Glossário 25 de Abril: 50 anos, 50 conceitos

Abril 25, 2024 às 12:00 pm | Publicado em Recursos educativos | Deixe um comentário
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Aumenta o fosso entre rapazes e raparigas no sucesso escolar

Fevereiro 2, 2018 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do https://www.publico.pt/ de 12 de janeiro de 2018.

O género e o contexto socioeconómico continuam a marcar fortemente o desempenho dos alunos. Ministério divulga resultados do indicador que mede quantos conseguem ao longo da escolaridade um percurso “limpo” de chumbos.

CLARA VIANA

É sabido que em média as raparigas têm melhores desempenhos escolares do que os rapazes, mas em Portugal esta tendência está a acentuar-se no 3.º ciclo e no ensino secundário. É o que mostram os dados sobre os chamados percursos directos de sucesso divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação (ME).

Para o ME, um aluno com um percurso directo de sucesso é aquele que, cumulativamente, não chumbou em nenhum dos anos do seu ciclo de escolaridade e que obteve positiva nos principais exames. No conjunto dos alunos, estes casos de “percursos limpos” ainda são a minoria, embora estejam a aumentar. Como também aumentou o fosso entre rapazes e raparigas neste indicador.

No ensino secundário a diferença entre eles e elas passou de sete pontos percentuais em 2015/2016 para 10 pontos em 2016/2017. No 3.º ciclo, a diferença que separa uns e outros subiu, num ano, de nove pontos percentuais para também 10. No concreto: 47% das raparigas conseguiram, em 2016/2017, concluir o 12.º ano com um percurso directo de sucesso — ou seja, não chumbaram nem no 10.º, nem no 11.º ano e tiveram positiva nas principais provas finais no 12.º. Os rapazes saíram-se pior: apenas 37% conseguiram um percurso livre de chumbos.

No 9.º ano as taxas de sucesso (zero chumbos no 7.º e no 8.º e positiva nos exames do 9.º) foram, respectivamente, de 51% e 41% para raparigas e rapazes.

“Existem mais repetências entre os rapazes”, confirma o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima que, no entanto, afasta a questão do comportamento como sendo actualmente uma das razões para que tal aconteça. “Posso dizer por experiência que hoje já não é verdade que as raparigas sejam mais bem comportadas que os rapazes”, refere.

O que poderá explicar então a diferença? “As raparigas amadurecem mais cedo e talvez estejam mais predispostas para os estudos do que os rapazes”, admite.

Ainda uma minoria

O indicador sobre os percursos directos de sucesso foi lançado pela primeira vez no ano passado pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). Ficou a saber-se então que tanto no 3.º ciclo do básico como no secundário os alunos com “percursos limpos” de chumbos e que, cumulativamente, tinham nota positiva nos exames nacionais constituíam uma minoria.

Os dados agora divulgados confirmam este retrato, embora se tenha registado uma evolução positiva. Em 2016/2017, 42% dos alunos do 3.º ciclo tiveram percursos de sucesso, quando no ano anterior eram 37%. No secundário, o mesmo aconteceu com 46%. Em 2015/2016 eram 40%.

Em declarações aos jornalistas, durante a apresentação destes resultados, o secretário de Estado da Educação João Costa considerou que estas subidas se poderiam justificar pela “ligeira subida da média dos exames nacionais” registada no ano passado em quase todas as disciplinas e por algum impacto das acções entretanto adoptadas pelas escolas no âmbito do programa de promoção do sucesso escolar, lançado em 2016/2017. O governante frisou, contudo, que esta evolução deve ser “olhada com cautela” porque em educação dois anos não são tempo suficiente para identificar tendências.

“Penso que ainda é prematuro atribuir-se ao programa de sucesso escolar. Estamos só no segundo ano deste programa que, na maioria das escolas, tem incidido sobretudo no 1.º ano de escolaridade”, comenta Filinto Lima, em declarações ao PÚBLICO. Para o presidente da ANDAEP, esta evolução poderá reflectir sobretudo a preocupação das escolas em conseguir que “os bons alunos atinjam outros patamares”. “A par do combate ao insucesso escolar, existe hoje uma forte sensibilização das escolas para com os alunos que, estando já com notas positivas, podem melhorar ainda mais as suas aprendizagens.”

O peso do meio

O que os novos dados também mostram é que esta tendência de subida é transversal a todo o tipo de estudantes, independentemente do contexto socioeconómico de origem, embora o peso do meio continue a marcar profundamente o desempenho.

Para avaliar este impacto, a DGEEC foi saber qual a percentagem de alunos com Acção Social Escolar (ASE) que conseguiram ter percursos de sucesso e também a dos que não beneficiam destes apoios, que só são atribuídos a estudantes oriundos de agregados com rendimentos iguais ou inferiores ao salário mínimo nacional.

Os beneficiários da ASE estão divididos em dois escalões: A e B, sendo o primeiro o dos mais carenciados. Em 2016/2017, 28% dos alunos do escalão A e 35% do escalão B que concluíram o 12.º ano estavam entre os estudantes com percursos de sucesso. Em 2015/2016, estes valores tinham sido, respectivamente, de 23% e 30%.

Já entre os alunos de meios mais favorecidos, ou seja, sem apoios do Estado, esta proporção passou de 39% em 2015/2016 para 44% no ano lectivo passado.

No 3.º ciclo, 54% dos estudantes que não estão abrangidos pela ASE tiveram percursos de sucesso em 2016/2017. No ano anterior tinham sido 47%. Entre os alunos do escalão A da ASE a evolução foi de 18% para 22% e no escalão B passou-se de 28% para 34%.

É uma evolução que Filinto Lima vê com “muita satisfação”. “Significa que as escolas estão a cumprir o seu papel de elevador social.” Apesar disso não tem dúvidas de que a diferença a favor dos alunos mais favorecidos será “uma tendência que vai continuar”.

Também a nível distrital a tendência é de subida. No secundário as maiores subidas neste indicador de sucesso escolar (sete pontos percentuais) registaram-se em Aveiro, Beja, Castelo Branco e Porto. Braga e Viana do Castelo são os distritos que mais se distanciaram pela positiva: tiveram 48% de alunos com percursos de sucesso quando a média nacional foi de 42%. Braga volta a destacar-se no 3.º ciclo com 50% de estudantes nesta situação, mas a campeã é Coimbra que atingiu os 56%.

Para João Costa, a avaliação com base nos percursos de sucesso “permite contrariar análises simplistas e não induzir algumas más práticas educativas” nas escolas, ao contrário do que sucede com os rankings tradicionais, elaborados só com base nas notas dos exames. Um exemplo: este indicador, quando usado para comparar escolas, “penaliza as que estão a chutar alunos para fora para não ficarem mal” nos rankings. Mais: ele permite uma avaliação mais séria do trabalho realizado, acredita. “Uma escola é boa pelo progresso que os alunos fazem”, sublinha.

O estudo mencionado na notícia é o seguinte:

Provas Finais e Exames Nacionais 2017 – Principais Indicadores Ensino Básico e Secundário

 

 

 

Menos 100 mil alunos nas escolas em 10 anos

Novembro 6, 2017 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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texto do https://www.educare.pt/ de 23 de outubro de 2017.

Menos alunos, menos escolas, menos professores, menos abandono. Mais sucesso escolar e mais computadores nas salas de aula. Numa década, entre 2006 e 2016, muita coisa mudou no ensino e registou-se uma redução de 99 425 alunos, segundo uma publicação da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.

Sara R. Oliveira

Se há menos alunos, há menos escolas abertas, menos professores a ensinar, menos abandono escolar nas estatísticas nacionais. Entre os anos letivos de 2006-2007 e 2015-2016, numa década as escolas receberam menos 99 425 alunos, uma descida de, em média, quase 10 mil alunos por ano. As escolas perderam 22 419 professores, apenas os docentes de Educação Especial e formadores das escolas profissionais aumentaram ligeiramente. Os edifícios escolares do sistema público em funcionamento reduziram-se a cerca de metade, de 10 071 em 2006 para 5781 em 2016. No ensino privado, aconteceu o contrário, abriram mais 130 escolas em 10 anos, num número que já ronda os 2 600 estabelecimentos.

Há vários retratos descritos em muitos números reunidos na publicação Regiões em Números 2015/2016 da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). Os números revelam também algumas exceções. Na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve registou-se um aumento de estudantes na última década, de 24 183 em Lisboa e de 1308 no Algarve. Mas apenas nessas regiões.

Nas creches e escolas do Ensino Básico há menos 132 478 crianças e os dados mais recentes indicam um total de 1 201 356 alunos em todo o país nestes níveis de ensino. Só o Ensino Secundário escapa a esta descida, com um aumento de 33 053 alunos nesses dez anos, mais precisamente de 336 929 em 2005-2006 para 369 982 em 2015-2016. Neste ano letivo, o 1.º Ciclo é o que tem mais alunos, seguindo-se o Ensino Secundário, o 3.º Ciclo, o Pré-escolar e, em último, o 2.º Ciclo, com 217 423 alunos.

No ano letivo de 2015-2016 havia, em todo o país, 1 571 338 alunos e 145 658 educadores de infância e professores. Numa década, o sistema ficou com menos 22 419 docentes e educadores. Nas escolas profissionais houve um aumento de 6987 formadores em 2005-2006 para 7214 em 2015-2016. Na Educação Especial houve igualmente uma subida de 3887 para 6473 profissionais nesse período de tempo. Nesses dez anos, as quebras são significativas para os restantes níveis de ensino.

No 3.º Ciclo e Secundário, que têm mais docentes, a queda foi de 82 415 professores em 2006 para 69 286 em 2016, ou seja, menos 13 129. No 1.º Ciclo, menos 5170 professores de 31 371 para 26 201, no 2.º Ciclo menos 8835 de 30 597 para 21 762. E no Pré-escolar, menos 1985 educadores de 16 707 para 14 722.

Embora com algumas oscilações, as escolas, ao longo da última década, foram tendo menos professores. No 1.º Ciclo, o número atingiu os 32 286 docentes em 2007-2008, descendo para os 25 471 em 2014-2015 e aumentando para os 26 201 no ano letivo seguinte. No 2.º Ciclo, o número mais alto, de 33 131 professores, foi registado em 2009-2010, e desde então foi sempre a descer até aos 21 762 de 2015-2016. No 3.º Ciclo e Secundário, o ano letivo de 2008-2009 foi o que teve mais docentes nas escolas, 85 863, diminuindo a partir daí até aos 69 286 em 2015-2016. No Pré-escolar, a redução foi igualmente sentida com algumas oscilações, mas a partir de 2011-2012 foi sempre a descer.

As descidas continuam, mas há casos em que é por bons motivos. As taxas de retenção e desistência em todos os níveis de ensino desceram. Há dez anos, um em cada quatro alunos do Ensino Secundário acabava por chumbar ou desistir da escola, agora são 15,5%. No Ensino Básico, as taxas de retenção e desistência também desceram e passaram de 10% para 6,4%. A taxa real de escolarização do Ensino Secundário tem vindo a aumentar, de 60,5% em 2006 para 76% em 2016.

Há números que diminuem e que mostram as repercussões de uma taxa de natalidade baixa, há outros que aumentam, como é o caso do número de computadores nas escolas, fruto da evolução dos tempos. As novas tecnologias não passam ao lado do ensino. Há mais computadores com acesso à Internet nas salas de aula.

Há dez anos um computador tinha de ser partilhado por 11,7 alunos e agora existe um computador com net para cada quatro estudantes. É no Secundário que esta disponibilidade é maior, um computador com net para 3,2 alunos, seguindo-se o 3.º Ciclo com um rácio de 3,5, o 2.º Ciclo com 3,6 e, por último, o 1.º Ciclo com 6,6. Quanto mais sobem no nível de ensino, mais computadores com net têm à disposição.

mais informações no link:

Regiões em Números 2015/2016

 

Só 19% dos filhos de mulheres com a 4.ª classe têm sucesso escolar

Fevereiro 25, 2016 às 1:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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Notícia do Diário de Notícias  de 24 de fevereiro de 2016.

O estudo citado na notícia é o seguinte:

Desigualdades Socioeconómicas e Resultados Escolares : 3.º Ciclo do Ensino Público Geral

dn

Pedro Sousa Tavares

Estudo realizado pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação comprova grande impacto do nível socioeconómico das famílias

A conclusão não é nova nem surpreendente: há muito que se sabe, através de estudos e comparações nacionais e internacionais, que as habilitações literárias dos pais são um bom indicador das expetativas de sucesso escolar dos filhos. Mas esta é a primeira vez que o Ministério da Educação faz um levantamento de toda a sua rede – centrado nos alunos do 3.º ciclo de escolaridade – e chega a números definitivos.

E estes números são preocupantes: entre os estudantes cujas mães têm a quarta classe ou menos, apenas 19% têm percursos escolares de sucesso. Quando as mães têm habilitações ao nível da licenciatura ou bacharelato, a realidade é quase oposta: 71% de sucesso.

O critério de sucesso estipulado para este estudo da Direção geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) combina a avaliação interna com os resultados alcançados pelos estudantes nos exames nacionais de Português e de Matemática do 9.º ano. Para ser considerado um aluno de sucesso, este tem de concluir o 9.º ano sem retenções no seu currículo, conseguindo também uma nota positiva em ambos os exames nacionais.

Apesar destas conclusões, a DGEEC constata também que o insucesso não é uma fatalidade para os alunos, dando os exemplos dos distritos de Braga e Viseu, onde alunos cujas mães tinham qualificações muito baixas tiveram desempenhos superiores aos do distrito de Beja entre filhos de mulheres com o 12.º ano completo.

Numa nota de imprensa, o Ministério da Educação defende que “este estudo reforça a necessidade de colocar o foco na melhoria das aprendizagens e na inovação pedagógica como estratégia para a melhoria dos resultados, suportada pelo facto de ser possível inverter tendências preditas pelos baixos rendimentos”.

A análise da DGEEC centrou-se nos alunos das escolas públicas – porque são os únicos para os quais o Ministério da Educação tem indicadores socioeconómicos completos. A escolha das mães como termo de comparação foi uma opção dos autores do trabalho que, no entanto, fizeram também uma simulação com os dados relativos aos pais, com resultados “semelhantes”.

 

 

 


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