Justiça quer melhorar legislação com impacto na vida das crianças

Maio 31, 2016 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da Visão de 24 de maio de 2016.

Luis Barra

Márcia Galrão

Francisca Van Dunem aponta necessidade de dar respostas de salvaguarda a crianças envolvidas em processos de violência doméstica.

Porque a “Justiça amiga das crianças” deve dar uma resposta “gentil e amável” aos processos que as envolvam, o Governo traçou um objetivo: aperfeiçoar a legislação com impacto direto na vida das crianças”.

Quem o garantiu foi a própria ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que esta manhã participou no I Congresso Europeu sobre uma Justiça Amiga das Crianças, na Fundação Calouste Gulbenkian. Van Dunem avançou que o Governo antecipa a necessidade de criar “uma rede de espaços seguros para visitas assistidas e entrega de crianças e jovens no âmbito do regime de exercício das responsabilidades parentais”.

Também a violência doméstica está no centro das preocupações do Executivo. Para a ministra é importante refletir de “forma ponderada mas exigente”, sobre as “respostas de salvaguarda” que devem ser dadas às crianças apanhadas nestes processos de violência doméstica, sobretudo no que toca às responsabilidades dos pais nestas situações.

Outra matéria em que a ministra da Justiça promete intervir passa pela necessidade de se atualizar o regime aplicável aos “jovens penalmente imputáveis”, chamando a atenção para o imperativo de ressocialização destes jovens, que lembra, são, “em alguns casos”, ainda crianças.

Porque todas as crianças devem ser tratadas com “respeito, dignidade, atenção e equidade” pela Justiça e que esta deve garantir-lhes que a sua posição é tomada em consideração nos casos em que se vejam envolvidas, a ministra aproveitou para salientar o trabalho feito em Portugal neste âmbito. Van Dunem destacou, neste campo, o princípio da audição e participação da criança, que foi introduzido em matérias de adopção.

Para finalizar, a ministra pediu um “compromisso transversal e partilhado”, para adequar a Justiça às necessidades das crianças, chamando para esse compromisso os sistemas públicos de Saúde, de Educação, de Segurança Social e a própria comunidade.

 

 

Seminário Jogo e Motricidade no Desenvolvimento da Criança – 1 de junho na FMH

Maio 31, 2016 às 12:15 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Contatos: Tel. 21 414 91 04 e-mail  cursosbreves@fmh.ulisboa.pt

 

“Não me esqueças!…” | Dia das Crianças Desaparecidas – texto de Maria João Cosme do IAC

Maio 31, 2016 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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texto publicado no site http://uptokids.pt/  da autoria da Drª Maria João Cosme, técnica do IAC-SOS-Criança a 30 de maio de 2016.

uptokids

Como prevenir um desaparecimento, e como agir no caso de desaparecimento de uma criança

O Instituto de Apoio à Criança sugere…Para prevenir um Desaparecimento:

  • Combine sempre antecipadamente com as suas Crianças um local de encontro (uma árvore, uma estátua, um café, a barraca do Salva-Vidas, a bandeira na praia);
  • Estipule antecipadamente com a Criança que, caso ela não se lembre do local combinado, é preferível que permaneça no mesmo local, pois será o adulto a vir à sua procura;
  • Quando sair em família/grupo, vista o seu filho com cores vivas a fim de este ser sempre bem visível e rapidamente localizável;
  • Não permita que a Criança ande nua em espaços públicos (praia, piscina, parque de campismo, estância de férias) pois pode estar a expô-lo a olhares indiscretos/voyeuristas e se ela se perder, torna-se mais difícil a sua identificação e reconhecimento;
  • Se a sua Criança se perder num espaço fechado (supermercado, centro comercial, centro de exposições, museu) procure imediatamente um segurança/polícia e solicite que mande encerrar/controlar as portas e comunique através do sistema de som o sucedido (para despertar a atenção de todos e desmotivar a intenção de um possível agressor);
  • Ensine a sua Criança a gritar e resistir caso um desconhecido o tente agarrar e/ou seduzir com guloseimas, dinheiro ou outras ofertas;
  • Ensine a sua Criança a procurar ajuda junto de um segurança, de adultos acompanhados de crianças ou autoridade (Policia, GNR) caso esta se perca;
  • Não deixe as Crianças sem supervisão, partilhe essa tarefa com familiares e amigos de forma alternada para que todos possam desfrutar da sua companhia;
  • Certifique-se que as Crianças, quando sozinhas em casa, mantêm a porta fechada e não a abrem, nem falam com estranhos. Se combinou a visita de alguém, certifique-se que as Crianças se sentem confortáveis com essa pessoa;
  • Certifique-se que as Crianças, quando sozinhas, não informam ninguém de que estão sozinhas em casa (quando alguém toca à porta, telefona ou quando em conversação na Internet);
  • Assegure-se de que as Crianças sabem que se devem manter afastadas de piscinas, canais, riachos, ribeiros, rios ou poços de água, quando não acompanhadas por um adulto (familiar, monitor, professor, …)
  • Dado que os dias são maiores nos meses de Verão, certifique-se que as Crianças sabem a hora de recolher a casa e de que o devem avisar que vão chegar mais tarde;
  • Escolha babysitters/empregadas com cuidado e atenção. Solicite referências a familiares, amigos, vizinhos e até mesmo às empresas ou anteriores empregadores. Observe as suas interações com as crianças e pergunte às Crianças se gostaram da pessoa;
  • Verifique os campos de férias, ATL antes de inscrever as Crianças. Certifique-se que averiguam o registo criminal dos seus funcionários e de que as Crianças estão sempre supervisionadas, têm identificadores (pulseiras, colares, crachás, chapéus, t.shirts), e que todas as atividades e saídas lhe são atempadamente comunicadas;
  • Ouça as suas Crianças e assegure-se que consegue sempre encontrar tempo para conversar com elas. Ensine-as a fugir de situações que considerem desconfortáveis, perigosas e/ou assustadoras e pratique com elas algumas hipóteses de saída em segurança. Certifique-se que as Crianças se sentem à vontade para lhe contar tudo o que as possa assustar ou confundir, ou que têm alguém de confiança a quem o possam fazer;
  • Não se esqueça que as crianças caminham sempre contra o sol! Pelo que deve iniciar as suas buscas com as suas costas viradas para o astro rei;
  • Não caia na tentação de pensar que a sua Criança sabe pedir ajuda naturalmente por dominar a comunicação oral, pois a ansiedade e a angústia de separação rapidamente se apoderam de uma criança em situação de perda, ferimento ou queda/lesão grave;
  • Se tiver dúvidas, contacte o SOS Criança Desaparecida 116 000

Em caso de Desaparecimento de uma Criança…

  • Inicie imediatamente a procura da Criança e solicite ajuda a familiares, amigos e vizinhos e dirija-se aos transeuntes com uma descrição da Criança;
  • Lembre-se que, de acordo com a diretiva europeia de 2001 2001/C 283/01 emitida pelo Conselho Europeu em 09/10/2001, consideram-se Crianças Desaparecidas:

– Crianças em Fuga,

– Crianças Raptadas por Terceiros

– Crianças Desaparecidas de forma inexplicável

  • Contacte rapidamente as Forças de Segurança locais (PSP ou GNR) e seguidamente o SOS Criança Desaparecida (116000)
  • De acordo com a Lei de Protecção de Crianças e Jovens (Lei 147/99 de 1 de Setembro), o Desaparecimento inscreve-se numa situação de urgência (artº 91) e não há motivo para aguardar tempo algum para iniciar a procura da Criança

“Não me esqueças!…” A história por detrás do Dia das Crianças | Desaparecidas…25 de Maio

Como apareceu o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Em Portugal assinalou-se, pela primeira vez, em 25 de Maio de 2004, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, por iniciativa do Instituto de Apoio à Criança (IAC)

A origem desta data funda-se no facto de no dia 25 de Maio de 1979 ter desaparecido uma criança de 6 anos, Ethan Patz, em Nova Iorque. Nos anos seguintes, pais, familiares e amigos reuniram-se para assinalar o dia do seu desaparecimento e, em 1986, a data ganha uma dimensão internacional quando, na sequência da criação do National Center for Missing and Exploited Children, o Presidente Reagan dedica esse dia a todas as crianças desaparecidas.

Esta data é assinalada em diversos Países da Europa, à semelhança do que sucede na Bélgica, desde 2002, em que a Child Focus, associação belga criada pelo pai de uma das crianças assassinadas pelo pedófilo Dutroux, decidiu adotar este dia associando-se assim ao movimento iniciado nos Estados Unidos.

A Federação Europeia das Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente,( Missing Children Europe), criada em 2001, e que o IAC integra desde a sua fundação, recomenda iniciativas nesse dia, às ONG nacionais.

As organizações que intervêm nesta área adotaram como símbolo a flor de miosótis, em inglês “forget me not !”

Em Portugal agarrámos esta causa!…

Por forma a cumprir a decisão de 15 de Fevereiro de 2007, o MAI atribuiu ao Instituto de Apoio à Criança, enquanto órgão da sociedade civil em 27 de Agosto de 2007, o numero 116 000 para Crianças Desaparecidas e em 27 de Julho de 2008, o IAC inaugurou o número europeu para as Crianças Desaparecidas 116 000 sendo o segundo país europeu a cumprir a diretiva europeia.

Segundo a referida diretiva, o número grátis Criança Desaparecida – SOS Criança Desaparecida,  “a) atende chamadas de quem quer comunicar o desaparecimento de crianças e transfere a informação recolhida para a policia b) oferece orientação e apoio às pessoas responsáveis pela criança desaparecida c) apoio a investigação.”

O IAC comprometeu-se a receber os apelos do SOS-Criança Desaparecida de 2ª a 6ª feira entre as 9horas e as 19horas, bem como assegurar o apoio psicológico, social e jurídico gratuito às vítimas e suas famílias. A partir das 19h as chamadas são encaminhadas para a Polícia Judiciária.

Curiosidade: A lenda da Flor Miosótis

Programa PSP (parceria com IAC) Pulseiras “Estou Aqui”

Bibliografia: documentos de trabalho do IAC/SOS-Criança Desaparecida

IX Conferência Crianças Desaparecidas | 31 Maio 2016 | Ver Programa

Maria Joao Cosme

    

Sobre o Autor

Maria Joao Cosme

cosmeMaria João Cosme, Psicóloga, Lisboa

Sou mãe de dois filhos. Tenho 40 anos. Desde pequena que nutro o gosto pela escrita. Trabalho na área…

Ver mais

9º Aniversário do Espaço a Brincar “Uma Viagem pelos Direitos Humanos” 1 de junho nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa

Maio 31, 2016 às 9:41 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Confirmar a presença para  espaco.brincar@cm-lisboa.pt  ou 21 817 0650

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Tabaco na adolescência: Fumar é ridículo, larga a chupeta! – Dia Mundial Sem Tabaco

Maio 31, 2016 às 8:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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texto da Visão de 18 de maio de 2016.

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Sónia Calheiros

Campanha da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e do Corpo Nacional de Escutas ridiculariza os jovens que fumam e assinala o Dia Mundial Sem Tabaco, a 31 de maio

Fumar cigarros é tão ridículo como usar uma chupeta em idades impróprias. Através desta comparação a Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e o Corpo Nacional de Escutas (com 72 500 membros) visa alertar os fumadores mais novos para adotarem uma postura diferente perante os cigarros, lançando um movimento nacional de combate ao tabagismo na adolescência.

Apesar de Portugal ter registado, entre 2005 e 2014, uma redução global do consumo de tabaco, é preciso continuar a mudar consciências. Em Portugal há 1,78 milhões de fumadores, cuja prevalência, com 15 ou mais anos, diminuiu ligeiramente, de 20,9% para 20%, segundo o mais recente relatório “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, apresentado pela Direção-Geral da Saúde. Os dados recolhidos no âmbito do estudo colaborativo entre países da Organização Mundial da Saúde – Health Behaviour in School-aged Children – cerca de 77,8% dos jovens a frequentar o 8.º e o 10.º anos disseram nunca ter experimentado tabaco. Dos alunos a frequentar o 8.º ano, cerca de um terço começou a fumar com 13 anos e cerca de um quinto com 11 ou menos anos de idade. Dos alunos a frequentar o 10.º ano, cerca de metade iniciou o consumo com mais de 14 anos. No conjunto dos alunos inquiridos fumadores (8.º e 10.º anos), disseram fumar diariamente cerca de 2,6% e ocasionalmente 4,9%. A grande maioria disse não fumar (92,5%).

«Sabe-se que a maior parte dos jovens inicia o consumo por curiosidade e influência de amigos ou de grupos. Trata-se de uma forma de afirmação e integração que se querem evidenciar pela ousadia ou rebeldia de fumar. A campanha deste ano não faz mais que ridicularizar o ato de fumar, incutindo nos jovens uma postura de afirmação positiva dizendo não ao tabaco», diz José Pedro Boléo-Tomé, coordenador da Comissão da Tabagismo da SPP.

 mais informações e imagens no link:

http://www.sppneumologia.pt/noticias/1

 

A Anita faz uma festa: são 50 anos em Portugal

Maio 31, 2016 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Notícia do Observador de 24 de maio de 2016.

A célebre Anita não envelheceu, só mudou de nome. editora Zero a Oito

A célebre Anita não envelheceu, só mudou de nome.
editora Zero a Oito

Joana Emídio Marques

Não podemos ouvir falar nela sem ficar com nostalgia. A Anita, que agora se chama Martine, começou a ser publicada em Portugal há meio século. E no Dia da Criança há festa.

Quando, em 1954, o ilustrador belga Marcel Marlier foi convidado pela editora Castman para criar uma menina que pudesse ser heroína de uma coleção de livros infantis, estava longe de imaginar que a sua personagem se iria tornar a estrela das infâncias de milhões de crianças de todo o mundo e que iria desenhá-la ao longo de 56 anos e 60 livros.

Em Portugal a coleção surgiu 11 anos depois, no final de 1965, pela mão da editora Verbo. A menina chamava-se Anita (e não Martine como o original belga), e rapidamente se tornou um clássico entre as crianças, especialmente as raparigas, mas não só. Quantos rapazes leram os livros da Anita, talvez um pouco embaraçados por gostarem tanto dela como as raparigas, irmãs, primas, colegas de escola?

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As aguarelas realistas de Marlier, aliadas à vida quotidiana da Anita descrita por Gilbert Delahaye, tornavam cada acontecimento banal — como ir às compras, à praia, andar de comboio, ou passear no campo — uma aventura invejável. Ajudaram a criar todo um imaginário que muitos acusam de ser conservador e sexista, mas que a travessia da Anita/Martine pelas décadas fora mostra que ela é sobretudo intemporal.

Durante os anos 70, 80 e 90 os livros da Anita eram um presente com o qual todas as crianças contavam nas suas festas de aniversário ou no Natal. Serviam para tudo: para treinar a leitura, para copiar os desenhos com papel vegetal, para mostrar aos mais problemáticos as regras de boa educação e doçura. Liam-se e reliam-se vezes sem conta. Sabiam-se de cor.

Ao longo das décadas as ilustrações mudaram o rosto da Anita e os temas das histórias procuraram adaptar-se aos tempos. Nos anos 80 a coleção começou a ser acusada de “convencionalismo burguês”, “sexismo” e “conservadorismo”. As correntes feministas disseram que Anita/Martine veiculava uma imagem retrógrada das mulheres. A heroína que nos, anos 60, ia às compras ou cuidava do irmão, passou a ser ecologista, a fazer cursos de culinária e a usar calças. As aventuras terminaram em 2010 já com um travo a contos de fadas politicamente corretos com Anita/Martine e o Príncipe Misterioso. Marlier morreria em 2010 tão famoso como a sua personagem

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Em 2015 os direitos da coleção foram adquiridos pela editora Zero a Oito, foi feita uma nova tradução e a Anita passou a chamar-se Martine como a edição original belga. Esta mudança destinada às crianças do futuro foi contudo uma machadada dolorosa para os que cresceram com a Anita.

O Observador falou com a Zero a Oito para saber como está a correr a nova vida da personagem.

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A celebração dos 50 anos vai contar com vários eventos. A saber:

Na véspera do Dia da Criança será oferecido um cocktail na residência oficial dos Embaixadores da Bélgica, que contará com a presença inédita do Mr. Casterman, o descendente da editora belga que criou a personagem, e de várias personalidades conhecidas dos portugueses.

Vai ser lançada uma nova coleção vintage, chamada “Clássicos da Martine”, que apresenta as versões originais dos livros tal como foram criados por Gilbert Delahaye e Marcel Marlier há mais de 60 anos na Bélgica. São, ao todo, seis livros de histórias para reavivar a memória de pais e avós.

No Dia da Criança haverá uma festa de anos da Anita/Martine junto ao stand da editora na Feira do Livro de Lisboa com algumas animações especiais.

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Na fotogaleria fica uma viagem pelos livros, desde quando ela ainda se chamava Anita até aos dias de hoje.

 

De olhos postos nas estrelas

Maio 30, 2016 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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texto do site Educare de 13 de maio de 2016.

educare

Alunos recorrem a interesses pessoais e às matérias lecionadas na escola para apresentarem projetos de investigação ambiciosos.

Andreia Lobo

A notícia de que um adolescente canadiano teria descoberto uma cidade maia até agora desconhecida espalhou-se por estes dias nas redes sociais. Especialistas questionam a sua credibilidade. Mas não conseguem negar o “mérito” de o jovem ter transformado uma paixão num trabalho de pesquisa.
Em Portugal, três alunos da Covilhã fizeram o mesmo. Partiram do facto comprovado de que não há estrelas verdes no céu para chegarem a uma teoria: se existissem, que benefícios trariam? O EDUCARE.PT inicia, a propósito destes dois exemplos, uma pesquisa nas escolas portuguesas para saber o que andam os alunos a fazer. Mas antes, contamos a história de William Gadoury, natural do Quebeque, Canadá.

Estrelas maias

Ganhou a atenção de milhares de leitores pelo trabalho de pesquisa desenvolvido com apenas 15 anos. Com imagens de satélite fornecidas pela Agência Espacial Canadiana e a ajuda de ferramentas digitais, especificamente o Google Earth, William Gadoury localizou no mapa as 117 cidades mais famosas pelas suas grandes pirâmides. Depois, recorrendo a folhas de acetato desenhou as 22 constelações que os maias poderiam observar a partir da sua região.

A informação sobre as constelações foi retirada do conhecido “Códice de Madrid”, um documento de papel de casca de árvores, contendo informação escrita com caracteres hieroglíficos, cujo nome se deve ao facto de estar guardado no Museu da América, na capital espanhola. Por último, William comparou a forma e os ângulos das constelações com o padrão geográfico das cidades.

Assim, descobriu que o posicionamento das 142 estrelas nas 22 constelações usadas por esta civilização correspondia no mapa à localização de 117 cidades maias. Com estes dados o aluno desenvolveu uma teoria de que a civilização pré-columbiana escolhia a localização das suas cidades segundo a das estrelas. Este foi o primeiro passo no estudo, o seguinte levou o aluno a outra descoberta.

Ao analisar a 23ª constelação usada pelos maias, composta por apenas três estrelas, o aluno percebeu que o posicionamento de duas dessas estrelas correspondia, de novo, à localização de duas cidades. Facto que o levou à especulação sobre se a terceira estrela poderia apontar para a existência da 118ª cidade, desta vez aparentemente localizada em plena selva mexicana.

Através das imagens de satélite desse local longínquo e praticamente inacessível da Península de Iucatão, no México, William descobriu uma forma quadrangular que considerou ser mais uma pirâmide maia. A ser verdade, pelo tamanho da suposta pirâmide, esta região passaria a ser considerada a nova quarta cidade mais importante desta civilização.

Entretanto, a proeza do jovem está a ser questionada por especialistas em história maia e astrónomos de diferentes países, como se pode ler num artigo publicado no site do Observador. As críticas apontam falhas na teoria da correlação entre a localização das cidades e o posicionamento das estrelas. Há quem questione a credibilidade do trabalho do aluno. E não hesite em considerá-lo “lixo científico”.

Algumas imagens recolhidas por satélites de várias agências espaciais parecem confirmar os vestígios de uma pirâmide e mais trinta edifícios na região apontada por William. No entanto, alguns investigadores argumentam que a suposta construção maia pode tratar-se simplesmente de um campo de milho abandonado.

Seja como for, em 2014 a descoberta valeu ao jovem o primeiro lugar na Exposição de Ciência do Quebeque e desde então também vários convites para apresentações na NASA, na Agência Espacial do Canadá e na Agência Espacial do Japão.

A falta de recursos e a inacessibilidade ao território da Península de Iucatão, onde estarão estes vestígios, não permitiu ainda realizar nenhuma expedição ao local para explorações arqueológicas, apesar de o jovem ter inclusive contactado dois arqueólogos mexicanos para esse efeito.

Estrelas verdes

William Gadoury não é com toda a certeza o único jovem estudante a aliar o interesse pessoal, neste caso, a paixão pela civilização maia, a conhecimentos escolares, para desenvolver projetos de investigação. Em Portugal, três alunos do 10º ano da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã, fizeram algo parecido. Desenvolveram um projeto insólito em torno das estrelas e da cor verde e concorreram a um concurso promovido pela Agência Espacial Europeia (ESA). Hoje, dia 13 de maio, vão apresentá-lo na meia-final que decorre em Madrid.

Tudo começou com a simples constatação de que as estrelas têm muitas cores, mas nenhuma é verde. “Estávamos a falar sobre estrelas e aprendemos que as estrelas tinham montes de cores – vermelhas, esbranquiçadas, azuladas, mas faltava aquela cor que a maioria da população gosta, que é o verde”, recorda Anselmo Falorca, de 16 anos, à Rádio Renascença. Quem olha para o céu pode estar tentado a acreditar que a cor verde está lá, no entanto, o aluno explica tratar-se apenas de uma ilusão.

“Se existissem, haveria uma série de ganhos para a população”, garante outro dos jovens, Pedro Ruas, de 15 anos. “Poderia, de facto, acalmar as pessoas e certos medicamentos seriam desnecessários.” A investigação tem levado os alunos aos mais diversos campos de aplicação: “Também estamos a tentar perceber se pode ou não melhorar a nossa atividade cerebral”, acrescenta Pedro. Estes argumentos foram mais que suficientes para convencer o júri da ESA a aceitar o projeto no concurso de ciência espacial Odysseus [http://www.odysseus-contest.eu/pt-pt/], dirigido a alunos entre os 7 e os 22 anos.

Durante setes meses, os alunos puseram mãos à obra, com o apoio da Universidade da Beira Interior, como relata Gonçalo Gouveia, de 16 anos: “Emprestaram-nos e ensinaram-nos a manusear os equipamentos, tal como um espetroradiómetro, que consegue ver as coordenadas cromáticas de uma cor que estamos a estudar”.

Os especialistas da ESA atribuíram ao projeto 18 valores de cotação. Ainda assim, os alunos estiveram quase a desistir de participar, recorda a professora de Físico-Química, Ernesta Pereira, que tudo fez para contrariar o desânimo dos seus alunos: “Eles achavam que [o projeto] não estava suficientemente bom. Mas eu não permiti que eles deixassem de participar. O meu trabalho foi sobretudo incentivar. O resto foram eles.”

Caso vençam o concurso espacial, o trio da Covilhã vai trazer para a escola como prémio um telescópio. Agora, já acreditam no valor do seu trabalho, como se percebe pelas palavras otimistas de Pedro Ruas: “O verde é superimportante, traz-nos esperança.”

 

 

 

É já amanhã a IX Conferência sobre Crianças Desaparecidas, na Assembleia da República

Maio 30, 2016 às 1:45 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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conferencia

Aplicações (Apps) para Terapia da Fala

Maio 30, 2016 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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texto do blog http://ositiodafala.blogspot.pt/ de 2 de março de 2016.

tablet

São inúmeras as aplicações que se podem usar em contexto de Terapia da Fala. As que não são dedicadas às nossas áreas de trabalho, podem bem ser aproveitadas. Em relação a outros países temos consideravelmente menos quantidade, sobretudo porque somos poucos. Ao seleccionarmos uma aplicação devemos ter em atenção se não é em Português do Brasil, uma vez que há variações que os nossos clientes não perceberão e poderão, eventualmente, ser contraproducentes.

Para além disso, as aplicações de comunicação aumentativa e alternativa tinham (e têm) uma grande limitação – muitas não têm uma fala sintetizada para o português europeu e, se têm, é de uma mulher ou homem, ambos adultos. Assim, devemos preferir aquelas que permitem a gravação de clipes de áudio, em detrimento da fala sintetizada – podemos pedira a voz emprestada a alguém!

Na minha prática uso o tablet de três formas diferentes: deixo a criança manipular a aplicação de forma mais ou menos independente; apenas para apresentação de estímulos visuais ou auditivos; com carácter de prescrição – para que o cliente use ou pratique em casa.

Tive o meu primeiro tablet em 2010 – o iPad (1st gen). Inicialmente usei-o com alguma regularidade mas deixou de ser muito prático, sobretudo por causa da limitação da língua; para além disso, em pouco tempo, deixou de ser compatível com novas aplicações. Actualmente tenho um Asus ZenPad 10, que corre o Android 5 (Lollipop). Se comprarem um equipamento com o propósito de ser usado na terapia, aconselho um tamanho de ecrã generoso – 10″ é o ideal. Fica ainda o link para um artigo da ASHA.

Apresento-vos algumas aplicações da minha eleição, organizadas por área de intervenção. Peço aos leitores que conhecerem outras, que as sugiram nos comentários.

Articulação e fonologia
Falar a Brincar (gratuita) –
Android
Palavras aos bocadinhos (versão experimental limitada) – Android | iOS
Sounds of speech (pago) – Android | iOS

Leitura e escrita
Aventura das palavras (gratuito) –
Android

Competências pré-linguísticas
Talking Tom (versão gratuita com publicidade) –
Android | iOS

Comunicação aumentativa e alternativa
TICO4Android (gratuito) –
Android
Vox4All (versão experimental limitada) – Android | iOS
Sono Flex (versão experimental limitada) – iOS
MyTalk (versão experimental limitada) – Android | iOS
Grid Player (gratuito) – iOS
GoTalk Now (versão experimental limitada) – iOS

Fluência
DAF Professional (versão experimental limitada) –
Android | iOS
Metronome Beats (versão gratuita com publicidade) – Android

Voz
OperaVox (versão gratuita limitada) –
iOS

Outras
BabyPlayFace –
Android | iOS
Toca Kitchen – Android | iOS
Toca Hair Salon – Android | iOS

 

Os desafios da adoção

Maio 30, 2016 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Ilustração Filipa Viana - Who

Ilustração Filipa Viana – Who

Mãe é mãe, quando é do coração. Adotar é uma decisão para a vida. E levanta tantas dúvidas como consolida certezas.

O desejo e o amor ligam-se, crescem juntos e a ideia da adoção surge como fruto desses sentimentos fortes, em muitas situações diferentes. Que desafios coloca?

«No outro dia, o Afonso disse-me: “Sabes mãe, a Margarida queria muito ter nascido da tua barriga.” E o Manuel acrescentou: “Podemos imaginar que nascemos os três da tua barriga?”.» A história é de uma mãe adotiva, que prefere ficar sem nome e que respondeu: «Não há diferenças… todos nasceram de nós, do nosso amor.»
O mais frequente são casais que atravessaram o calvário da infertilidade e passaram por muitas dúvidas, incertezas, fracassos, procedimentos médicos. Nestes casos, a adoção surge como ideia de parentalidade num contexto de grande cansaço e desistência de ter um filho biológico: «Será que algum dia vou ser mãe? Serei capaz?» A estas questões irão somar-se muitas outras, inerentes à própria adoção: «Será que esta criança vai gostar de mim? Será que o meu filho me vai adotar como mãe?»

«Era uma vez três sementinhas que queriam muito ir para a barriga da mãe. Uma escolheu o caminho mais rápido e foi a primeira a chegar. Fui eu, por isso sou o mano mais velho! O Manuel escolheu o mesmo caminho, mas atrasou-se porque se distraiu nas curvas e levou mais tempo. A outra sementinha também queria muito vir para a barriga da mãe mas enganou-se num caminho e foi parar a outra barriga. Mas depois conseguiu arranjar uma maneira de vir para a nossa família. E assim chegou… é a Margarida, a terceira filha.» Afonso, 6 anos

Os pais que passaram pela infertilidade e pela adoção são muitas vezes os que mais valorizam o seu papel de pais, pela consciência das experiências que tiveram. Torna-se por isso necessário apoiá-los de forma especial, já que partem para a adoção fragilizados na sua autoestima. Noutros casos, surge sobretudo o desejo de fornecer um porto seguro a uma criança abandonada ou indesejada.

O que é comum a todos? A determinação, a decisão com a consciência de que o caminho não é curto nem fácil. Em comum, um desejo sonhado, idealizado, temerário e corajoso de ter uma família, de cuidar de alguém.

Na frieza dos números, há demasiadas famílias disponíveis para cada criança apta à adoção em Portugal. Nas instituições, as crianças com idades superiores a 3 anos são a maioria… e, ao mesmo tempo, os menos desejados.

O processo começa por ser burocrático. Depois de reunida toda a papelada, o passo seguinte é entregar a candidatura. Nessa altura, inicia-se o processo de estudo e avaliação da candidatura. Os futuros pais, mesmo os mais predispostos, têm de enfrentar perguntas acerca do seu estilo de vida, sessões de formação e informação e no final será emitido um parecer positivo ou negativo.

Começa a espera pela criança… Uma ansiedade equiparável ao período de gravidez, muitas vezes descrito como o mais difícil de todo o processo. Porém, valerá a pena no dia em que receber a notícia de que existe uma criança à espera.

Quando o filho chega à nova casa, está encerrado um longo e duro capítulo. Ele traz consigo a herança pesada do abandono e do trauma, mas também o sonho de ser amado e cuidado. Nesta fase, os pais adotivos precisam de ter um instinto paterno natural mas também a compreensão e aceitação do contexto que os trouxe até aqui, tornando-se verdadeiramente pais.

A família adotiva construiu-se por escolhas feitas pelos pais adotivos mas também pelos biológicos, que não puderam ou souberam cuidar da criança. Reconhecer esta realidade é o primeiro passo para que tudo corra bem. O grande receio dos pais adotivos surge com o aproximar da idade em que a criança vai compreender que foi adotada. A maior tentação é tentar omitir, mas se existe uma relação de amor sólida, feliz, positiva, não há razão nem sequer benefício algum para evitar «aquela conversa».

«Quando a conhecemos, o amor foi inevitável, ela era tão frágil, de ar tranquilo e meigo, a explorar-nos com um olhar vivo… o Afonso recordou: “Lembras-te mãe, eu não queria muito ter uma mana, queria um mano. Mas apaixonei-me logo que a vi!” É verdadeiramente isto que é a adoção, um abraço em família, forte mas meigo, seguro mas terno, ao presente, ao futuro, mas também ao passado.», Mãe adotiva da Margarida

O vínculo dos pais adotivos com os seus filhos cresce com o tempo, dia-a-dia, com os carinhos, as lágrimas, o consolo e as memórias. Só assim se constrói uma família. Os pais adotivos, como todos os pais, cuidam de feridas, não apenas de esfoladelas de joelho, também feridas do coração. Dão aos filhos a aceitação e a permissão para perguntar tudo, falar do dia do seu nascimento e dos primeiros pais.

Os pais adotivos não acolhem apenas a criança mas também a sua história e herança. Acolhem os factos da vida, com toda a força, por si e pela criança. Criam memórias, férias em família, festas de anos, mas também guardam memórias do tempo anterior, em que se entrelaçam aquelas duas histórias, para criar uma unidade, uma… família.

Paula Vilariça, pedopsiquiatra no CADIn, para o Notícias Magazine, em 1 de maio de 2016

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