Como a leitura em casa molda o cérebro das crianças em idade pré-escolar
Setembro 7, 2015 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Artigo, Cérebro, Desenvolvimento Cognitivo, Estudo, Estudo Longitudinal, Histórias, Idade Pré-Escolar, John S. Hutton, Leitura, Leitura em casa, Pediatrics, Tzipi Horowitz-Kraus
notícia da Visão de 19 de agosto de 2015.
O estudo mencionado na notícia é o seguinte:
Home Reading Environment and Brain Activation in Preschool Children Listening to Stories
Que ler para as crianças têm um efeito positivo é um dado adquirido. Mas um novo estudo analisou a fundo a complexa – e em alguns pontos surpreendente – relação entre o crescer a ouvir ler livros e o desenvolvimento linguístico.
Este mês, a publicação científica Pediatrics inclui um estudo que, através de ressonância magnética funcional, observou a atividade cerebral de crianças entre os 3 e os 5 anos enquanto ouviam histórias apropriadas à sua idade. Os investigadores encontraram diferenças significativas entre as crianças às quais eram lidas histórias à noite e as outras.
As crianças cujos os pais reportaram ler mais em casa, com maior frequência e maior número de livros, mostraram uma ativação bastante maior de áreas cerebrais numa região do hemisfério esquerdo ligada à integração multissensorial, conforme explica o principal autor do estudo, John S. Hutton, investigador clinico no Cincinnati Children’s Hospital Medical Center. Esta zona do cérebro, que é conhecida por estar extremamente ativa quando crianças mais velhas leem livros por si próprias, revelou o mesmo efeito quando crianças mais novas ouvem histórias.
Uma das descobertas mais surpreendentes do estudo foi a de que as crianças mais expostas a livros e à leitura em casa mostram uma diferença significativa de atividade em áreas do cérebro que processam associação visual, mesmo que a crianças estejam apenas a ouvir ou não haja imagens nos livros.
“Quando as crianças estão a ouvir histórias, estão a imaginar na sua mente”, explica Hutton. “Por exemplo, ‘o sapo saltou por cima do tronco’. Eu já vi um sapo, eu já vi um tronco, como é que isto será?” Os diferentes níveis de ativação cerebral, disse, sugerem que uma criança que tem mais prática a desenvolver estas imagens visuais terá uma maior probabilidade de desenvolver habilidades que a ajudarão a produzir imagens e textos próprios mais tarde.
“Ajuda-os a perceber qual o aspeto das coisas e poderá ajudar na transição para livros sem imagens,” disse. “Irá ajudá-los a ser melhores leitores mais tarde porque desenvolveram essa parte do cérebro que os ajuda a perceber o que se passa na história.”
O investigador acredita que o livro poderá ajudar também a estimular a criatividade de uma forma que a televisão não consegue. “Quando lhes mostramos um vídeo de uma história, será que estamos a cortar um pouco o processo?” pergunta. “Estamos a tirar-lhes o trabalho? Eles não têm de imaginar a história; está apenas a ser-lhes dada.”
O estudo concluiu ainda que a linguagem dos livros, quando comparada com a linguagem usada pelos pais ao falar com os filhos, é mais completa, expondo, por isso, as crianças a um vocabulário mais alargado.
Como ler para as crianças lhes pode transformar o cérebro (no bom sentido)
Agosto 28, 2015 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Artigo, Cérebro, Desenvolvimento do Cérebro, Estudo, Estudo Longitudinal, Histórias, Idade Pré-Escolar, John S. Hutton, Leitura, Pediatrics, Tzipi Horowitz-Kraus
Notícia do i de 7 de agosto de 2015.
O estudo mencionado na notícia é o seguinte.
Home Reading Environment and Brain Activation in Preschool Children Listening to Stories
Um estudo recente incentiva os pais a fazerem-no desde que os filhos são bebés e garante que traz resultados a curto e longo prazo.
Os educadores já têm ao longo dos anos incentivado os pais a lerem em voz alta para os seus filhos a partir do momento que nascem, salientando que cada nova palavra e som fortalece a cognição necessária para que venha a ser bom aluno mais tarde. Um novo estudo do Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, sugere que ouvir histórias leva a mudanças na actividade cerebral das crianças.
No estudo, as crianças com idades entre os 3 e os 5 anos foram submetidas a uma ressonância magnética funcional enquanto ouviam histórias pré-gravadas. Já os pais responderam a perguntas sobre a regularidade com que liam aos seus filhos. Os investigadores mediram ainda a alfabetização dentro da casa, incluindo a frequência das sessões de leitura entre pais e filhos, a variedade de livros e acesso à literatura.
As análises feitas ao cérebro mostraram então que, ao ouvir as histórias pré-gravadas partes do lado esquerdo do cérebro da criança são activadas – sendo esta uma região associada à compreensão de palavras e conceitos e ao fortalecimento da memória. O responsável pelo estudo, Tzipi Horowitz-Kraus, falou à CNN e explicou que as crianças que tinham casas com maiores níveis de alfabetização tinham consequentemente níveis mais elevados de actividade cerebral, uma conexão que sugere que o rápido desenvolvimento cerebral começa nos primeiros anos de vida das crianças.
“Quanto mais ler para o seu filho automaticamente irá ajudar os neurónios nessa região a crescerem e a conectarem-se de uma maneira que irá beneficiar a criança, no futuro, na leitura,” salientou Horowitz-Kraus, director do programa da leitura e alfabetização no Discovery Center Hospital Infantil de Cincinnati.
Estudos anteriores apoiam o ponto de vista de Hornday, mostrando que as crianças que começam a ler numa idade precoce atingem um maior conhecimento geral, expandem o vocabulário, e tornam-se leitores mais fluentes. A exposição a palavras, imagens e conceitos durante um período de rápido desenvolvimento cerebral como a infância estimula a criação de sinapses (conexão de neurónios) para futuro armazenamento de informações.
Os leitores precoces têm ainda fortes habilidades de linguagem oral, melhor concentração, e melhores habilidades de pesquisa do que as restantes crianças. A alfabetização na infância também promove a independência e reforça a confiança das crianças, enquanto ajuda a alimentar a criatividade e imaginação dessas crianças.
Ecografias 4D mostram efeitos do tabaco na gravidez
Abril 7, 2015 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Acta Paediatrica, Artigo, Brian Francis, Ecografia 4D, Estudo, Estudo Longitudinal, Feto, Gravidez, Nadja Reissland, Sistema nervoso central, Tabagismo, Tabagismo Passivo
Notícia da Visão de 24 de março de 2015.
Estudo inédito prova os efeitos do tabaco no sistema nervoso central dos fetos em formação
A investigação liderada pela investigadora Nadja Reissland, da Universidade de Durham, Inglaterra, usou ecografias 4D para monitorizar o comportamento dos bebés durante a gestação, permitindo aos cientistas perceber que os fetos das mães fumadoras tocavam na cara e mexiam a boca com maior frequência que os das mães não fumadoras. Tipicamente, os fetos reduzem estes movimentos à medida que se desenvolvem, o que significa que o resultado das ecografias pode indicar um atraso no desenvolvimento do sistema nervoso central.
Para a investigação, foram monitorizadas 20 mulheres grávidas, quatro das quais fumavam uma média de 14 cigarros por dia.
Os investigadores pretendem agora dar continuidade ao estudo com uma amostra de maior dimensão.
mais informações na notícia da Durham University
Quanto mais tempo o bebé for amamentado, mais sucesso terá na vida
Março 19, 2015 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Amamentação, Artigo, Bebés, Bernardo Lessa Horta, Cesar G. Victora, Escolaridade, Estudo Longitudinal, Inteligência, Quociente de inteligência, Sucesso Escolar, The Lancet Global Health, TSF
notícia do http://lifestyle.publico.pt de 18 de março de 2015.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
Estudo brasileiro de longa duração encontrou uma ligação entre o tempo de amamentação e a inteligência das crianças.
A investigação realizada no Brasil envolveu 6000 bebés desde 1982 até à idade adulta, de várias classes sociais e ambientes, e descobriu que aqueles que foram amamentados durante mais tempo provaram ser mais inteligentes, passaram mais tempo na escola e ganharam mais do que os que tiveram um período menor de amamentação.
Da amostra inicial, 3500 indivíduos aceitaram ser entrevistados e submetidos a um teste de QI 30 anos depois da primeira análise. Embora vários estudos demonstrem os benefícios da amamentação na saúde da mãe e do bebé – e a Organização Mundial de Saúde recomendar a amamentação exclusiva durante, pelo menos seis meses – o médico Bernardo Lessa Horta, da Universidade Federal de Pelotas, no Brasil, quis perceber se o aumento ligeiro da capacidade cognitiva causado pela amamentação era suficiente para alterar as perspectivas do bebé quando chegava a adulto.
“O nosso estudo fornece a primeira evidência de que o prolongamento da amamentação não só aumenta a inteligência pelo menos até à idade de 30 anos, como também tem um impacto a nível individual e social, melhorando o nível de escolaridade e as capacidades“, explicou Lessa Horta ao jornal britânico Guardian.
Para o médico brasileiro, a investigação oferece uma visão única porque a amamentação está distribuída de igual forma entre a população estudada – tanto as mães mais ricas e de classes mais altas como as menos abastadas e de classes baixas amamentavam em igual número no Brasil, em 1982. A única diferença era que algumas amamentavam apenas durante um mês e outras amamentavam durante um ano inteiro.
Aqueles que beberam leite materno durante 12 meses, tiveram mais quatro pontos do que aqueles que foram amamentados durante menos tempo, tinham pelo menos mais um ano de escolaridade no currículo e ganhavam um ordenado mais elevado.
“Algumas pessoas dizem que não é a amamentação que influencia o desenvolvimento do bebé mas sim a motivação e habilidade de cada mãe em estimular a criança”, disse o médico, citando ainda outros estudos que dizem que bebés com um genótipo em particular têm maior tendência para tirar vantagem da amamentação. Lessa Horta revelou, no entanto, que os resultados do estudo estão em conformidade com as informações conseguidas em análises nutricionais, que mostram que o leite materno é rico em ácidos gordos saturados, responsáveis pelo desenvolvimento cerebral.
Publicado na revista científica The Lancet Global Health, o estudo realça que pode haver outros factores além da amamentação que tenham um impacto directo na inteligência, embora os investigadores responsáveis tenham medido de igual forma a influência da educação da mãe, o rendimento familiar e o peso à nascença.
“É importante notar que a amamentação é um dos muitos factores que podem contribuir para o sucesso de uma criança. Mas o que este estudo mostra é que é necessário uma promoção continuada e melhorada da amamentação”, acrescentou.
Relatório Consumo Alimentar e Nutricional de Crianças em Idade Pré-Escolar
Agosto 7, 2014 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança, Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Alimentação Infantil, Andreia Oliveira, Carla Lopes, Consumo Alimentar, crianças em Idade Pré-Escolar, Estudo Longitudinal, Idade Pré-Escolar, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Nutrição Infantil, Relatório
O `Relatório Consumo Alimentar e Nutricional de Crianças em Idade Pré-Escolar´, de onde advêm os resultados que originaram o livro `Da mesa à horta: Aprendo a gostar de frutas e vegetais´, está disponível para consulta AQUI e para download AQUI.
Este relatório foi realizado com informação recolhida no âmbito da coorte Geração 21 (Coordenador Científico: Henrique Barros), desenvolvido no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, no âmbito do projeto `Hábitos alimentares em crianças em idade pré-escolar: uma abordagem longitudinal para identificar os determinantes e os efeitos na composição corporal´ (PTDC/SAU-ESA/108577/2008) (Investigadora Principal: Carla Lopes).
Jogar videojogos uma hora por dia torna as crianças mais felizes e sociais
Agosto 7, 2014 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Andrew Przybylski, Artigo, Competências Psicossociais, Estudo Longitudinal, Jogos on-line, Pediatrics, Reino Unido, Videojogos
Notícia do Público de 4 de agosto de 2014.
Estudo da Universidade de Oxford conclui que nenhum efeito positivo ou negativo é observado quando se joga de forma moderada.
Os videojogos são viciantes. Desligar a consola ou o computador pode ser uma tarefa difícil para as crianças, que podem acabar por estar várias horas absorvidas em desafios. Um estudo da Universidade de Oxford, Reino Unido, defende que a moderação é essencial e que jogar uma hora por dia pode ser positivo para os mais novos, tornando-os mais satisfeitos com a vida e com um comportamento mais social.
O estudo, publicado nesta segunda-feira no jornal Pediatrics, foi desenvolvido com o objectivo de determinar “como o tempo despendido a jogar videojogos contribui para uma variação significativa numa adaptação psicossocial positiva e negativa”. Para tal foram estudadas 5000 crianças britânicas, entre os dez e os 15 anos, e os seus hábitos de jogo. Dessa amostra, 75% afirmou que jogava diariamente.
Além da questão do tempo passado a jogar, os investigadores analisaram outros factores como a satisfação das crianças com a sua vida, o estado das suas relações com os amigos e colegas, se gostavam de ajudar pessoas em dificuldades ou ainda o seus níveis de hiperactividade e desatenção. Durante a leitura dos dados recolhidos, que foram combinados entre si e que incluíram as respostas de crianças que não jogavam de todo, a equipa da Universidade de Oxford tentou determinar níveis de adaptação psicossocial e social.
Os resultados revelaram que tanto os níveis baixos de empenho nos videojogos (quando a criança jogou menos de uma hora por dia), como os níveis elevados (mais de três horas de jogo), estavam “ligados a indicadores chave e à adaptação psicossocial”.
Assim, nos casos de baixo empenho nos jogos, as crianças revelaram ser mais felizes e terem interacções sociais mais positivas, tendo sido concluído o contrário quando os jovens passavam mais de três horas em frente a uma consola ou computador. Aqui, as crianças foram consideradas como tendo uma adaptação menor.
O estudo concluiu ainda que nenhum efeito positivo ou negativo foi observado quando as crianças jogaram de forma moderada (entre uma a três horas diárias), comparado com as que nunca jogaram ou com as que o faziam três ou mais horas por dia.
A investigação sugere que a influência dos videojogos nas crianças é diminuta quando comparada com factores como a funcionalidade do seu núcleo familiar, relacionamento com amigos e colegas de escola ou privação de bens materiais.
“As ligações entre diferentes níveis de empenho em jogos electrónicos e a adaptação psicossocial foram pequenas [menos de 1,6% de variação] mas estaticamente significativas”, é indicado nas conclusões do trabalho desenvolvido na Universidade de Oxford. Mais: “Os jogos estão constantemente mas não robustamente associados à adaptação tanto negativa como positiva da criança”.
O cientista comportamental Andrew Przybylski, que liderou a equipa de investigação, sustentou, em declarações à BBC, que esta investigação “pode dar um novo ponto de vista mais matizado”, principalmente quando este tema é geralmente reduzido à visão dos que consideram que os jogos podem ser benéficos e dos que consideram que apenas fomentam actos de violência.
“Estes dados sugerem que não existem efeitos negativos destacáveis em jogar, até que os jovens passem a marca das três horas num dia típico. Serão necessárias pesquisas adicionais para determinar se existe uma regra dura e rápida para que o tempo de jogo passe de uma influência positiva para negativa”, defendeu Przybylski ao site WebMD.
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