Sabe se o filho tem uma visão saudável? Descubra 7 perguntas frequentes e a que sinais deve estar atento

Setembro 16, 2022 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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sapo

 

Texto do Sapo Lifestyle 

No contexto do Dia Mundial da Criança, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) deixa-lhe a resposta a sete perguntas frequentes em oftalmologia pediátrica e a que sinais os pais devem estar atentos.

A visão é de forma geral considerada como um dos sentidos mais valiosos que o ser humano tem no seu corpo, no entanto nem sempre lhe é dada a devida atenção e é frequente não consultarmos um médico oftalmologista com a regularidade aconselhada. No caso das crianças este é um comportamento que pode trazer consequências graves no futuro, uma vez que por um lado nos primeiros anos de vida o olho se está a formar e, por outro, está mais recetivo a correções que devem ser feitas o mais cedo possível.

Tirámos algumas dúvidas com os especialistas da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

  1. Os ecrãs fazem mal aos olhos?

Os dispositivos digitais quando são bem utilizados podem ser importantes ferramentas educativas e de lazer. Contudo, é importante monitorizar a sua utilização, nomeadamente evitar que os mesmos estejam muito próximos dos olhos pois podem levar a queixas de cansaço visual, olho seco e a perturbações da focagem. Assim, aconselha-se seguir a regra 20/20/20, ou seja, a cada 20 minutos, uma pausa mínima de 20 segundos a uma distância mínima de 20 pés (6 metros).

  1. As crianças podem utilizar óculos de sol?

As medidas que se aplicam à proteção da pele nos mais novos estendem-se também à proteção ocular, ou seja, deve evitar-se a exposição direta ao sol entre as 11h e as 15h no período do Verão. Os óculos de sol não sendo obrigatórios, são aconselháveis. Ao escolher uns óculos para o seu filho certifique-se de que as lentes têm filtro de proteção contra os raios ultravioleta (UV) próximo dos 100% e que são de boa qualidade ótica (sem distorção), nunca devendo estar riscadas ou com falhas. E lembre-se: a cor escura não é sinónimo de maior proteção!

  1. As crianças até falarem não precisam de ir ao médico oftalmologista?

Existem exames simples que são capazes de quantificar a visão nos bebés desde tenra idade como, por exemplo, o teste do olhar preferencial em que através do interesse demonstrado pelo bebé por padrões de riscas com larguras diferentes se consegue obter o valor da acuidade visual de cada um dos olhos. Existe para cada idade nas consultas de oftalmologia testes adaptados com complexidade crescente até às escalas de visão dos adultos. Em crianças sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes e com comportamento visual aparente normal, a primeira consulta de Oftalmologia deve ser realizada por volta dos 3 anos e depois com a periodicidade indicada pelo seu médico oftalmologista.

  1. O estrabismo na criança cura-se de forma natural com o seu crescimento?

Qualquer alteração do alinhamento dos eixos visuais, mesmo que não permanente, presente depois dos 6 – 9 meses de idade não é normal e a criança deve ser observada numa consulta. Por outro lado, há formas de estrabismo que aparecem mais tarde, nomeadamente as que estão associadas ao esforço acomodativo (de focagem), que tipicamente surgem pelos 3 – 4 anos de idade, em crianças até aí sem qualquer alteração aparente. Mais do que existir uma cura simples, o tratamento do estrabismo é um processo de reabilitação exigindo um trabalho conjunto com o médico oftalmologista, a criança e os pais.

  1. É natural as crianças coçarem os olhos?

É natural, mas não significa que seja benéfico. Coçar os olhos de maneira repetitiva constitui um traumatismo físico que pode levar ao adelgaçamento e deformação da córnea (parte transparente do olho que se situa à frente da íris). Adicionalmente, o coçar pode induzir a inflamações oculares e até mesmo infeções, uma vez que as mãos são portadoras de agentes infeciosos. Neste sentido, apesar do estímulo que as crianças têm para o fazer, nomeadamente as que sofrem de alergias, este comportamento deve ser fortemente desincentivado pelos pais.

  1. As crianças não podem usar lentes de contacto?

A primeira ferramenta na correção das perturbações de focagem (erros refrativos) nas crianças são os óculos com lentes graduadas. No entanto, em casos selecionados as lentes de contacto também são uma opção, podendo ser adaptadas a qualquer idade. O uso de lentes de contacto neste escalão etário exige maior vigilância pelo médico oftalmologista e uma monitorização contínua diária por parte dos pais.

  1. Lacrimejar é comum e normal nos mais novos?

A obstrução do canal nasolacrimal (que leva as lágrimas do olho ao nariz) é frequente nos bebés, acabando por se resolver nos primeiros meses de vida na grande maioria dos casos só com recurso a massagem no canto interno do olho. No entanto, na presença de lacrimejo constante que condicione episódios repetidos de infeção ocular (conjuntivite) e/ ou na ausência de resolução até aos 6 meses, o bebé deve ser observado por um médico oftalmologista.

Ana Vide Escada, coordenadora da secção de oftalmologia pediátrica e estrabismo do Hospital Garcia de Orta e Secretária-Geral Adjunta da SPO, afirma: “Com o avançar da idade, os mais pequenos podem não apresentar queixas e não notar que por exemplo a visão de um dos olhos é diferente da visão do outro e vão-se habituando a ver desta forma. Por vezes são os professores que notam que a criança cerra os olhos ou cobre um olho para ler o quadro. Os pais devem estar atentos a qualquer alteração do normal comportamento visual dos seus filhos, nomeadamente se se aproximam muito da televisão ou dos monitores, ou se têm tendência para quase colarem a cara aos livros para conseguir ler”.

Neste sentido, “a prevenção e as consultas regulares com um médico oftalmologista são sempre a melhor opção a seguir por parte dos pais, principalmente quando se verificam indícios de que a criança pode ter alguma dificuldade visual”, acrescenta ainda Madalena Monteiro, coordenadora do Grupo de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da SPO.

Para mais informações sobre saúde ocular, consulte: https://spoftalmologia.pt/

 

Pandemia teve efeitos graves na visão de crianças e jovens

Outubro 22, 2021 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Diário de Notícias de 15 de outubro de 2021.

Projeto VAN – Vision as Needed realizou 250 rastreios nesta semana, em vários agrupamentos escolares da cidade. Cerca de 25% das crianças foram identificadas com problemas de visão. Ensino à distância e o aumento do uso de ecrãs fizeram aumentar casos de miopia.

A pandemia teve efeitos nefastos na visão de crianças e jovens. O ensino à distância e o horizonte muito próximo com ecrãs aumentou os casos de miopia.” A afirmação é de Margarida Barata, diretora de marketing da Fundação VAN – Vision as Needed – Essilor (Europa) e responsável por um programa de rastreio visual que está a decorrer em vários agrupamentos escolares, no Porto. A ação inclui, além do rastreio, “consultas de oftalmologia e a oferta de óculos (lentes e armações) a alunos do Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto, que cobre um tecido socioeconómico particularmente frágil”. Ao DN, Margarida Barata explicou que o programa começou no final de 2019 com o consultório móvel de oftalmologia da Fundação Vision for Life a marcar presença na Aldeia SOS de Gulpilhares e no Centro Porta Amiga AMI, de Gaia, tendo sido depois “interrompido devido à pandemia”. “Implementamos o programa no mundo inteiro, desde a China ao Sudão, e, em Portugal, a nível nacional. Os problemas de visão são responsáveis por dificuldades de aprendizagem. Sem ver bem, não se aprende. A título de exemplo, nesta semana identificámos um caso grave de nistagmo, num aluno que era considerado um elemento perturbador em sala de aula. A perturbação dele residia no problema de visão. Não se consegue concentração quando não se vê bem…”, refere. A mesma responsável relembrou que os especialistas estimam que, em 2050, “metade da população mundial será míope”.

Tendo como base a Escola Básica e Secundária do Cerco, onde foram colocadas as carrinhas móveis de rastreio e consulta, alunos das escolas de Campanhã, Cerco e São Roque já fizeram uma primeira avaliação. Cerca de 25% dos estudantes, entre os 6 e os 18 anos, apresentaram problemas de visão “leves”, como miopia ou astigmatismo, mas também foram identificados problemas graves de córnea ou altas miopias.

“O nosso grande objetivo é voltarmos daqui a dois anos para ver a evolução dos casos agora diagnosticados”, adianta Margarida Barata. Em março de 2022, a Fundação VAN – Vision as Needed vai levar a cabo mais uma semana dedicada a rastreios de visão, em três escolas do Agrupamento do Cerco. “Para muitas crianças, este é o primeiro rastreio que fazem e pode fazer toda a diferença no seu percurso escolar”, sublinha Margarida Barata. Catarina Mateus, coordenadora do curso de Ortóptica da Escola Superior de Saúde do Porto, também destaca a importância destas ações de rastreio. “O nosso objetivo é fazer a diferença na vida destas crianças. Para muitas, esta é a única forma de obter um diagnóstico. Os nossos alunos de 3.º ano ajudam no rastreio, supervisionados pelos professores”, adianta.

Projeto “Salta à Vista”

Rafaela Santos, de 10 anos, aluna do 5.º ano, “já tinha ido a um doutor” antes. “Ele disse que via um bocadinho mal, mas que ainda não precisava de óculos. Agora vim fazer o rastreio para saber se melhorei ou se preciso de usar”, explica, feliz com “um dia bom para as crianças que não conseguem ir ao médico quando precisam”. Rafael, de 11 anos, fez ontem o seu primeiro rastreio à visão. “Vejo mal quando estou muito à frente ao pé do quadro, mas vou ver o que diz o médico”, contou ao DN, enquanto esperava a sua vez para ser atendido. E enquanto crianças e jovens aguardam a sua vez, há outras atividades pedagógicas e lúdicas a decorrer, sob o olhar atento da mascote Essi (uma personagem concebida e produzida pela Essilor Portugal), que é uma simpática toupeira que passou a ver bem depois de começar a usar óculos e a quem foi dedicado o livro A Toupeira Que Passou a Ver o Mar.

“Alunos e professores são convidados a fazer um jogo de perguntas sobre saúde visual, de forma a sensibilizá-los para a importância da visão. É ensinar a ver bem para aprender melhor”, explica Margarida Barata. O projeto “Salta à Vista” (https://saltaavista.pt/) é implementado ao longo de todo o ano letivo. A inscrição é gratuita e aberta a todas as escolas públicas e privadas e aos pais.

A semana de rastreios vai continuar ao longo do ano, com mais ações. O objetivo da VAN – Vision as Needed é chegar a 2 mil jovens carenciados. A fundação relembra que existem 16 mil crianças e jovens em Portugal com “anomalias visuais facilmente compensáveis com óculos e que uma em cada três crianças do ensino básico tem uma deficiência visual não detetada ou corrigida”, sendo, por isso, “muito importante rastrear”.

Como identificar problemas de visão nas crianças?

Julho 22, 2019 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da TSF de 8 de julho de 2019.

Por  Rita Costa

Uma criança que se aproxima muito da televisão ou que semicerra os olhos pode ter problemas de visão. Raul de Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria revela sinais que merecem atenção.

“Quando uma criança tenta ler um livro demasiado perto ou se aproxima muito da televisão para ver isso é, normalmente, denunciador de miopia”, afirma Raul de Sousa que acrescenta outros sinais que podem revelar problemas de visão.

Ouça aqui o programa completo.

” Semicerrar os olhos é um sinal de que alguma coisa não está a funcionar bem.” Além disso, há as dores de cabeça e os olhos desalinhados. Sinais que pelo que adianta o presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria podem indicar igualmente problemas de visão e devem levar a uma consulta de especialidade.

Uma quebra acentuada no desempenho escolar deve também alertar os pais. Muitos vezes é algo que não está bem com os olhos das crianças.

Para ir vigiando o estado da visão das crianças, Raul de Sousa recomenda que se faça uma experiência pelo menos de três em três meses. “Tapar um olho, olhar à distância e comparar a visão com o outro olho, ou seja, tapar os olhos alternadamente e comparar a visão de um olho para o outro.” Além disso é importante fazer consultas de rotina.

Incentivar as crianças a passar tempo no exterior pode ser a chave para proteger a visão

Janeiro 8, 2018 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto da http://visao.sapo.pt/ de 2 de janeiro de 2018.

Cátia Leitão

Hoje em dia as crianças passam horas agarradas aos telemóveis, tablets e consolas. Se está preocupado com a visão do seu filho talvez deva incentivá-lo a procurar novos passatempos

Nos últimos anos as crianças perderam o hábito de sair para a rua e brincar com os amigos e colegas. Esse hábito foi substituído por várias horas a mexer no telemóvel e em frente ao computador ou às consolas. Além de não ser saudável, esta nova realidade pode realmente prejudicar as crianças em diversos níveis, um deles diz respeito à visão.

O número elevado de horas que os mais pequenos passam agarrados aos dispositivos tem levado ao aumento de crianças com dificuldades de visão, principalmente com miopia, caracterizada pela falta de visão à distância. A miopia é uma alteração da morfologia do globo ocular que afeta a forma como as imagens são formadas e transmitidas ao cérebro e leva a que as imagens de objetos distantes se formem em frente da retina. Uma pessoa míope vê os objetos longe dela como se estes estivessem desfocados, mas consegue ver com nitidez os objetos mais próximos.

Os especialistas acreditam que o aumento de crianças com miopia se deve à pouca exposição que estas têm, atualmente, à luz natural. Annegret Dahlmann-Noor, oftalmologista no Hospital Moorfields em Londres disse à BBC que “a principal causa [deste aumento] é a falta de exposição à luz direta do sol, porque as crianças que estudam muito e que usam computadores, smartphones ou tablets têm menos oportunidade de aproveitar o mundo exterior e estão menos expostas à luz do sol”.

Annegret Dahlmann-Noor, tem três filhos e considera que tentar acabar com o uso dos dispositivos é irrealista. “A única coisa que se pode fazer é dizer às crianças que [o uso excessivo dos telemóveis] pode deixar os olhos desconfortáveis e torná-los míopes por isso não podem usar as tecnologias tanto tempo quanto gostariam”, diz Annegret.

A miopia aparece normalmente em crianças e adolescentes e é mais frequente no sexo feminino. Estima-se que em Portugal, 25% da população sofra com miopia, embora existam poucos estudos a este nível. Um deles foi divulgado pela Universidade do Minho em 2015 e concluiu que a percentagem de alunos no ensino superior com miopia tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. Este estudo analisou 200 estudantes e teve dois momentos diferentes, um em 2002 e outro em 2014. No primeiro momento, 23% dos alunos tinha miopia enquanto que no segundo momento a percentagem aumentou para 42%.

Chris Hammond, professor de oftalmologia na Universidade de Londres, disse à BBC que a miopia está a tornar-se cada vez mais comum. Este problema visual “tem atingido níveis epidémicos no este da Ásia, Singapura, Taiwan e Coreia do Sul onde afeta 90% dos jovens com 18 anos”, disse o oftalmologista, acrescentando que “na Europa, estes valores estão a subir e entre 40% a 50% dos jovens adultos da Europa Ocidental que estão na casa dos 20 anos têm miopia. Esta percentagem tem aumentado gradualmente desde o século passado em que os valores estavam entre 20% e 30%”.

Segundo os especialistas, nomeadamente Chris Hammond, a chave para o problema é incentivar as crianças a brincar no exterior o mais possível. “A proteção contra o desenvolvimento da miopia é o tempo passado na rua – desporto e lazer ao ar livre são boas formas de proteger a visão”, diz Hammond. O professor acrescenta ainda que “num mundo perfeito devíamos passar 2 horas ao ar livre por dia para proteger as crianças de desenvolverem miopia”.

 

Síndrome visual de computadores já afeta milhões

Julho 11, 2016 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Expresso de 26 de junho de 2016.

Colin Anderson

Vera Lúcia Arreigoso

Doença provocada pelas novas tecnologias manifesta-se por cansaço ocular, ardor nos olhos ou visão desfocada. Pode afetar 25% de quem está mais de três horas diárias frente a um monitor

O computador mudou o olhar sobre o mundo e está a mudar a nossa visão. O monitor encurtou as distâncias e a proximidade torna cada vez mais difícil ao homem ver bem. Ter a sensação de cansaço ocular, visão desfocada ou dores de cabeça não são apenas queixas comuns ao fim de várias horas de olhos postos num ecrã. São sintomas de uma nova doença oftalmológica: a síndrome visual de computador.

O problema de saúde emergente atinge, em média, 20% a 25% das pessoas que todos os dias passam mais de três horas seguidas a olhar para um monitor ou ecrã, seja de computador, telemóvel ou tablet. “Com a crescente utilização, e em todas as idades, este é um problema epidémico. Tem vindo a aumentar de forma exponencial e pode tornar-se um problema de saúde pública”, alerta a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Maria João Quadrado. Atualmente 75% das atividades do dia a dia implicam utilizar um computador.
Estudos internacionais estimam que 70 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão em risco de sofrer este tipo de lesão ocular ou mesmo outra mais grave e que este número vai continuar a crescer. “As pessoas olham para ecrãs quando precisam e quando não precisam, aumentando o risco”, explica a especialista.

Em Portugal, não há números sobre a população afetada. No entanto, as queixas típicas da síndrome visual de computador surgem com frequência perante os oftalmologistas, que veem nos olhos vermelhos e na irritação ocular apresentada pelos doentes os sinais clínicos que identificam o problema de saúde. “Diariamente trato pessoas com os sintomas associados a esta síndrome, como sensação de cansaço ocular, ardência, visão desfocada ou dupla, dores de cabeça, no pescoço, nos ombros…”, garante António Magalhães, presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos.

Menopausa, infância e velhice aumentam riscos

Os efeitos negativos são comuns a todos os utilizadores assíduos de dispositivos informáticos, mas os que têm uma saúde mais frágil são, também por isso, mais vulneráveis. “As crianças e os idosos estão em maior risco de desenvolver queixas. As crianças porque têm pouco autocontrolo na utilização, por negligenciarem os sintomas e porque a ergonomia das condições de utilização raramente estão desenhadas para elas”, explica António Magalhães. Além disso, têm “tendência para se aproximarem demasiado do monitor por períodos longos”.

Entre a população idosa, o risco também é mais elevado, no caso devido “à deterioração da qualidade e da facilidade de lubrificação da superfície ocular”, acrescenta o especialista da Ordem dos Médicos. E avisa ainda que “as mulheres após a menopausa constituem um grupo de risco muito particular”, assim como os utilizadores de lentes de contacto. Estudos a nível mundial apuraram que a prevalência de sintomas é de 16,9% entre quem tem lentes e de 9,9% entre quem não necessita de as utilizar.

A síndrome surge muitas vezes associada a dores de cabeça, ainda assim os neurologistas não valorizam o sintoma. “É uma matéria deste século, mas que não nos ocupa muito”, diz o presidente do Colégio de Neurologia da Ordem dos Médicos, José Barros. “Fala-se muito de dores de cabeça mas são inespecíficas e a sua prevalência é idêntica à das cefaleias primárias (enxaqueca e cefaleia de tensão). Isto é, cerca de 30% dos adultos têm cefaleias crónicas recorrentes, com ou sem exposição a tecnologias.”

A comunidade médica — que “conhece o problema como entidade clínica bem definida desde 2005, com base num artigo publicado no Survey of Ophthalmology”, diz António Magalhães — consegue, para já, prevenir e tratar. A utilização dos equipamentos deve ser feita nas melhores condições possíveis, por exemplo com monitores de qualidade e devidamente posicionados, um espaço envolvente com ar pouco seco, sem ventiladores ou pó de papel, ou ainda sem luz intensa e constante.

E claro, fazendo pausas. “Os oftalmologistas recomendam a regra 20-20-20: a cada 20 minutos, parar 20 segundos e olhar para alguma coisa a 20 pés (cerca de seis metros)”, adianta Maria João Quadrado.

“Trata-se de um problema que está em crescimento acelerado, resultante da evolução tecnológica e da mudança de paradigma no trabalho, em todo o caso é possível prevenir ou pelo menos minorar”, afirma o responsável da Ordem, António Magalhães. E receita: “O primeiro passo é o reconhecimento da doença pelos doentes e pelos médicos, que passa por campanhas de informação.”

Gerações futuras vão perder visão

A síndrome visual de computador até pode ser tratada, mas será difícil, se não mesmo impossível, apagar os males já infligidos pelo domínio da tecnologia no mundo moderno. “As nossas crianças brincam cada vez menos na rua e mais nos computadores, ficando menos expostas à luz solar e à visão ao longe, e a miopia está a aumentar. Vê-se mais ao perto e a falta de sol reduz a produção de dopamina, essencial para evitar o aumento axial do globo ocular: o tamanho normal é de 22 a 23 centímetros e um míope tem 24 ou até mais de 25”, explica Maria João Quadrado. A médica alerta: “As novas gerações vão ver pior do que as anteriores.”

 

 

 

Sol na eira, óculos nas crianças… Mário Cordeiro

Abril 6, 2016 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Crónica de Mário Cordeiro publicada no i de 22 de março de 2016.

mario.cordeiro

Ontem começou a primavera e no domingo muda a hora. Chega assim a altura de proteger os olhos dos ultravioletas. Usar óculos é fundamental a partir dos quatro meses até pelo menos aos 15 anos

Um dia, há um par de anos, ouvi a conversa que relato abaixo. Curiosamente, passado tanto tempo, continuo a ver nas recomendações que faço sobre a proteção ocular uma enorme desconfiança por parte de muitos pais. Por incrível que pareça, e mesmo com o conhecimento alargado sobre o problema do “buraco do ozono”, há uma ideia felizmente generalizada de que é necessário as crianças usarem creme protetor solar, mas quanto ao uso de óculos escuros já a porca torce o rabo e a lógica não se aplica. 

Vou então contar-vos o episódio e… já falamos.

“Qualquer dia têm um Ferrari!”

Foi daqueles momentos em que toda a gente ficou em silêncio, daqueles que acontecem de vez em quando mesmo que estejam 300 pessoas na sala, e a voz dela sobressaiu por cima de tudo.

“Qualquer dia têm um Ferrari!” 

Quem é que teria qualquer dia um Ferrari era coisa que eu não sabia, na altura, e também me era indiferente, mas uma coisa era patente: o ar desdenhoso e irritado daquela pessoa.

Não sou propriamente de estar a escutar às portas, mas estávamos num café e fiquei curioso por saber quem é que realmente qualquer dia teria um Ferrari. 

Em resumo: tratava-se de uma mãe, de dois filhos pequenos, que estava indignada por o pediatra das crianças ter dito que era recomendável utilizar óculos escuros durante o verão, mesmo na cidade.

“Modernices!”, declamava a dona que, por acaso reparei, trazia os seus óculos escuros, os quais, ali, dada a baixa intensidade da luz, tinha puxados sobre o cabelo (“como se tivesse miopia cerebral”, costumava dizer o meu pai).

“Modernices… só lhes falta o Ferrari, realmente!”

“Escandaloso”, de facto, que o médico encarregado da promoção da saúde das crianças tentasse proteger a retina dos infantes – de 8 meses e 3 anos, vim a saber mais tarde na conversa. Incrível, que recomendasse proteção contra os ultravioletas, por acaso até os mesmos que queimam a pele (a dama não falou do creme protetor, mas aposto que, pelo menos, ela se besuntará com ele à saciedade e não se esquecerá de pôr nos filhos, mesmo que de raspão e só uma vez ao dia). Inacreditáveis, estes pediatras, que sabem que existe uma coisa chamada buraco do ozono e que as radiações UVA e UVB não são filtradas pelo cristalino das crianças (dos adultos são!), e daí causarem queimaduras na retina…

Os primeiros estudos vieram da Austrália e demonstraram que, para lá das ações dos ultravioletas sobre a pele, com desenvolvimento de cancro, envelhecimento e perda da elasticidade ou formação de rugas, e queimaduras, a retina sofria perturbações graves – microqueimaduras que, em estudos efetuados nesse país em adolescentes, serviram para detetar percentagens superiores a 80% de jovens com essas microlesões que afetavam já a visão. Resultados do buraco do ozono, é certo, mas também de a pele e os olhos das crianças serem mais sensíveis, de se exporem mais ao sol e de se constatar que, em toda uma vida, 80% dos raios ultravioletas que o corpo apanha são recebidos nos primeiros 15 anos de vida. 

No que respeita aos olhos, o cristalino não atua como filtro e a retina é que leva… ou seja, os adultos andam de óculos escuros mas, sem ser por razões de conforto, não precisavam; a muitas crianças, numa idade em que realmente é necessário usar proteção, esta é-lhes negada pelos próprios pais. Insólito, não é? A partir dos quatro meses e no período correspondente à hora de verão, todas as crianças deveriam usar óculos escuros no exterior, quando está sol ou, mesmo sem sol, num dia muito claro. Usar desde bebé, para lá da prevenção das queimaduras da retina, tem a vantagem de criar um hábito.

Um dia mais tarde, as crianças crescerão, fazendo parte de uma geração que precisa da visão como de pão para a boca. O que dirão, quando souberem que a própria mãe ou pai se estiveram, desculpem-me o calão, marimbando para a sua proteção?

Usar óculos escuros é essencial para as crianças de todas as idades. Não é preciso ser “de marca”, mas que protejam contra os UVA e UVB – em qualquer farmácia ou loja de puericultura se encontram a preços muito baixos. Requer habituação? Sim. Requer paciência? Claro que sim. Requer persistência e, por vezes, comprar birras? Evidentemente que sim. E requer amor pelos filhos, mais do que show-off e ignorância, ou as profecias apocalípticas e mentiras científicas das redes sociais? Também sim. Tudo isto mais, bastante mais difícil do que ter dinheiro para um Ferrari… mas que demonstra mais, bastante mais amor e interesse pelos filhos do que dar-lhes um.

 

 

 

Ministério da Educação alerta escolas para cuidados na observação de eclipse solar

Março 17, 2015 às 12:30 pm | Publicado em A criança na comunicação social, Vídeos | Deixe um comentário
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Notícia do Diário Digital de 16 de março de 2015.

eclipse

O Ministério da Educação e Ciência alertou hoje as escolas para os cuidados na observação, na sexta-feira, do eclipse total do Sol, que será parcial em Portugal, devido aos riscos de lesões oculares, inclusive cegueira.

Em Portugal, o eclipse começa pelas 08:00 (hora de Lisboa) e termina pelas 10:00, com o seu pico a acontecer pelas 09:00.

Em comunicado, o ministério lembra que a observação do Sol “requer procedimentos de segurança corretos que, a não serem observados, terão como consequência graves riscos para a visão e, no limite, a cegueira”.

Na nota, a tutela adianta que a Direção-Geral de Educação, em colaboração com o Observatório Astronómico de Lisboa e a Direção-Geral da Saúde, enviou hoje às escolas “informação pormenorizada” sobre o eclipse solar e os cuidados a ter durante a observação.

O ministério avisa que o Sol “nunca deve ser observado diretamente sem filtros solares oculares”, mais conhecidos como “óculos de eclipses”, nem através de óculos escuros, vidros negros fumados, películas ou negativos fotográficos e radiografias.

A observação com óculos de proteção especial “nunca deve exceder períodos de 30 segundos”, fazendo-se “sempre intervalos de três minutos de descanso”.

A tutela sugere como método seguro de observação do eclipse a projeção da imagem do Sol num cartão, por meio de um orifício, ou a visualização da imagem projetada na sombra das árvores.

O comunicado do ministério esclarece que os alunos podem assistir, na quarta-feira, a uma vídeo-difusão sobre a temática, a partir das 11:00, em http://live.fccn.pt/mec/dge/eclipse.

O eclipse solar de sexta-feira será total apenas no extremo norte do Oceano Atlântico, nas ilhas Faroé (Dinamarca) e Svalbard (Noruega) e na região Ártica, de acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa. No resto do mundo, será visto como parcial.

Um eclipse do Sol sucede quando a Lua, satélite natural da Terra, se interpõe entre o seu planeta e o Sol, ocultando total (eclipse total) ou parcialmente (eclipse parcial) a luz solar.

Diário Digital com Lusa

 

 

“Estudo liga autismo nos rapazes a níveis hormonais durante a gravidez”

Junho 11, 2014 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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“A exposição a testosterona, cortisol e outras hormonas durante o tempo de gestação está relacionada com os casos de autismo em crianças do sexo masculino, concluiu uma investigação.

Cientistas britânicos e dinamarqueses recorreram a registos médicos e material genético arquivados na Dinamarca para analisar amostras de líquido amniótico realizadas em 128 gravidezes que resultaram no nascimento de crianças a quem mais tarde foi diagnosticado autismo. Em comparação com o grupo de controlo, o líquido amniótico (recolhido em amniocintese) dos rapazes autistas revelou níveis mais elevados de testosterona e também  da hormona do stress, o cortisol.

“No útero, os meninos produzem cerca do dobro da testosterona do que as meninas, mas, comparados com meninos típicos, o grupo de autistas tem níveis ainda superiores. É uma diferença significativa e pode ter um grande efeito no desenvolvimento do cérebro”, acredita Simon Baron-Cohen, diretor do Centro de Investigação do Autismo da Universidade de Cambridge.

A investigação poderá agora ajudar os cientistas a explicar porque é que os rapazes são quatro vezes mais suscetíveis de serem diagnosticados com a doença do que as raparigas.

Testes anteriores em animais mostaram que a testosterona desempenha um papel crucial na formação do cérebro masculino in utero.

Os autores deste estudo sublinham, no entanto, que alguns dos meninos expostos a níveis altos de testosterona durante a gravidez tiverem um desenvolvimento perfeitamente normal, enquanto outros, com exposição normal, vieram a ser diagnostidados com autismo”.

Revista Visão, 3 de Junho de 2014

O estudo mencionado na notícia é o seguinte:

Elevated fetal steroidogenic activity in autism

Videojogos ajudam a melhorar a vista

Fevereiro 28, 2014 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do i de 18 de Fevereiro de 2014.

O resumo e o PowerPoint da comunicação de Daphne Bavelier podem ser consultados:

Resumo

Your Brain on Video Games: Myth and Reality

PowerPoint

http://www.bcs.rochester.edu/games4good/talks/01%20Bavelier%20WH2012_082112.pdf

i

A neurocientista Daphne Bavelier defende esta teoria há mais de 10 anos

Ao contrário do que se pensava, os videojogos podem ser benéficos para a vista. A conclusão é de uma neurocientista das Universidades de Rochester, nos Estados Unidos e Genebra, na Suíça.

No encontro nacional da Associação Americana para o Avanço da Ciência, Daphne Bavelier defendeu esta teoria, dizendo ainda que os jogos “violentos” são os melhores para a visão.

Isto explica-se pelo facto de o jogador ter de atingir alvos que se movem, o que desenvolve a sua capacidade visual.

Há mais de 10 anos que Daphne Bavelier publica estudos que defendem que a acuidade visual aumenta nos jovens jogadores.

 

 

Um quinto das crianças com problemas de visão

Setembro 23, 2013 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Jornal de Notícias de 10 de setembro de 2013.

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quinto

 

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