Encontro “Novos Olhares sobre a educação Pré-escolar: A neurobiologia da primeira infância e a qualidade dos contextos educativos dos 3-6 ano” 4 março em Guimarães

Fevereiro 28, 2023 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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As crianças com paralisia cerebral também brincam e há uma iniciativa que lhes vai trazer a alegria do Natal

Dezembro 8, 2021 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Sapo Tek de 6 de dezembro de 2021.

A iniciativa do Laboratório de Robótica do Departamento de Eletrónica Industrial da Universidade do Minho que quer trazer a magia do Natal às crianças com paralisia cerebral está de regresso e vai decorrer até 17 de dezembro.

Desde 2006 que o Laboratório de Robótica do Departamento de Eletrónica Industrial da Universidade do Minho (UMinho) se dedica a adaptar brinquedos eletrónicos para crianças com paralisia cerebral, para transformar a quadra natalícia numa época ainda mais especial. Em 2020, devido à pandemia de COVID-19, não foi possível levar a cabo a campanha, mas ela está agora de regresso e traz novidades.

Ao SAPO TEK, Fernando Ribeiro, professor da UMinho responsável pela iniciativa, explica que, neste ano, os brinquedos que serão adaptados são novos, tendo sido oferecidos pela Câmara Municipal de Guimarães e a SalusLive – Centro Terapêutico.

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Neste ano, há também a possibilidade de os pais inscreverem as suas crianças para receberem um brinquedo adaptado gratuito, enviando um email para geral@saluslive.pt De acordo com Fernando Ribeiro, a equipa vai fazer a validação das candidaturas recebidas, de modo a verificar se as crianças em questão têm condições para receber este tipo de brinquedo, enviando-os depois, numa iniciativa que se aplica a todo o país.

A primeira fase da campanha, que decorre entre os dias 7 e 13 de dezembro, será dedicada à adaptação dos brinquedos eletrónicos. Durante esta semana, o Laboratório de Automação e Robótica será transformado numa autêntica fábrica natalícia, com um grupo de cerca de 25 voluntários, entre alunos, investigadores e docentes.

Tal como o responsável tinha explicado ao SAPO TEK em 2019, os brinquedos para crianças com paralisia cerebral têm custos elevados, muitas vezes incompatíveis com os orçamentos das famílias cujos filhos têm esta condição.

Assim, o processo de adaptação passa por mudar o funcionamento de brinquedos eletrónicos comuns, de modo a que as crianças possam acioná-los por si próprias, incluindo um interruptor externo que pode ser ativado com o pescoço, com o pé ou com a mão.

“Normalmente, todos os anos, adaptamos entre 70 a 80 brinquedos”, indica Fernando Ribeiro. As modificações são feitas com componentes eletrónicos, neste caso oferecidos pela botnroll.com, e a equipa da iniciativa tem, por vezes, adaptar algumas das placas de eletrónicas que estão no interior dos brinquedos.

“QUANDO A COMUNIDADE SE JUNTA, UNS TRABALHAM, OUTROS OFERECEM COMPONENTES, OUTROS OFERECEM BRINQUEDOS E FAZEM COM QUE TUDO FUNCIONE” PARA TRAZER MAIS ALEGRIA AO NATAL DAS CRIANÇAS. “E É ASSIM QUE DEVERIA SER”, ENFATIZA FERNANDO RIBEIRO.

Já a segunda fase da campanha, que decorre entre 14 a 17 de dezembro, consiste na entrega dos brinquedos adaptados às crianças. Neste ano, a equipa de ajudantes natalícios também vai participar no processo de entrega aos mais novos.

“Nos primeiros anos, nós enviávamos os brinquedos e havia uma entidade que os entregava, mas, depois, os meninos e as meninas começaram a pedir se podiam conhecer os «Pais Natal». Nós achamos a ideia engraçada e então vamos lá entregar os brinquedos e estar um bocadinho com as crianças”, afirma o responsável pela iniciativa.

Como recorda Fernando Ribeiro, a realização da campanha traz sempre momentos marcantes, tanto para as crianças que recebem os brinquedos, como para a equipa que os adapta. Um deles passou-se quando a equipa foi entregar brinquedos a uma instituição e as crianças receberam-na também com prendas.

“[As crianças] fizeram umas almofadas de cheiro pintadas por elas. Aquilo para nós foi absolutamente espetacular, não estávamos à espera daquilo: elas próprias acharam que deveriam agradecer de alguma maneira e para nós foi um momento muito, muito marcante”, relembra.

 

 

 

Seminário “Direitos Digitais das Crianças: a propósito das novas orientações da ONU” 3 de março, pelas 14h30

Março 1, 2021 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Mais informações no link:

http://milobs.pt/seminario-milobs-direitos-digitais-das-criancas/?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=noticia_SeminarioDireitosDigitaisCriancas_FBgrupoLiteraciaMedia&fbclid=IwAR2p7I8En1i0As9yrv6qOoPGhs5qQZ6A5KhbD1aBOo4kkROsgXZELsQC4WU

Universidade do Minho cria ‘app’ para reeducar jovens na denúncia das ciberagressões

Agosto 17, 2020 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Notícia do MSN Notícias de 17 de julho de 2020.

Porto, 17 jul 2020 (Lusa) – Uma ‘app’ desenvolvida na Universidade do Minho propõe-se mudar a mentalidade dos jovens nas questões da ciberagressão, fomentando-lhes o hábito de denúncia e retirando-lhes o vício da divulgação nas redes sociais, relatou à Lusa a responsável pelo projeto.

Denominada “#CiberAmigo”, a aplicação para telemóvel ganhou na quarta-feira o primeiro prémio do “Transforma Ti”, em Valongo, destinado a valorizar aplicações tecnológicas que resolvam problemas sociais.

“O objetivo é recorrer às oportunidades das tecnologias para combater a violência experienciada nas tecnologias”, sintetizou Maria Vale, aluna de doutoramento na Unidade de Investigação, Vitimologia e Sistema de Justiça da Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

Observando tratar-se de uma aplicação que “surge em resposta às necessidades identificadas nos estudos científicos” daquela unidade, a também psicóloga desvendou a base do projeto premiado com 1.500 euros pela autarquia do distrito do Porto.

“O que detetámos é que os adolescentes são os utilizadores mais ativos das tecnologias, mas também os mais vulneráveis à ciberagressão, tendo em conta as suas características e necessidades de desenvolvimento”, razão pela qual desenvolveram uma ‘app’ para “chegar às escolas públicas e privadas, a professores e psicólogos, e também aos adolescentes que estejam a frequentar o terceiro ciclo e o Ensino Secundário, seja o profissional ou o regular”, relatou.

A ‘app’ integra três funcionalidades: o “Informa-te”, que informa sobre a ciberagressão e as suas dinâmicas, o “Desconstrói-te”, sobre factos e notícias falsas (‘fake news’ em inglês) e onde se tenta desconstruir os mitos e os ciber(mitos) que estejam a legitimar os comportamentos e o “Ajuda-te” que é permitir aos adolescentes pedir ajuda e denunciar, garantindo-lhes respostas adequadas e efetivas, explicou Maria Vale.

Garantindo ser uma ferramenta que “fala a linguagem dos jovens” e que “está adaptada ao vocabulário digital atual”, a “#CiberAmigo”, continuou a responsável do projeto, poderá vir a entrar nas escolas “divulgada numa aula de cidadania” ficando depois o psicólogo a “gerir as respostas e denúncias”, sugeriu.

“Percebemos que grande parte dos adolescentes são vítimas e agressores, mas muito deles são também observadores passivos destes comportamentos, nomeadamente quando são cúmplices por exibir nas redes sociais desacatos”, alertou Maria Vale, admitindo o esforço para lhes mostrar “que a solução é a denúncia na aplicação”.

A chegada às escolas, previu a investigadora, “não deve acontecer antes do início do ano letivo 2021/22”, estando também por decidir “se vai ser comercializada à Direção-Geral de Educação”.

“Para já vamos entrar em fase de testes-piloto, sendo que os conteúdos estão todos cientificamente validados e revistos pela unidade de investigação sob a orientação da professora Marlene Matos”, sublinhou.

Segundo Maria Vale, “mais de 60% dos estudantes portugueses estão envolvidos em ciber agressão – como vítimas e agressores, pois os observadores têm sido muito negligenciados em Portugal -, um número que varia conforme o fenómeno”.

“Não nos podemos cingir ao ‘cyberbullying’, queremos chegar também ao ciberabuso nas relações de intimidade, nas relações de namoro, algo que ainda não está muito estudado em Portugal, e também o ‘ciberstalking'”, acrescentou a psicóloga.

JFO // JPF

Lusa/fim

III Seminário Internacional de literatura infantil e juvenil – 12 de julho, em Braga

Julho 10, 2018 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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O III Seminário Internacional de literatura infantil e juvenil e práticas de mediação literária (III SELIPRAM) reconhece a necessidade e propõe-se a abrir espaços de reflexão às linguagens literária para infância e juvenil contemporânea que circulam no mercado editorial brasileiro, português e demais países e as práticas de mediação da leitura literária com crianças e jovens.

Objetivo Geral
Congregar pesquisadores brasileiros, portugueses e de demais países em pesquisas sobre literatura infantil e juvenil, em particular aqueles cujas investigações relacionam-se à produção literária para crianças e jovens, às práticas educativas construídas em diálogo com essa produção em práticas de mediação da leitura literária.

Objetivos específicos
• propiciar a reflexão e a análise de questões teóricas e aplicadas relacionadas à pesquisa em literatura infantil e juvenil;
• possibilitar a divulgação de estudos teóricos e aplicados que possam contribuir para releituras de diferentes enfoques e abordagens postos sobre esse objeto de pesquisa: a literatura infantil e juvenil.

Será atribuído um certificado de presença a todos os participantes.
A entrada é livre e gratuita, condicionada à limitação do espaço do Auditório.

Organização: CIEC/Universidade do Minho e UFSC/Brasil

Data: De 7/12/2018 a 7/13/2018 (9:00 AM – 7:00 PM)
Local: Auditório
Destinatários: Profissionais da área e público em geral
CIEC – Centro de Investigação em Estudos da Criança
Universidade do Minho, Instituto de Educação
Campus de Gualtar
4710-057 BRAGA, Portugal
T: (00 351) 253.60.12.12

Fonte

 

Portuguesa cria lençóis que reduzem risco de asfixia em recém-nascidos

Fevereiro 1, 2018 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da https://www.tsf.pt/  de 10 de janeiro de 2018.

LUSA

Mãe de dois filhos, Mónica Ferreira desenvolveu, com o apoio da Universidade do Minho, um sistema de lençóis que “reduz o risco de asfixia em recém-nascidos durante o sono”.

A universidade minhota explica, em comunicado enviado à Lusa, que Mónica Ferreira “amadureceu” o conceito no Laboratório de Ideias de Negócio e no Laboratório de Empresas da TecMinho e criou o “SafetyBabyBed” para impedir que os bebés de deslizarem na cama ou puxarem os lençóis para cima da cabeça. A universidade sublinha que “20% das crianças vítimas de morte súbita são encontradas com a cabeça coberta por roupa de cama”.

Segundo a Universidade do Minho, a ideia surgiu depois de a criadora daqueles lençóis “ter sido alertada pelos profissionais de saúde sobre o risco de sufocamento de bebés provocado pela roupa de cama e por ter conhecimento de situações de susto ocorridos com pessoas próximas”.

Mónica Ferreira explica no texto que “sabe-se que os lactentes, nos primeiros meses de vida, não têm ainda bem desenvolvido a perceção da obstrução e os reflexos de defesa”, pelo que o objetivo da solução desenvolvida é “proporcionar aos bebés e aos pais um sono mais tranquilo, diminuindo drasticamente o risco de abafamento”.

A academia minhota destaca o “design único que impede o bebé de deslizar para baixo dos lençóis, graças a um sistema de retenção/segurança que é ajustável consoante o crescimento e amovível a qualquer momento”. O modelo de lençóis integra ainda um fecho adaptado “para a criança não se destapar durante a noite, mantendo a temperatura ideal”.

O “SafetyBabyBed”, adianta a academia minhota, está em fase final de patenteamento, tendo sido já premido com o 1.º Prémio do programa “Novas Empresas Tecnológicas Têxteis”. O projeto tem contado com o apoio da TecMinho (interface universidade-empresa da Universidade do Minho), do Serviço de Pediatria e Neonatologia do Hospital de Guimarães e do CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal.

 

 

Tratar os Media por ‘Tu‘ : Guia Prático de Educação para os Média

Julho 26, 2017 às 12:00 pm | Publicado em Livros | Deixe um comentário
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Com autoria de Patrícia Silveira, Clarisse Pessôa, Diana Pinto, Simone Petrella (CECS – Universidade do Minho) e de Amália Carvalho, acaba de ser publicada a obra “Tratar os Media por Tu – Guia prático de Educação para os Media” pela Direção-Geral da Educação. O livro pretende oferecer aos docentes do 1.º, 2.º e 3.º ciclos dos Ensinos Básico e Secundário um conjunto de propostas práticas para a abordagem dos média em contexto de sala de aula.

Descarregar o guia no link:

http://www.cecs.uminho.pt/investigadores-do-cecs-publicam-guia-pratico-de-educacao-para-os-media/

 

Uma em cada dez crianças já foi vítima de cyberbullying

Junho 7, 2017 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Um em cada 10 alunos portugueses já foi vítima de cyberbullying. Os números constam de um estudo da investigadora Luzia Pinheiro da Universidade do Minho, que se baseou em cerca de 200 inquéritos. O cyberbullying caracteriza-se pelo ataque através de insultos, difamação, intimidação, ameaça ou perseguição intencional e sistemática na Internet e não acontece apenas entre jovens.

Veja AQUI o vídeo.

I Jornadas em Estudos da Criança, em julho, na Universidade do Minho

Maio 6, 2016 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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CARTAZ

 

O Doutoramento em Estudos da Criança do Instituto de Educação da Universidade do Minho realiza as Jornadas em Estudos da Criança/2016 nos dias 6, 7 e 8 de julho.

As Jornadas em Estudos da Criança são uma oportunidade para todos os estudantes do Doutoramento, em diferentes fases de desenvolvimento das suas pesquisas, partilharem e discutirem as mesmas. Os alunos que frequentam o 1º ano terão a possibilidade de apresentar os seus projetos de tese e submeterem-nos ao escrutínio crítico de investigadores de outros programas e universidades, especialmente convidados para o efeito. Os alunos do 2º e 3º ano terão a possibilidade de partilhar o desenvolvimento das suas pesquisas e discuti-las.

As Jornadas em Estudos da Criança são abertas a todos aqueles cujas pesquisas incidam sobre temáticas dos Estudos da Criança e queiram apresentar os seus trabalhos de investigação. Convida-se a comunidade académica do Instituto da Educação e da Universidade do Minho a assistir a estas Jornadas.

A entrada é livre e será fornecido aos participantes um certificado de presença.

Consulte o programa provisório.

Saiba mais AQUI.

Teresa Sarmento: “Importa pôr os meninos a pensar”

Junho 26, 2015 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Entrevista do site Educare a Teresa Sarmento do dia 22 de junho de 2015.

educare

Mais do que preparar para o futuro, no pré-escolar é preciso dar valor à criança em si mesma.

Andreia Lobo

Mostrou um vídeo onde um grupo de crianças do pré-escolar fazia uma simulação da sua ida à Lua. Um passo gigante para as educadoras e os pais envolvidos na tarefa. Fatos de astronautas, cenários lunares. Até um foguetão a descolar em contagem regressiva. Bem visível no ecrã de um computador. Orientadora de estágios em educação de infância e docente na Universidade do Minho, Teresa Sarmento surpreendeu a audiência de um congresso onde se falava da escola do futuro ao dar visibilidade ao trabalho que se faz – e que entende deve ser feito – no pré-escolar.

Começou a carreira como educadora de infância na década de 80 e, desde então, testemunhou muitas mudanças na forma como se olha para as idades dos zero aos seis. “Quando fiz o meu curso, entre 1975 e 1978, só havia um livro de Francesco de Bartolomeis, traduzido em português, sobre a educação de infância enquanto processo.” Defende que o poder para a inovação, neste nível de ensino, não é apanágio exclusivo dos recém-chegados à profissão. Às estagiárias recorda algo que já vem escrito em muitos livros. Mas que a sociedade parece não estar ainda plenamente apta a fazer: “Faz com que cada criança tenha uma vida de grandes experiências significativas.” Em entrevista ao EDUCARE.PT, Teresa Sarmento recorda aos adultos a importância de ser criança.

EDUCARE.PT (E): Cresce a ideia de que é no pré-escolar que se incutem as competências necessárias para o futuro…

Teresa Sarmento (TS):

Desde que estejamos de acordo sobre quais são essas competências… No jardim de infância importa pôr os meninos a pensar.

E: E ensinar a ler e a escrever? TS:

O 1.º ciclo define-se, em termos gerais, pela aquisição da leitura e da escrita. Porque haveríamos de fazer isso antes? As crianças gostam, e não lhes faz mal, aos 4 ou 5 anos de saber escrever o nome. Mas não há interesse no ensino explícito da escrita e da leitura. Até porque não vai avançar em nada. Quando esses conhecimentos já vêm do jardim de infância, se não há uma continuidade de trabalho, os primeiros tempos na escola são de absoluta desilusão.

E: Como vê a falta de creches dos 0 aos 3 anos?

TS:

Há alguma demissão do Estado face a estas idades. As creches são muito caras. O ratio adulto criança é, necessariamente, baixo e o número de horas que as crianças passam nas instituições é mais elevado nessas idades. O Estado escuda-se na defesa de que cabe às famílias educar os seus filhos, mas não dá resposta sobre como isso é possível nas condições atuais. Com o número elevado de horas de trabalho que em Portugal se fazem, sobretudo entre as mulheres, quando em comparação com outros países. E, portanto, tem de haver aqui compatibilidades. Ou seja, o Estado devia apoiar a criação de creches porque há uma falha muito grande e, ao mesmo tempo, investir em políticas de família permitindo um tempo mais prolongado de acompanhamento das crianças.

E: O que é preciso mudar?

TS:

O Ministério da Educação e Ciência não tem responsabilidade com as crianças dos 0 aos 3 anos, por isso, há uma falta de política educativa, bem como de apoio às famílias. É preciso uma conjugação entre educação, família e trabalho que permita que as crianças tenham o acompanhamento adequado. Também não acho que a melhor solução seja sempre estar na creche das 8h às 20h. Tem de haver uma política articulada que garanta às crianças as oportunidades de crescerem em parte do seu tempo em família. Isto implica uma política que garanta a oportunidade de as famílias se organizarem de forma a terem parte do seu tempo para se dedicarem às crianças.

E: O que lhe ocorre quando ouve governantes dizer que é preciso aumentar a natalidade… TS:

Vindos da governação, esses apelos são um contrassenso. Dizem isso mas depois não arranjam formas de garantir que os jovens possam ter filhos. Ainda antes de haver equipamentos de apoio às crianças, faltam às famílias condições de estabilidade laboral.

E: A infância já não é vista como uma passagem para a idade adulta.

TS:

Houve um reconhecimento que as crianças são seres humanos com capacidade de aprendizagem e de intervenção. Descobriu-se a importância dos 0 aos 6 anos em muitos âmbitos. Pensava-se que havia uma idade a partir da qual cada pessoa era aprendente. A evolução das ciências provou que não. Na pedagogia, a Escola Nova veio realçar a pertinência de se atender e entender a criança como um ser em desenvolvimento e em interação. Mas a própria designação de pré-escolar continua ligada à ideia de passagem. E, em muitos setores, a infância ainda é vista como uma fase necessária para se chegar a outra que ‘supostamente’ é mais importante.

E:“Viver com as crianças na idade em que elas estão.” É algo que defende. Quer precisar o que significa?

TS:

Com as pressões sobre os jardins de infância e as educadoras, e analisando as políticas gerais e o pensamento dos nossos governantes, há muito essa ideia de que é necessário preparar as crianças para serem adultas. Ignora-se o valor da criança em si mesma. Permanece a visão da criança como capital humano para produzir, ligada às teorias e às práticas neoliberais. Por isso, é urgente olhar para a criança como um ser humano numa fase específica da vida. E até mudar conceitos, falar em educação de infância em vez de educação pré-escolar.

E: É muito crítica do modo como o tempo das crianças está organizado e diz que elas estão demasiado ocupadas…

TS:

Há todo um domínio muito grande sobre a criança. Que desde logo começa com a pressão de se tirar um bebé da cama para ir para a creche. O tempo é demasiado regulado pela vida do adulto. E mesmo nos espaços que, em princípio, são da criança, como o jardim de infância, há uma regulação muito estrita. Aceito que tenha de haver uma certa rotina pedagógica para o funcionamento das instituições. Mas uma parte do tempo tem de ser usado livremente pelas crianças. Para que elas possam brincar como queiram. Não pode haver uma organização rígida, nem sempre tutelada, que impeça as crianças de terem os seus momentos de liberdade.

E: Os adultos esquecem-se que as crianças têm o direito às suas escolhas?

TS:

Esquecem-se muito, até pelas complicações que têm nas suas vidas. E que geram uma colisão de direitos e, sobretudo, de condições de vida entre os adultos e as crianças.

E: Recentemente, esteve em São Tomé e no Brasil. O que importava desses países para Portugal?

TS:

De São Tomé traria a elevada taxa de natalidade. Há tantas crianças que a média por sala em jardim de infância é na ordem das 60. Em Portugal o máximo são 25, mas atualmente já há muitas salas sem crianças. Não têm as condições que as nossas crianças têm. Mas, por exemplo, são muito mais autónomas, porque a adversidade assim as obriga. No Brasil, os profissionais que trabalham com a infância conseguem ligar muito as questões pedagógicas às políticas e sociais. Os educadores em Portugal fazem uma análise das condições pedagógicas mais fechada na escola. Temos de aprender alguma coisa com os brasileiros e criar um sentido de educação que seja mais aberto.

E: Vale a pena investir na carreira de educador de infância?

TS:

Em termos económicos não. Há imensas educadoras formadas sem emprego. Prolongou-se muito a idade da reforma. Antes destas mudanças uma educadora com 55 anos estava reformada, o que permitia a entrada de gente nova. Atualmente, a permanência na profissão prolongou-se por mais 11 anos. Uma diferença muito grande. Por outro lado, em termos de satisfação pessoal, a profissão de educadora é muito enriquecedora. Quem trabalha com crianças tem outra forma de estar, outro bem-estar psicológico, ainda que seja uma profissão muito cansativa.

E: A educadora deve ser uma quase mãe?

TS:

Acho que sim. A questão dos afetos é fundamental. A criança deve sentir na educadora uma proximidade afetiva grande, uma segurança, uma estabilidade, um carinho, um mimo. Tudo isso, sem esquecer o carácter profissional, faz parte da educação de infância. Até porque gostar de crianças não é suficiente. A educadora tem de saber como potenciar oportunidades para o seu desenvolvimento.

E: Que conselho dá às suas alunas quando vão estagiar…

TS:

Entende o estágio como um compromisso forte e uma responsabilidade muito grande. E, no que depender de ti, faz com que cada criança tenha uma vida de grandes experiências significativas.

 

 

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