Comentário à Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo
Outubro 30, 2020 às 6:00 am | Publicado em Livros | Deixe um comentárioEtiquetas: Comentário, Direito da Família, Doutrina, E-Book, Jurisprudência, Legislação, Lei de Promoção e Protecção de Crianças e Jovens, Lei de Promoção e Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, Livro Digital, Procuradoria-Geral Regional do Porto, Promoção e Protecção de Crianças e Jovens em Risco
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Filhos de mães diabéticas têm pressão arterial mais elevada durante a infância – estudo
Outubro 29, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Artigo, Crianças, Diabetes, Diabetes gestacional, Estudo, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Grávidas, Hipertensão, Hypertension, Joana Oliveira Miranda, José Carlos Areias, Mãe, Pressão arterial, Rui João Cerqueira
Notícia do Sapo 24 de 19 de outubro de 2020.
Investigadores da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) concluíram que as crianças expostas à diabetes das mães durante a gravidez apresentam valores de pressão arterial mais elevados, o que potencia o risco de desenvolverem hipertensão na vida adulta.
“Percebemos que as crianças expostas à diabetes ‘in utero’ apresentam uma trajetória de pressão arterial sistólica mais acelerada, e que aos 10 anos têm uma pressão arterial sistólica e diastólica mais elevada em comparação com as crianças não expostas”, afirma hoje, em comunicado, Joana de Oliveira Miranda, uma das autoras deste estudo.
A investigadora e professora da FMUP esclarece que “a exposição a determinados fatores na vida intrauterina conduz a alterações na estrutura e função do sistema cardiovascular, que perduram até à vida adulta”.
Embora seja reconhecida a associação em adultos, ainda são poucos os dados que relacionem a diabetes das mães com a hipertensão dos filhos na infância.
Nesse sentido, a equipa de investigação procurou perceber o impacto que a exposição à diabetes no período intrauterino tem nas trajetórias de pressão arterial durante os primeiros anos de vida.
Os investigadores apontam o período perinatal e a primeira infância como janelas de oportunidade para intervenções que possam modificar o impacto da exposição à diabetes nas crianças.
“Mesmo aumentos ligeiros da pressão arterial podem ter importantes implicações para a saúde dos indivíduos”, conclui Joana de Oliveira Miranda.
A investigação acompanhou 586 grávidas com diabetes (a grande maioria com diabetes gestacional) integradas na coorte Geração 21, e avaliou as crianças em três momentos diferentes: aos 4, 7 e 10 de idade.
Durante o mesmo período, as crianças expostas à diabetes apresentaram também um Índice de Massa Corporal (IMC) significativamente maior do que aquelas que não haviam sido expostas.
O artigo científico “Maternal Diabetes Mellitus as a Risk Factor for High Blood Pressure in Late Childhood” foi publicado na revista Hypertension e é assinado pelos investigadores Joana de Oliveira Miranda, Rui João Cerqueira, Henrique Barros e José Carlos Areias.
PM // JAP
Link para o artigo:
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYPERTENSIONAHA.118.11761
Uma em cada seis crianças vive em pobreza extrema
Outubro 28, 2020 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: África-subsaariana, Ásia, Coronavírus COVID-19, Crianças, Estatística, Estudo, Mundo, Pobreza, pobreza infantil, Prevalência, The World Bank, UNICEF
Notícia da ONU News de 20 de outubro de 2020.
Estudo realizado antes da pandemia de Covid-19 mostra que 356 milhões de crianças tentam sobreviver com menos de US$ 1,90 por dia; dois terços delas vivem na África Subsaariana; número deve subir de forma significativa devido à crise de saúde.
Uma em cada seis crianças, ou 356 milhões em todo o mundo, vivia na pobreza extrema antes da pandemia de Covid-19. Esse número deve subir significativamente, de acordo com uma nova análise do Banco Mundial e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Dois terços das crianças que vivem com menos de US$ 1,90 por dia, a medida internacional de extrema pobreza, estão na África Subsaariana. Um quinto desses meninos e meninas vive no sul da Ásia.
Riscos
A análise mostra que o número de crianças vivendo em extrema pobreza diminuiu moderadamente em 29 milhões entre 2013 e 2017.
O Unicef e o Banco Mundial afirmam, no entanto, que o progresso é lento, desigualmente distribuído e está em risco devido ao impacto econômico da pandemia.
Em comunicado, o diretor de programas do Unicef, Sanjay Wijesekera, disse que “esses números por si só deveriam chocar qualquer pessoa”. Ele avisou que “a escala e a profundidade das dificuldades financeiras causadas pela pandemia só vão piorar as coisas.”
Segundo o direto, “os governos precisam urgentemente de um plano de recuperação para evitar que um número incontável de crianças e suas famílias atinjam níveis de pobreza nunca vistos por muitos e muitos anos.”
Vulneráveis
Embora as crianças representem apenas um terço da população global, cerca de metade das pessoas em situação de extrema pobreza são crianças. Elas têm duas vezes mais probabilidade de ser extremamente pobres do que os adultos, 17,5% comparado com 7,9%.
As crianças mais novas estão em pior situação, com quase 20% dos meninos e meninas com menos de cinco anos no mundo em desenvolvimento vivendo em famílias extremamente pobres.
Em comunicado, a diretora global da Pobreza e Equidade para o Banco Mundial, Carolina Sánchez-Páramo, contou que “a pobreza extrema priva centenas de milhões de crianças da oportunidade de atingir seu potencial, em termos de desenvolvimento físico e cognitivo, e ameaça sua capacidade de conseguir bons empregos na idade adulta.”
“Quase 20% dos meninos e meninas com menos de cinco anos no mundo em desenvolvimento vivendo em famílias extremamente pobres”
Segundo Sánchez-Páramo, depois da enorme perturbação econômica causada pela pandemia, “é mais crucial do que nunca que os governos apoiem as famílias pobres com crianças agora e reconstruam seu capital humano.”
Resultados
Entre 2013 e 2017, a pobreza extrema entre as crianças caiu em quase todas as regiões do mundo, mas menos do que entre os adultos. A excepção é a África Subsaariana, onde aconteceu um aumento de 64 milhões.
O problema é mais prevalente em países frágeis e afetados por conflitos, onde mais de 40% dos menores de idade vivem em famílias extremamente pobres, em comparação com quase 15% em outros países.
O estudo também mostra que mais de 70% das crianças em extrema pobreza vivem em uma família onde o chefe da casa trabalha na
Pandemia
A crise da Covid-19 deve continuar tendo um impacto desproporcional em crianças, mulheres e meninas.
Segundo o Unicef e o Banco Mundial, as medidas de proteção social têm um papel crucial a desempenhar tanto na resposta imediata quanto na recuperação de longo prazo.
A maioria dos países respondeu à crise expandindo os programas de proteção social, especialmente transferências de dinheiro. Este tipo de transação tem mostrado resultados na resolução da pobreza monetária e multidimensional e melhoram resultados de saúde, nutrição, cognitivos e não cognitivos.
Apesar desses esforços, as agências dizem que muitas das respostas são de curto prazo e não estão ajustadas à dimensão e natureza de longo prazo da recuperação.
Para resolver esse problema, a pesquisa sugere inovações para a sustentabilidade financeira, fortalecimento de estruturas jurídicas e institucionais, proteção do capital humano, expansão dos benefícios para crianças e famílias no longo prazo.
O estudo sugere ainda que haja investimentos em políticas favoráveis à família, como licença parental remunerada e creches de qualidade para todos.
Jovens portugueses leem cada vez menos e hábitos das famílias influenciam
Outubro 28, 2020 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: 3º Ciclo, Alunos, CIES-IUL, Ensino Secundário, Estudo, família, Hábitos de Leitura, João Trocado da Mata, Jovens
Notícia do Jornal Económico de 30 de setembro de 2020.
Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.
Os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário leem cada vez menos, segundo um estudo do Plano Nacional de Leitura e do ISCTE divulgado hoje e que aponta para a influência da família nos hábitos de leitura.
Os primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, do Plano Nacional de Leitura 2017-2027 (PNL2027) e o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) foram hoje apresentados no ISCTE, em Lisboa, e revelam um decréscimo nos hábitos de leitura dos jovens.
Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.
Esta tendência verifica-se nos dois níveis de ensino, mas é no secundário que se regista uma diferença maior entre os dois períodos com a percentagem de alunos que não leram qualquer livro por lazer a passar dos 11,3% para os 26,2%.
“Regista-se uma diminuição do número de livros lidos à medida que cresce a idade e esta diminuição no ensino secundário pode estar relacionada com a exigência do ensino e a concentração nas leituras escolarmente mais produtivas”, explicou um dos investigadores, João Trocado da Mata, durante a apresentação.
Há ainda uma diferença contextual entre 2007 e 2019 que, segundo o investigador, poderá ajudar a explicar estes resultados: o alargamento da escolaridade obrigatória até 12.º ano, que resultou numa maior heterogeneidade no ensino secundário, que deixou de ser “uma espécie de filtro”.
Os primeiros resultados do estudo apontam ainda para uma relação entre os hábitos de leitura dos alunos e o contexto familiar e, mais do que a escolaridade dos pais, é a relação das próprias famílias com a leitura que parece exercer maior influência.
Quanto mais forte é a relação da família com a leitura, mais livros os jovens dizem ter lido. Mas este é um fator que se relaciona também com a forma como os alunos utilizam a biblioteca escolar.
Segundo os dados referentes a 2019, a grande maioria dos estudantes utilizava a biblioteca para preparar trabalhos ou para aceder à internet, e apenas 16,1% para levar livros para casa.
No entanto, são os alunos que têm mais livros em casa aqueles que mais requisitam na biblioteca.
“Isto permite-nos pensar sobre um problema que tem a ver com o distanciamento (dos alunos em relação à leitura) e que as bibliotecas não estão a resolver”, sublinhou João Trocado da Mata, considerando que este poderá ser um segmento objeto de intervenção prioritária das políticas públicas.
A influência das famílias pode também ajudar a explicar o enfraquecimento dos hábitos de leitura, uma vez que mais de metade dos alunos (57%) diz que a família tem uma relação distante com a família e a percentagem de estudantes com menos de 20 livros em casa quase duplicou entre 2007 e 2019, passando dos 14,5% para os 27,3%.
Esta situação, consideram os investigadores, aumenta a complexidade do desafio colocado às escolas, exigindo o reforço de investimento na promoção de práticas de leitura, não só dos jovens e de adultos.
Também o secretário de Estado Adjunto e da Educação, que esteve presente na apresentação, destacou a necessidade de promover a leitura que não se esgotem no contexto escolar, mas cheguem também às famílias.
“Precisamos muito de uma incidência em planos de literacia familiar. Se há tanto que de depende da família, vamos também tentar chegar ao contexto familiar”, disse João Costa.
O secretário de Estado sublinhou ainda a importância do estudo, considerando que não só é importante que se continuem a desenvolver, como devem ser regulares, permitindo “saber, acompanhar e agir em função dos dados que são revelados”.
Os dados hoje divulgados fazem parte dos primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, que analisa as práticas de leitura dos alunos do 1.º ciclo ao ensino secundário.
Os primeiros resultados referem-se apenas o 3.º ciclo e secundário, porque a pandemia da covid-19 obrigou à interrupção dos trabalhos de terreno no 1.º e 2.º ciclos.
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