LPCC e ACP lançam iniciativa “Carros Sem Fumo” para alertar para o impacto nocivo de fumar no interior das viaturas, inclusive transportando crianças
Janeiro 11, 2018 às 6:00 am | Publicado em Campanhas em Defesa dos Direitos da Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Acção de Sensibilização, Automóvel Clube de Portugal (ACP), Consumo de tabaco, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Tabagismo Passivo
A Liga Portuguesa Contra o Cancro em parceria com o Automóvel Clube de Portugal (ACP) lança a ação Carros Sem Fumo com o objetivo de alertar para o impacto nocivo de fumar no interior das viaturas.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e o Automóvel Clube de Portugal (ACP) apresentaram dia 27 de novembro, pelas 10h, na Escola Básica António Rebelo de Andrade, em Oeiras, a ação CARROS SEM FUMO. O objetivo prioritário do projeto é a sensibilização dos portugueses, em geral, para um comportamento responsável no que respeita ao consumo do tabaco em deslocações de automóvel, com especial preocupação quanto ao impacto que este ato tem sobre crianças e idosos.
Após a realização de um estudo por parte do ACP junto dos seus associados – ver ficha técnica no final – as conclusões revelam que ainda há muito trabalho que pode e deve ser feito no que respeita à educação e sensibilização dos portugueses em torno dos hábitos de consumo de tabaco, em particular quando se deslocam de carro.
Os principais resultados do estudo indicam que:
90% dos inquiridos desconhece que o nível médio de partículas tóxicas libertadas pelo tabaco e respiradas numa viagem de carro é cinco vezes superior à média das partículas tóxicas no ar, mesmo em cidades muito poluídas;
Apenas 20% dos inquiridos sabe que 85% do fumo passivo é invisível e sem odor;
Mais de 50% dos inquiridos fumadores afirma fumar dentro da viatura;
Mais de 10% do total dos inquiridos afirma ter-se deslocado pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores numa viatura em que estivesse alguém a fumar na presença de uma criança, adolescente, jovem ou idoso.
Para Vítor Veloso, Presidente da LPCC, “estes dados são preocupantes pelo que há necessidade de dar continuidade a uma das principais acções da Liga Portuguesa Contra o Cancro – a Prevenção Primária. “
“Cada cigarro contém mais de 4.800 substâncias químicas nocivas, sendo que destas, 60 são potencialmente causadoras de cancro. Se considerarmos que 85% do fumo passivo é invisível e inodoro, facilmente se percebe que fumar no interior do carro é um ato que se perpetua muito para lá dos breves minutos de consumo.”
Por estes motivos faz um apelo: – “Faça do seu carro um carro livre de fumo. Faça da sua família uma família livre de fumo.”
“Poder trabalhar com um parceiro como o ACP que tanto e tão bem representa o universo dos automobilistas nacional é um privilégio para nos fazer chegar a mais cidadãos e famílias do nosso país”, concluí o Presidente da LPCC.“A associação do ACP a esta iniciativa era inevitável” afirma Carlos Barbosa, Presidente do ACP, acrescentando que, “enquanto associação de referência para os automobilistas nacionais que tem como fim último a prossecução da defesa dos interesses dos mesmos, os temas da educação para a saúde não nos são alheios. Especialmente quando têm impacto direto em crianças e idosos.”
Esta ação será levada a todo o país através de ações de sensibilização nas escolas, com a distribuição de 100 mil folhetos e autocolantes para carros nas escolas do ensino básico e ainda através dos canais de comunicação do ACP e da LPCC, focando-se nas crianças como veículos influenciadores junto dos pais.
A campanha de sensibilização do projeto tem como embaixadores o casal de atores Paula Lobo Antunes e Jorge Corrula.
O evento contou com a presença do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do Presidente do ACP, Carlos Barbosa, do Presidente do Núcleo Sul da LPCC, Francisco Cavaleiro de Ferreira e ainda dos embaixadores da campanha.
Notícia do site da Liga Portuguesa Contra o Cancro em 27 de Dezembro de 2017
Crianças expostas ao tabaco podem ser mais agressivas ou medrosas, diz estudo
Outubro 23, 2015 às 8:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Agressividade, Artigo, Crianças, Estudo, Fobias, França, Isabella Annesi-Maesano, Julie Chastang, Nour Baïz, PLoS ONE, Tabagismo Passivo
Notícia do site http://zh.clicrbs.com.br/ de 29 de setembro de 2015.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
Postnatal Environmental Tobacco Smoke Exposure Related to Behavioral Problems in Children
Crianças expostas ao tabaco antes e após o nascimento teriam praticamente duas vezes mais riscos de ter problemas de comportamento, como serem mais medrosos, raivosos ou briguentos – é o que diz um estudo feito com mais de 5.200 crianças em idade escolar.
Os malefícios do tabaco nas crianças são velhos conhecidos: a substância favorece a ocorrência de asma nos pequenos, ou o nascimento de bebês com baixo peso quando a mãe fuma durante a gravidez.
Mas o papel potencial da fumaça ambiente sobre os comportamentos é muito menos conhecido, ressaltou o Instituto Nacional de Pesquisa Médica e Saúde da França (Inserm), responsável pela pesquisa.
“A exposição ao tabaco durante a gravidez e após o nascimento praticamente dobra os risco de problemas comportamentais entre as crianças escolarizadas no ensino fundamental, com média de idade de 10 anos”, disse à AFP Isabella Annesi-Maesano (diretora de pesquisa do Inserm/Universidade Pierre e Marie Curie).
As crianças expostas ao tabaco seriam mais agressivas: coléricas, desobedientes, briguentas e mais frequentemente inclinadas às mentiras e às trapaças, até mesmo aos pequenos furtos.
Este aumento do risco é grosseiramente refletido pela proporção das crianças expostas ao tabaco em pré e pós natal (18%) que têm este tipo de condutas anormais (18%) comparadas àquelas que não têm fumantes nas proximidades (9,7%).
Para os problemas emocionais, eles desenvolveriam mais facilmente medos, problemas psicossomáticos (dores de cabeça e na barriga), e não ficariam à vontade em situações novas (“criança que fica grudada nos pais”, neste caso).
No estudo, 13% das crianças têm problemas de conduta e 15% problemas emocionais – quer tenham sido expostos ou não ao tabaco, explicou a pesquisadora.
Ao todo, 20% das crianças estudadas foram expostas ao tabaco tanto durante a gravidez (mãe fumante) e nos primeiros meses de vida, neste estudo feito em parceria com hospitais de seis cidades francesas.
Os pais das crianças preencheram um questionário especializado, o “SDQ” (questionário pontos fortes e dificuldades/Strengths and Difficulties Questionnaire) indicando especialmente se a criança tinha sido exposta ao tabaco até a idade de um ano.
Os impactos destes problemas comportamentais na escolaridade não foram estudados, mas devem ser analisados numa próxima etapa.
– Efeito neurotóxico –
Os fatores habituais (nível social, prematuridade, nível de educação, etc.) que poderiam influenciar nos resultados foram levados em conta, com exceção do estado mental dos pais (depressão).
Trabalhos anteriores já apontavam para uma relação entre a exposição à fumaça do cigarro e uma taxa acentuada de problemas comportamentais.
Mas o novo estudo, publicado na revista norte-americana PloS One, é o primeiro a mostrar num número tão grande de crianças, uma “associação” entre a exposição pós-natal ao tabaco e os sintomas emocionais e de conduta, notaram os autores.
Para aquelas crianças expostas apenas durante a gravidez (mãe fumante), “a associação aparece apenas para problemas emocionais”, explicou Annesi-Maesano. Mas poucas crianças pertencem a este grupo no estudo (cerca de quarenta), notou.
Para a epidemiologista, “o estudo traz um motivo a mais para evitar o tabagismo passivo em função dos problemas comportamentais que podem ser provocados nas crianças”.
Estas observações parecem confirmar as realizadas nos animais, segundo as quais a nicotina da fumaça do tabaco poderia ter um efeito neurotóxico sobre o cérebro, em particular sobre o crescimento neuronal nos primeiros meses de vida.
BC/ial/bma/mm
Ecografias 4D mostram efeitos do tabaco na gravidez
Abril 7, 2015 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Acta Paediatrica, Artigo, Brian Francis, Ecografia 4D, Estudo, Estudo Longitudinal, Feto, Gravidez, Nadja Reissland, Sistema nervoso central, Tabagismo, Tabagismo Passivo
Notícia da Visão de 24 de março de 2015.
Estudo inédito prova os efeitos do tabaco no sistema nervoso central dos fetos em formação
A investigação liderada pela investigadora Nadja Reissland, da Universidade de Durham, Inglaterra, usou ecografias 4D para monitorizar o comportamento dos bebés durante a gestação, permitindo aos cientistas perceber que os fetos das mães fumadoras tocavam na cara e mexiam a boca com maior frequência que os das mães não fumadoras. Tipicamente, os fetos reduzem estes movimentos à medida que se desenvolvem, o que significa que o resultado das ecografias pode indicar um atraso no desenvolvimento do sistema nervoso central.
Para a investigação, foram monitorizadas 20 mulheres grávidas, quatro das quais fumavam uma média de 14 cigarros por dia.
Os investigadores pretendem agora dar continuidade ao estudo com uma amostra de maior dimensão.
mais informações na notícia da Durham University
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