Castigos corporais aumentam: 60% das crianças sofrem violência física

Janeiro 11, 2023 às 8:00 pm | Publicado em O IAC na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da TSF de 14 de dezembro de 2022.

80% das crianças sofrem violência psicológica e 60% física por parte dos pais ou dos cuidadores.

Por Rute Fonseca

De acordo com os últimos dados do estudo realizado pelo Instituto de Saúde Pública do Porto, de um universo de 4500 jovens, com uma média de idade de 13 anos, as agressões continuam a aumentar e 5% são mesmo vítimas de violência física grave.

Dados que vão ser apresentados esta quarta-feira, durante o Encontro Castigos Corporais Nunca Mais, organizado pelo Instituto de Apoio à Criança.

Henrique Barros, coordenador do estudo que acompanha este grupo de crianças desde o nascimento, explica que os últimos dados remontam a 2020, ao início da pandemia e são preocupantes. “Temos um aumento da violência psicológica, à medida que os anos passam a criança apercebe-se melhor desta situação. 80% relatam violência psicológica, 60% violência física, como castigos corporais ou a bofetada. 10%, por exemplo, dizem que os pais os agridem com cintos, com escovas do cabelo, etc. Depois há cerca de 7% onde esta violência é mais grave, no sentido em que, por exemplo, podem ser atiradas ao chão, etc. Há 5% destas crianças são vítimas de violência física muito grave, em que são socadas e são mesmo ameaçadas até com facas.”

Ouça aqui as declarações de Henrique Barros à TSF

O Código Penal proíbe a prática de castigos corporais sobre as crianças, mas Henrique Barros afirma que é preciso mais, é urgente mudar mentalidades. “O ponto é em que medida é que esse enquadramento legal é, por um lado, percecionado como uma resposta legislativa, que devia ser percebido por cada um de nós como verdadeiramente grave e em que medida é que a tradição cultural de séculos da utilização de diferentes formas de violência física é entendida como maneira de educar e permanece ainda nas nossas populações.”

Henrique Barros sublinha que os castigos corporais são um problema de saúde pública, com consequências graves. “Uma criança maltratada, espancada, é uma criança que sofre e isto transforma-se numa doença crónica. A violência sobre as crianças é uma forma de colocar as crianças em sofrimento crónico, é como qualquer outra doença crónica, é como ter diabetes. Por outro lado, não lhe damos na sua própria educação alternativas, formas relativamente negociadas de viver em sociedade.”

O presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto sublinha que estes pais não são monstros. “Estes pais não são monstros, estamos a falar de pessoas normais, de diferentes classes sociais, com diferentes graus de instrução, com diferentes profissões e que recorrem a estas formas de tentativa de controlar os comportamentos dos filhos e se o fazem é porque não têm a compreensão da gravidade das consequências disso. O que está a falhar é a existência da introdução inequívoca, continuada, preocupada, deste problema na formação da nossa cidadania.”

O estudo do Instituto de Saúde Pública do Porto avalia a disciplina parental, a violência psicológica e física. Conclusões que vão ser apresentadas esta quarta-feira durante a manhã no segundo Encontro Castigos Corporais Nunca Mais, promovido pelo Instituto de Apoio à Criança, e que vai realizar-se na Fundação Calouste Gulbenkian.

Bater nos filhos aumenta risco de doença na idade adulta

Maio 13, 2022 às 5:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Jornal de Notícias de 23 de março de 2019.

“Suicídio é a principal causa de morte em crianças e jovens adultos em Portugal”

Outubro 8, 2021 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Expresso de 10 de setembro de 2021.

Antes de mais, é preciso perceber: o suicídio não é uma doença, é um comportamento. “O que não quer dizer que a maior parte do que está por detrás de um suicídio não seja, na maioria das vezes, uma doença mental”, diz ao Expresso Ana Matos Pires, assessora do Programa Nacional para a Saúde Mental, no Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Em Portugal, três pessoas por dia põem termo à sua vida – e o investimento em saúde mental na infância e na adolescência é “de uma precariedade absoluta” 

Uma em cada seis mortes de pessoas entre os dez e os 29 anos em Portugal é por suicídio. Na verdade, já “é a principal causa de morte junto de crianças e jovens adultos no país”, diz ao Expresso Ana Matos Pires, assessora do Programa Nacional para a Saúde Mental, baseando-se em dados europeus de 2017 do Institute for Health Metrics & Evaluation. O facto de o número de mortes ser inferior quando se é mais jovem contribui para que o suicídio seja a principal causa de morte nesta geração, mas esta é apenas uma parte da explicação. 

“Uma das razões mais importantes — que se aplica tanto a crianças como adultos — é a pouca atenção que tem sido dada à saúde mental no que diz respeito à prevenção”, explica Ana Matos Pires no Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. 

A médica psiquiatra reconhece que “com a pandemia a saúde mental ganhou uma maior exposição”, mas realça que “enquanto as estratégias preventivas e de ação muito precoce não forem desenvolvidas não haverá eficácia”. E continua assim: “Se isto é verdade para a saúde mental, em geral, ainda o é mais para a saúde mental na infância e na adolescência, que é de uma precariedade absoluta — desde logo em recursos humanos. As estratégias preventivas são diminutas, a ligação à escola (importantíssima!) é diminuta, o número de pedopsiquiatras no SNS [Serviço Nacional de Saúde] é reduzidíssimo…” 

Se há duas décadas o número de psicólogos nas escolas e nas universidades era reduzido, hoje “continua tudo igual e sem nenhuma articulação com os serviços de saúde mental”, defende a também coordenadora do serviço de psiquiatria da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. 

Ainda assim, congratula-se com o facto de a reforma da saúde mental ter sido incluída no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de 88 milhões de euros. “Parece que nos saiu o Euromilhões. É uma coisa nunca vista”, sublinha, acrescentando que esta é uma demonstração política da maior relevância que se começou a dar a esta área da saúde. “Finalmente se percebeu que ‘não há saúde sem saúde mental’, como diz o mote da OMS [Organização Mundial da Saúde].” 

A área infanto-juvenil está contemplada no PRR, por exemplo na criação de equipas comunitárias de saúde mental para a infância e para a adolescência. “O Programa Nacional para a Saúde Mental espera que haja, em futuros Orçamentos do Estado, algum investimento a nível preventivo — nomeadamente no meio escolar e de interligação da escola com a saúde mental da infância e da adolescência no SNS.” 

PANDEMIA GEROU AUMENTO DOS SUICÍDIOS? “NINGUÉM PODE AFIRMAR ISSO COM SERIEDADE” 

Antes de mais, é preciso perceber: o suicídio não é uma doença, é um comportamento. “O que não quer dizer que a maior parte do que está por detrás de um suicídio não seja, na maioria das vezes, uma doença mental. Nomeadamente uma perturbação depressiva”, diz ao Expresso Ana Matos Pires. Mas o suicídio também é um problema de saúde pública, “porque é um comportamento sem retorno”. É “felizmente um fenómeno raro”, mas extremamente importante pela sua brutalidade e consequências. 

Ainda assim, em Portugal três pessoas por dia põem termo à vida. A maior incidência de casos está nos homens com mais de 65 anos, do interior e sul do país (ainda que essa linha que divide norte e sul esteja a subir) e do meio rural. 

O país ocupa um lugar mediano na tabela de taxas de suicídio na Europa, continente onde há uma morte por suicídio a cada 40 segundos, mostram dados da OMS. Embora a taxa de suicídio tenha estado a cair lentamente em Portugal (acompanhando a descida registada na Europa), continua a ser mais elevada do que em qualquer outro país do sul da União Europeia. 

E provavelmente o número de mortes por suicídio em Portugal é superior, nota a médica psiquiatra. “Portugal tem um problema muito grande: a subnotificação”, nota. “Não há certezas de que estes números são reais e isso é um dos grandes problemas ao estudar o fenómeno em Portugal e desenvolver estratégias preventivas. Há muitas notificações de mortes violentas por causa desconhecida que nós acreditamos serem suicídios.” 

No mundo o suicídio é 15ª causa de morte, com as taxas mais elevadas a serem encontradas na Europa, lê-se no estudo “Suicide time-series structural change analysis in Portugal (1913-2018): Impact of register bias on suicide trends”, publicado em 2021 no “Journal of Affective Disorders”. Hoje sabe-se ainda que a depressão aumenta o risco de suicídio em 20 vezes (seis em cada dez suicídios foram efetivados por doentes com depressão) e que o suicídio causa mais mortes do que o cancro da mama, a malária, a guerra ou os homicídios. 

E qual foi o impacto da pandemia de covid-19 na evolução da taxa de suicídio? Ana Matos Pires é perentória: “Não temos dados.” E explica que não se deve comparar taxas de suicídio em curtos períodos, devendo estudar-se — ao invés — períodos de três a cinco anos. 

Sobre a pandemia, recorda que no Alentejo — onde exerce a sua atividade profissional — houve alguns suicídios logo nos primeiros meses do primeiro confinamento. “Mas ninguém consegue dizer se a pandemia teve um efeito de aumento ou diminuição na morte por suicídio. Não temos dados para o afirmar.” Sabe-se apenas que houve “um aumento dos quadros depressivos ansiosos” e os especialistas temem que “o eventual aumento da doença mental possa ter como uma consequência o aumento da taxa de suicídio, mas não há dados sobre isso”. “Ninguém, neste momento, pode afirmar com seriedade que a pandemia provocou um aumento da taxa de suicídio”. 

USAR A DOENÇA MENTAL COMO OFENSA? “NÃO HÁ NINGUÉM QUE ESCAPE, DA ESQUERDA À DIREITA” 

Ter um dia específico para assinalar a prevenção do suicídio serve não só para prevenir o problema, mas também para o tornar mais visível. “Existe um enorme estigma não só em relação ao suicídio, mas também em relação à doença mental”, assevera Ana Matos Pires. “Não só na sociedade em geral, mas muitas vezes entre os profissionais de saúde.” 

A psiquiatra recorda uma recolha que fez há três anos de discursos de deputados de diferentes partidos — e de alguns membros do Governo — na Assembleia da República desde 1972. 

“Pude pesquisar palavras como esquizofrenia, demente, bipolar… É completamente transversal — não há ninguém que escape, da esquerda à direita, da ditadura aos dias de hoje — o uso destas palavras como ofensa”, conclui. “Mostra bem o estigma. Não passa pela cabeça de ninguém dizer a outro ‘seu sidoso’ ou ‘seu insuficiente renal’. Mas passa pela cabeça dizer ‘o senhor é um esquizofrénico’.” 

Para Ana Matos Pires, “este é um dos grandes assuntos que a política nacional de saúde mental tem de pegar pelos cornos”. “A luta antiestigma, os maluquinhos, a desconsideração, a marginalização, continuam a ser uma realidade”, realça. E remata: “isto melhora-se com o aumento da literacia em saúde e com o investimento real na saúde mental, nomeadamente na informação sobre saúde e doença mental. 

Resumo do estudo citado na notícia no link:

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165032721003803

“É fundamental a vacinação das crianças ou haverá pico inequívoco de casos no inverno”

Julho 30, 2021 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da TSF de 27 de  julho de 2021.

Especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto estimou que por cada descida de cinco graus nas temperaturas mínimas médias haverá um aumento de 30% nos casos. 

O investigador Henrique de Barros defende a vacinação das crianças contra a Covid-19 para evitar outro pico de casos e para que no inverno a vida se possa aproximar do que era antes da pandemia. 

O especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que falava durante a reunião de peritos que esta terça-feira decorre nas instalações do Infarmed, em Lisboa, disse que, sem a vacinação das crianças, que está em análise pela Direção-Geral da Saúde, “haverá um pico inequívoco de casos”. 

“Mesmo com pouco mais de 50% das pessoas verdadeiramente defendidas pela sua imunidade, podemos imaginar um inverno no qual a vida se pode aproximar do que a vida era antes e evitar problemas antes da pandemia. Por isso é fundamental a vacinação das crianças. Caso não sejam vacinadas, haverá pico inequívoco de casos”, afirmou. 

Sobre o que se pode esperar para o inverno, o especialista estimou que por cada descida de cinco graus nas temperaturas mínimas médias haverá um aumento de 30% nos casos, mas prevê poucos internamentos na vaga que venha a ocorrer nessa altura. 

“Considerando o efeito do frio, dos casos que vão permanecer na população e o aumento de casos que possa surgir por introduções de infeção, assumindo que 70% população adulta tem o esquema de vacinação completo, podemos esperar uma nova onda, pequena”, com pouco relevo nos internamentos e nas mortes, disse. 

O especialista considerou que o objetivo para o inverno deve ser no sentido de ter “mais do que um [inverno] igual aos anteriores”, pois “todos controlávamos muito mal as infeções respiratórias e as suas consequências nas pessoas mais velhas”. 

Henrique Barros sublinhou que a estratégia deve assentar na manutenção das medidas não farmacológicas (mascaras, distância e lavagem de mãos) e defendeu que a vigilância epidemiológica deve ser reestruturada, com maior atenção aos assintomáticos, ao que se passa nos lares – “a vacina não e 100% eficaz” – e especial cuidado com a gripe e as infeções sazonais, que “ficaram modificadas pela nossa mudança comportamental por causa da pandemia”. 

O especialista frisou ainda a necessidade de controlar fronteiras e de organizar consultas para responder ao que ficou designado como ‘long covid’, com sintomas da doença a permanecerem durante vários meses em muitos doentes e que pode colocar “uma grande sobrecarga” nos serviços de saúde. 

“O próximo inverno não será o inverno do descontentamento, mas poderá ser um inverno feliz”, concluiu. 

 

 

Saúde. Consumo do álcool durante gravidez prejudica rins das crianças no seu crescimento

Outubro 3, 2020 às 2:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da RTP de 13 de agosto de 2020.

O prejuízo é proporcional à quantidade de álcool consumido. A conclusão consta de uma investigação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, em que 1.093 crianças foram alvo de análise desde o nascimento. Inês Aires, médica nefrologista, foi a convidada do Bom Dia Portugal e explicou mais pormenorizadamente as conclusões do estudo.

O estudo citado na notícia é o seguinte:

Prenatal alcohol exposure affects renal function in overweight schoolchildren: birth cohort analysis

Visualizar a reportagem no link:

https://www.rtp.pt/noticias/saude/saude-consumo-do-alcool-durante-gravidez-prejudica-rins-das-criancas-no-seu-cresimento_v1251496

Crianças que vivem perto de fast-food com maior risco de obesidade

Dezembro 17, 2019 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da RTP de 9 de dezembro de 2019.

Um estudo do Instituto de Saúde Pública, da Universidade do Porto, revela que as crianças que vivem perto de restaurantes de fast-food têm um risco 30 por cento mais elevado de serem obesas.

Num período em que três em cada dez crianças portuguesas têm excesso de peso ou obesidade, os investigadores acompanharam a evolução de mais de cinco mil crianças, da Área Metropolitana do Porto.

A investigadora Ana Isabel Ribeiro, primeira autora do estudo, confirma à Antena 1 estes resultados preocupantes e diz que são necessárias políticas públicas que tenham em consideração esta ligação entre o meio ambiente e a obesidade nas crianças.

Ouvir a notícia no link:

https://www.rtp.pt/noticias/pais/criancas-que-vivem-perto-de-fast-food-com-maior-risco-de-obesidade_a1190821

O estudo mencionado na notícia é o seguinte:

Hotspots of childhood obesity in a large metropolitan area: does neighbourhood social and built environment play a part?

Mães de 41,7% dos adolescentes obesos também o eram antes de engravidar

Julho 24, 2019 às 11:39 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Público de 24 de junho de 2019.

O estudo citado na notícia é o seguinte:

Maternal body mass index, gestational weight gain, and the risk of overweight and obesity across childhood: An individual participant data meta-analysis

Filhos de mães fumadoras com maior risco de ter tensão alta

Julho 7, 2017 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da http://www.tvi24.iol.pt/ de 13 de junho de 2017.

Efeito é visível desde bem cedo, logo aos quatro anos de idade

As mães que fumam agravam o risco de pressão (ou tensão) arterial alta nos filhos. Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que este efeito é logo visível aos quatro anos de idade.

Os autores do estudo, publicado na revista “Nicotine & Tobacco Research”, defendem que as mulheres devem deixar de fumar antes de engravidarem. Ao mesmo tempo, lembram que a pressão arterial sistólica alta está associada ao risco de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no nosso país.

A investigação envolveu 4.295 crianças nascidas em cinco maternidades da Área Metropolitana do Porto, pertencentes à coorte Geração 21 (projeto de investigação que acompanha mais oito mil crianças da cidade do Porto, desde o nascimento).

Num país como Portugal, onde a hipertensão é um problema major, onde muitas pessoas morrem de AVC [Acidente Vascular Cerebral] e muitas grávidas continuam a fumar durante a gravidez, estes resultados demonstram que começa bem cedo a programação da doença [hipertensão arterial] nas crianças. Portanto, a prevenção tem que começar antes”, alerta Henrique Barros, responsável do estudo.

Em análise, esteve a associação entre o tabagismo materno (antes da gravidez, durante a gravidez e quatro anos após o parto) e a pressão arterial das crianças, que foram avaliadas à nascença e aos quatro anos.

A conclusão fala por si: observou-se que os filhos de mães que fumavam apresentavam níveis de pressão arterial sistólica mais elevados, com um um percentil da pressão arterial sistólica superior. Mais de 22% têm já aos quatro anos uma pressão arterial sistólica considerada elevada.

O estudo designado “Maternal smoking: a life course blood pressure determinant?”  tem como principal autora Maria Cabral e é também assinado por Maria João Fonseca, Camila González-Beiras, Ana Cristina Santos e Liane Correia-Costa.

Maternal smoking: a life course blood pressure determinant?

 

 

Jovens com sintomas depressivos envolvem-se em lutas mais frequentemente, diz estudo

Abril 25, 2017 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do http://24.sapo.pt/ de 11 de abril de 2017.

Um estudo do Instituto de Saúde Pública da UPorto (ISPUP) concluiu que sintomas depressivos como a tristeza, o cansaço, a irritabilidade e os sentimentos de culpa levam a que os jovens se envolvam com mais frequência em lutas físicas.

“À primeira vista, esta relação parece paradoxal porque as componentes da depressão incluem a autoculpabilização e o cansaço e, portanto, parte-se do princípio de que a pessoa estará demasiado apática para a agressão”, explicou a investigadora do ISPUP Sílvia Fraga.

Contudo, segundo indica, existem outros fatores associados aos comportamentos agressivos que estão também presentes em casos de depressão, como a irritabilidade.

Neste projeto, desenvolvido pela Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP, foram avaliados 1.380 jovens (743 raparigas e 637 rapazes), nascidos em 1990, a frequentar escolas públicas e privadas do Porto.

As avaliações deram-se em dois momentos, quando os jovens tinham 13 e 17 anos, tendo sido analisado o nível dos sintomas associados à depressão dos adolescentes nestes dois períodos e o envolvimento em lutas físicas somente no segundo.

As conclusões deste trabalho, no qual participaram também os investigadores do ISPUP Elisabete Ramos e Henrique Barros, mostram que os rapazes se envolviam mais frequentemente em comportamentos violentos aos 17 anos de idade quando apresentavam sintomas depressivos relevantes nos dois momentos da avaliação.

Já nas raparigas, verificou-se que as agressões eram mais frequentes entre aquelas que tinham sintomas de depressão aos 17 anos de idade, independentemente de possuírem, ou não, estes sintomas na avaliação anterior.

Nos rapazes, “é necessário que estes sentimentos estejam presentes há mais tempo” para que “os exteriorizem ou reajam, envolvendo-se em lutas físicas. Nas raparigas não encontramos esta relação, talvez porque lidam com a persistência destes sentimentos de outra forma”, referiu Sílvia Fraga.

“Tanto a depressão como a violência são dois fatores que merecem toda a atenção, especialmente entre os mais jovens”, indicou a investigadora, acrescentando que “o envolvimento em lutas é um comportamento frequente nas escolas e, por isso, muitas vezes ignorado”.

Para a especialista, a saúde mental dos adolescentes e o envolvimento em comportamentos violentos são questões prioritárias na área da Saúde Pública e estes resultados chamam a atenção para a necessidade de se estar atento a comportamentos agressivos em contexto escolar, pois podem representar um primeiro indicador de alterações que frequentemente não ser percebidas.

Fizeram parte deste estudo adolescentes nascidos em 1990 e recrutados em 2003 para o projeto EPITeen, que tem como objetivo acompanhá-los até à fase adulta, avaliando-os de quatro em quatro anos.

Deste projeto, no qual esteve também envolvida a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), resultou o artigo “Depressive Symptoms and Involvement in Physical Fighting among Portuguese Adolescents” (“Sintomas Depressivos e Envolvimento em Combate Físico entre Adolescentes Portugueses”), publicado recentemente na revista “Health & Social Work”.

 

 

Crise: Nascem mais bebés com baixo peso

Abril 5, 2017 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia da http://www.tsf.pt/ de 24 de março de 2017.

O estudo mencionado na notícia é o seguinte:

Impact of the global financial crisis on low birth weight in Portugal: a time-trend analysis

Nuno Guedes

Estudo inédito no mundo analisou crise e peso à data do nascimento em Portugal. Investigadores dizem que relação é evidente e afetou filhos de imigrantes.

Há muitos estudos sobre os efeitos das crises económicas, mas nunca nenhum tinha avaliado o impacto sobre o baixo peso dos bebés. Um grupo de cinco investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto avaliou dados oficiais dos 2 milhões de nascimentos registados em Portugal entre 1995 e 2014 e concluiu que a crise fez aumentar os casos de bebés nascidos com baixo peso.

Contudo, ao analisarem de forma mais detalhada os dados, perceberam que esse aumento, fruto da crise, atingiu apenas as famílias de imigrantes, que apesar de representarem 4% das mulheres a viverem em Portugal, têm cerca de 10% dos bebés nascidos em território nacional, travando a crise demográfica que o país tem vivido.

Um dos autores do estudo explica que a medicina já provou que as crianças que nascem com menos de 2,5 quilos têm uma desvantagem relevante na sua saúde futura, com maior probabilidade de doenças crónicas ao longo da vida.

Razões que levam Henrique Barros, também presidente do instituto, a dizer à TSF que os resultados a que chegaram são muito importantes para a saúde pública. O investigador afirma que os impactos das crises económicas já foram muito estudados, mas nunca no mundo se fez uma análise aos bebés com baixo peso.

Há vários anos que Portugal tem cada vez mais bebés que nascem com o que está definido como pouco peso, em resultado, por exemplo, de mães cada vez mais velhas e do tabaco.

Henrique Barros sublinha, contudo, que os dados que recolheram revelam que essa tendência acelerou nos anos depois da crise financeira de 2007-2008 e de forma muito mais acentuada nas mães imigrantes, algo que segundo o investigador reforça a conclusão a que chegaram sobre o impacto evidente da crise.

Entre 2006 e 2014, a prevalência de nascimentos em Portugal com baixo peso passou de cerca de 6% para 7%, mas os investigadores dizem que a tendência de subida já vinha dos anos antes da crise.
Nas mulheres imigrantes essa tendência é mais notória, não apenas porque subiu 1,5 pontos percentuais, mas também porque na década anterior a tendência era de descida.

Perante estes resultados, o estudo publicado na revista científica BMJ Global Health propõe que o governo reforce as políticas sociais para as grávidas estrangeiras, trabalhadoras, ou noutras situações vulneráveis, mantendo a igualdade, efetiva, na saúde durante a gestação.

Para avaliar a forma como de facto são acompanhadas as grávidas imigrantes em Portugal, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto lança esta semana um projeto que pretende estudar 3 mil grávidas em maternidades ou hospitais de todo o país, numa investigação financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

 Declarações à TSF de Henrique Barros no link:

http://www.tsf.pt/sociedade/saude/interior/crise-aumenta-bebes-nascidos-com-baixo-peso-5746297.html?utm_campaign=Echobox&utm_content=TSF&utm_medium=Social&utm_source=Facebook#link_time=1490339598

 

 

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