Guia de privacidade para o Facebook e o Google

Janeiro 17, 2014 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Artigo do Público de 11 de Janeiro de 2014.

Dado Ruvic Reuters

João Pedro Pereira

Como navegar pelas configurações dos serviços de duas das mais populares empresas de Internet.

Empresas como o Google e o Facebook armazenam imensas quantidades de dados, e de conteúdos, dos utilizadores. Às vezes, esses conteúdos são usados de formas que levantam preocupações de privacidade, como, por exemplo, a <href=”http: noticia=”” tecnologia=”” http://www.publico.pt=”&#8221; facebook-acaba-com-publicidade-polemica-mas-continua-a-mostrar-informacao-dos-utilizadores-1619261?=””>inclusão dos “gostos” dos utilizadores do Facebook em anúncios.

Outros casos podem ser menos relevantes, mas são surpreendentes. Um deles: se alguém tirar mais do que uma fotografia a um grupo de pessoas num dado momento (por exemplo, num jantar) e as publicar no Google+, os algoritmos do Google automaticamente seleccionam a melhor imagem de cada uma das pessoas e combinam essas imagens numa única fotografia – uma fotografia de um momento que, em rigor, não existiu.

Não é possível escapar a esta utilização dos conteúdos e da informação sem deixar de usar os estes serviços. Por um lado, porque é em associar dados a publicidade que o negócio destas empresas assenta. Por outro, porque mesmo as autoridades têm dificuldades em fazer com que se cumpram as leis de privacidade e tratamento de dados. Por fim, porque muitas destas situações são desconhecidas dos utilizadores, que acabam por nem sequer entrar nas configurações que permitem limitar aquilo que o Facebook e o Google fazem.

O que se segue é um curto guia para as definições de privacidade do Facebook e do Google.

Facebook

O primeiro sítio a visitar são as definições de privacidade da conta, acessíveis a partir da barra superior. Clique-se num pequeno ícone em forma de roda dentada no canto superior direito e, no menu que se abre, em “Definições de privacidade” (ou siga-se apenas o link neste parágrafo, desde que já se tenha entrado na conta).

Aqui é possível determinar quem vê as publicações (algo que pode ser mudado separadamente para cada publicação): toda a gente que tem uma conta no site, só os amigos, ninguém ou apenas grupos de amigos seleccionados.

Também é possível aceder a um registo integral da actividade (partilhas, “gostos”, etc)  e definir quem pode aceder a cada um dos itens, bem como limitar as pessoas que podem fazer contactos ou pedidos de amizade.

Nesta página, a opção “Bloquear”, na barra lateral esquerda, permite bloquear pessoas e aplicações. Um utilizador bloqueado deixa de poder ver as publicações na cronologia, fazer identificações em fotografias, convidar para eventos ou grupos, iniciar conversas  ou fazer pedidos de amizade.

Mais abaixo na mesma barra lateral esquerda, a opção “Anúncios” dá acesso a um link para uma página que permite desactivar algumas das publicidades personalizadas. Aqui, é possível fazer com que o Facebook deixe de mostrar anúncios com base em acções que os utilizadores fazem em sites externos (o Facebook pode monitorizar as actividades feitas em sites parceiros e usar essa informação para exibir publicidade). Clicar no botão “desistir”, porém, não significa que deixem de ser exibidos anúncios com base nas actividades do utilizador dentro da rede social: gostar de uma página continuará a ser usado para fins publicitários.

Uma outra página permite limitar os anúncios que são associados a actividades do utilizador. É preciso procurar na página a opção “Associar as minhas acções sociais a anúncios para” e escolher “ninguém”.

Google

Um bom sítio para começar a perceber o tipo de informação que o Google agrega é o painel de controlo. Aqui estão muitos dos serviços associados à conta do Google (do Gmail ao YouTube) e um resumo da actividade em cada um. É possível aceder às opções de configuração e privacidade de cada um dos serviços – uma tarefa que, dependendo da quantidade de serviços que se deseje configurar, pode ser trabalhosa.

Por exemplo, os utilizadores da rede social Google+ (e todos os utilizadores do Gmail têm uma conta no Google+, mesmo que não a usem) podem configurar nesta página várias opções de privacidade e optar por desactivar comportamentos automáticos – como o tratamento de fotografias.

Uma opção importante nesta página diz respeito a publicidade. Aqui, é possível fazer com que o Google deixe de apresentar o perfil do utilizador como uma recomendação de um produto ou serviço. Basta certificar-se que a opção no fundo da página não está assinalada e premir o botão “Guardar”.

Nem todas as opções de privacidade, porém, estão acessíveis a partir das páginas de configuração dos serviços. Algumas requerem mais trabalho. Os utilizadores da ferramenta de conversação instantânea do Gmail poderão querer que as conversas não fiquem guardadas (tal como os emails, o Google guarda e permite que todas as conversas no chat sejam pesquisáveis por qualquer dos interlocutores). Para evitar o armazenamento, é preciso em cada janela de conversa aceder ao menu “Mais”, no canto superior direito, e seleccionar “Passar a modo não registado”.

A eficácia de todas estas configurações depende do rigor com que a empresa as cumpra. Tudo o que se passa nestes serviços pode de alguma forma ser analisado, e usado, pelo Google e o Facebook. Recentemente, têm dificuldades em fazer com que se cumpram as leis de privacidade e tratamento de dados. Por fim, porque muitas destas situações são desconhecidas dos utilizadores, que acabam por nem sequer entrar nas configurações que permitem limitar aquilo que o Facebook e o Google fazem.

O que se segue é um curto guia para as definições de privacidade do Facebook e do Google.

Facebook
O primeiro sítio a visitar são as definições de privacidade da conta, acessíveis a partir da barra superior. Clique-se num pequeno ícone em forma de roda dentada no canto superior direito e, no menu que se abre, em “Definições de privacidade” (ou siga-se apenas o link neste parágrafo, desde que já se tenha entrado na conta).

Aqui é possível determinar quem vê as publicações (algo que pode ser mudado separadamente para cada publicação): toda a gente que tem uma conta no site, só os amigos, ninguém ou apenas grupos de amigos seleccionados.

Também é possível aceder a um registo integral da actividade (partilhas, “gostos”, etc)  e definir quem pode aceder a cada um dos itens, bem como limitar as pessoas que podem fazer contactos ou pedidos de amizade.

Nesta página, a opção “Bloquear”, na barra lateral esquerda, permite bloquear pessoas e aplicações. Um utilizador bloqueado deixa de poder ver as publicações na cronologia, fazer identificações em fotografias, convidar para eventos ou grupos, iniciar conversas  ou fazer pedidos de amizade.

Mais abaixo na mesma barra lateral esquerda, a opção “Anúncios” dá acesso a um link para uma página que permite desactivar algumas das publicidades personalizadas. Aqui, é possível fazer com que o Facebook deixe de mostrar anúncios com base em acções que os utilizadores fazem em sites externos (o Facebook pode monitorizar as actividades feitas em sites parceiros e usar essa informação para exibir publicidade). Clicar no botão “desistir”, porém, não significa que deixem de ser exibidos anúncios com base nas actividades do utilizador dentro da rede social: gostar de uma página continuará a ser usado para fins publicitários.

Uma outra página permite limitar os anúncios que são associados a actividades do utilizador. É preciso procurar na página a opção “Associar as minhas acções sociais a anúncios para” e escolher “ninguém”.

Google
Um bom sítio para começar a perceber o tipo de informação que o Google agrega é o painel de controlo. Aqui estão muitos dos serviços associados à conta do Google (do Gmail ao YouTube) e um resumo da actividade em cada um.
É possível aceder às opções de configuração e privacidade de cada um dos serviços – uma tarefa que, dependendo da quantidade de serviços que se deseje configurar, pode ser trabalhosa.

Por exemplo, os utilizadores da rede social Google+ (e todos os utilizadores do Gmail têm uma conta no Google+, mesmo que não a usem) podem configurar nesta página várias opções de privacidade e optar por desactivar comportamentos automáticos – como o tratamento de fotografias.

Uma opção importante nesta página diz respeito a publicidade. Aqui, é possível fazer com que o Google deixe de apresentar o perfil do utilizador como uma recomendação de um produto ou serviço. Basta certificar-se que a opção no fundo da página não está assinalada e premir o botão “Guardar”.

Nem todas as opções de privacidade, porém, estão acessíveis a partir das páginas de configuração dos serviços. Algumas requerem mais trabalho. Os utilizadores da ferramenta de conversação instantânea do Gmail poderão querer que as conversas não fiquem guardadas (tal como os emails, o Google guarda e permite que todas as conversas no chat sejam pesquisáveis por qualquer dos interlocutores). Para evitar o armazenamento, é preciso em cada janela de conversa aceder ao menu “Mais”, no canto superior direito, e seleccionar “Passar a modo não registado”.

A eficácia de todas estas configurações depende do rigor com que a empresa as cumpra. Tudo o que se passa nestes serviços pode de alguma forma ser analisado, e usado, pelo Google e o Facebook. Recentemente, um estudo mostrou que é possível analisar mensagens que os utilizadores escreveram no Facebook, mas acabaram por decidir não publicar.

 

ONU acusa Vaticano de ocultar abusos sexuais de crianças

Janeiro 17, 2014 às 4:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do i de 17 de janeiro de 2014.

Rodrigo Cabrita

Rodrigo Cabrita

Por Joana Azevedo Viana

Pela primeira vez, as Nações Unidas confrontaram a Igreja Católica com acusações de pedofilia, numa audiência em Genebra

O Vaticano está a ser confrontado publicamente pela primeira vez por uma instância internacional para que responda sobre a “ocultação sistemática” de abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica.

Numa audiência ontem em Genebra, levada a cabo por um painel de investigação das Nações Unidas, os membros da organização apresentaram uma série de duras questões ao representante do Vaticano sobre a razão por que não foram divulgados mais dados sobre os abusos e mais informações sobre o que a Igreja pretende fazer para prevenir estes casos no futuro.

No mês passado, o Vaticano tinha recusado aceder a um pedido em que o Comité da ONU para os Direitos da Criança (CRC) exigia mais dados sobre os abusos cometidos por padres e outros clérigos católicos, alegando que só tornaria essas informações públicas se outro país as requeresse como parte de investigações judiciais específicas.

Também em Dezembro, o papa Francisco anunciou que o Vaticano ia criar um comité de inquérito interno para lutar contra o abuso sexual infantil dentro da Igreja Católica.

De acordo com o jornalista da BBC em Genebra, um dos membros do comité da ONU deixou claro que “as coisas têm de ser feitas de forma diferente”. O arcebispo Silvano Tomasi, actual observador permanente do Vaticano junto das Nações Unidas, sublinhou que os crimes em questão “não podem nunca ser justificados” e que cada criança merece ser “inviolável”.

O Vaticano, que tem estatuto de país, é desde 1990 signatário da Convenção da ONU sobre os Direitos das Crianças, um instrumento legal criado para garantir a protecção dos direitos infantis. Contudo, depois da divulgação do primeiro relatório de implementação, em 1994, a Igreja Católica deixou de submeter relatórios sobre o assunto até 2012, quando começaram a surgir as primeiras denúncias por vítimas de abusos na Europa e noutros países.

Na quinta-feira passada, o papa Francisco disse, na sua homilia, que o escândalo dos abusos sexuais sobre crianças é “a vergonha da Igreja”. “Há tantos escândalos que não quero referi-los individualmente, já todos ouviram falar deles”, acrescentou perante centenas de fiéis.

Ontem, na primeira audiência levada a cabo pelo CRC, Tomasi garantiu, em resposta à pergunta “A Igreja Católica acredita que a pedofilia é algo que pode ultrapassar com sucesso?”, que “prevenir o abuso de menores é uma preocupação imediata e real” do Vaticano.

Quanto ao julgamento de acusados, o embaixador da Igreja na ONU disse que os padres “não são funcionários do Vaticano mas cidadãos dos seus países, sendo por isso abrangidos pela jurisdição destes”. Questionado sobre se o Vaticano pretende entregar às autoridades o arcebispo Jozef Wesolowski, enviado papal polaco na República Dominicana convocado em Setembro após ser acusado de abuso sexual de menores, Tomasi disse que este “está a ser investigado pelos procuradores do Vaticano”.

 

Teatro Infantil – O Gato das Botas – O Herói Contra-ataca

Janeiro 17, 2014 às 2:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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botas2

JANEIRO Sábados 11, 18 e 25, às 16h00

mais informações aqui

Quando as marcas comerciais influenciam os estudos científicos

Janeiro 17, 2014 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Diário de Notícias de 5 de Janeiro de 2014.

O estudo mencionado na notícia é o seguinte:

Financial Conflicts of Interest and Reporting Bias Regarding the Association between Sugar-Sweetened Beverages and Weight Gain: A Systematic Review of Systematic Reviews

clicar na imagem

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Adolescentes estão a aceder menos ao Facebook

Janeiro 17, 2014 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do i de 14 de Janeiro de 2014.

Declarações de David Ebersman Facebook CFO na notícia:

Facebook Admits Some Decrease Of Usage Amongst Young Teens For The First Time

Reuters

Reuters

Por Diogo Pombo

Facebook admitiu que os adolescentes estão a aceder menos à rede social. Por cá, foi difícil encontrá-los, mas não faltam pessoas que fugiram da rede social e não querem voltar

Uma das melhores amigas ia para a Argentina. Seriam vários meses com milhares de quilómetros pelo meio e a forma de os encurtar estava na internet. Leonor Burguete pensou e, “contrariada”, lá se juntou ao Facebook em nome da amizade. Durante “sete ou oito meses” por lá ficou, mas a rede social “suscitou uma vontade de saber mais, e mais, e mais sobre a vida dos outros”. Assustou-se. O regresso da amiga trouxe o fim da “aventura” na rede que lamenta ser “mal utilizada pela maior parte das pessoas”. Aos 22 anos, Leonor fugiu tão rápido como entrou, um episódio que ainda não se tornou tendência mas que o Facebook já notou no final do ano passado – menos jovens e adolescentes a acederem diariamente à rede social.

A confirmação apareceu em Outubro. O Facebook revelou o último dos seus relatórios de 2013 e David Ebersman, director financeiro da empresa, admitiu que de facto se tinha verificado um “ligeiro decréscimo no acesso diário de utilizadores, especialmente em adolescentes”. Não ficou claro se falou globalmente ou se apontou apenas ao mercado norte-americano.

Por cá o i encontrou várias ex-utilizadores que já baterem em retirado da rede social, mas apenas um era adolescente. E até Gonçalo Guerra está para conhecer alguém da sua idade que tenha tomado a mesma decisão. “Perguntam-me como consegui e dizem que vão fazer o mesmo. Mas saem e passado uma semana já lá estão outra vez”, desabafou. Com três dos seus 18 anos passados com a companhia do Facebook, o rapaz não vê razões para sequer pensar em regressar. “Vivo muito melhor sem aquilo”, garantiu, apontando antes os motivos que “há um ano e tal” o mantêm longe da rede social: por ser “uma falta de privacidade enorme” e por “não gostar” de falar ou conhecer pessoas através desta plataforma.

Gonçalo lamentou a quase “obrigação” que o Facebook impõe a quem por lá anda, de “estar sempre ligado” à rede. Também isso afastou Leonor, que chegou a utilizá-lo durante “quase metade de um dia” até à amiga regressar do estrangeiro. Quando voltou foi reduzindo o contacto com a rede como quem larga um vício. “Lá me alinhei com os astros e fui perdendo interesse”, brincou, e nos últimos tempos já só ia ao Facebook “duas ou três vezes por semana”. Assegura não estar “minimamente tentada a voltar” a uma rede à qual reconhece utilidade “se fosse para viver fora” e “manter o contacto” à distância.
De resto, o Facebook é hoje “um clube de voyeurismo”. A descrição vem de António Botelho e dos cinco anos que passou na rede, onde sobretudo “pesquisava conteúdos e assuntos” do seu interesse e partilhava preferências com amigos. Desligou-se da rede em 2011 e da “hora e meia” que lhe dedicava todos os dias. Hoje vê-a como “um meio muito artificial, superficial e com pouca utilidade”.

Nunca ponderou voltar, embora esteja consciente das “coisas que [lhe] passam ao lado”, como “oportunidades profissionais”. Algo compensado por “não ser invadido pelo muito lixo que por lá se divulga”, esclareceu António, de 25 anos. Uma vantagem, diz, é a “sorte de não estar dependente de um mural”.

Mafalda Luz não consegue encontrar nenhum ponto a favor claro. “Mas parece-me que não sentir falta é um sinal claro de que o Facebook não trazia grandes vantagens para o meu dia-a-dia”, argumenta quem se tornou dissidente da rede em Setembro, ao fim de cinco anos. Chegou a “ter o Facebook aberto umas quatro ou cinco horas” diárias até perceber que a sua privacidade “não existia”. Qualquer pessoa a podia aceder, conta Mafalda, de 26 anos, ao tocar num dos factores que para Paulo Peixoto, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, “mais tem penalizado” o Facebook – a “facilidade” com que nesta rede “os jovens se apercebem de que podem ser vigiados”. Daí Mafalda ter fugido com a sensação de que a sua privacidade “era fictícia”. Quando tomou a decisão, contudo, pensou: “Quanto tempo vou manter a conta fechada?”. Até hoje não voltou atrás, mas não garante que não o faça um dia.

Mafalda é a única a deixar a porta entreaberta. Mas nem assim Paulo Peixoto ousa falar em primeiros sinais de um declínio da rede social. “É demasiado cedo para decretar a morte do Facebook”, avisa, apesar de reconhecer que “não é difícil adivinhar que terá de se adaptar e reagir se não quiser ter um desgaste rápido”.

Mas Pedro Castro foi lesto a concluir que não lhe faz “diferença alguma” estar hoje longe do Facebook. O mais velho dos casos contactados pelo i, com 31 anos, também não pensa em regressar à rede pois “continua a encontrar fora do Facebook as necessidades” que tem para a sua vida. O par de anos e as “três horas por dia” que dedicou à rede social deixaram “de [lhe] fazer sentido”, por “estar associado a pessoas apenas por as conhecer” – apontando o exemplo de ter “300 amigos e só verdadeiramente falar com dez”. Até agora o abandono “não tem feito diferença” pois “mentalizou-se” que as informações que procurava (notícias, vídeos de música ou bandas) podiam “ser acedidas de igual forma” longe do Facebook.

Nenhuma deles se sente excluído por não integrar esta rede social. “O facto de terem hoje muitas outras alternativas”, explicou o investigador da Universidade de Coimbra, “faz com que reconstituam a sua rede de amigos já dentro de outras redes sociais”, acrescentou. Ou numa palavra: já existem muitas e várias possibilidades para quem tem um smartphone. A questão da “portabilidade” é “cada vez mais marcante”, explica Paulo Peixoto, e António Botelho confirmou-o quando revelou utilizar redes como o Whatsapp ou Viber (de mensagens instantâneas).

Também Gonçalo Guerra, o adolescente dos fugitivos, diz que hoje apenas usa o Instagram (partilha de fotografias). “Não implica dizer onde estou, o que ando a fazer, que estou cansado ou que isto e aquilo”, justificou, com traços de uma indignação que já deixou de ser raro o Facebook provocar.

CASOS

Gonçalo Guerra 18 anos

Está “há um ano e tal” sem Facebook e “nunca mais” pensou em voltar. Os 18 anos tornam-no um caso único. “É um feito enorme, não é?”, chega a questionar, sem conhecer outra pessoa da sua idade que tenha feito o mesmo. Vive “muito melhor” sem Facebook e hoje usa apenas o Instagram.

Leonor Burguete 26 anos

Passou “sete ou oito meses” nesta rede social e saiu “pelas mesmas razões” que entrou: uma amiga foi e voltou do estrangeiro. Vê oFacebook como“uma ferramenta mal utilizada” e que “a fazia perder tempo”. As “piadas” e “boas fotos” que hoje não vê têm “muito pouco peso” na sua vida.

Pedro Castro 31 anos

Fartou-se de “cada vez que acedia à Internet” ter “como mecanizado o acesso ao Facebook” e, ao fim de dois anos, concluiu “que não trazia nada de melhor” à sua vida. Perdeu a paciência e as três horas diárias que dedicava à rede. Afinal, chega à informação que pretende de “igual forma”.

António Botelho 25 anos

Deixou de se identificar com o que o Facebook se tornou: um meio “muito artificial” e “superficial” que apelidou de “clube de voyeurismo”. Aí “foi-se desligando” até sair passados cinco anos. As pessoas “já não conversam” e não acha difícil“imaginar uma mesa com quatro amigos agarrados ao telemóvel”.

Mafalda Luz 26 anos

Sentiu que a sua privacidade “era fictícia” e que “podia ser acedida por qualquer um”. Saiu em Setembro, pôs fim a cinco anos e diz “não sentir falta”. Às brincadeiras quem lhe perguntam como partilhar coisas consigo, responde com um pedido: “Envia-me por email, por favor.”


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