“Só exercitam os polegares.” Pandemia está a afastar crianças do exercício físico e alimentação saudável

Outubro 31, 2020 às 2:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , , , , ,

Notícia da TSF de 21 de outubro de 2020.

Por Sara de Melo Rocha e Rita Carvalho Pereira

Ordem dos Nutricionistas alerta que está em causa uma “mistura explosiva” de falta de atividade física e má alimentação, devido à crise pandémica.

Devido à pandemia, quase metade da populaça alterou os hábitos alimentares e de atividade física

A pandemia e as regras sanitárias estão a afastar as crianças e os jovens da prática do exercício físico e de uma alimentação equilibrada. É esta a convicção da Ordem dos Nutricionistas e da Confederação de Treinadores de Portugal.

Em declarações à TSF, José Pereira, da Confederação de Treinadores de Portugal.​​​​​​, explica que, sem equipas a treinar e sem campeonatos a decorrer, os jovens acabam por ter a prática de desporto dificultada.

“As equipas distritais e nacionais juvenis, neste momento, não têm competição organizada, de uma forma geral, portanto, os jovens não têm desporto”, afirma José Pereira.

“Neste momento, eles têm um movimento, que é conhecido pelo exercício dos polegares, que é mandar mensagens dos telemóveis. O músculo que eles mais exercitam é os polegares”, ironiza.

José Pereira nota que “não se prevê que, a curto prazo”, esta situação “venha a modificar-se” e frisa que a mesma “tem sido extremamente prejudicial para os nossos jovens”.

A Ordem dos Nutricionistas alerta que se, à falta de desporto, estiver aliada a uma alimentação menos cuidada, as consequências para os mais novos podem ser severas.

Ouvida pela TSF, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, alerta que está em causa “uma mistura verdadeiramente explosiva”, quando “temos hábitos alimentares que podem estar a ser prejudicados e uma atividade física que pode estar a ser diminuída”.

Alexandra Bento cita um estudo da Direção-Geral de Saúde que concluiu que, durante o período de confinamento, “quase metade da populaça alterou os hábitos alimentares”, sendo que “42% alterou para pior”.

“Claramente, nesse período, comeu-se pior”, declara a bastonária, que teme que a quebra dos rendimentos das famílias, devido à crise pandémica, possa estar a ter consequência na alimentação dos mais novos.

“Se os agregados familiares diminuíram o seu rendimento, se estão a viver momentos de mais stress, se têm novos modelos de compra – porque as famílias têm novos horários e vivem novas realidades em termos laborais – então poderemos estar a ter muitas famílias portuguesas com dificuldade em alimentar-se de forma correta”, repara.

Alexandra Bento lembra ainda que também a forma de comer nas escolas mudou devido à pandemia, pondo em causa uma alimentação mais saudável.

“O acesso aos alimentos nas escolas está mais dificultado, porque há uma série de alterações que tiveram de ser operacionalizadas, quer nas cantinas, quer nos bares das escolas, quer nas máquinas de venda automática”, aponta. “A escola é um espaço importantíssimo para promovermos a saúde através da alimentação e, nesta altura, temos um problema.”

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas defende, por isso a implementação de “medidas que, não pondo em causa a segurança das nossas crianças face ao contexto pandémico atual, lhes permitam mexerem-se e terem uma alimentação adequada”

Parir em casa (ou o elogio da irresponsabilidade)

Outubro 30, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Artigo de opinião de Carmen Garcia publicado no Público de 20 de outubro de 2020.

O meu respeito pelas escolhas alheias acaba no exacto momento em que essas escolham podem pôr em risco a vida e a segurança das crianças. E neste contexto há dois pontos “sagrados”: a vacinação e o parto hospitalar.

Na semana passada, uma amiga pediatra fez uma publicação desesperada nas redes sociais: estando a trabalhar no INEM, tinha acabado de deixar no hospital, sedado e ventilado após manobras de reanimação, um recém-nascido que, por escolha materna, veio ao mundo em casa. E ela pedia para as mulheres pensarem duas vezes, para reflectirem a sério sobre os riscos a que se expunham a elas e aos filhos. Fazia este pedido num tom triste e cansado, o tom de quem passou horas a lutar para manter viva uma criança que, nascida em meio hospitalar, teria sido assistida em poucos minutos e estaria naquele momento, muito provavelmente, a dormir tranquilamente no colo da mãe.

Desde que escrevo sobre maternidade que assumo o meu respeito pelas diferentes escolhas dos pais. Pouco me importa se as mães preferem parir sem epidural, se optam por não amamentar ou se prolongam essa amamentação até aos cinco anos. Da mesma maneira acho irrelevante se os bebés iniciam a diversificação alimentar por sopas ou sólidos e se comem papas caseiras ou industriais. Mas o meu respeito pelas escolhas alheias acaba no exacto momento em que essas escolham podem pôr em risco a vida e a segurança das crianças. E neste contexto há dois pontos “sagrados”: a vacinação e o parto hospitalar.

Dirão algumas mulheres ao lerem este texto que nos hospitais, muitas vezes, os desejos de quem vai parir não são respeitados, que há excesso de participantes e demasiadas intervenções desnecessárias. E a verdade é que não posso discordar. Mas é por isso que luto pela humanização. No hospital. Parto hospitalar humanizado. É por aí que passa o caminho.

surdez do Pedro, ao que tudo indica, foi resultante da negligência sofrida no parto. Um parto com uma violência brutal em que depois de três tentativas de ventosas, uns fórceps e costelas fissuradas pela manobra de Kristeller, acabámos numa cesariana emergente. Então sim, sei o que dói. Fui umas das muitas mulheres vítimas de violência obstétrica neste país. Mas sei também que a solução passa por formar os profissionais e humanizar os serviços, nunca por parir em casa.

Em 1960 existiram mais de 219 mil partos em Portugal e apenas cerca de 40.400 foram realizados em hospital. Nesse ano, 28 crianças por cada mil que nasceram acabaram por morrer no primeiro mês de vida. Em 2018, em 86.256 partos, 85.604 aconteceram em contexto hospitalar. Morreram menos de três crianças por cada mil que nasceram. Os números não mentem, não é? O acompanhamento médico da gravidez e a realização dos partos em hospital com possibilidade de assistência diferenciada foram dois dos factores decisivos para o brutal decréscimo da taxa de mortalidade neonatal no nosso país.

E para quem vem com a conversa do “mas a equipa que eu contratei para o parto em casa tinha enfermeira especialista em obstetrícia e todo o material necessário caso as coisas corressem mal”, a minha resposta é só uma: e então? De que me interessa a mim que a enfermeira tenha um saco cheio de tubos orotraqueais se a experiência dela em entubação de recém-nascidos é zero? Não nos esqueçamos de que, em Portugal, os únicos profissionais com experiência na entubação e ventilação de recém-nascidos são pediatras que trabalham em unidades de cuidados intensivos neonatais. E se o bebé fizer uma paragem cardiorrespiratória e precisar de suporte avançado de vida? A enfermeira especialista em obstetrícia está apta a fazê-lo? Tem os fármacos disponíveis? Consegue canalizar acesso ao bebé para os administrar?

Até do ponto de vista materno (ainda que as mães já possam assumir a responsabilidade pelas escolhas que fazem para si próprias) isto é absolutamente perigoso. Imaginemos um cenário de atonia uterina… A equipa que faz o parto em casa tem consigo quantas unidades concentradas de eritrócitos para transfusão? Pois… Agora imaginem que vive a cem quilómetros do hospital mais próximo. E não, estas complicações não acontecem só em gravidezes de baixo risco. Gravidezes perfeitamente “normais” e isentas de qualquer complicação podem ter igualmente complicações gravíssimas e potencialmente mortais no parto.

Dirão alguns que o parto em casa é realidade em muitos países. E se isto é verdade também é verdade que esses países, pelo menos os desenvolvidos, têm uma rede organizada nesta área que nós não temos. Mas sabem o que também é verdade? Que as menos de duas mortes por cada mil bebés nascidos em Portugal em 2019 nos deixam mais bem posicionados do que a grande maioria desses países. Alguma coisa devemos andar a fazer bem, não?

Ciclo de conferências “A Criança tem direito a uma família…” webinars todas as terças do mês de novembro

Outubro 30, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , ,

Mais informações no link:

http://www.m-almada.pt/xportal/xmain?xpid=cmav2&xpgid=cmaform&id=direitosdascriancas

Comentário à Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo

Outubro 30, 2020 às 6:00 am | Publicado em Livros | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , ,

Descarregar o documento no link:

https://www.cnpdpcj.gov.pt/documents/10182/14804/Coment%C3%A1rio+%C3%A0+Lei+de+Prote%C3%A7%C3%A3o+de+Crian%C3%A7as+e+Jovens+em+Perigo/9a8855e7-41bb-4ca4-b60f-1bed4d100043?fbclid=IwAR1ZBpxYBaix3QUeggxmvdHT7B1zkmsdmK5W_PQ5geZgnurpj8_4CX7jszU

Uso obrigatório de máscara nas escolas francesas estendido às crianças de 6 anos

Outubro 29, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , ,

Notícia da TSF de 29 de outubro de 2020.

A França anunciou na quarta-feira um novo confinamento à escala nacional para tentar travar a propagação do novo coronavírus.

O uso de máscara na escola em França será estendido na próxima semana às crianças a partir dos seis anos, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro francês, Jean Castex, um dia após o anúncio de novo confinamento no país.

“A partir do início desta segunda-feira, o protocolo de saúde vai ser adaptado e reforçado de forma a garantir a proteção de todas as crianças, professores, pais de alunos, de acordo com o parecer que nos foi enviado (quarta-feira) pelo Conselho Superior de Saúde Pública “, acrescentou o chefe de governo.

Jean Castex, que falava na Assembleia Nacional, na abertura do debate sobre o confinamento, que foi novamente decretado em França, disse que o Governo tinha antecipado a segunda vaga da epidemia, mas sublinhou: “nenhum país previra que se acelerasse tão repentina e brutalmente”.

“Continuei a pedir vigilância. Alguns que nos dizem hoje que deveríamos ter agido, e mais fortemente, ou que não estávamos a fazer o suficiente, alegaram na época que estávamos a fazer demais”, afirmou.

Para a atividade profissional, “a utilização do teletrabalho deve ser o mais massiva possível”, afirmou ainda Jean Castex, especificando que, “no setor privado, todas as funções que podem ser desempanhadas em teletrabalho devem ser realizadas cinco dias por semana”.

“Devemos continuar a trabalhar, tanto quanto possível, é claro em condições sanitárias protetoras e, ao mesmo tempo, travando a circulação viral”, porque “o desemprego e a pobreza também podem matar”, continuou.

Serão encerradas empresas de eventos e “setores do cinema e artes cénicas”, indicou também.

Mas, de acordo com o porta-voz do governo Gabriel Attal, os parques e jardins públicos, assim como os mercados, devem permanecer abertos.

A França anunciou na quarta-feira um novo confinamento à escala nacional para tentar travar a propagação do novo coronavírus, juntando-se assim à Irlanda e ao País de Gales, os únicos na Europa que avançaram, até à data, com esta medida.

O novo confinamento, que vigorará pelo menos até 01 de dezembro, começará sexta-feira, mas as escolas permanecerão, para já, abertas.

As novas medidas em França preveem o encerramento de bares e restaurantes durante o período do novo confinamento.

A pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

Filhos de mães diabéticas têm pressão arterial mais elevada durante a infância – estudo

Outubro 29, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , , , , ,

Notícia do Sapo 24 de 19 de outubro de 2020.

Investigadores da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) concluíram que as crianças expostas à diabetes das mães durante a gravidez apresentam valores de pressão arterial mais elevados, o que potencia o risco de desenvolverem hipertensão na vida adulta.

“Percebemos que as crianças expostas à diabetes ‘in utero’ apresentam uma trajetória de pressão arterial sistólica mais acelerada, e que aos 10 anos têm uma pressão arterial sistólica e diastólica mais elevada em comparação com as crianças não expostas”, afirma hoje, em comunicado, Joana de Oliveira Miranda, uma das autoras deste estudo.

A investigadora e professora da FMUP esclarece que “a exposição a determinados fatores na vida intrauterina conduz a alterações na estrutura e função do sistema cardiovascular, que perduram até à vida adulta”.

Embora seja reconhecida a associação em adultos, ainda são poucos os dados que relacionem a diabetes das mães com a hipertensão dos filhos na infância.

Nesse sentido, a equipa de investigação procurou perceber o impacto que a exposição à diabetes no período intrauterino tem nas trajetórias de pressão arterial durante os primeiros anos de vida.

Os investigadores apontam o período perinatal e a primeira infância como janelas de oportunidade para intervenções que possam modificar o impacto da exposição à diabetes nas crianças.

“Mesmo aumentos ligeiros da pressão arterial podem ter importantes implicações para a saúde dos indivíduos”, conclui Joana de Oliveira Miranda.

A investigação acompanhou 586 grávidas com diabetes (a grande maioria com diabetes gestacional) integradas na coorte Geração 21, e avaliou as crianças em três momentos diferentes: aos 4, 7 e 10 de idade.

Durante o mesmo período, as crianças expostas à diabetes apresentaram também um Índice de Massa Corporal (IMC) significativamente maior do que aquelas que não haviam sido expostas.

O artigo científico “Maternal Diabetes Mellitus as a Risk Factor for High Blood Pressure in Late Childhood” foi publicado na revista Hypertension e é assinado pelos investigadores Joana de Oliveira Miranda, Rui João Cerqueira, Henrique Barros e José Carlos Areias.

PM // JAP

Link para o artigo:

https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYPERTENSIONAHA.118.11761

Governo reforça formação de professores e não docentes sobre o bullying

Outubro 29, 2020 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , ,

 

Notícia do Observador de 19 de outubro de 2020.

Professores e funcionários não-docentes vão ter formação sobre bullying e ciberbullying. Iniciativa arranca em novembro. Outro protocolo vai ser posto em ação em 2021 com a Faculdade de Psicologia.

O Governo vai reforçar a formação dos professores e dos trabalhadores das escolas sobre o bullying e ciberbullying com um conjunto de ações de formação, no âmbito do programa “Escola Sem Bullyuing | Escola Sem Violência”.

Num comunicado enviado esta segunda-feira às redações, o Ministério da Educação apresenta um conjunto de iniciativas planeadas para o próximo ano no âmbito do programa que reforçam a formação da comunidade educativa para estes temas.

Já em novembro decorre uma ação de curta duração para formadores identificados pelos Centros de Formação de Associação de Escolas sobre o bullying e ciberbullying em idade escolar.

“Esta ação visa sensibilizar e informar professores e educadores, e outros profissionais que lidem com crianças e jovens ou os tenham a seu cargo, acerca das características destes fenómenos, consciencializando-os no que respeita aos riscos associados, assim como do seu papel numa perspetiva essencialmente preventiva”, escreve a tutela.

Por outro lado, a Direção-Geral da Educação vai disponibilizar um curso e uma oficina de formação para a prevenção da violência e para o desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças e jovens, e está também a estabelecer um protocolo com a Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto para desenvolver um plano de formação docente para 2021.

Além destas iniciativas, os professores do básico ao secundário e os educadores de infância vão ter também no próximo ano uma formação de Liderança Intermédia neste âmbito e um curso sobre relações interpessoais e dinâmicas de grupo na escola.

A formação tinha sido já um dos eixos do programa “Escola Sem Bullyuing | Escola Sem Violência” no ano passado, com a realização de 153 ações dirigidas não só aos professores e funcionários, mas também aos encarregados de educação.

Para os assistentes operacionais, estavam previstas ações de formação presenciais que acabaram por ficar comprometidas devido à pandemia da Covid-19 e, por isso, este ano as ações foram reformuladas para decorrer à distância, permitindo formar até ao final do ano letivo cerca de 800 funcionários.

O reforço da formação da comunidade educativa no âmbito do bullying e ciberbullying está enquadrado num programa lançado no ano letivo passado pelo Ministério da Educação que é agora renovado.

Deste programa, saíram 52 agrupamentos de escolas/escolas não agrupadas (AE/ENA) com o selo “Escola Sem Bullyuing | Escola Sem Violência”, que é entregue na terça-feira, na mesma data em que se assinala o Dia Mundial do Combate ao Bullying, refere o mesmo comunicado.

Num balanço do primeiro ano da iniciativa, o ministério acrescenta que em 2019/2020 foram promovidas 450 ações de sensibilização, comemoração, informação, formação ou partilha de práticas e 106 escolas desenvolveram ações de prevenção e combate ao bullying e ciberbullying no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento.

Entre os 117 AE/ENA que responderam ao inquérito da tutela, foram identificados 1694 embaixadores do programa, ou seja, alunos que “além de pertencerem às equipas criadas pelas escolas no âmbito da prevenção e combate a este fenómeno, assumiram um papel de destaque”.

A iniciativa “Escola Sem Bullyuing | Escola Sem Violência” tem como objetivo contribuir para uma escola mais inclusiva, que promova um ambiente seguro e saudável, que permita às crianças e jovens desenvolver valores e competências promotoras do desenvolvimento pessoal e da plena intervenção social.

Mais informações no link:

https://www.dge.mec.pt/noticias/selo-escola-sem-bullying-escola-sem-violencia-certifica-52-escolas

Uma em cada seis crianças vive em pobreza extrema

Outubro 28, 2020 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , , ,

Notícia da ONU News de 20 de outubro de 2020.

Estudo realizado antes da pandemia de Covid-19 mostra que 356 milhões de crianças tentam sobreviver com menos de US$ 1,90 por dia; dois terços delas vivem na África Subsaariana; número deve subir de forma significativa devido à crise de saúde.

Uma em cada seis crianças, ou 356 milhões em todo o mundo, vivia na pobreza extrema antes da pandemia de Covid-19. Esse número deve subir significativamente, de acordo com uma nova análise do Banco Mundial e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Dois terços das crianças que vivem com menos de US$ 1,90 por dia, a medida internacional de extrema pobreza, estão na África Subsaariana. Um quinto desses meninos e meninas vive no sul da Ásia.

Riscos

A análise mostra que o número de crianças vivendo em extrema pobreza diminuiu moderadamente em 29 milhões entre 2013 e 2017.

O Unicef e o Banco Mundial afirmam, no entanto, que o progresso é lento, desigualmente distribuído e está em risco devido ao impacto econômico da pandemia.

Em comunicado, o diretor de programas do Unicef, Sanjay Wijesekera, disse que “esses números por si só deveriam chocar qualquer pessoa”. Ele avisou que “a escala e a profundidade das dificuldades financeiras causadas pela pandemia só vão piorar as coisas.”

Segundo o direto, “os governos precisam urgentemente de um plano de recuperação para evitar que um número incontável de crianças e suas famílias atinjam níveis de pobreza nunca vistos por muitos e muitos anos.”

Vulneráveis 

Embora as crianças representem apenas um terço da população global, cerca de metade das pessoas em situação de extrema pobreza são crianças. Elas têm duas vezes mais probabilidade de ser extremamente pobres do que os adultos, 17,5% comparado com 7,9%.

As crianças mais novas estão em pior situação, com quase 20% dos meninos e meninas com menos de cinco anos no mundo em desenvolvimento vivendo em famílias extremamente pobres.

Em comunicado, a diretora global da Pobreza e Equidade para o Banco Mundial, Carolina Sánchez-Páramo, contou que “a pobreza extrema priva centenas de milhões de crianças da oportunidade de atingir seu potencial, em termos de desenvolvimento físico e cognitivo, e ameaça sua capacidade de conseguir bons empregos na idade adulta.”

“Quase 20% dos meninos e meninas com menos de cinco anos no mundo em desenvolvimento vivendo em famílias extremamente pobres”

Segundo Sánchez-Páramo, depois da enorme perturbação econômica causada pela pandemia, “é mais crucial do que nunca que os governos apoiem as famílias pobres com crianças agora e reconstruam seu capital humano.”

Resultados 

Entre 2013 e 2017, a pobreza extrema entre as crianças caiu em quase todas as regiões do mundo, mas menos do que entre os adultos. A excepção é a África Subsaariana, onde aconteceu um aumento de 64 milhões.

O problema é mais prevalente em países frágeis e afetados por conflitos, onde mais de 40% dos menores de idade vivem em famílias extremamente pobres, em comparação com quase 15% em outros países.

O estudo também mostra que mais de 70% das crianças em extrema pobreza vivem em uma família onde o chefe da casa trabalha na

Pandemia

A crise da Covid-19 deve continuar tendo um impacto desproporcional em crianças, mulheres e meninas.

Segundo o Unicef e o Banco Mundial, as medidas de proteção social têm um papel crucial a desempenhar tanto na resposta imediata quanto na recuperação de longo prazo.

A maioria dos países respondeu à crise expandindo os programas de proteção social, especialmente transferências de dinheiro. Este tipo de transação tem mostrado resultados na resolução da pobreza monetária e multidimensional e melhoram resultados de saúde, nutrição, cognitivos e não cognitivos.

Apesar desses esforços, as agências dizem que muitas das respostas são de curto prazo e não estão ajustadas à dimensão e natureza de longo prazo da recuperação.

Para resolver esse problema, a pesquisa sugere inovações para a sustentabilidade financeira, fortalecimento de estruturas jurídicas e institucionais, proteção do capital humano, expansão dos benefícios para crianças e famílias no longo prazo.

O estudo sugere ainda que haja investimentos em políticas favoráveis ​​à família, como licença parental remunerada e creches de qualidade para todos.

Você sabia que quase 23% das crianças na UE estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2019

Outubro 28, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , ,

Mais informações na notícia:

Children at risk of poverty or social exclusion

Jovens portugueses leem cada vez menos e hábitos das famílias influenciam

Outubro 28, 2020 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , ,

Notícia do Jornal Económico de 30 de setembro de 2020.

Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.

Os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário leem cada vez menos, segundo um estudo do Plano Nacional de Leitura e do ISCTE divulgado hoje e que aponta para a influência da família nos hábitos de leitura.

Os primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, do Plano Nacional de Leitura 2017-2027 (PNL2027) e o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) foram hoje apresentados no ISCTE, em Lisboa, e revelam um decréscimo nos hábitos de leitura dos jovens.

Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.

Esta tendência verifica-se nos dois níveis de ensino, mas é no secundário que se regista uma diferença maior entre os dois períodos com a percentagem de alunos que não leram qualquer livro por lazer a passar dos 11,3% para os 26,2%.

“Regista-se uma diminuição do número de livros lidos à medida que cresce a idade e esta diminuição no ensino secundário pode estar relacionada com a exigência do ensino e a concentração nas leituras escolarmente mais produtivas”, explicou um dos investigadores, João Trocado da Mata, durante a apresentação.

Há ainda uma diferença contextual entre 2007 e 2019 que, segundo o investigador, poderá ajudar a explicar estes resultados: o alargamento da escolaridade obrigatória até 12.º ano, que resultou numa maior heterogeneidade no ensino secundário, que deixou de ser “uma espécie de filtro”.

Os primeiros resultados do estudo apontam ainda para uma relação entre os hábitos de leitura dos alunos e o contexto familiar e, mais do que a escolaridade dos pais, é a relação das próprias famílias com a leitura que parece exercer maior influência.

Quanto mais forte é a relação da família com a leitura, mais livros os jovens dizem ter lido. Mas este é um fator que se relaciona também com a forma como os alunos utilizam a biblioteca escolar.

Segundo os dados referentes a 2019, a grande maioria dos estudantes utilizava a biblioteca para preparar trabalhos ou para aceder à internet, e apenas 16,1% para levar livros para casa.

No entanto, são os alunos que têm mais livros em casa aqueles que mais requisitam na biblioteca.

“Isto permite-nos pensar sobre um problema que tem a ver com o distanciamento (dos alunos em relação à leitura) e que as bibliotecas não estão a resolver”, sublinhou João Trocado da Mata, considerando que este poderá ser um segmento objeto de intervenção prioritária das políticas públicas.

A influência das famílias pode também ajudar a explicar o enfraquecimento dos hábitos de leitura, uma vez que mais de metade dos alunos (57%) diz que a família tem uma relação distante com a família e a percentagem de estudantes com menos de 20 livros em casa quase duplicou entre 2007 e 2019, passando dos 14,5% para os 27,3%.

Esta situação, consideram os investigadores, aumenta a complexidade do desafio colocado às escolas, exigindo o reforço de investimento na promoção de práticas de leitura, não só dos jovens e de adultos.

Também o secretário de Estado Adjunto e da Educação, que esteve presente na apresentação, destacou a necessidade de promover a leitura que não se esgotem no contexto escolar, mas cheguem também às famílias.

“Precisamos muito de uma incidência em planos de literacia familiar. Se há tanto que de depende da família, vamos também tentar chegar ao contexto familiar”, disse João Costa.

O secretário de Estado sublinhou ainda a importância do estudo, considerando que não só é importante que se continuem a desenvolver, como devem ser regulares, permitindo “saber, acompanhar e agir em função dos dados que são revelados”.

Os dados hoje divulgados fazem parte dos primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, que analisa as práticas de leitura dos alunos do 1.º ciclo ao ensino secundário.

Os primeiros resultados referem-se apenas o 3.º ciclo e secundário, porque a pandemia da covid-19 obrigou à interrupção dos trabalhos de terreno no 1.º e 2.º ciclos.

Página seguinte »


Entries e comentários feeds.