Stress do pai durante a gravidez também influencia comportamento das crianças
Agosto 28, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Ansiedade, Artigo, Bem estar parental, Claire Hughes, Clancy Blair, Comportamento das Crianças, Depressão, Desenvolvimento da Criança, Development & Psychopathology, Estudo, Gravidez, Mãe, Pai, Parentalidade, Relações Conjugais, Rory T. Devine, Stress
Notícia e imagem do Público de 6 de agosto de 2019.
O estado emocional da gestante já tinha sido relacionado com o comportamento das crianças. Agora, um novo estudo indica que o stress do pai e as dinâmicas do casal também influenciam a forma como os filhos se comportam.
O stress emocional do pai durante a gravidez é uma das causas dos problemas emocionais e de comportamento em crianças de 2 anos, conclui um estudo de uma equipa de investigadores das universidades de Birmingham, Cambridge, Leiden (Holanda) e Nova Iorque, publicado na revista Development & Psychopathology, editada pela Universidade de Cambridge. Mais: o mesmo trabalho relaciona os conflitos no casal aos problemas emocionais de crianças muito pequenas.
A equipa responsável destaca o facto de esta investigação se tratar da primeira a examinar a influência do bem-estar de mães e pais — e não apenas da mãe ou apenas do pai — antes, ao longo do terceiro trimestre, e depois do nascimento das crianças, tendo incluído a observação destas entre os 4 e os 24 meses de idade.
“Há muito tempo que as experiências do pai são tratadas em paralelo ou totalmente isoladas das [experiências da] mãe. E isto precisa de mudar porque a dificuldade de relacionamento das crianças tanto com o pai como com a mãe poderá ter efeitos a longo prazo”, explica Claire Hughes, a professora do Centro de Investigação para Família de Cambridge, em comunicado.
De acordo com os dados apurados pelos investigadores, o bem-estar da mãe de primeira viagem durante o período de gestação influencia directamente o comportamento observado quando os pequenos atingem os 2 anos, registando “birras, inquietação e mal-estar” naqueles cujas mães revelaram stress durante a gravidez. Porém, de acordo com o mesmo estudo, tanto o stress do pai como a relação do casal acaba por determinar o comportamento da criança nos seus primeiros anos de vida. E não apenas durante a gravidez, mas também nos primeiros meses do recém-nascido.
As descobertas apontam para que os bebés que tenham tido, nos primeiros meses de vida, um ambiente familiar tenso, com pai e mãe em stress pós-parto, mais tarde mostram-se “mais propensas a apresentar problemas emocionais”, seja por se revelarem preocupadas, infelizes e chorosas; por se assustarem facilmente; ou por mostrarem resistência a enfrentar qualquer situação que se apresente como uma novidade.
Para Hughes, este estudo torna-se de importância vital por identificar um problema que pode ser trabalhado com acompanhamento no tempo certo: “As nossas descobertas destacam a necessidade de um apoio mais precoce e efectivo para os casais se prepararem melhor para a parentalidade.” A pensar nisso, a equipa começou por partilhar as suas conclusões com a National Childbirth Trust (NCT), instituição britânica que tem como missão apoiar física e emocionalmente quem se prepara para um primeiro filho, ao mesmo tempo que diz “incentivar o NHS”, serviço nacional de saúde do Reino Unido, e outras organizações a reconsiderarem o apoio que oferecem, não o limitando à mãe, mas incluindo também o pai de primeira viagem e, em simultâneo, o casal.
A investigação teve por base uma amostra de 438 mães e pais enquanto esperavam pelo seu primeiro filho, no terceiro trimestre de gravidez, e incluiu o acompanhamento posterior dos três quando a criança tinha 4, 14 e 24 meses. Geograficamente, a amostra dividiu-se entre o Leste de Inglaterra, o estado de Nova Iorque e a Holanda.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
Depressão na adolescência: quando o fundo do poço começa cedo
Maio 16, 2019 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Depressão, Depressão juvenil, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESENFC), Estudo, José Carlos Pereira dos Santos, Prevenção, Suicídio Juvenil
Texto e imagem do DN Life de 6 de maio de 2019.
Está associada a dificuldades nas relações interpessoais, comportamentos agressivos, quebras no desempenho académico e aumento do consumo de álcool e drogas. A depressão na adolescência é um problema grave, que provoca elevada mortalidade. Geralmente por suicídio.
Texto de Joana Capucho
Não se lembra quando surgiram os primeiros sintomas de ansiedade, mas terá sido ainda na escola primária, quando começou a ser vítima de bullying por ser considerada “betinha”. “Era muito certinha, tímida e tinha poucos amigos”. Embora não fosse “muito agressivo”, era o suficiente para lhe “causar desequilíbrios psicológicos”. Com a morte do pai, no final de 2016, Luísa (nome fictício) entrou num estado de “tristeza constante”. “Havia sempre qualquer coisa que me puxava para baixo. Faltava sempre alguma coisa. Sentia que ninguém me percebia. A ira também não ajudava. E tudo isso levou ao isolamento”, conta a adolescente de 16 anos.
Luísa tinha “ataques de ansiedade e de pânico com frequência, insónias constantes, mais baixos do que altos”. Sentia um vazio enorme, embora “a cabeça estivesse cheia de coisas”. Desenhava e escrevia, porque as folhas a “percebiam melhor do que os seres humanos”. Tornou-se mais distraída, o que se refletiu nos resultados escolares. Com o desânimo, pensava desistir de viver. “Tinha pensamentos suicidas. Sentia e pensava tudo, mas nunca cheguei a fazer nada.” Há um ano e meio, foi diagnosticada com depressão e ansiedade e está neste momento a receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico. “Continuo bastante ansiosa. A depressão está mais fraca, mas continua aqui. Há dias em que vou mesmo ao fundo do poço e tenho pensamentos muito maus, mas já não são tão frequentes.”
Não são conhecidos dados nacionais, mas várias investigações indicam que a depressão afeta um número considerável de adolescentes e que tem vindo a aumentar nesta faixa etária. De acordo com um estudo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, realizado no ano letivo 2017/2018, um em cada quatro alunos do 7.º ao 12.º ano apresenta sintomas de depressão. José Carlos Santos, enfermeiro especialista em saúde mental, diz que 26% dos 6.100 alunos que responderam aos questionários manifestaram sintomatologia depressiva de moderada a grave.
O estudo foi realizado no âmbito do programa +Contigo, que desde 2009 se dedica à promoção da saúde mental e à prevenção de comportamentos suicidários nas escolas de todo o país, com maior incidência na região Centro. Segundo o coordenador da investigação, a percentagem de adolescentes com sintomas depressivos situava-se entre os 15 e os 20% quando o projeto começou. Não tem uma explicação objetiva para o aumento registado nos últimos anos, mas aponta algumas hipóteses. “As equipas dizem que são sobretudo questões de índole familiar: problemas de comunicação e desorganização do sistema familiar”.
Nos últimos anos, a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos tem vindo a aperceber-se de “um aumento dos estados depressivos na adolescência”, muitas vezes diagnosticados “erradamente como hiperatividade, pois, no início da adolescência, podem mostrar a capa de hiperatividade ou agitação psicomotora e não se manifestar com os sinais” típicos da depressão, nomeadamente “tristeza, apatia, falta de motivação, ideias pessimistas”. Segundo a especialista, as depressões juvenis “aparecem com tentativas de suicídio, jovens que se cortam, com dificuldades de aprendizagem, desmotivação para a escola”.
São também cada vez mais frequentes “os casos de adolescentes da linha depressiva”, ou seja, oriundos de famílias com baixos níveis de serotonina – o neurotransmissor responsável por regular o humor e os estados mentais.
Diana Quintas, 25 anos, sabe o que é fazer parte dessa linha. “Há um grande estigma, ainda, relativamente à depressão, à necessidade de acompanhamento psicológico. É uma doença. É um desequilíbrio de químicos no cérebro e é para tal que precisamos de medicação. E é também uma doença hereditária. O meu pai sofre de depressão e é medicado há bastante tempo. Da mesma forma que há diabéticos que precisam de tomar insulina, eu e o meu pai precisamos, por agora, de tomar antidepressivos.”
Diana teve os primeiros sintomas depressivos aos 19 anos, depois de ter trocado de área no ensino secundário, o que a obrigou a ficar mais dois anos na mesma escola. “Há um sentimento de revolta, de tristeza, de desespero. Há um buraco, uma nuvem escura e parece não haver forma de sair de lá”. Aos 20, começou a estudar Direito. Estava no curso que queria, mas começou a “adquirir comportamentos obsessivos como forma de lidar com a ansiedade e com todo o trabalho” que o curso exigia.
Com a morte do avô, tudo se agravou. Surgiram os problemas para dormir e a falta de apetite. “Tomava café e comia chocolates para me manter acordada e para ingerir calorias.” Começou a afastar-se dos que a rodeavam, ao ponto de se isolar “de tudo e de todos”. No verão do ano passado, “chorava todos os dias, estava constantemente cansada, continuava sem conseguir comer”. Quando recebeu o diagnóstico de depressão, sentiu-se aliviada. “Finalmente, há explicação” para o que a atormenta há anos.
A perda é uma das situações que pode causar depressão na adolescência. “Pode ser de um familiar, mas também de um animal de estimação”, diz o enfermeiro José Carlos Santos, destacando que as roturas afetivas também são muito relevantes. Definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o período entre os 10 e os 19 anos de idade, a adolescência é “a fase das sensações, muito da componente afetiva e pouco da cognitiva. O desenvolvimento neuronal – no córtex transfrontal– atinge maturidade por volta dos 24 anos de idade”. Desta forma, “não podemos exigir que os adolescentes tenham um pensamento de um adulto, se não têm estrutura a nível cerebral para o poder fazer”.
Os sentimentos de tristeza fazem parte da adolescência – tal como da idade adulta. Mário Cordeiro diz que “é difícil definir o que é ‘depressão’, ou onde acaba a sensação de ‘estar na fossa’ e começa a verdadeira crise depressiva”. Provavelmente, refere o pediatra, “não há limites e uma será a continuação da outra”. Mas enquanto a tristeza é passageira, a depressão instala-se e afeta a forma como a pessoa se relaciona consigo e com os outros.
Pode ser difícil perceber quando começa a depressão, pelo que há alguns sinais aos quais os pais devem estar atentos, como “a sensação de desespero e abandono, de que o futuro só traz coisas desagradáveis, de não conseguir fazer nada com sucesso”. Não raras vezes, a doença está também associada a uma sensação “de cansaço seguido, durante dias e dias”, a problemas de sono, dores de cabeça ou abdominais sem causa aparente, perda de apetite e de peso ou o contrário.
Além da morte e da separação, Mário Cordeiro refere outros fatores que podem estar por detrás dos quadros depressivos, nomeadamente “a sensação de insegurança quanto a si próprio, separação ou divórcio dos pais, os conflitos familiares, a incapacidade de responder às solicitações do dia-a-dia, a depressão num dos pais, as doenças graves, o alcoolismo ou o consumo de drogas, os problemas com os amigos ou na escola”.
Quando ocorrem vários destes fatores ao mesmo tempo, “pode ser impossível aguentá-los: a depressão aparece e avoluma-se e o jovem debate-se, inclusivamente, com a questão de saber se vale a pena continuar a viver”. Por isso, alerta, “num adolescente, um estado depressivo franco nunca deve ser considerado uma ‘coisa natural’”.
À escala global, o suicídio é a terceira causa de morte na faixa etária entre os 15 e os 24 anos. José Carlos Santos fala numa taxa de suicídio de quatro em cada cem mil habitantes. Não existem dados sobre os comportamentos autolesivos – cortes ou toma de medicamentos sem ideação suicida ativa – mas estima-se que “por cada suicídio haja 100 a 120” ações deste tipo. “É um problema com uma dimensão grande”.
Luísa sofreu em silêncio até ao dia em que um artista que admirava se suicidou. “Os pensamentos maus que tinha triplicaram”. Quando a mãe lhe perguntou o que se passava, teve “um ataque de choro” e contou-lhe o que a atormentava há meses. E foi depois disso que procurou ajuda médica. Diana também contou com o apoio da família: “Dizem que é uma doença silenciosa. Até certo ponto, é, mas os meus pais viram, a minha irmã e o meu cunhado viram, o meu namorado viu. E foram eles que me deram a mão e me ajudaram”.
Mas nem sempre é assim. Ana Vasconcelos diz que “a depressão passa muitas vezes despercebida, sobretudo porque, neste momento, os adultos julgam mais do que tentam compreender”. Segundo a pedopsiquiatra, “muitas vezes, os sintomas da depressão incomodam os adultos, porque os adolescentes são mal educados, impulsivos, muito argumentativos e, por vezes, falta-lhes a capacidade de empatia”. Comportamentos disruptivos e desajustados que podem ser mal julgados.
Os estudos sobre a depressão revelam que quem sofre mais com a doença é o sexo feminino. De acordo com uma investigação recente da Faculdade de Medicina do Porto, a prevalência de sintomas depressivos nas raparigas aos 13 anos é duas vezes mais elevada do que nos rapazes da mesma idade. Segundo o estudo, 18,8% das raparigas sofrem de sintomas depressivos aos 13 anos, enquanto nos rapazes a percentagem é de 7,6%.
“Todos os estudos apontam para uma maior vulnerabilidade nas raparigas e para mais comportamentos de risco nos rapazes”, indica José Carlos Santos. O especialista em saúde mental diz que, perante um problema, os rapazes “tendem a uma maior externalização” e a manifestar mais consumos, nomeadamente de álcool e drogas, enquanto nas raparigas “há mais uma ruminação e uma maior internalização do problema”.
No Reino Unido, as redes sociais têm vindo a ser acusadas de instigar a depressão e o suicídio. Em janeiro, o secretário de Estado para a Saúde britânico, Matt Hancock, alertou os responsáveis por estas plataformas para a necessidade de apertar a malha aos conteúdos que induzem estes comportamentos. Uma chamada de atenção que surgiu depois o pai de uma jovem de 14 anos que se suicidou em 2017 ter afirmado publicamente que as redes sociais contribuíram para a morte da filha.
A questão é antiga e tem vindo a ser alvo de alguns estudos: será que os adolescentes que usam mais as redes sociais e os videojogos ficam mais deprimidos? “O grande risco nas investigações é o facto de as duas coisas acontecerem ao mesmo tempo, o que não quer dizer que as duas tenham que estar associadas ou que uma é causadora da outra”, diz o psicólogo clínico João Faria.
Na opinião do coordenador do Núcleo de Intervenção no Uso da Internet e das Telecomunicações do Pin [Centro de Desenvolvimento Multidisciplinar], as redes são “meios que podem potenciar” sentimentos negativos, mas não será correto relacionar “experiências menos positivas nestas plataformas ou nos videojogos com o aparecimento de sintomas depressivos”. Para o psicólogo, estes estão associados sobretudo aos “desafios que se colocam às novas gerações”, que muitas vezes “não sabem o que desejam em relação ao futuro e sentem-se perdidas”.
Em alguns casos de depressão, as redes sociais servem até para os jovens conversarem com outros, o que pode proporcionar algum alívio do sofrimento. Tal como as artes. Segundo a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, para muitos jovens “a criatividade é uma saída para estados depressivos”. “Há adolescentes com depressões graves que escrevem livros, poemas, pintam”.
Oito sinais aos quais os pais devem estar atentos:
- Tristeza permanente e choro fácil
- Irritabilidade e frustração
- Isolamento social
- Sentimentos de culpa e de incompreensão por parte dos outros
- Não conseguir dormir bem durante muitas noites seguidas
- Sensação de cansaço seguido, durante dias e dias
- Dores de cabeça ou no corpo sem razões aparentes
- Ideias ou comportamentos suicidas, bem como autolesivos
O estudo mencionado no texto é o seguinte:
Prevenção de comportamentos suicidários: contributos da investigação
Estudo. Maus tratos na infância cicatrizam o cérebro e aumentam o risco de depressão
Abril 18, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Artigo, Cérebro, Córtex insular, Crianças, Depressão, Estudo, Maus Tratos na Infância, Nils Opel, Ronny Redlich, Sistema Límbico, The Lancet Psychiatry
Notícia e imagem do MAGG de 22 de março de 2019.
A investigação concluiu que maus tratos na infância causam cicatrizes físicas no cérebro.
Um novo estudo descobriu que traumas na infância causam cicatrizes físicas no cérebro, e aumentam o risco de depressão grave. Publicado no “The Lancet” esta quinta-feira, 21 de março, a investigação encontrou uma ligação “significativa” entre adultos que sofreram maus tratos em crianças e um córtex insular menor, uma parte do cérebro que se acredita que ajuda a regular a emoção.
Pela primeira vez, cientistas conseguiram relacionar as mudanças na estrutura do cérebro a experiências traumáticas do início da vida e a problemas de saúde mental na vida adulta. O estudo concentrou-se principalmente num fenómeno conhecido como “cicatrização límbica”, que as investigações anteriores sugeriam estar ligado ao stresse.
Liderado pelo médico Nils Opel, da Universidade de Münster, na Alemanha, o estudo envolveu 110 pacientes internados no hospital com transtorno depressivo grave, monitorizados durante os dois anos seguintes. Os doentes foram submetidos a um questionário detalhado de trauma infantil, que, retrospetivamente, avaliou incidentes históricos de abuso físico, negligência física, abuso emocional, negligência emocional e abuso sexual.
Nils Opel explicou ao “The Telegraph” que, “dado o impacto do córtex insular em funções cerebrais, como a consciência emocional, é possível que as mudanças que vimos tornem os pacientes menos responsivos aos tratamentos convencionais”. Falou ainda do futuro, em que as “pesquisas psiquiátricas devem, portanto, explorar como é que as nossas descobertas podem ser traduzidas numa atenção, cuidado e tratamento especiais, que poderiam melhorar os resultados dos pacientes”.
Os resultados do estudo sugerem que a redução na área do córtex insular, devido à cicatrização límbica, poderia tornar a recaída futura mais provável, e que os maus tratos na infância são um dos maiores fatores de risco para depressão grave.
Todos os participantes do estudo, com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos, estavam em tratamento hospitalar.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
Adição digital: estudo comprova ligação entre uso excessivo de dispositivos digitais e depressão
Junho 2, 2018 às 1:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Adição, Ansiedade, Artigo, Dependência, Depressão, Erik Pepper, Estudo, Internet, Neuroregulation, Redes Sociais, Richard Harvey, Smartphones, Tablets
Notícia e fotografia do moodsapo de 22 de maio de 2018.
As ligações entre uso excessivo da tecnologia e o desenvolvimento de problemas de saúde mental são cada vez mais faladas. Uma nova pesquisa realizada nos EUA veio comprovar esta ligação e ainda estabelecer uma relação causal entre o posicionamento do corpo, a energia e o humor da população que usa excessivamente os dispositivos digitais.
Já se sabe que os tablets, smartphones e outros gadgets digitais tomaram conta do dia-a-dia da população. E também já se sabe que essa ‘normalidade’ não traz benefícios à saúde, muito pelo contrário. Mas um novo estudo levado a cabo pela Universidade de São Francisco, nos EUA, veio agora comprovar que realmente «existe uma forte ligação entre a adição digital, especialmente no uso compulsivo do telemóvel, e a ansiedade e depressão».
A recente investigação contou com a participação de dois grupos de estudantes universitários, na qual se observou que vários indivíduos dos dois grupos, dentro e fora das aulas, estavam constantemente com a cabeça inclinada para baixo a fazer scroll nos seus telemóveis, em vez de estarem a conviver com as pessoas que os rodeavam. Este facto levou os investigadores a uma conclusão: o grupo que mais utilizou o telemóvel reportou um maior nível de solidão, ansiedade e depressão do que o grupo que menos o usou. «Para a preservação da saúde mental, é necessária a comunicação humana, porque é assim que aprendemos a modular os nossos estados de humor», esclarece Erik Pepper, investigador e professor no Instituto de Estudos de Saúde Holística da Universidade de São Francisco.
O investigador explica que as mensagens de texto e emails são formas de comunicação digital assíncronas, ou seja, são comunicações transmitidas de forma intermitente. Através desse tipo de comunicação, as pessoas não veem com quem estão a falar, logo não podem aperceber-se de sinais não-verbais, como a linguagem corporal ou vocal, entoação, etc., «razão pela qual não é possível medir o impacto emocional do seu discurso», elucida Erik Peper, o que pode originar uma errada interpretação da mensagem enviada. Além disso, o nível de profundidade dessas comunicações tende a ser mais superficial.
Durante as últimas três décadas, o investigador e professor da Universidade de São Francisco Erik Pepper afirma notar uma grande diferença comportamental nos estudantes. Antes do boom tecnológico, a maioria dos jovens estabelecia «contacto visual, falando entre si à medida que desciam os corredores nas pausas entre as aulas. Hoje em dia, é mais provável vê-los encostados a uma parede enquanto mexem nos seus smartphones ou tablets», conta. «Estão na sua própria bolha digital», frisa, acrescentando que se não se criar intimidade através da comunicação com os outros, irá criar-se um clima de isolamento e, consequentemente, o início de uma depressão. Além disso, a comunicação não-satisfatória não é a única forma pela qual os aparelhos eletrónicos afetam a saúde mental.
Os autores do estudo Erik Pepper e Richard Harvey foram mais longe, tentando estabelecer uma relação causal entre o posicionamento do corpo, a energia e o humor da população objeto de estudo. «Quando uma pessoa está deprimida e sem esperança, tende a adotar uma postura mais curvada», explicam. Se esse indivíduo «já tiver histórico de depressão, estados de pessimismo, ansiedade ou medo, ao colocar o corpo nesta posição está a evocar esses mesmos estados de espírito», prosseguem. Mas, assim que corrigem a postura, irão sentir-se menos deprimidos, mesmo que nenhum outro fator seja alterado.
Para além de serem parte integrante no aparecimento de sintomas de doenças do foro mental, os dispositivos móveis também dificultam o ato de adormecer devido à luz azul emitida pelos ecrãs, fator este que também «contribui para um maior desenvolvimento de doenças», sejam estas de foro psíquico ou físico, acrescenta Erik Pepper.
Também a estimulação dos conteúdos visualizados pode privar os cidadãos de um sono tranquilo e regenerador. «Nas redes socais, as pessoas tendem a ficar emocionalmente mais ativas, ao responder em várias frentes, mantendo-se assim mais acordados e com uma maior perda de sono», explica, acrescentando que não é por acaso que muitos dos alunos alvos de estudo se encontrem numa situação crónica de privação de sono. Quanto mais tempo gastar a consumir media, digital ou não, menos tempo gasta para se manter ativo, sendo por isso «o melhor tratamento para o combate à depressão, o movimento e o exercício», diz.
Assim sendo, como sabe se está dependente do seu smatphone? «Coloque o telemóvel longe do seu alcance e tente, durante alguns dias, não o usar», sugere o especialista. De acordo com os investigadores, se ficar agitado e começar a sentir que é impossível não ir verificar as redes sociais e emails, então poderá estar com um problema de dependência digital. Veja na galeria, no início do artigo, seis formas de controlar a obsessão pelo mundo digital, segundo estes especialistas.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
Digital Addiction: Increased Loneliness, Anxiety, and Depression
Las nalgadas durante la infancia incrementaría el riesgo de depresión e intentos suicidas
Novembro 21, 2017 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Alcoolismo, Andrew Grogan-Kaylor, Artigo, Castigos Corporais, Castigos Físicos, Child Abuse & Neglect, Depressão, Drogas, Elizabeth Gershoff, Estudo, Melissa T. Merrick, Suicídio
Notícia do site https://www.psyciencia.com de 7 de novembro de 2017.
Por David Aparicio
A principios del año escribí un extenso artículo que presentaba la evidencia de cientos de investigaciones sobre los efectos de las nalgadas en la salud física y mental de los niños. Las investigaciones no han cesado y datos más recientes nos alertan de repercusiones más severas como depresión, intentos suicidio, abuso del alcohol y drogas.
El estudio publicado en Child Abuse & Neglect y dirigido por Melissa T. Merrick y los ya conocidos expertos en el tema del castigo físico, Elizabeth Gershoff y Andrew Grogan-Kaylor, llevaron un análisis que evaluó el efecto de las Experiencias Infantiles Adversas (ACE, por sus siglas en inglés) que sufrieron 7645 personas de diferentes razas antes de los 18 años de edad.
Experiencias Infantiles Adversas y el efecto de las nalgadas
Las ACE incluyen por lo general una lista de 10 experiencias: abuso sexual, emocional, físico, negligencia (física y emocional), problemas en el hogar (madre tratada violentamente, familiares con trastornos mentales, familiares en prisión, con problemas de abuso de sustancia y padres separados o divorciados). Sin embargo, en esta investigación se decidió añadir las nalgadas1 en la lista de ACE para a explorar sus efectos en conjunto y por separado.
Como era de esperarse, los análisis indicaron que una relación directa y creciente entre los ACE y los problemas de salud mental como el consumo de drogas y alcohol, intentos de suicidio y depresión. Así se encontró que las personas que habían sufrido de seis o más ACE durante su infancia tenían 2.73 más riesgo de sufrir de depresión durante su vida adulta; 24.36 de intentar suicidio, 3.73 de riesgo de abuso de sustancias y 2.84 de tener problemas de alcohol. Al analizar los ACE de manera independiente se encontró que las nalgadas durante la infancia también relacionaba con los problemas de alcohol, drogas, intentos de suicidio y depresión.
La investigación también evaluó los efectos combinados entre varios ACE y en esta etapa se encontró las nalgadas no se relacionaban significativamente con el intento de suicidio y depresión. Los autores argumentan que probablemente se deba a que las nalgadas están fuertemente relacionadas con otras formas de maltrato físico infantil (cachetadas, correazos, etc.) que se relacionan también con problemas de salud.
Hace poco en Francia aceptó como legal el uso de nalgadas, bajo la premisa de que los padres están en una relación jerárquica que les atribuye el derecho de usar el castigo físico como método correctivo. Ningún gobierno puede legalizar la violencia como medio “correctivo” cuando las leyes internacionales lo prohiben y hay tanta evidencia de los efectos que puede provocar. No estamos hablando solo de efectos imperceptibles, estamos hablando de problemas de salud mental y físicos que causan la muerte de millones de personas y representan miles de millones de dólares en gastos de salud.
Fuente: Psypost
Notas al pie de página:
Para evitar confusiones o malas interpretaciones los autores fueron cuidadosos a la hora de definir qué son las nalgadas: (uso de fuerza física, con la mano abierta, para provocar dolor, pero sin lesiones con el fin de corregir o controlar la conducta de los niños.
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