Metade dos alunos vítimas de bullying sofrem em silêncio…

Março 4, 2010 às 10:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social, Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
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… o que pode conduzir a estados de desespero ocultos e a tragédias inesperadas como o triste caso que ocorreu no passado dia dois, em Mirandela, da criança que se suicidou atirando-se ao rio Tua.

Uma em cada uma duas vítimas de bullying não pede ajuda, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Psicologia de Educação da Universidade do Minho.

Um dado “preocupante” e que exige “uma aposta séria na formação de pais e professores”, considera a coordenadora do trabalho de investigação, Ana Maria Tomás de Almeida, sublinhando que, apesar de haver uma tendência para a redução do número de casos, ao longo dos anos, ainda são 13,5 por cento os jovens que se dizem vítimas de bullying.

“Muitas vezes, nas escolas diz-se que não existe bullying. E isto porque esta forma violência, de agressão física e/ou psicológica continuada, é exercida de maneira camuflada e os alunos que a sofrem não se queixam”, analisa Ana Maria Tomás de Almeida, com base nos resultados dos inquéritos feitos ao longo dos anos de 2008 e 2009.

Abrangendo 1400 alunos de 17 escolas do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário de Lisboa e Braga, o estudo revelou que a principal razão apontada pelas vítimas de bullying para não se queixarem é “o medo de represálias”. O silêncio, na perspectiva da investigadora, reforça a necessidade de formação de pais e de professores – “Se os jovens não falam do problema, os adultos devem ter a formação necessária para detectar sinais de que alguém está a ser vítima de bullying“, como a tendência para o isolamento, a fuga à escola ou a descida súbita do rendimento escolar, exemplifica.

Ressalvando que os dados de que dispõe sobre o caso de Mirandela  não lhe permitem avaliar aquela situação em concreto, Ana Maria Tomás de Almeida refere que, até agora, não foi identificado em Portugal qualquer caso de relação directa entre bullying e suicídio. Em muitos outros países, diz, já foram registados casos, mas, segundo a investigadora, trata-se de “uma consequência invulgar, extrema, do bullying, e sempre antecedida de um período em que a criança ou jovem pede ajuda (de forma explícita ou através dos tais sinais) sem que esse pedido seja ouvido ou que a ajuda se revele eficaz”.

O Ministério da Educação anunciou ontem a abertura de um processo de averiguações que visa apurar o que aconteceu no recinto da escola de Mirandela imediatamente antes de o rapaz de 12 anos ter abandonado aquele espaço e entrado no rio, desaparecendo. A pedopsiquiatra Maria José Gonçalves considera que será necessário conhecer mais do que esse dado para analisar aquela situação, em concreto: “Cada caso é um caso, há muitos factores que podem concorrer para uma determinada situação e tudo o que se possa dizer sobre esta, tendo em conta a falta de elementos, é pura especulação”, defende.

Gina Tomé, psicóloga da equipa de investigação em Psicologia da Educação da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, comentou apenas que os estudos feitos no seu departamento comprovam que o número de casos de bullying baixou entre 2002 e 2006, em Portugal, pelo que não há qualquer razão para “alarme social”.

João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, atribui essa tendência à formação de docentes, funcionários e alunos.

Jornal Público, em 4 de Março de 2010.

Esta é a semana da leitura!

Março 4, 2010 às 5:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Plano Nacional de Leitura convida as escolas para, nos primeiros dias de Março, celebrarem a festa dos livros e do prazer da leitura.

Saiba mais AQUI.

Encontro europeu pela não violência nas escolas

Março 4, 2010 às 2:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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Non Violent Communication in Education Europe: Tilting towards compassion in learning environments

3rd to 6th and 7th to 9th May 2010

near Carcassonne, France

Evento promovido pelo Centre pour la Communication Non-Violence.

Saiba mais AQUI.

The Center for Nonviolent Communication (www.CNVC.org) is a global organisation whose vision is a world where all people are getting their needs met and resolving their conflicts peacefully. In this vision, people are using NVC to create and participate in networks of worldwide life-serving systems in economics, education, justice, healthcare and peace-keeping. It links trainers, organisers and supporters working with people from all walks of life in 35 countries.

Marshall Rosenberg began developing his model of Nonviolent Communication more than forty years ago in the US, in response to the physical, emotional and spiritual violence he witnessed in society. Since his first visit to the UK in 1993, enthusiasts here have developed a variety of approaches for making NVC accessible to others. Of these, two are more common:

  • An agreed curriculum is presented as an ‘NVC Foundation Course’, with subsequent courses offering increased depth, breadth and complexity, some targeted at particular issues.

  • NVC is used in workplaces and communities to help people apply it to the issues they are encountering and to bring about a shift in situations characterised by conflict and suffering. The emphasis is on bringing change to the live situation. Participants in these initiatives absorb NVC by observing experienced practitioners and by practising the skills in real situations.

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