Jogadores de RPG roubam fotos de crianças para promover fetiche no Instagram

Agosto 7, 2015 às 1:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do http://diariodigital.sapo.pt de 5 de agosto de 2015.

diario digital

Se tem por hábito publicar fotos dos seus filhos no Instagram, pode ser capaz, ao ler essa história, de querer mudar imediatamente as configuração de privacidade da sua conta.

Como parte de uma espécie de jogo de role playing (jogo de representação) fetichista, participantes roubam fotos de crianças em contas do Instagram de outras pessoas.

Depois, publicam as fotos roubadas na sua própria conta, usando hashtags como #BabyRP ou #KidRP (RP sendo a sigla para role playing).

Nas legendas das fotos, inventam nomes e histórias para as crianças, convidando outras pessoas para serem “mãe” ou “pai” adoptivos.

O BBC Trending conversou com Dana Pecina-Phillips, uma mãe que descobriu dezenas de fotos que havia publicado do próprio filho numa conta de Instagram onde a pessoa, aparentemente uma mulher, fazia essa “adopção virtual”.

A BBC entrou em contato com esses jogadores de RPG e alguns aceitaram falar, sob a condição de anonimato, por mensagem via Instagram.

Uma das pessoas disse: «BabyRP é como assumir um papel num jogo. Alguém é um bebé, alguém é uma mamãe. Você só finge.»

«A maioria das pessoas pega as fotos de outras contas do Instagram. Nós podemos usá-las porque não tem marca de água nas fotos», disse outro.

«Não é errado. Se a conta é pública, as fotos também são», afirmou um outro.

Contatado pela BBC, o Instagram afirmou: «Este tipo de conteúdos viola os nossos termos. Uma vez que um pai, mãe ou responsável reportar a foto, agimos rapidamente para removê-la.»

A maioria dos jogadores de RPGs no Instagram parece ser adolescentes a brincar aos pais e às mães. Mas não é difícil encontrar versões sexualizadas da hashtag.

Mas porque é que essas pessoas participam desse “jogo”?

Um dos participantes disse à BBC: «A maioria dos role players faz isso para sair um pouco desse mundo. Podem ser alguém que é amado. Eu gosto porque se estou a ter um dia difícil, posso jogar e divertir-me com os meus amigos.»

«Tenho saudades de ser uma criança», disse outro.

Sophie Linington, do site The Parent Zone, recomenda tomar muito cuidado com quem você partilha as suas fotos. «Mantenha a sua conta privada e não aceite pessoas que não conhece. E se quiser realmente partilhar, coloque uma marca de água e desactive sempre o localizador.»

 

 

 

Nova ameaça na Net: o rapto digital de bebés

Agosto 7, 2015 às 12:45 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia do Expresso de 6 de agosto de 2015.

Luís M. Faria

Trata-se de alguém usar imagens de crianças de outras pessoas para fingir que é mãe (ou pai). Ou coisas piores.

Uma recente tendência para utilizar imagens colocadas por terceiros na internet está a preocupar cada vez mais gente. É o chamado “rapto digital”. Essencialmente, trata-se de apropriar imagens de menores, em geral bebés, e fazê-los passar como seus.

Na versão menos perigosa, uma rapariga (são quase sempre adolescentes a fazer isto) apresenta a criança como seu filho e filha e descreve o seu dia-a-dia, numa fantasia de maternidade em que outras pessoas colaboram conscientemente, fazendo comentários sobre o aspeto do bebé, o seu comportamento, etc, ou mesmo assumindo-se eles próprios como pais, adoptando-o…

Isto já é inquietante para os verdadeiros pais, sobretudo a partir do momento em que eles descobrem. Mas por vezes o jogo vai mais longe e as fantasias assumem conotações sexuais. Ou então, a imagem da criança é usada em anúncios publicitários, talvez numa zona longínqua do mundo. Tem havido casos em que os pais descobrem por acaso – algum amigo estava de visita à Austrália e viu o placard, por exemplo. Em muitos outros, provavelmente, nunca se chega a saber.

No caso das fantasias não sexuais, existem determinados hashtags (#babyrp, por exemplo) tradicionalmente associados à prática. Para o resto, a vigilância é mais difícil, até pelo caráter universal da internet, e pela variedade de legislações ao longo do mundo. Aquilo que é crime num país poderá não o ser noutro.

A solução última será os pais evitarem pôr fotos dos seus filhos menores em sites de partilha de fotos como o Instagram – ou apenas fazê-lo quando esses serviços permitirem restringir a visualização das imagens somente a utilizadores conhecidos. E também já há petições a exigir o fim das contas onde tem lugar ‘role play’ com imagens de crianças e adolescentes.

 


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