A utilização do telemóvel pelas crianças
Abril 27, 2022 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Crianças, Smartphones, Telemóveis
Texto da Escola Virtual
Quem consegue imaginar um jovem sem telemóvel? Que jovem se consegue imaginar sem telemóvel? E se falarmos de crianças, com que idade começam elas a ter esse aparelho?
Para a juventude de hoje, o telemóvel parece ter-se tornado numa extensão do seu próprio corpo. Na verdade, o mesmo acontece com muitos adultos. E se se fala dos problemas causados por os alunos não quererem prescindir dos seus telemóveis ligados durante as aulas, o problema torna-se mais difícil de abordar quando se assiste a reuniões de pais na escola, em que os seus aparelhos tocam “alto e bom som” e eles os atendem na frente dos filhos e dos professores.
Um estudo de mestrado sobre a utilização de telemóveis por crianças do 1.º ciclo da zona de Lisboa, realizado por Kárita Francisco, na Universidade Nova de Lisboa, chega a algumas conclusões comuns a outros, por ela referidos, realizados na Finlândia. Até aos 10 anos, o telemóvel é mais utilizado para jogar e para a criança poder estar em contacto com os pais. A partir dessa idade as outras funções ganham um peso crescente, passando a comunicação com os amigos a entrar em competição com a estabelecida com os pais.
Os pais começam por dar o primeiro telemóvel aos filhos, muito novos, com frequência, para os sentirem em segurança, por poderem contactar com eles a qualquer momento. Também nos novos tipos de família (pais separados, por exemplo), diz Kárita Francisco, a posse do aparelho é considerada um recurso facilitador da comunicação.
A moda e o consumismo são outros fatores que contribuem para a popularização dos telemóveis, particularmente a partir dos 10 anos. Eles constituem mais um elemento de pertença ao grupo.
Não obstante as vantagens de possuir telemóvel, a minha experiência diz-me que é fundamental pensar nos riscos e nas formas de os prevenir. Diria que é conveniente começar por se pensar para que se pretende o telemóvel e escolher um que preencha os requisitos e não os exceda largamente. Um aparelho caro, de última geração, cheio de funções dispensáveis, é um chamariz para roubos ou para consumos supérfluos, sendo, desde logo, uma forma de deseducar crianças/jovens enquanto consumidores.
A definição/negociação de regras de utilização não pode ser dispensada: quanto se pode gastar, tipo de tarifário, situações de utilização, etc. No que se refere a esta última questão, é imprescindível que os jovens se apercebam de que há usos ilícitos do telemóvel que podem ter consequências sérias, como a utilização em salas de aula, a gravação de imagens sem autorização, a realização de downloads ilegais.
Para terminar, lembro os pais de que não se podem esquecer do ditado “Bem prega Frei Tomás, não ouças o que ele diz, olha para o que ele faz.” Como podem esperar uma boa utilização do telemóvel pelos seus filhos, se são os primeiros a dar o mau exemplo?
ARMANDA ZENHAS
Professora aposentada. Doutora em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Mestre em Educação, área de especialização em Formação Psicológica de Professores, pela Universidade do Minho. Autora de livros na área da educação.
Professora profissionalizada nos grupos 220 e 330. Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Professora profissionalizada do 1.º ciclo, pela Escola do Magistério Primário do Porto.A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.
Artigo originalmente publicado no Educare.pt
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As tecnologias móveis não se sentam à mesa
Abril 27, 2022 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Adição, Crianças, Dependência online, Direção-Geral da Educação (DGE), Internet, Jogos on-line, Jovens, Redes Sociais, SeguraNet
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Rivalidade fraterna: Como melhorar a relação entre irmãos?
Abril 27, 2022 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Crianças, Irmãos, Relação Irmãos
Texto do Sapo Lifestyle de 28 de março de 2022.
Nem todas as relações fraternas são de harmonia. Ouvir os seus filhos gritarem uns com os outros pode ser frustrante, sendo que manter a paz pode ser uma missão hercúlea. Tome nota destas dicas.
A relação entre irmãos é singular e tem um impacto direto no desenvolvimento de cada um. Os irmãos atuam simultaneamente como modelos, oponentes e companheiros uns dos outros, já que podem desafiar-se, testarem limites, modularem os comportamentos por observação direta e/ou indireta, e aprenderem a regular as emoções, estabelecendo as suas próprias identidades. As suas interações influenciam o seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Por outro lado, os laços de amizade entre irmãos podem servir como sistema de apoio para as experiências mais desafiantes na vida de ambos.
No entanto, nem todas as relações fraternas são de harmonia. Ouvir os seus filhos gritarem uns com os outros pode ser frustrante, sendo que manter a paz pode ser uma missão hercúlea. Num momento, os seus filhos estão a brincar pacificamente e, no momento seguinte, já estão agarrados à garganta um do outro. Saber quando e como intervir pode fazer a diferença na forma como seus filhos se relacionam.
Mas primeiro, o que causa a rivalidade entre irmãos?
A rivalidade geralmente é despoletada quando os irmãos competem pela atenção dos pais. Sinais de rivalidade podem incluir bater, discutir e ter comportamentos imaturos. Níveis moderados de rivalidade entre irmãos são um sinal saudável de que cada criança é capaz de expressar as suas necessidades ou desejos. Em contrapartida, níveis elevados (i.e., que causam muito transtorno nas dinâmicas familiares) tornam a convivência bastante difícil e de conflito constante.
Embora a rivalidade entre irmãos seja uma parte natural do crescimento, muitos fatores podem afetar a forma como seus filhos se dão uns com os outros – incluindo a idade de cada um, o sexo, a personalidade, o tamanho da sua família e a posição de cada criança (filho mais velho, filho do meio, filho mais novo).
À medida que os seus filhos crescem, a maneira como interagem irá provavelmente mudar. Enquanto as crianças mais novas tendem a brigar fisicamente, as crianças mais velhas são mais propensas a terem discussões verbais. No entanto, a rivalidade entre irmãos pode continuar na idade adulta.
Que medidas os pais podem tomar para melhorar os relacionamentos entre irmãos?
1. Defina as regras básicas e incentive o bom comportamento. Certifique-se de que seus filhos entendem o que os pais consideram um comportamento aceitável e inaceitável quando se trata de interagir uns com os outros, bem como as consequências do mau comportamento. Quando vir que os seus filhos estão a trabalhar em equipa, elogie-os.
2. Respeite as necessidades de cada criança. Não trate os seus filhos da mesma forma. Cada um tem idiossincrasias e necessidades exclusivas. Por exemplo, em vez de comprar os mesmos presentes para evitar conflitos, considere comprar presentes diferentes que reflitam os seus interesses individuais e, em caso de dúvida, peça a opinião deles.
3. Evite comparações. Comparar as competências e conquistas dos seus filhos pode deixá-los magoados e inseguros. Evite discutir as diferenças entre as crianças na frente delas. Ao elogiar um de seus filhos, descreva sua ação ou realização, em vez de compará-la com o irmão.
4. Não se envolva em guerras. Incentive os seus filhos a resolverem as suas próprias diferenças. Embora possa precisar de ajudar as crianças mais novas a resolver disputas, evite tomar partido.
5. Antecipe problemas. Se os seus filhos não conseguem resolver um desentendimento sozinhos, ajude-os a encontrar uma solução. Por exemplo, se você tem filhos pequenos que têm problemas para compartilhar, incentive-os a brincar com seus próprios brinquedos ou planeie atividades que não exijam muita cooperação – como ouvir música ou brincar às escondidas. Se os seus filhos disputam por jogos específicos, ajude-os a criar uma programação semanal e explique as consequências de não seguir o cronograma.
6. Ouça os seus filhos e mostre o seu amor por cada um. Ser irmão pode ser frustrante. Permita que seus filhos desabafem os seus sentimentos negativos um pelo outro. Considere realizar reuniões familiares regulares para dar aos seus filhos a oportunidade de conversar e resolver problemas com os irmãos. Jantares em família também oferecem oportunidades para conversar e ouvir. Além disso, passe algum tempo sozinho(a) com cada um dos seus filhos. Faça atividades especiais com cada criança que reflitam os interesses dela.
E, se apesar, destas dicas, não conseguir criar harmonia na sua casa, considere procurar ajuda profissional, para o estabelecimento de um programa personalizado para as suas necessidades familiares.
Um artigo da psicóloga clínica Laura Alho, da MIND | Psicologia Clínica e Forense.
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