No “mar de prazer” dos ecrãs navega-se para esconder a ansiedade e a depressão

Janeiro 29, 2024 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da Rádio Renascença de 23 de janeiro de 2024.

 Miguel Marques Ribeiro

Um estudo realizado por investigadores da Universidade Lusíada alerta para uma prevalência crescente de comportamentos aditivos na forma como usamos os telemóveis e computadores. A solução passa por sensibilizar, não por proibir a utilização.

As redes sociais têm mecanismos de viciação semelhantes ao álcool e a outras drogas psicoativas, diz um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade Lusíada, cujos resultados são conhecidos em detalhe esta terça-feira, numa sessão realizada no Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), em Lisboa.

Intitulado “Scroll, Logo Existo”, o projeto alerta para a semelhança entre os ecrãs de computador ou de telemóvel e outras substâncias aditivas. “A Internet, em particular as redes sociais, funcionam como um mecanismo de compensação que pode ser semelhante à automedicação, o álcool ou outras drogas psicoativas”, explica Joaquim Fialho, um dos responsáveis pela investigação, em entrevista à Renascença.

À medida que o mundo vai ficando cada vez mais digital, cresce também o número de pessoas expostas aos ecrãs um grande número de horas. “Há estudos que indicam que fazemos cerca de 4 km em média de scroll por dia“, acrescenta Joaquim Fialho.

Privação provoca níveis de irratibilidade elevados

No inquérito desenvolvido pela equipa da Lusíada, e em que participaram 1700 internautas, fez-se o diagnóstico da utilização dos ecrãs pela população portuguesa. Para a generalidade das pessoas, não há propriamente uma dependência dos ecrãs, mas uma “submissão generalizada” às tecnologias, caracterizada “pela perda de noção do tempo” quando se está a navegar e também por “níveis de irritabilidade elevados” sempre que existe privação.

Isto revela já problemas do âmbito psicológico e emocional, sobretudo entre os jovens até aos 24 anos, os estudantes, as pessoas de baixa escolaridade e a população inativa, cuja grande fatia são os reformados.

[É] um mecanismo de fuga, como uma alternativa compensatória para aliviar sentimentos de culpa, ansiedade e depressão

Nestes grupos mais susceptíveis, navegar na internet é como entrar “num mar de prazer” que funciona como “um mecanismo de fuga, como uma alternativa compensatória para aliviar sentimentos de culpa, ansiedade e depressão”. Serve, portanto, para esconder estados psicológicos mais profundos, como a “frustração, a impotência, a tristeza”. No entanto, as empresas que desenham as aplicações que temos instaladas nos nossos telemóveis e computadores também devem ser responsabilizadas, defende Joaquim Fialho.

“As próprias aplicações estão feitas através de mecanismos que geram uma necessidade de lá estar, ou seja, a simplicidade do manuseamento, a cor, a novidade que está sempre a acontecer, são três fatores que geram adição aos ecrãs”.

Neste contexto, são cada vez mais comuns as situações em que “se perde o controlo sobre a utilização” e se cai numa adição mais profunda e de maiores consequências. A equipa da Lusíada inquiriu indivíduos com maior propensão para a dependência e compilou alguns sinais de alerta aos quais se deve estar atento.

“Identificámos alguns elementos, como a nomofobia, que é a necessidade de estar ligado, a síndrome do toque fantasma, que é pensarmos que o smartphone está a vibrar quando na realidade não está, o transtorno de dependência de Internet, que é a necessidade de lá estar, mesmo sabendo que vou lá, não sei bem fazer o quê, mas tenho que lá estar, a hipocondria digital, quando a internet funciona como um médico, onde que uma simples dor se transforma numa multiplicidade de diagnósticos, a depressão das redes sociais, que é a alteração de comportamentos e até dos próprios sentimentos quando está e quando não está”.

Sensibilizar em vez de proibir

O problema tem que começar a ser levado a sério e gerar um debate público envolvendo toda a sociedade, aponta o especialista, pois as relações entre as pessoas estão-se a “transformar por completo”, começando a “ser mediadas sobretudo através de ecrãs, que são no fundo a nossa caixa negra”.

Assim, Joaquim Fialho considera que é preciso “ensinar novamente a interação social face a face, que é algo que estamos a perder” e acredita que as ações de sensibilização para a literacia digital são a resposta certa.

O problema é quando se perde o controlo sobre a utilização.

Proibir não é, de facto, a melhor solução“, sustenta, até porque “o proibido é o mais apetecível”. No caso concreto dos jovens, Joaquim Fialho dá o exemplo do álcool: “Sabemos que é proibido para menores de 18 anos, mas não é por isso que eles deixam de consumir”.

O investimento na educação é fundamental, alerta: “Nós temos que preparar os educadores, e educadores aqui não são os professores, são pais, são os filhos, são os familiares, são os amigos… Temos que preparar a sociedade em geral para uma utilização saudável do smartphone“.

Sobretudo num país como Portugal, que com uma população de 10 milhões de habitantes tem mais de 15 milhões de números de telemóvel ativos. É um rácio “de smartphones superior a 150%”, lamenta.

Estudo aqui

Webinar: Aprender e Ensinar a Parar, 16 janeiro

Dezembro 29, 2023 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Mais informações aqui

Alunos com perturbação de ansiedade: como gerir a aprendizagem na sala de aula?

Setembro 6, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto do Sapo Lifestyle

Crianças que apresentam um quadro de ansiedade precisam de ser apoiadas em equipa, isto é, com família, professores e terapeutas devidamente mobilizados.

São alunos que tendem a preocupar-se em demasia e a retrair-se na sala de aula, evitando participar nas atividades curriculares conjuntas. Arranjam desculpas com frequência para se furtar às responsabilidades letivas: pedem autorização para ir à casa de banho, à enfermaria e, por vezes, recusam até sair de casa em dias de escola. Pior, evitam pedir ajuda, tornando ainda mais complexo o respetivo processo de aprendizagem.

Aos pais e professores, pede-se maior apoio a estes alunos de forma que consigam, com a ajuda necessária, vencer estes transtornos de ansiedade que podem prejudicar não só a saúde e a evolução académica como também a própria socialização. Há muitas estratégias que podem e devem ser seguidas em casa pela família e na instituição de ensino pelos professores:

Apoio emocional – Incentive o aluno a utilizar nos momentos de crise as técnicas de controlo de ansiedade que lhe foram ensinadas. Permita que o menor tenha acesso a um objeto que o acalme, por exemplo, uma fotografia da família ou do animal de estimação. Autorize que o aluno recorra a um especialista na área da saúde mental com quem já esteja familiarizado sempre que sentir incapacidade de controlar o estado de ansiedade durante a aula.

Organização da sala de aulas, horários e rotinas – Procure colocar o aluno na mesa onde se sente mais à vontade, por exemplo, próximo de um amigo, da porta, do professor ou do quadro.  Sempre que houver alguma reunião geral de alunos e professores, permita que o estudante, caso assim deseje, permaneça numa cadeira ao fundo da sala ou perto de uma saída. Demonstre abertura para aceitar que o aluno possa sair da sala de aula durante os momentos de crise de ansiedade, permitindo que caminhe nos corredores na escola, vá até ao recreio ou, por exemplo, beba simplesmente um copo de água, até se acalmar.  Outra boa estratégia é atribuir-lhe um amigo designado para as horas de almoço e de tempo-livre, de forma que esteja sempre acompanhado e nunca se isole. Incentive as visitas de estudo para que o aluno possa socializar-se com os colegas e professores fora do ambiente escolar. Sempre que o aluno regressa à escola após um período de ausência prolongado em casa devido a um problema de saúde crie um plano de recuperação, desculpando, por exemplo, eventuais incumprimentos na realização dos trabalhos de casa.

Dar instruções e tarefas – Deixe claro quais são as metas a atingir durante o ano letivo e as consequências da falta de concretização dessas expetativas.

Ofereça a oportunidade de ministrar os conteúdos letivos por etapas, ao ritmo das dificuldades destes alunos, facilitando assim o respetivo processo de aprendizagem.  Nunca se esqueça que as instruções escritas são tão ou mais importantes do que as verbais.  Certifique-se sempre que o estudante está a conseguir acompanhar com sucesso a matéria e que a chamada temperatura emocional da criança está em boas condições.  Não exija ao aluno que leia em voz alta em frente a toda a turma se isso o deixa desconfortável. Apresente-lhe como alternativa a apresentação dos seus trabalhos diretamente ao professor, sem a presença dos colegas.

Introduzir novos conceitos nas aulas – A ansiedade pode prejudicar o desemprenho. Permita, por isso, que o aluno possa dispor de mais tempo e/ou mais espaço para a realização dos testes. A obrigatoriedade de fazer um teste escrito ao mesmo tempo que os colegas pode ser um fator desencadeador de uma crise de ansiedade.  Se esse momento de avalização perturbar a criança e ela ainda não demonstrar capacidade para o resolver por si própria, não a pressione. Aceite a dificuldade e ofereça alternativas para que o mesmo exame, por vezes adaptado às respetivas dificuldades, possa ser executado num ambiente mais tranquilizador e de menor stress.

Reduzir a carga de trabalhos de casa também pode ser uma boa estratégia para estes alunos. Cada caso é um caso. É importante que, por vezes, se alivie dos ombros destas crianças o peso da responsabilidade das avaliações convencionais. É essencial que elas percebam que se não tiverem capacidade para realizar determinados trabalhos por si só, não serão prejudicadas.

Crianças que apresentam um quadro de ansiedade precisam de ser apoiadas em equipa, isto é, com família, professores e terapeutas devidamente mobilizados para a concretização de uma resposta que viabilize o bom desenvolvimento da criança e uma vida social bem-sucedida.

Psiquiatria de Leiria ajuda 500 jovens com problemas mentais

Agosto 22, 2023 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Jornal de Notícias de 24 de julho de 2023.

Alunos e professores estão com mais sintomas de depressão e ansiedade

Julho 12, 2023 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Público de 30 de junho de 2023.

V Seminário Silves Sul – Saúde Mental Infantil e Juvenil, 6 maio

Abril 20, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Inscrições até 25 abril para o e-mail semanario@silvessul.com

Será o sofrimento das crianças muito distinto do dos adultos?

Fevereiro 6, 2023 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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ouriço

Texto do Estrelas & Ouriços 

Opinião | Inês Loio & Rita Santos, Psicólogas Clínicas – Consulta da Ansiedade PIN Porto

Saiba como pensamento pode estar associado ao sofrimento das crianças e ajude-as a superar a ansiedade.

Enquanto humanos, possuímos uma capacidade fabulosa de relacionar, ou seja, de criar ligação entre as coisas. Estas conexões são feitas por todos, automaticamente, desde tenra idade.

Vejamos o seguinte exemplo: imaginem que se mostrarmos um boneco cujo nome é Pai Natal e se lhe dissermos que faz o som “oh oh oh”, podemos ter aqui duas relações, uma entre a imagem e o nome do boneco, e outra entre a imagem e o som que este faz.

Se perguntarmos qual é o som que o “Pai Natal” faz, o seu filho responderá “oh oh oh”, fazendo uma nova associação entre o nome e o som. Agora, imaginemos que ao mesmo tempo que o “Pai Natal” diz “oh oh oh”, alguém decide pregar uma partida e assustar o seu filho.

Muito provavelmente, numa próxima vez que mencionar a palavra “Pai Natal” a criança irá lembrar-se do susto que sofreu e até, eventualmente, chorar. Este exemplo parece insignificante, mas este processo é o mesmo que o do pensamento humano e do sofrimento.

De facto, enquanto adultos passamos muito tempo a relacionar tudo com tudo, transportando-nos frequentemente para o passado quando recordamos algo ou para o futuro quando antecipamos algo. E, à medida que as crianças se tornam cada vez mais verbais, tornam-se capazes de responder figurativamente a passados e futuros imaginados e, por isso, o sofrimento das crianças e adolescentes não é muito diferente do dos adultos.

Contudo, a sua expressão poderá diferir, e, por essa razão, a nossa atenção e cuidado é tão importante na resolução destas interpretações. Neste sentido, as crianças e adolescentes podem manifestar a sua ansiedade através de um aumento de queixas somáticas (p.e, dores de cabeça, de barriga), birras intensas, irritabilidade, choro, voltar a fazer xixi na cama, grandes dependências dos pais ou até comportamentos agressivos.

Não obstante, os estudos demonstram que a prevalência para o desenvolvimento de uma perturbação de ansiedade em adolescentes entre os 13 e os 18 anos é de cerca de 25% e durante a pandemia COVID-19 as crianças e adolescentes mostraram um aumento significativo de ansiedade, tendência esta que parece não ter diminuído apesar da normalização da pandemia.

Assim, como as crianças não têm a mesma experiência e o mesmo vocabulário ou expressão emocional que os adultos, pode ser fácil passar ao lado de queixas de ansiedade. Para que tal não aconteça, é essencial que os cuidadores estejam disponíveis para acolher os sinais que as crianças lhes trazem, com empatia e sem julgamento.

Se olharmos para os comportamentos da criança de uma forma curiosa, talvez consigamos redirecionar o nosso próprio comportamento de forma aceitante e compreensiva destas emoções, de forma a ajudá-las e orientá-las.

Desde cedo, as crianças são sensíveis à forma como os outros as percecionam e o cérebro humano foi desenhado para ser altamente sensível a sinais sociais como o tom de voz, o toque, as expressões faciais sendo altamente reguladores das suas emoções.

Então, de que forma podemos ajudar as crianças com ansiedade?

  1. O primeiro passo é simples: ouvi-las! O simples ato de escuta pode prevenir que a ansiedade se instale. As crianças devem sentir-se compreendidas e é importante aceitarmos que, muitas vezes, não precisam de uma conclusão, de um conselho ou uma resolução – ser ouvido é suficiente. As crianças modelam o seu comportamento observando os seus adultos de referência, pelo que mantendo a calma e validando o que sentem, as crianças aprenderão que os pensamentos ansiosos ou as emoções mais desafiantes podem ser apenas ouvidas, compreendidas e acarinhadas, sem que tenham de ser afastadas.
  2. Validar o que pensam e sentem e elogiar os esforços que têm feito ao tentar lidar com a sua ansiedade.

3 Estar atento às suas expectativas enquanto adultos – os medos e inseguranças das crianças não são os mesmos que os nossos, pelo que é necessário conhecer o desenvolvimento da criança.

  1. Ajudar as crianças a reconhecerem e monitorizarem padrões de pensamentos ou de emoções que possam surgir quando se sentem ansiosas.
  2. Aceitar o que as crianças estão a sentir num momento de ansiedade. É importante identificar as suas emoções e os pensamentos numa situação de stress, compreendendo que também a criança está em sofrimento e que, por vezes, nem tudo está ao alcance de ser resolvido.

Em casa, podemos utilizar diversos materiais e recursos que ajudarão a criança a sentir-se em controlo destes momentos mais difíceis ou desagradáveis. Contudo, a ansiedade poderá tornar-se desafiante nos diferentes contextos de vida da criança e, nesta situação, pedir ajuda a um técnico especializado, deverá ser uma opção a ter em conta para quebrar o ciclo.

Inês Loio

Psicóloga Clínica – Consulta da Ansiedade PIN Porto

Rita Santos

Psicóloga Clínica – Consulta da Ansiedade PIN Porto

 

TikTok: o algoritmo “viciante”, os problemas para a saúde mental e como podemos proteger as crianças (banir não é a solução)

Fevereiro 3, 2023 às 6:00 am | Publicado em Vídeos | Deixe um comentário
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cnn

 

Notícia da CNN Portugal de 25 de janeiro de 2023.

Vídeo da notícia aqui

Tito Morais, autor dos projetos “Agarrados à Net” e “Miúdos Seguros na Net”, explica os principais problemas associados ao TikTok na perspetiva dos utilizadores mais jovens, num momento em que a União Europeia pondera banir a plataforma. 

O formato de vídeos curtos e o algoritmo personalizado determinam que o utilizador fique “agarrado” ao ecrã, onde muitas vezes surgem conteúdos potencialmente perigosos (como desafios) ou que podem agravar problemas de auto-estima. 

O especialista defende que, tal como “a altura de banir livros já passou”, também com o TikTok as soluções devem passar por outros caminhos, como a sensibilização e a regulamentação – até porque, desaparecendo esta aplicação, “amanhã aparece outra”. 

Também em casa os pais devem adotar medidas que não passem, necessariamente, pela proibição da aplicação. 

 

O stress na criança

Dezembro 30, 2022 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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escola virtual

Texto da Escola Virtual 

Há crianças que podem ser praticamente invulneráveis às tensões da vida, enquanto outras são muito sensíveis ao stress.

No processo de crescimento, as crianças e os adolescentes deparam-se com situações perturbadoras, que podem afetá-los tanto física como emocionalmente. Fala-se de stress como uma reação natural do organismo a um estímulo ou situação especial de tensão, ou de intensa emoção, que pode ocorrer em qualquer indivíduo, independentemente da sua idade.

Geralmente as reações de stress são breves e facilmente ultrapassadas pelas crianças e pelos adolescentes. Mas nalguns casos, estes podem desenvolver uma perturbação mais prolongada e intensa.

A reação que se segue ao episódio traumático, e que pode prolongar-se até quatro semanas depois, chama-se perturbação aguda de stress. Se ocorre mais de um mês após o acontecimento, ou se se prolonga por mais de 4 semanas, denomina-se perturbação pós-stress traumático. Estas reações dependem:

Da gravidade do traumatismo e da proximidade deste em relação ao indivíduo;

  • Da eventual repetição do episódio traumático;
  • Do envolvimento direto da criança ou adolescente;
  • Das características e sensibilidade individual de cada um.

Uma lista infindável de situações pode originar stress neste grupo etário. Esta inclui:

  • Mudanças constantes;
  • Responsabilidades e atividades em excesso;
  • Discussões e/ou divórcio dos pais;
  • Nascimento de irmão;
  • Hospitalização;
  • Morte na família;
  • Problemas na escola, troca de professor ou de escola, entre outras.

Devemos alertar os pais para o stress. A criança é um ser em desenvolvimento, bastante sensível, que capta facilmente as emoções das pessoas ao seu redor. Atitudes saudáveis em situações de conflito são essenciais para a saúde do seu filho.

Além de todos estes fatores externos, há também que valorizar a fase de desenvolvimento da criança e os fatores genéticos. Há crianças que podem ser praticamente invulneráveis às tensões da vida, enquanto outras são muito sensíveis ao stress.

Os sintomas de stress infantil podem ocorrer a nível físico, psicológico ou ambos, citando-se alguns exemplos:

  • Dor de barriga ou de cabeça;
  • Náuseas;
  • Agitação;
  • Enurese noturna e outros comportamentos regressivos;
  • Gaguez;
  • Terrores noturnos;
  • Dificuldades nas relações interpessoais, insegurança, agressividade;
  • Choro ou medo excessivos;
  • Oposição e rebeldia;
  • Dificuldades escolares.

Se os sintomas de stress se prolongarem sem tratamento, ou sem resolução, esta situação pode interferir no desenvolvimento e na vida social e escolar das crianças e adolescentes.

É fundamental descobrir a causa do problema e desenvolver estratégias para lidar com um nível de stress excessivo, visando promover a saúde da criança/adolescente ajudando-a(o) a enfrentar as mudanças que ocorrem na sua vida e a ter um desenvolvimento mais saudável.

Atitudes dos pais e dos professores como o reconhecimento e a aceitação do problema, ajudar os mais novos a reconhecer, a aceitar e a expressar os seus sentimentos, a preparação da criança/adolescente para um acontecimento stressante (ex.: nascimento de irmão) podem ajudar na resolução destas situações.

O apoio de um profissional deverá ser ponderado se a perturbação se agravar ou durar mais de um mês e/ou se os sintomas impedirem a criança ou o adolescente e a sua família de prosseguirem normalmente o seu dia a dia.

Gabriela Marques Pereira, com a colaboração de Helena Silva, pediatra do Hospital de São Marcos de Braga

 

Quais os sinais de ansiedade em crianças pequenas?

Dezembro 25, 2022 às 4:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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sapo

Texto do Sapo LifeStyle

Ao contrário do que se possa pensar, a ansiedade não afeta apenas os adultos. Também é comum entre as crianças. 

As causas podem ser múltiplas e manifestar-se através de sintomas físicos, emocionais e/ou comportamentais. Por exemplo, a mudança de escola, a separação dos pais ou a morte de algum ente querido, entre outros, podem ser fatores desencadeadores de um quadro de ansiedade.

Trata-se de uma emoção natural diante de situações desafiantes ou perigosas. Em alguns casos, todavia, há crianças que, sem qualquer razão identificada, ou qualquer risco iminente, apresentam um quadro de ansiedade extremo que tende a agravar-se se não for atempadamente ajudada.

O diagnóstico nem sempre é fácil. As crianças podem não saber verbalizar as suas emoções e, por isso, os pais devem estar atentos aos seus comportamentos diários e ao surgimento de eventuais medos ou outras alterações. Alguns destes sintomas são típicos da idade mas, quando não são superados, podem mesmo conduzir a um transtorno de ansiedade que, não raras vezes, implica angústia, sensação de falta de controlo, inquietação, tensão e perturbação do humor.

Sinais físicos de ansiedade

Tensão muscular;

Dificuldades em respirar de forma controlada;

Dificuldades em adormecer e em manter uma noite prolongada de sono;

Dores de cabeça e de estômago frequentes, sem nenhuma patologia associada;

Inquietude, nervosismo, distração, hiperatividade (mesmo sem PHDA);

Tremores e suores em momentos de stress.

Sinais emocionais de ansiedade

Choro regular;

Sensibilidade extrema;

Alterações de humor sem razão clara;

Medo de errar;

Ataques de pânico;

Preocupações excessivas com objetivos a alcançar a longo prazo;

Pesadelos frequentes;

Dificuldades de concentração;

Diminuição da autoestima.

Sinais comportamentais de ansiedade

Recusa ir à escola;

Afastamento dos colegas durante o recreio e hora de almoço;

Evita eventos sociais, festas de aniversário e atividades extracurriculares;

Birras frequentes;

Procura sempre a aprovação dos pais, professores e amigos;

Preocupação e silêncio quando desafiada a trabalhar com terceiros;

Afirma incapacidade para realizar algumas tarefas, sem nenhuma razão;

Recusa em usar casas de banho públicas e de, por exemplo, comer na escola;

Pergunta “e se?” constantemente (“E se um terramoto acontecesse?”).

Como pode ajudar

Compreender o que está a causar a ansiedade é o primeiro passo para ajudar. Analise mais de perto o comportamento e procure identificar padrões. Nunca desvalorize os sentimentos da criança – mantenha sempre aberta a porta do diálogo. Os sintomas mais comuns de ansiedade em crianças são idênticos aos dos adultos.  O que os pode distinguir é a forma como se manifestam. E quando essa ansiedade se manifesta de forma regular, excessiva, impedindo-as de participar em diversas atividades e de viver a sua vida de forma normal, devem ser acompanhadas por um especialista.

 

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