Observatório do Aluno, a definição de um Plano de Prevenção e Intervenção Escolar ou o desenvolvimento de Planos Municipais de Prevenção do Abandono Escolar.
Estamos certos de que, juntos, vamos continuar a trabalhar, para todas as crianças aprenderem e terem uma oportunidade justa na vida.

Crianças do Sahel e leste da África 11 vezes mais propensas a morrer por água contaminada

Outubro 5, 2022 às 4:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da ONU News de 23 de agosto de 2022.

Cerca de 2,8 milhões de menores sofrem com subnutrição aguda grave; Unicef usa Semana Mundial da Água para destacar apelos subfinanciados nas duas regiões. 

Crianças do Chifre da África e do Sahel enfrentam desnutrição grave e risco de doenças transmitidas pela água. Nesta terça-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alerta para um possível número “arrasador” de mortes por causa da situação, que pode ser evitada com apoio internacional urgente.

Uma nota sobre esta Semana Mundial da Água revela que mais de 2,8 milhões de crianças sofrem de subnutrição aguda grave nas duas regiões. A proporção do risco de morte por doenças transmitidas pela água é 11 vezes mais alta do que em menores bem nutridos.   

Mortalidade infantil

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, lembra que “a história mostra que quando altos níveis de desnutrição aguda grave em crianças se combinam com surtos de cólera ou diarreia, a mortalidade infantil aumenta de forma dramática e trágica.”  

Para a chefe da agência, “quando a água não está disponível ou não é segura, os riscos para as crianças se multiplicam exponencialmente”. Mas para o caso do Chifre da África e do Sahel, “milhões de crianças estão a apenas uma doença de uma catástrofe”. 

O número de vítimas da seca sem acesso a uma fonte confiável de água potável aumentou de 9,5 milhões em fevereiro para 16,2 milhões em julho na Etiópia, no Quênia e na Somália. A situação coloca crianças e suas famílias em risco crescente de contrair doenças como cólera e diarreia.  Quase todos os distritos somalis afetados pela seca notificaram um cumulativo de 8,2 mil casos de diarreia aguda e de cólera no primeiro semestre deste ano. O total corresponde a mais do dobro do número de pacientes do mesmo período de 2021. 

Maior risco

Crianças com menos de cinco anos são quase dois terços das vítimas. De junho de 2021 ao mesmo período deste ano, a atuação do Unicef com parceiros tratou mais de 1,2 milhão de casos de diarreia no grupo etário nas regiões de Afar, Somali, SNNP e Oromia na Etiópia.

No Quênia, mais de 90% das fontes de água de superfície, de fontes como lagoas e poços abertos estão esgotadas ou secaram. A situação é tida como “um sério risco de surto de doenças”.

No caso do Sahel, a disponibilidade do recurso também diminuiu mais de 40% nos últimos 20 anos. A situação deveu-se a fatores como alterações climáticas e conflitos que expõem milhões de crianças e famílias em maior risco de doenças transmitidas pela água. 

A África Ocidental e Central registrou o pior surto de cólera da região nos últimos seis anos no ano passado. O total inclui 5.610 casos e 170 mortes do Sahel Central.   

Apelos subfinanciados

Tanto no extremo oriental africano como no Sahel, o Unicef oferece auxílio essencial e serviços em diversos setores par a resiliência de crianças que precisam urgentemente de ajuda e suas famílias.

As ações envolvem oferecer serviços para melhorar o acesso a água diante das condições climáticas, serviços de saneamento e higiene, perfurações para a criação fontes fiáveis de águas subterrâneas. 

O trabalho envolve alargar sistemas solares, rastrear e tratar crianças com subnutrição e serviços de prevenção.

A agência da ONU diz contar com 3% de fundos do apelo para melhorar a resiliência das famílias a longo prazo na região do extremo leste da África. Outros alvos são impedir mais mortes devido à seca nos próximos anos.

Já para o Sahel Central, o valor para a resposta às necessidades das crianças e famílias vulneráveis chega a 22% para atuar em iniciativas dos setores de água, saneamento e higiene.

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