Violência contra crianças em conflitos armados aumenta 21% em 2023
Junho 28, 2024 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Assassinato de crianças, África, Conflitos Armados, Israel, Moçambique, Office of the Special Representative of the Secretary-General forChildren and Armed Conflict, Palestina, Relatório, UNRWA, Violência Contra Crianças
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Notícia da ONU News de 13 de junho de 2024.
Relatório divulgado nesta quinta-feira considera diversas situações; conflito na Faixa de Gaza foi destacado no levantamento; em Moçambique, 153 violações graves foram registradas em Cabo Delgado, afetando 108 crianças, principalmente meninas; crimes incluem recrutamento, morte, mutilação e violência sexual.
O último ano registrou níveis alarmantes de violência contra crianças em conflitos armados, com um aumento de 21% nas violações graves. Os dados foram revelados em um novo relatório apresentado nesta quinta-feira pela representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflitos Armados, Virgínia Gamba.
Os números apontam para 32.990 violações graves verificadas contra 22.557 menores. Os lugares com mais casos de violações são Israel e Territórios Palestinos Ocupados, República Democrática do Congo, Mianmar, Somália, Nigéria e Sudão.
Violações contra crianças
O relatório considera não apenas o número de mortes, mas também outros tipos de violência, como mutilações, violência sexual, recrutamento de crianças, ataques a escolas e hospitais, sequestros e o bloqueio de ajuda humanitária.
Segundo as informações da publicação, crianças sofreram com o flagrante desrespeito a seus direitos e às proteções consagradas no direito internacional humanitário e de direitos humanos, inclusive o direito à vida, com 11.649 crianças mortas e mutiladas. O dado representa um aumento de 35% em relação ao relatório do ano passado e a maior violação verificada no relatório.
O número de crianças mortas em 2023, cerca de 5,3 mil, representa o equivalente a quase 15 crianças mortas todos os dias. Em seguida, houve o recrutamento e o uso de 8.655 crianças e o sequestro de 4.356 crianças.
Israel e Palestina
Um dos principais pontos explorados na análise é a inclusão das forças armadas e de segurança de Israel na lista de atores estatais que cometeram graves violações que afetaram crianças em situações de conflitos armados. O movimento Hamas e a Jihad Islâmica também foram inseridos como grupos armados não estatais.
Com o conflito iniciado na Faixa de Gaza em outubro de 2023, após ataques do Hamas no sul de Israel, a ONU verificou mais de 8 mil graves violações contra cerca de 4,3 mil crianças. As vítimas incluem 113 israelenses e 4,2 mil crianças palestinas, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia.
No relatório, o secretário-geral condena as violações cometidas pelas partes envolvidas nos conflitos e solicita que cessem imediatamente os abusos de força. Ele também insta as partes a colaborarem com a representante especial para prevenir novos casos de violência.
Moçambique
Essa é a primeira vez que o relatório inclui informações sobre o Haiti e o Níger entre as 25 situações monitoradas. Na lista das principais crises, a situação em Cabo Delgado, ao norte de Moçambique, é citada. As Nações Unidas verificaram 153 graves violações contra 108 crianças, em sua maioria meninas.
Entre os crimes, estão recrutamento, morte e mutilação, violência sexual, ataque à um hospital e sequestros. Os atos foram cometidos por grupos armados, Forças Armadas moçambicanas e Unidade de Intervenção Rápida da polícia.
No relatório, o secretário-geral reconhece o trabalho das autoridades de Moçambique em atuar na questão, como o treinamento das forças armadas e programas de reintegração para crianças em Cabo Delgado.
Progressos
Apesar das crises que se multiplicam e aumentam, mais de 10,6 mil crianças anteriormente associadas a forças ou grupos armados receberam proteção ou apoio à reintegração durante 2023. O apoio à reintegração é essencial para o bem-estar individual dessas crianças e para as metas mais amplas de coesão social, desenvolvimento econômico e paz sustentável.
Ao longo de 2023, as Nações Unidas iniciaram ou mantiveram o engajamento com as partes em conflito, algumas das quais levaram à adoção de medidas destinadas a proporcionar melhor proteção às crianças afetadas por conflitos armados.
Segundo o relatório, quando o engajamento avançou e medidas foram implementadas, por meio da assinatura de planos de ação e protocolos de transferência, iniciativas de capacitação, compromissos unilaterais e diálogos bilaterais, as violações diminuíram e crianças foram libertadas do conflito.
Como resultado do engajamento e dos planos de ação foram observadas no Iraque, em Moçambique, nas Filipinas, no Sudão do Sul, na Ucrânia e no Iêmen.
Virgínia Gamba reiterou seu apelo a todas as partes em conflito para que dialoguem com as Nações Unidas para identificar e implementar medidas para proteger as crianças de graves violações.
A representante especial destaca que “é hora de trabalhar em prol da paz sustentável e é hora de criar um mundo melhor para nossas crianças”, enfatizando que nenhuma criança deve jamais sofrer o impacto de um conflito armado.
Relatório aqui
“Dar voz à marioneta” Oficinas de Férias de Verão no Museu da Marioneta, de 1 a 12 de julho
Junho 28, 2024 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Atividades para crianças, Marionetas, Museu da Marioneta
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Desemprego de 80% em Gaza obriga crianças a trabalharem
Junho 28, 2024 às 6:00 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Assassinato de crianças, Conflitos Armados, International Labour Organization (ILO), Israel, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Palestina, Relatório, Trabalho Infantil, Violência Contra Crianças
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Notícia da ONU News de 7 de junho de 2024.
Relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca grave situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia após oito meses de conflito; economia está em colapso, com uma contração de 83,5% em Gaza e de 22,7% na Cisjordânia; OIT descreve o ano como o mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967.
Oito meses após o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, a Organização Internacional do Trabalho, OIT, alertou que as famílias precisam enviar seus filhos para trabalhar apenas para sobreviver, já que o desemprego se aproxima de 80%.
Os detalhes desse desenvolvimento e a “devastação sem precedentes” do mercado de trabalho palestino e da economia em geral, além de Gaza e da Cisjordânia, estão descritos em um novo relatório da OIT, publicado nesta sexta-feira.
Gaza em colapso
Antes de sua publicação, o diretor-geral da agência da ONU, Gilbert Houngbo, disse à 112ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na quinta-feira, que o mercado laboral em Gaza havia “entrado em colapso” desde os ataques terroristas liderados pelo Hamas contra Israel em outubro passado, que desencadearam a “guerra implacável” de Israel.
Ele adicionou que Gaza está em ruínas, com os meios de subsistência destruídos e o trabalho escasso. Na avaliação do líder da OIT, este foi o ano mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967.
Dados concretos
De acordo com os dados obtidos pela OIT e pelo Escritório Central de Estatísticas da Palestina, o desemprego na Faixa de Gaza chegou a 79,1%. Embora não tenha sido diretamente afetada pela guerra, a Cisjordânia ocupada também foi severamente afetada pela crise, com quase uma pessoa em cada três desempregada.
Os autores do relatório destacaram que os números elevam a taxa média de desemprego para 50,8% nas duas áreas dos territórios palestinos, observando que o número real provavelmente é ainda maior, pois não inclui indivíduos que deixaram a força de trabalho por falta de oportunidades.
Assim, a produção econômica geral em Gaza sofreu uma contração de 83,5% e de 22,7% na Cisjordânia nos últimos oito meses, enquanto toda a economia dos territórios palestinos ocupados encolheu quase 33%.
Assistência médica
Em nota separada, a Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que, apesar de “restrições significativas”, um caminhão e um trailer transportando ajuda médica chegaram a Gaza através da passagem sul de Kerem Shalom nesta sexta-feira. Segundo a agência, os suprimentos serão distribuídos às instalações de saúde para apoiar o tratamento de até 44 mil pessoas.
A OMS explica que a assistência inclui tratamentos para doenças crônicas, como hipertensão e problemas cardíacos, diabetes tipo 2 e doenças respiratórias, mas é necessário muito mais insumos entrem no enclave por meio da passagem de Rafah, ainda fechada.
A OMS também informou que 464 ataques à saúde na Faixa de Gaza foram documentados desde 7 de outubro. Os dados revelam que os ataques resultaram em 727 mortes, 933 feridos, afetaram 101 instalações de saúde e 113 ambulâncias.
De acordo com a agência, 37% dos ataques foram na Cidade de Gaza, 23% no norte do enclave e 28% em Khan Younis. A OMS pede o respeito ao direito internacional e a proteção ativa dos civis e dos serviços de saúde.
Situação em Rafah
O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Ocha, informou que menos de 100 mil pessoas permanecem em Rafah, ao sul da Faia de Gaza. A situação ocorre após a evacuação forçada de cerca de 1 milhão de pessoas.
Segundo o Ocha, elas foram deslocadas novamente e seguiam em direção a Khan Younis e Deir al Balah. A agência alerta que a violência havia interrompido enormemente a entrega de ajuda vital.
O escritório da ONU explicou que a interrupção do fornecimento de combustível através da travessia de Rafah do Egito teve várias ramificações negativas.
O Ocha adicionou que atualmente os comboios de ajuda ainda precisam navegar por combates ativos, estradas quase intransitáveis, material bélico não detonado e atrasos recorrentes.
Relatório aqui
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