Como reforçar o sistema imunitário das crianças?
Outubro 7, 2013 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Ácido fólico, Crianças, Ferro, Glicose, Nutrientes, selénio, Sistema Imunitário, Vitaminas, Zinco
Artigo da Pais & Filhos de 18 de Setembro de 2013.
O sistema imunitário é seguramente um dos mais complexos do organismo. E também um dos mais preciosos, já que é graças a um sistema imunitário «forte» que nos protegemos das infeções. O melhor ponto de partida para assegurarmos o seu bom funcionamento é através da alimentação. Sobretudo quando as crianças frequentam a escola, há sempre uma série de bactérias e de germes a circular pelas salas e corredores. Um sistema imunitário precisa, assim, de estar em «boa forma» para proteger as crianças destes «bichos».
O zinco e o selénio
Ambos são fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunitário como um todo. As crianças que sofrem regularmente de constipações, tosse e outras infeções, ou aquelas que têm dificuldades na cicatrização de cortes e no desaparecimento de equimoses podem possuir uma carência de zinco. Se é o seu caso, verifique se o seu filho consome diariamente alimento ricos neste mineral. O zinco encontra-se em todas as carnes e aves, na gema dos ovos, nas sardinhas e no atum, no peixe oleaginoso e no marisco, na aveia, centeio, trigo mourisco e arroz integral, bem como nas nozes, amêndoas e sementes de girassol.
Já o selénio, necessário em doses mais reduzidas, não deixa de ser menos importante. Atuando em conjunto com a vitamina E, protege o organismo de bactérias e vírus e neutraliza as toxinas. Uma das formas mais evidentes de detetar uma carência em selénio é a frequência das infeções respiratórias. Marisco, sementes de sésamo, castanhas e gérmen de trigo são excelentes fontes de selénio.
Vitaminas A, C e E
Este é um trio fantástico para proteger o organismo de toda a espécie de «inimigos». A vitamina A pode encontrar-se sob duas formas: animal (retinol) e vegetal (beta-caroteno). As duas são importantes para as crianças, embora a forma animal seja absorvida mais facilmente. As melhores fontes animais são a gema de ovo, os lacticínios e o peixe oleaginoso, como as sardinhas. Quanto às fontes vegetais, encontramos beta-caroteno nas cenouras, na batata doce, nos pimentos cor de laranja, no tomate, nos pêssegos, nas papaias e em todos os vegetais de folha verde.
Quanto à vitamina C, o ideal é ir buscá-la aos citrinos, aos quiwis e às bagas vernelhas, aos bróculos e às couves.
Finalmente, a vitamina E pode ser encontrada nos ácidos gordos essenciais do peixe oleaginoso, nas sementes e respetivos óleos.
A sua principal função é proteger todas as células do corpo humano de lesões provocadas pela oxidação e manter uma pele macia e saudável.
Ferro
O sistema imunitário também precisa de ferro, já que é (também) graças ao ferro que se dá a produção de glóbulos brancos e de glóbulos vermelhos – necessários para transportar o oxigénio e os nutrientes através da corrente sanguínea. Todas as crianças que têm tendência para anemias, devem reforçar as doses de ferro, vitamina B12 e ácido fólico, (em especial as crianças vegetarianas).
Os principais sintomas de uma anemia são: fadiga constante, fraqueza física, pele pálida (particularmente a pele do rosto), interior da pálpebra inferior muito pálido, choro frequente, maior sensibilidade ao frio, memória fraca, constipações e infeções frequentes.
Está mais do que provado que aquilo que comemos é fundamental não apenas para o nosso corpo, mas também para o nosso cérebro. Assim, não é de estranhar que o sucesso escolar passe, entre outras coisas, por aquilo que as crianças comem.
Os seis nutrientes fundamentais
– Glicose
É o «combustível» do cérebro, ou seja, a «energia» que o faz pensar, raciocinar, resolver problemas. No entanto, não basta encher o depósito pela manhã – com um «grande» pequeno-almoço – e esperar que renda o dia inteiro. Pelo contrário, as reservas têm de ser repostas ao longo do dia, para que o cérebro não falhe, ou não comece a andar mais devagar.
Depois de um bom pequeno-almoço, é fundamental «cortar» a manhã com um reabastecimento de glicose. Os hidratos de carbono complexos cumprem bem essa função e pense que um pedaço de broa de milho dá uma energia muito mais potente do que um bolo cheio de creme e de gordura.
Passado o almoço, volta a ser necessário recarregar baterias, a meio da tarde. Para crianças que passam o dia inteiro na escola, estes «reabastecimentos» a meio da manhã e a meio da tarde são fundamentais e podem fazer toda a diferença em termos de rendimento intelectual.
– Ferro
Muito antes de as análises de sangue demonstrarem uma carência em ferro, já o cérebro a acusa. De facto, a falta de ferro provoca uma quebra de atenção e menor motivação para as tarefas intelectuais. A criança poder-se-á sentir mais fraca ou mesmo apática e com dores de cabeça.
Assim, e antes que os sinais se tornem visíveis, insira na dieta do seu filho atum, salmão, leguminosas e vegetais de folhas verdes. Em casos mais específicos, poderá ser necessário um suplemento.
– Ácido fólico
Cansaço, irritabilidade, falta de memória, apatia. No fundo, os sintomas de uma carência em ácido fólico são muito semelhantes aos sintomas de uma carência em ferro.
As fontes, no entanto, nem sempre coincidem. Para além dos alimentos referidos no ponto acima, dê ao seu filho bróculos, cenoura, abóbora, gema de ovo e laranjas. Todos eles são ricos em ácido fólico, essencial para a maturação dos glóbulos vermelhos e para o bom funcionamento do sistema nervoso.
– Vitaminas do grupo B
A tiamina, mais conhecida por vitamina B1, a niacina (vitamina B3) e a piridoxina (vitamina B6) desempenham um papel importante no que diz respeito ao rendimento intelectual, à concentração e á memória.
Se houver alguma carência, podem surgir alterações de personalidade, agressividade e até ligeiras depressões. Feijão, cereais integrais, aveia, verduras e hortaliças, leite, peixe, ovos, abacate, banana e melão. Todos eles contém vitaminas do grupo B.
– Vitamina A
Há várias provas da importância da vitamina A no bom funcionamento cerebral. A vitamina A existe em alimentos de origem animal, sob a forma de retinol, e nalguns de origem vegetal, sob a forma de betacaroteno. Queijo, manteiga, cenouras e espinafres são ricos em vitamina A.
– Zinco
O zinco faz parte da estrutura de comunicação entre as células e, quando existe uma carência, alteram-se os mecanismos de cognição.
Suplementos, sim ou não?
A questão dos suplementos não é pacífica. Para alguns, eles fazem sentido e são necessários em determinadas situações, para outros são perfeitamente dispensáveis, já que uma alimentação equilibrada fornece todos os nutrientes de que o organismo necessita. Porque cada caso é uma caso, nunca decida, por sua própria iniciativa, dar ao seu filhos suplementos do que quer que seja. Consulte sempre o pediatra da criança ou o médico de família. A ingestão de vitaminas e sais minerais deve obedecer a critérios próprios e com as doses ajustadas à situação concreta. Nem sempre o suplemento que o filho da amiga ou da vizinha está a tomar – e que lhe está a fazer tão bem! – é o mais indicado para o nosso filho. Até porque, algumas vitaminas, tomadas em excesso, podem ter efeitos tóxicos.
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