Quase três em cada quatro alunos portugueses LGBTIQ vítimas de bullying na escola

Maio 23, 2024 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social, Relatório | Deixe um comentário
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Notícia do Sapo 24 de 16 de mio de 2024.

Quase 75% dos portugueses inquiridos num estudo europeu sofreram bullying ou foram humilhados na escola por serem da comunidade LGBTIQ, revela um relatório, que alerta para o aumento da violência contra as minorias sexuais nos últimos cinco anos.

O relatório é da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), que responde perante a União Europeia, e que é divulgado a propósito do Dia Internacional contra a Homofobia, Trans e Bifobia, que se assinala na sexta-feira, 17 de maio.

Com o nome “A igualdade LGBTIQ numa encruzilhada”, este terceiro inquérito da FRA, que obteve 100.577 respostas de pessoas de 30 países, denuncia o aumento da violência contra as minorias sexuais e de género nos últimos cinco anos.

Na opinião do diretor da agência, Sirpa Rautio, a Europa está perante um “paradoxo” porque, por um lado, as pessoas estão “mais abertas sobre a sua orientação sexual”, mas, por outro lado, as taxas alarmantes de violência contam uma história diferente”.

O número de pessoas que afirmaram ter sido vítimas de violência aumentou para 14%, um pouco mais do que em 2019, com as pessoas transgénero a serem particularmente visadas. E o assédio afecta agora mais de metade dos inquiridos, em comparação com 37% anteriormente.

A situação é particularmente má na escola, onde dois terços dizem ter sido vítimas de bullying, em comparação com 46% em 2019.

Em Portugal, por exemplo, 74% das pessoas disseram ter sofrido bullying na escola, ter sido ridicularizadas, gozadas, insultadas ou ameaçadas pelo facto de fazerem parte da comunidade LGBTIQ (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Trans, Intersexo e Queer), um valor que está nos 67% na média da Europa a 27.

34% dos alunos LGBTIQ afirma esconder a sua condição na escola e 60% respondeu que estes temas nunca foram falados na escola.

Ao nível da saúde, 14% dos inquiridos afirmaram ter pensado em suicídio no ano antes do inquérito, e 17% disse ter-se sentido discriminado no acesso aos serviços de saúde.

Em Portugal, 44% das pessoas que responderam ao inquérito disseram que evitam andar de mãos dadas com o parceiro do mesmo sexo e há 23% que admite evitar certos locais por receio de ser agredido.

No ano antes do inquérito, 38% disseram ter sido discriminados numa qualquer área da vida e 2% revela que foi atacado. Houve 21% que fizeram denúncia na polícia por situações de violência física ou sexual.

36% acha que a violência contra pessoas LGBTIQ em Portugal tem vindo a aumentar e que a intolerância e igual percentagem defende que a discriminação contra estas pessoas tem crescido nos últimos cinco anos.

O diretor da FRA salienta que mais de uma em cada duas pessoas LGBTQ+ fala agora abertamente sobre a sua orientação sexual, identidade e expressão de género, bem como sobre as suas características sexuais.

“Mas a maioria ainda evita segurar a mão do seu parceiro em público por receio de ser atacada”, refere a FRA num comunicado de imprensa. É o caso de 60% dos inquiridos em França, em comparação com uma média europeia de 53%.

Na Hungria, onde os direitos das pessoas LGBT+ regrediram nos últimos anos em resultado das medidas tomadas pelo primeiro-ministro Viktor Orban, apenas 3% sentem que o seu governo “combate o preconceito e a intolerância” contra elas, a percentagem mais baixa do bloco, em comparação com uma média da UE de 26%.

A FRA apela aos países membros para que “apliquem uma cultura de tolerância zero” à violência anti-LGBTQ+.

No que diz respeito ao ódio na internet, a FRA recomenda “abordar o risco de preconceito nos algoritmos e garantir que as plataformas digitais cumprem a legislação da UE”.

O relatório citado na notícia é o seguinte:

LGBTIQ at a crossroads: progress and challenges

Cerca de 1.000 crianças dadas como desaparecidas em Portugal em 2023. Todas foram encontradas

Maio 23, 2024 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
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Notícia da Visão de 22 de maio de 2024.

As autoridades registaram o desaparecimento de 1.010 crianças e jovens em Portugal em 2023, quase uma centena abaixo do registo de 1.102 em 2022, tendo todas sido encontradas, segundo dados da Polícia Judiciária (PJ)

O inspetor-chefe na Unidade de Investigação Criminal da PJ Miguel Gonçalves disse à Lusa que as estatísticas disponíveis refletem as comunicações nacionais feitas diretamente à Judiciária ou que foram difundidas pelos outros órgãos de polícia criminal (PSP e GNR) e sublinha que o registo de pessoa desaparecida é diferente da abertura de um inquérito, que só ocorre se existir “uma suspeita de uma situação de origem criminosa”.

“Por norma, a grande maioria das situações que temos são apenas situações em que é feito um registo de desaparecido e, por norma, num curto espaço de tempo as crianças (até aos 18 anos) são localizadas”, referiu Miguel Gonçalves.

“Que tenha conhecimento, não temos nenhuma situação em concreto em 2023 de uma criança que não tenha sido efetivamente localizada e que depois tenha dado origem a um inquérito”, adiantou.

De acordo com os números, das 1.010 crianças desaparecidas em 2023, 179 tinham menos de 14 anos, enquanto as restantes 831 se situavam entre os 14 e os 17 anos de idade, embora o número possa estar algo inflacionado por diferentes razões.

“Há situações de duplicação, porque há muitas crianças institucionalizadas e que têm vários desaparecimentos ao longo do ano”, referiu o inspetor-chefe, assinalando também que entre os menores de 14 anos nem sempre se trata de um desaparecimento de uma criança institucionalizada, mas sim de uma chegada tardia à instituição, referindo que “não cumprem as regras e, se não chegarem, automaticamente é feita uma comunicação de desaparecimento por parte da instituição”.

Sobre os anos anteriores, Miguel Gonçalves realçou que em 2022 houve um total de 1.102 registos de crianças desaparecidas, das quais 178 até aos 14 anos e 924 na faixa etária entre os 14 e os 17.

Em 2021, foi registado o número mais baixo de crianças e jovens desaparecidos do último triénio, com um total de 976 (129 até 14 anos e 847 entre 14 e 17 anos), “muito provavelmente ainda com influência da pandemia” de covid-19, frisou o inspetor-chefe.

Para o responsável da PJ, a realidade portuguesa “não é preocupante” quando comparada com a de outros países, citando os exemplos do Reino Unido ou de Espanha, ao sublinhar que as situações envolvendo crianças com menos de 14 anos tendencialmente “são resolvidas no mais curto prazo de tempo possível”, enquanto nos jovens entre os 14 e os 17 anos a situação pode tornar-se “mais complicada”, devido à maior autonomia.

“Normalmente é aos 15-16 anos a idade onde há maior incidência de crianças desaparecidas. Depois, temos também aquelas que já estão muito próximas de perfazer a maioridade, em que dali a poucos meses fazem 18 anos”, acrescenta.

A PJ anunciou na terça-feira que se associou à campanha do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, promovida pelo Centro Europeu para as Crianças Desaparecidas junto de 16 países e que tem como mote “Verifique. Pense. Comunique”, fornecendo um manual a pais e cuidadores sobre o que fazer em caso de desaparecimento de uma criança. Segundo a nota divulgada pela PJ, desaparecem todos os anos cerca de 300 mil crianças na Europa.

com Lusa

Campanha da Amber Alert Europe no site da Polícia Judiciária

Palestra “Queremos brincar!” com Carlos Neto, 29 maio em São João da Madeira

Maio 23, 2024 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
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