Investigadores criam programa para ajudar crianças com autismo

Março 1, 2023 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do NotíciasaoMinuto de 20 de fevereiro de 2023. 

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços da Saúde (CINTESIS) desenvolveram um programa para melhorar as competências de crianças com perturbações do espetro do autismo ou de linguagem, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o centro esclarece que o estudo, publicado na revista científica ‘Brain Sciences’, visava “promover a melhoria das competências programáticas” de crianças com perturbações do espetro do autismo ou de linguagem.

Focada em crianças com dificuldade em “olhar nos olhos, pedir algo ou exprimir emoções”, a equipa de investigadores – coordenada por Marisa Lousada do CINTESIS@RISE e da Universidade de Aveiro – desenvolveu, validou e testou o novo programa, que “já está a ser aplicado em dezenas de jardins-de-infância” do país.

O programa tem por base um estudo experimental, realizado com 20 crianças, em idade pré-escolar, com perturbação do espetro do autismo, perturbação do desenvolvimento da linguagem e problemas de aprendizagem e de socialização.

As sessões decorreram em 16 jardins-de-infância do distrito de Aveiro, sendo que cada criança frequentou 24 sessões.

Para a criação de “uma intervenção personalizada”, os investigadores contaram com a ajuda das educadoras de infância, pais e encarregados de educação, bem como das outras crianças do jardim-de-infância que “foram envolvidas em algumas sessões”.

De acordo com o CINTESIS, os resultados do estudo mostraram uma “melhoria significativa em diferentes competências programática”, em particular ao nível da linguagem.

“Esta melhoria foi observada quer através da avaliação das crianças, quer através da opinião dos pais e das educadoras de infância”, acrescenta.

Citada no comunicado, a investigadora Marisa Lousada salienta que este “é o primeiro estudo experimental realizada com este problema no país”.

“Os terapeutas da fala podem utilizá-lo com outras crianças para uma prática clínica informada na evidencia científica”, acrescenta.

Para responder às solicitações de educadores de infância e terapeutas da fala, os investigadores fizeram uma “edição de autor”, estando a ferramenta — que inclui um manual com todas as atividades e um conjunto de 300 cartões em papel com ilustrações coloridas – disponível para os profissionais.

Além do CINTESIS@RISE e da Universidade de Aveiro, o estudo contou com a colaboração do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.

The Effects of the Pragmatic Intervention Programme in Children with Autism Spectrum Disorder and Developmental Language Disorder

 

Crianças com deficiência não são anjos nem fardos

Setembro 12, 2022 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Artigo de opinião de Andréia Azevedo Soares publicado no Público de 5 de setembro de 2022.

Andréia Azevedo Soares
A visão angelical que se tem muitas vezes da criança com deficiência pode desumanizá-la, destituindo-a de experiências emocionais e físicas próprias do humano — como a raiva e o desejo sexual.

Desde que a minha família foi tocada pelo autismo, tenho vindo a identificar diferentes padrões narrativos sobre esta condição. Há uma linha que advoga que as crianças com deficiência são angelicais, seres de luz, quase dotados de uma certa sobrenaturalidade. Nessa perspectiva, só famílias especiais, escolhidas por Deus, teriam capacidade para acolher estas criaturas celestes, de quem se espera uma postura dócil e assexuada.

Existe uma outra linha ancorada em metáforas bélicas, que já foi bem estudada por autores como Susan Sontag. Os pais são vistos como guerreiros numa batalha contra a deficiência. O inimigo principal é a “doença”, que deve ser combatida sem tréguas, ainda que o autismo seja uma parte indissociável da criança que se pretende salvar na guerra. Aceitar o autismo é desistir da luta. Há uma variação desta linha com um jargão mais atlético: heróis que superam barreiras e nos inspiram ao enfrentar provas diárias com coragem e resiliência. Para vencer a maratona do autismo, é-lhes exigido força, foco e determinação. Superação é uma palavra-chave.

Identifico ainda as abordagens caritativa e fatídica, que muitas vezes se sobrepõem às anteriores. Nelas, a criança é uma pobrezinha, uma coitadinha que veio ao mundo dar cabo da felicidade doméstica. À família cabe agora carregar o pesado ónus da deficiência e estender a mão para obter ajuda, tanto do Estado como da sociedade. Há uma silenciosa nota de castigo divino quando nos dizem: “Deus nunca nos dá um fardo que não possamos carregar”.

Os discursos quotidianos sobre o autismo podem combinar elementos de linhas diferentes, como uma colcha de retalhos. Se enunciados por pessoas que não estão próximas da deficiência, estes fragmentos discursivos são muitas vezes frases feitas, slogans gravados de forma acrítica na memória, debitados para fazer as despesas da conversa e, simultaneamente, atenuar o desconforto de um diálogo sobre a deficiência em si. Diz-se uma ou outra fala de circunstância, encerra-se o tema e a vida pode seguir sem ser necessário voltar ao assunto.

Quando expressados por famílias atípicas, estes discursos podem constituir ferramentas que ajudam os cuidadores a encapsular o autismo numa história, atribuindo propósito ou nexo causal às suas vivências. Narrativas são explicações possíveis do mundo. Vejo estas retóricas como possivelmente úteis, reconfortantes, conciliadoras para muitas famílias. Muitos pais detêm o controlo da sua própria história valendo-se destas narrações. Repito: podem ser úteis. Respeito cada uma delas, mas não me identifico com nenhuma.

O autismo constitui uma deficiência. Isto significa que, numa lógica de equidade, apoios e serviços específicos devem ser oferecidos à criança e à família. A visão trágica do autismo deriva, em parte, das dificuldades reais que a maior parte das famílias enfrenta: discriminação, filas de espera, processos morosos na Segurança Social, ausência de recursos pedagógicos ou terapêuticos, funcionários pouco compreensivos, precariedade laboral, orçamentos limitados.

O desejo de não fazer parte de uma comunidade minoritária tem também raízes nesta colecção de obstáculos. Quem, em sã consciência, deseja ter de matar um leão por dia para conseguir um simples atestado multiusos, uma mera vaga, um apoio, uma luz verde? Ninguém.

De acordo com os Censos de 2011, há em Portugal 1.792.719 pessoas com pelo menos uma incapacidade (não encontrei estes dados actualizados nos resultados provisórios de 2021). Isto quer dizer que quase 20 por cento da população nacional declara-se com algum grau de deficiência.

Não é um fenómeno raro. Ainda assim, o padrão funcional dos restantes 80% determina em grande parte a lógica das dinâmicas sociopolíticas: como são desenhados os espaços, como o conhecimento é transmitido, como os corpos circulam no território ou quanto dinheiro será gasto em estruturas, apoios e programas de inclusão. O mundo não foi construído à medida de todos.

Conheço famílias em vários países que fizeram as pazes com a deficiência e, em particular, com o autismo. Que têm um interesse genuíno pelo funcionamento díspar do cérebro autista. Querem compreender a diferença. Vêem riqueza nessa troca. Olho para estes casos e pergunto-me o que está por trás dos seus corações tranquilos. A divergência que encontro é quase sempre esta: contam com uma rede de apoio forte, facultada quer pelo Estado quer pela comunidade. O que vai fazer a diferença, além da singularidade de cada criança, é o quão inclusivo é o contexto em que cada família está inserida.

Os serviços de saúde funcionam bem? Apoiam não só a criança mas também os cuidadores? As terapias são oferecidas gratuitamente e sem fila de espera? Há políticas públicas que garantem apoio concreto e desburocratizado? Os amigos estão disponíveis para ouvir sem julgamento? A comunidade é empática e acolhedora? Os vizinhos são compreensivos? Há uma rede de avós, padrinhos, tios, primos ou vizinhos disposta a ficar com a criança quando os pais estão exaustos?

A minha experiência diz que quanto mais respostas positivas obtivermos, mais leve e descomplexada será a relação da família com a deficiência.

O autismo é parte integrante da diversidade humana. Não é uma bênção, não é uma maldição. É uma condição que nos acompanha enquanto espécie geração após geração. Ver a criança com deficiência como um anjo pode desumanizá-la. Pois corrobora uma representação angelical que lhe retira experiências emocionais e físicas próprias do humano — como a raiva, a ingratidão, a pulsão destrutiva e o desejo sexual.

Incluir a criança com deficiência começa por não lhe negar o direito de ser isso mesmo: uma criança, com o vasto espectro de emoções e comportamentos, positivos ou negativos, presente em todos os seres humanos.

 

 

XIII Seminário “Olhares sobre o Autismo” 8 de julho em Setúbal

Julho 3, 2022 às 4:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Autismo vs tempo de ecrã. Não acredite em tudo o que vê na televisão

Março 3, 2022 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Texto do Sapolistyle

Um artigo do psicólogo clínico, Pedro Rodrigues.

Como é que tu fazes para teres tempo de arrumar as coisas? perguntava Ana (nome fictício) ao seu colega Manuel (nome fictício). Ligo a televisão e coloco-lhe os desenhos animados preferidos! disse-lhe sorrindo. E não tens medo? continuava Ana. Medo? retorquiu Manuel. De quê? continuou. Sei lá, tenho ouvido tanta coisa sobre a exposição aos ecrãs. São as adições, tornarem-se agressivos, ficarem menos inteligentes e agora também o autismo! conclui. Manuel estava incrédulo. Autismo!? Autismo!? Tu leste bem!? perguntava-lhe este.

Foi publicado recentemente um estudo, Association Between Screen Time Exposure in Children at 1 Year of Age and Autism Spectrum Disorder at 3 Years of Age – The Japan Environment and Children’s Study na conhecida revista JAMA Pediatrics. Não demorou muito para a internet inflamar com artigos em diferentes línguas sobre o facto.

O tempo de exposição aos ecrãs com idade de um ano está intimamente relacionado com o autismo aos três anos de idade? Era a questão de investigação colocada no estudo. Para tal foram questionar cerca de 84000 mães acerca do comportamento de utilização dos ecrãs dos seus filhos. Concluíram que das respostas obtidas, nas crianças do sexo masculino mas não do sexo feminino, aquelas que com 1 ano de idade tinham mais tempo de visualização de ecrãs, apresentavam uma maior probabilidade de ter autismo aos três anos de idade.

A equipa de investigação pediu às mães para avaliarem através de uma escala de Likert o quanto os filhos com 1 ano de idade tinham de uso de ecrã num registo diário. E faziam o mesmo quando eles fizeram 3 anos de idade. Sendo que na altura também perguntaram àquelas mães se os filhos tinham ou não um diagnóstico de autismo. Tendo para o efeito aplicado um questionário de rastreio para validar a afirmação das mães face ao diagnóstico reportado dos seus filhos.

Desinformação causa sobressalto desnecessário

Limiting screen time in infants may decrease risk of autism spectrum disorder, study finds (Limitar o tempo de ecrã em crianças pode reduzir o risco de perturbação do espectro do autismo, encontra o estudo), pode ler-se no New York Post.

Estas e outras frases semelhantes podem ser lidas a partir da publicação deste mesmo estudo, levando a que inúmeros pais tenham passado a questionar acerca da veracidade da situação. Sendo que no campo do Autismo tem existido, e continua a existir, toda uma gama variada de desinformações que têm lançado esta comunidade num sobressalto desnecessário e num prejuízo incalculável ao longo destes anos.

Apesar de haver alguns, ainda que muito poucos, estudos científicos credíveis e que têm procurado caracterizar o comportamento de uso dos ecrãs e dos videojogos nas pessoas autistas e que afirmam que parece existir um maior número de pessoas autistas comparativamente às não autistas a usar os ecrãs e os videojogos, isso não é o mesmo do que afirmar que o uso dos ecrãs com um ano de idade está relacionado com o diagnóstico de autismo aos três anos de idade.

No entanto, parece-nos importante poder tentar perceber quais as características presentes no espectro do autismo e no comportamento parental dos pais com crianças com este mesmo diagnóstico, que podem levar a este número aparentemente aumentado no que diz respeito ao uso dos ecrãs e dos videojogos.

Tal como se verifica que algumas pessoas, normalmente jovens, com um diagnóstico de ansiedade e/ou depressão, apresentam maior probabilidade de usarem ecrãs e videojogos, aquilo que parece existir é devido a boa parte destas suas características e perfil de funcionamento, há um maior evitamento no contacto social e nas interacções, mas também uma percepção mais baixa das suas competências.

Estes e outros fatores parecem levar a uma maior aproximação dos ecrãs e dos videojogos. Seja porque assim parecem conseguir manter o contato social com os outros, ainda que num ambiente virtual, mas também porque retiram da utilização, em boa parte dos videojogos, uma sensação de competência, sensação essa que têm dificuldade em sentir no mundo real.

Já para não falar das próprias dificuldades sociais a que muitos destes jovens acabam por estar sujeitos, nomeadamente enquanto vítimas de bullying e de incompreensão ou falta de aceitação por parte dos seus pares. Algo que inclusive é bastante comum de ocorrer no espectro do autismo.

A importância de melhor conhecer os benefícios e os riscos associados à utilização dos ecrãs e dos videojogos

Contudo, parece-nos igualmente importante, poder pensar neste tema e aproveitar para sublinhar a importância de melhor conhecer os benefícios e os riscos associados à utilização dos ecrãs e dos videojogos. Este tema torna-se especialmente relevante para todos os pais, ou seja, para os pais de crianças com um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo, mas também para pais com filhos sem qualquer tipo de diagnóstico.

E no caso específico do espectro do autismo, é importante perceber que algumas características especificas do diagnóstico poderão capacitar, mas também vir a causar maiores dificuldades ao longo do tempo.

Conforme referido anteriormente, uma das questões que podem aproximar os utilizadores dos videojogos é a noção de competência. Ou seja, o jogador pode ir procurar no jogo precisamente essa sua necessidade de competência, atendendo a que pode não a estar a obter em outras áreas vitais da sua vida, designadamente as áreas pessoal, social, familiar e/ou académica.

Como tal, será importante poder desde o início procurar junto da criança, e depois do jovem, acompanhar esta sua evolução em termos da sua noção de competência e auto-eficácia nas várias áreas da sua vida e, em conjunto com ele, poder ter experiências de vida que sejam validantes deste aspeto.

Se pensarmos nas dificuldades que as crianças e jovens autistas têm na escola, seja devido a algumas das suas dificuldades de aprendizagem, mas também todas as situações que vão ocorrendo em termos das relações interpessoais, podemos antever que será necessário poder intervir neste campo desde sempre. Correndo o risco de que a criança e jovem autista vá procurar uma fonte de competência bastante rápida e recompensadora – os videojogos.

E se sabemos que as crianças e jovens autistas possam ter uma maior preferência por um espaço de conforto e conhecido, e que esse lugar normalmente é a sua casa, também se sabe que se houver desde cedo um habituar a criança a poder fazer todo um conjunto de aprendizagens em contextos diversificados, isso irá certamente ajudar a construir uma ideia de maior heterogeneidade, associado a conforto e conhecido.

Os diversos estudos realizados na área da Perturbação de Adição aos Videojogos pela Internet (Internet Gaming Disorder) têm demonstrado que a percentagem de utilizadores com características que se enquadram dentro deste diagnóstico é mínima. Por exemplo, em Portugal e na Europa estamos a falar de percentagens entre 0,9 e 1,3% da população jogadora.

É verdade que existe uma percentagem de 5 a 10% dos jogadores que apresenta características de risco e que sem o devido acompanhamento poderá vir a desenvolver uma situação clínica mais complexa. Além do mais, também é sabido que no grupo de jogadores com um diagnóstico de Internet Gaming Disorder, há uma forte prevalência de outros diagnósticos, nomeadamente de Perturbação de Ansiedade e do Humor.

Além de poder ser encontrado determinado conjunto de casos com diagnóstico de Perturbação do Neurodesenvolvimento, nomeadamente Perturbação do Espectro do Autismo e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção.

Contudo, não é real ou sequer cientificamente comprovado que exista uma relação direta e muito menos causal entre o autismo e a utilização dos videojogos.

Texto: Pedro Rodrigues, Psicólogo Clínico do PIN

Perturbações do Espetro Autista – Estratégias de Intervenção, formação acreditada online – 8 a 30 de março

Fevereiro 26, 2022 às 4:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Inscrições até 7 de março

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Bebé saudável em risco de ser tirada aos pais por ter irmão autista

Dezembro 22, 2021 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Jornal de Notícias de 15 de dezembro de 2021.

Universidade de Coimbra ensaia tratamento inovador para hiperatividade e perturbações do espectro do autismo

Dezembro 12, 2021 às 4:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do site Comunidadeculturaearte de 5 de dezembro de 2021.

Uma equipa multidisciplinar de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) vai realizar o primeiro ensaio clínico em Portugal com um tratamento inovador para crianças e adolescentes que sofrem de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) ou Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), a ser realizado em casa.

Esta nova abordagem de tratamento foi desenvolvida no âmbito do projeto europeu STIPED, que envolve a colaboração científica entre 10 universidades, clínicas e empresas de toda a Europa, incluindo a UC, e baseia-se em métodos de estimulação cerebral inovadores, eficazes,  seguros e fáceis de realizar, «através da estimulação transcraniana por corrente contínua (em inglês, tDCS), uma técnica não invasiva que fornece ao cérebro correntes diretas de baixa amplitude em regiões do cérebro que se pensa estarem comprometidas naquelas perturbações», explica Miguel Castelo-Branco, coordenador da equipa portuguesa e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Com um financiamento global de seis milhões de euros, verba atribuída pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia, o projeto teve uma primeira fase de investigação em ambientes clínicos e académicos e foi recentemente aprovado pelas entidades reguladoras em vários países europeus para ser testado como dispositivo médico em casa. 

Em Portugal, antes de iniciar este primeiro ensaio a partir de casa, a equipa de Miguel Castelo-Branco realizou vários estudos e três ensaios clínicos em laboratório, no Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do ICNAS, e em ambiente hospitalar, envolvendo cerca de uma centena de crianças e adolescentes saudáveis e com PHDA e PEA.

Após a conclusão do primeiro teste clínico com o novo dispositivo biomédico, os cientistas da UC pretendem realizar novos ensaios, estando, por isso, recetivos ao contacto de famílias e potenciais voluntários. Os interessados em participar no projeto STIPED podem inscrever-se por aqui.

O projeto STIPED, que junta médicos, psicólogos, matemáticos, engenheiros e especialistas em bioética, tem como grande objetivo encontrar alternativas para substituir «as opções terapêuticas tradicionais, baseadas em medicação, que no caso do autismo são meramente sintomáticas e com efeitos secundários frequentemente severos», salienta Miguel Castelo-Branco. 

Trata-se de um conceito completamente novo de terapia para perturbações neuropsiquiátricas crónicas em pediatria, que aposta no «tratamento personalizado, no uso de um dispositivo biomédico de tratamento domiciliário (uma touca de elétrodos) e num serviço de telemedicina que permite o controlo remoto da segurança, das configurações de estimulação e a monitorização contínua dos sintomas clínicos», enfatiza o consórcio do projeto. 

Mais informação sobre o projeto está disponível aqui

 

Autismo: os desafios do brincar e de usar o corpo

Fevereiro 29, 2020 às 1:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Artigo de Milene Matos publicado no Público de 23 de feverteiro de 2020.

Nesta era tecnológica, a experiência motora tem vindo a ser desvalorizada e isso terá, com certeza, um impacto no desenvolvimento das crianças.

A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação do sistema nervoso central que afeta o desenvolvimento da criança. É clinicamente caracterizada por dificuldades na comunicação e interação social e pela presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Para além destas características, muitas crianças com PEA experienciam dificuldades nos diferentes aspetos da práxis, associados a outros problemas sensoriais.

E o que é a práxis e para que serve?

A práxis é a capacidade de gerar uma ideia, formar um plano de ação e executar a tarefa motora, de forma a permitir uma interação efetiva e com significado com o meio. Envolve o processamento dos diferentes estímulos sensoriais de forma adequada, principalmente dos estímulos recebidos através do contacto com a pele, dos músculos, das articulações e do movimento. A observação, imitação e exploração com o corpo vão permitir que a criança fique com informações guardadas no cérebro sobre o próprio corpo e as suas possibilidades motoras, mas também sobre o ambiente. Estas informações que resultam da interação com o mundo são necessárias para desenvolver a aprendizagem de novas competências ao longo do desenvolvimento da criança.

A capacidade de conceptualizar e planear uma ação acontece quando o bebé começa a ter vontade de movimentar-se com uma intenção, que poderá ser agarrar a mãe, um brinquedo, descobrir as diferentes potencialidades dos objetos e brincar. Depois de ser criada a ideia, o planeamento das ações requer a noção da sequência das várias etapas, necessária para executar a nova tarefa motora. Nesta fase, a criança tem de saber onde, quando e como pode iniciar e realizar a tarefa, de forma a atingir o seu objetivo, produzindo uma resposta adaptativa. O feedback sensorial que vai tendo na experiência permite os ajustes do corpo e dos movimentos de forma a aprender uma nova sequência de movimentos. Quando existem problemas a este nível, as crianças podem apresentar mais dificuldades em ter novas ideias de brincadeiras/jogos, fazer construções, imitar ações, optando muitas vezes por brincadeiras que não são próprias para a idade ou são restritas e repetitivas.

Estudos mostram a existência de diferenças no funcionamento do cérebro em crianças com PEA. O processo da práxis acontece em várias estruturas cerebrais, tal como acontece na linguagem, podendo justificar as alterações sensoriais e motoras destas crianças. Reforçando esta ideia, a evidência científica sugere que os défices na práxis e nas competências do brincar também podem comprometer a participação nas ocupações diárias e as interações sociais.

Apesar de muitas vezes serem consideradas preguiçosas, distraídas, lentas, desorganizadas, desastradas, na verdade, estas crianças enfrentam verdadeiros desafios para realizar as suas ocupações diárias, tal como lavar as mãos, vestir, comer, utilizar o lápis, jogar em equipa, andar de bicicleta, comunicar. Na interação com o outro, pode observar-se dificuldade em antecipar ações, resolver problemas, adaptar novos comportamentos a situações inesperadas. Necessitam de um esforço acrescido e por vezes ajuda para iniciar e concluir as tarefas.

Crianças com problemas na práxis podem beneficiar do treino, com a repetição das ações, pistas visuais e verbais e de ajuda na execução dos movimentos. O adulto poderá dar nome às ações da criança, descrever a sequência das tarefas que realiza e promover a imaginação, perguntando à criança o que poderá fazer com os objetos.

É através das experiências sensoriais com toque, texturas, pressão, ritmo, movimento que a criança vai conhecendo melhor o seu corpo e novos padrões de movimento e isso permitirá maior sucesso nas interações com os outros e com os objetos.

Nesta era tecnológica, a experiência motora tem vindo a ser desvalorizada e isso terá, com certeza, um impacto no desenvolvimento das crianças.

Nesta era tecnológica, a experiência motora tem vindo a ser desvalorizada e isso terá, com certeza, um impacto no desenvolvimento das crianças.

Por isso, dedique tempo de qualidade e seja criativo nas brincadeiras com o seu filho.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico.

Terapeuta ocupacional no CADIn

Porque há mais autismo entre os meninos? Investigação com novas tecnologias estuda doença

Fevereiro 10, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da TSF de 5 de fevereiro de 2020.

Os méritos da investigação liderada por Miguel Castelo-Branco, da Universidade de Coimbra, levaram ao prolongamento do apoio da FLAD, com mais cem mil euros. Realidade virtual e ressonância magnética funcional fazem parte da pesquisa sobre uma doença que afeta milhares de famílias.

“Para nós significa muito, uma vez que é a possibilidade de reforçar uma área que é pouco desenvolvida em Portugal, que é a investigação clínica numa fase muito precoce do conhecimento, que é tentar encontrar novas opções para o tratamento do autismo”. As palavras são cuidadas, o tom cauteloso, discurso próprio do cientista que evita verdades definitivas, até que tudo esteja devidamente testado, verificado e consolidado. Numa sala da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, o investigador da Universidade de Coimbra explica à TSF a procura por opções de tratamento “não apenas farmacológicas, mas também usando novas tecnologias como a realidade virtual, para tentar melhor problemas de comunicação e socialização” entre os doentes com autismo.

O projeto que terminou agora o seu terceiro ano de execução, “focou-se em estratégias em que a investigação emerge da bancada do laboratório, passa pelos modelos animais e chega ao doente“. Trata-se de um projeto interdisciplinar e transdisciplinar (da engenharia informática à psicologia, passando pela biologia e bioquímica) em que a neurociência é utilizada, tal como “a imagem médica, a neurofisiologia, para tentar perceber os mecanismos de funcionamento do cérebro, ligados à comunicação, como o reconhecimento de expressões faciais”, tentando que essa panóplia de conhecimento possa ser mais usada no quotidiano dos portadores de autismo.

A ressonância magnética funcional, “em que vemos como o cérebro funciona enquanto a pessoa executa tarefas, olhando também para a química do cérebro“, já que este é feito de substâncias, umas que contribuem para a excitação dos neurónios, outras para a sua inibição. A equipa liderada por Castelo-Branco tenta relacionar o bom ou mau funcionamento desses sistemas de excitação ou inibição com circuitos do cérebro que têm que ver com “a componente das emoções e da parte social”. Com isso, os investigadores conseguem “medidas da capacidade de comunicação, capacidade cognitiva no domínio das emoções e da interação social”, relacionando esses valores com as intervenções a efetuar junto do doente, sejam elas farmacológicas ou baseadas na realidade virtual. Em suma, “a investigação de origem académica a gerar novas oportunidades na área clínica”.

Miguel Castelo-Branco admite a importância da ajuda financeira da FLAD para “um projeto ambicioso”, sendo que o apoio da fundação permitiu catapultar e “multiplicar o financiamento que temos para este tipo de investigação em projetos europeus”. O projeto consegue assim estar integrado no maior consórcio internacional, o AIMS-2-TRIALS que envolve associações de doentes, universidades, clínicas, stakeholders da indústria, para desenvolver novos tratamentos na área do autismo”. Com essa aposta nas parcerias, “o projeto não se limitou a investigar mecanismos básicos de alteração da inibição neuronal em modelos animais e humanos em colaboração com o grupo do Prof Alcino Silva da Universidade da Califórnia, mas procurou relacionar esses achados com propostas de intervenção terapêutica, em funções cognitivas que são alteradas por esse tipo de disfunção”.

O projeto europeu de que faz parte é da ordem dos 55 milhões de euros, com Castelo-Branco a ter acesso na Universidade de Coimbra a um apoio de cerca de 800 mil euros: “a FLAD quase que nos permitiu duplicar o financiamento para esta área”.

Muita da investigação e projetos académicos, clínicos e associativos na área do autismo, surgem pela proximidade dos investigadores com a doença. Castelo-Branco não é exceção: “sem dúvida, falo um bocadinho em causa própria, tenho um filho com autismo, sou vice-presidente de uma associação”. A multiplicidade de papeis não o incomoda: “as associações e os pais procuram respostas e a nossa investigação está muito focada nas respostas”. Do diagnóstico à reabilitação vai o caminho que parte do sistema de saúde até às IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e o investigador coimbrão admite que, nesta área, há muito a fazer: “por exemplo, os fármacos que existem ainda são muito agressivos e têm muitos efeitos secundários; e portanto, eu ao ser pai e fazer parte de uma IPSS, ajuda-me enquanto cientista na aplicação da investigação que fazemos”.

O investigador assume que este é um projeto de um grupo de investigação com vasta “experiência em atividades em parceria, essenciais neste projeto, incluindo intervenções no terreno, e até projetos de “assisted living”, em residência autónoma para portadores de autismo”. O investigador dá conta do trabalho efetuado: “Desenvolvemos técnicas de inteligência artificial que usam marcadores de electroencefalograma associados à inibição neuronal e com utilidade diagnóstica no autismo.

Conseguimos também relacionar a alteração da inibição neuronal com os mecanismos na base da epilepsia, frequente nestas condições. Dar relevância às doenças associadas a estas síndromes é muito importante para a qualidade de vida destes doentes, e levou-nos ao contacto muito próximo com várias associações de doentes, ligadas ao autismo, tuberose esclerosa e neurofibromatose tipo 1. Estes estudos podem originar a possibilidade de encontrar novas formas de melhorar a abordagem terapêutica à epilepsia e outras condições, frequentemente encontrada nestas síndromes”.

Autismo mais frequente neles do que nelas

Porque é que o autismo é tão mais frequente entre o sexo masculino? À pergunta da TSF, o investigador licenciado em 1991 pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), admite que “esse é um dos grandes enigmas” e “um dos nossos grandes objetivos de investigação”, desconhecendo-se, de momento, se se trata de uma vulnerabilidade do sexo masculino ou de alguma proteção do sexo feminino face à doença. Castelo-Branco está a estudar “quais os determinantes biológicos que originam esta diferença”. Refutando que seja uma lei universal, não deixa de lembrar que, “normalmente, quando é diagnosticado numa menina, o autismo tende a ser mais grave”.

Sendo o cérebro muito diferente entre os dois sexos e sendo o autismo uma doença do neuro-desenvolvimento, “provavelmente a resposta vai estar nessas fases iniciais de desenvolvimento, em que começa a haver uma bifurcação do cérebro masculino e feminino”. Sobre os doentes, o investigador afirma que “há pessoas altamente bem sucedidas, apesar de terem um estilo cognitivo e de socialização peculiares, altamente funcionantes e, por outro lado, temos pessoas com deficiência intelectual”.

A heterogeneidade é a regra, há capacidade de “ajudar as pessoas a adaptarem-se ao meio em que vivem, mas há sobretudo que perceber que nem tudo pode ser explicado pela genética: “isto é uma doença complexa, porque não há só os genes, há também a forma como o nosso cérebro e o nosso corpo se desenvolvem, na vida intrauterina mas também na vida pós-natal”. Castelo-Branco afirma que o dogma “um gene, uma doença”, é coisa do passado e “talvez só aconteça em um ou dois por cento dos casos e pessoas com o mesmo conjunto de genes, porque se desenvolveram de forma diferente, têm diagnósticos diferentes”. Há uma interação genes-ambiente. Devido às “dificuldades na comunicação e na socialização”, o autismo “raramente é diagnosticado antes dos três anos de idade e, infelizmente, ainda não temos ferramentas sólidas para diagnosticar o autismo” antes dessa idade.

O autismo na idade adulta

O investigador revela a importância dos trabalhos feitos com a unidade de psiquiatria dos HUC, uma vez que com os adultos “os problemas são completamente diferentes. Como é que a pessoa se integra na vida adulta? Muitas vezes estas pessoas ficam isoladas, deprimem, não têm emprego, não são bem compreendidas pela sociedade e têm apenas IPSS com poucos meios e capacidade de resposta, infelizmente”. No autismo, “cada caso é um caso e a forma de intervir tem de ser personalizada; os custos da intervenção são bastante elevados e nós estamos a tentar, através das novas tecnologias, minimizar até as horas de contacto com profissionais de saúde”. E dá um exemplo com base na realidade virtual: criámos um jogo virtual para ensinar as pessoas a seguir percursos de autocarro para pessoas que tinham medo ou sentiam não ter a autonomia para usar transportes públicos; publicámos, tivemos contacto de escolas de fora do país, como uma escola em Nova Iorque por exemplo, porque isso são ferramentas que os ajudam a serem autónomos; o grande desafio é ensiná-los a serem autónomos e a integrarem-se na sociedade”, o que pode ser feito ensinando-os a “usar os transportes públicos no mundo virtual, que depois eles sentem vontade de aplicar no mundo real”.

Quem é Miguel Castelo-Branco?

Miguel Castelo-Branco nasceu em Coimbra. Em 1991, licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). Mais tarde, optou por fazer o doutoramento, tendo integrado o Instituto Gulbenkian de Ciência em Oeiras. A última fase dessa formação passava pelo trabalho em laboratório num dos muitos institutos acreditados no programa. Dado o seu interesse pelas neurociências, Miguel Castelo-Branco optou por um laboratório na Alemanha que estudava os mecanismos neuronais associados à visão. Ali concluiu o doutoramento e fez depois um pós-doutoramento.

Mais tarde partiu para a Holanda, onde trabalhou na área da neuroimagiologia cerebral e deu aulas como professor auxiliar na Universidade de Maastricht. O regresso a Portugal veio na sequência de um convite para lecionar na FMUC (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), bem como para fazer investigação na área da visão e do cérebro, no então, recém-criado Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI), onde foi o coordenador até final de 2016. Miguel Castelo-Branco é também diretor do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), uma infraestrutura de referência na área da imagem médica.

Realidade Virtual ajuda crianças com autismo a lidar com situações novas

Janeiro 30, 2020 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do PLLwarare de 23 de janeiro de 2020.

As crianças com autismo têm várias capacidades, mas caracterizam-se por alguns condicionamentos nomeadamente na comunicação, contacto ocular e flexibilidade para lidar com situações novas.

Mas, através da Realidade Virtual, há uma nova forma de crianças autistas enfrentarem situações novas e adversas.

O autismo é uma condição que afeta sobretudo a área da comunicação, interação e comportamento. No que respeita ao quotidiano, os autistas tendem a ser rígidos, privilegiam rotinas e ações repetitivas.

Dessa forma, todas as situações novas, não expectáveis e as quais os autistas nunca ou raramente enfrentam, provocam stress, ansiedade e frustração.

Realidade Virtual leva crianças com autismo a enfrentar situações novas

Uma escola especializada em Autismo, encontra-se a experimentar uma nova e moderna abordagem na intervenção com crianças autistas.

A Prior’s Court, localizada em Berkshire na Inglaterra, está a utilizar equipamentos de Realidade Virtual para ajudar crianças com autismo a conseguirem enfrentar situações novas.

O objetivo principal é dar à criança oportunidade de aprender a saber lidar com ações que não fazem, para já, parte das suas rotinas, mas que é provável que surjam ao longo da vida.

A nova metodologia também pretende ser uma forma de relaxamento nos alunos, através de experiências sensoriais.

Por outro lado, a equipa da clínica também espera que a abordagem ajude as crianças na adaptação ao mundo real e a vivenciarem novas experiências como, por exemplo, esquiar e mergulhar, ir ao centro comercial, entrar numa aeronave, etc, sem sair do conforto da sala de aula.

Em entrevista à Reuters, Nuno Guerreiro, professor de computação na Prior’s Court, afirma que:

“Os nossos jovens têm dificuldades com questões sensoriais, de modo que podem achar assustador ir a lugares cheios de pessoas ou fazer a transição para um novo lugar.

Eles gostam do que é familiar, da rotina. Portanto, os dispositivos de realidade virtual permitem vivenciar novas realidades e, provavelmente, ajudam a fazer a transição quando precisarem enfrentar um novo lugar.”

A escola tem a seu cargo 95 jovens com autismo severo, em que muitos são incapazes de comunicar as suas necessidades.

A escola também investe na recolha de dados para intervir com autistas

Para além da Realidade Virtual, a Prior’s Court está ainda a testar um novo sistema de recolha de dados, o Prior Insight. Este sistema irá reunir uma imagem detalhada de cada jovem, composta por várias informações como, por exemplo, o que comeram, quanto exercício fizeram, como se estão a comportar, etc.

Elaine Hudgell, gestor do projeto adianta que:

“Essas informações analisam incidentes, convulsões, ingestão de alimentos e bebidas, consumo de produtos de higiene, cuidados pessoais, quaisquer atividades que eles tenham realizado e ainda dados sobre o sono.

Esperamos não apenas aumentar o nosso conhecimento e consciencialização sobre o mundo dos jovens com autismo na Prior’s Court, mas também esperamos poder partilhar isso com o mundo do autismo em geral.”

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