Preocupado com o tempo que o seu filho passa à frente do telemóvel? Tenha calma…
Janeiro 16, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Alison Firth, Crianças, Dormir, Ecrã Táctil, Ecrãs, Guia, Max Davie, Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH), Russell Viner, Smartphones, Sono, Telemóveis
Notícia da RTP Notícias de 4 de janeiro de 2019.
Alexandre Brito – RTP
O Royal College of Paediatrics and Child Health, organismo britânico que reúne pediatras do país, publicou um guia para os pais relacionado com o tempo que as crianças devem passar à frente de um ecrã (tablets, telemóveis, etc). Com conselhos algo inesperados. Não há qualquer recomendação de tempo limite. Apenas bom senso e acompanhamento próximo pelos adultos.
Os pediatras dizem que não há evidências suficientes que confirmem que o tempo que as crianças passam à frente de ecrãs seja por si mesmo prejudicial à saúde em qualquer idade. Por essa razão, os pediatras indicam que é impossível recomendar um tempo limite relacionado com a idade.
Isso significa que as crianças podem usar, por exemplo, tablets e telefones o tempo que quiserem? Não. De acordo com as recomendações do Royal College of Paediatrics and Child Health, os pais devem permitir o uso desses aparelhos de acordo com a idade de desenvolvimento da criança – que varia -, com as necessidades individuais relacionadas com o exercício físico, socialização, entre outras. Quando o tempo que se passa à frente do ecrã afeta essas atividades, então torna-se prejudicial para a saúde do menor.
Nesse sentido, diz o Dr. Max Davie do Royal College of Paediatrics and Child Health, “temos que deixar os pais serem pais” e ajustarem o tempo de utilização destes ecrãs de acordo com o que é importante para a família e a criança. “A tecnologia é uma parte integrante da vida das crianças e dos jovens. Eles usam-na para comunicar, entretenimento e cada vez mais na educação”.
Apesar destas indicações, os pediatras avisam que para melhor compreender o que está a acontecer é preciso “mais e melhores estudos, particularmente relacionados com novos usos dos media digitais, como as redes sociais”.
No guia agora publicado, os pediatras lançam uma série de perguntas para ajudar os pais a avaliarem e a tomarem decisões relacionadas com o uso destes equipamentos:
- O tempo da sua família à frente dos ecrãs está controlado?
- O uso desses ecrãs tem influência no que a sua família quer fazer?
- O uso dos ecrãs tem influência no sono?
- Consegue controlar o que come durante o uso desses ecrãs?
Ainda de acordo com o Dr. Max Davie, “é importante encorajar os pais a fazerem aquilo que consideram certo para a sua família”. Sugere, no entanto, “que sejam estabelecidas fronteiras de acordo com a idade, negociadas entre os pais e as crianças, de forma a que todos na família as compreendam”.
E acrescenta: “Quando essa fronteiras não são cumpridas, tem que haver consequências”.
Tão importante como os conselhos anteriores é que os próprios pais façam uma reflexão “sobre o seu tempo à frente desses ecrãs de forma a terem uma influência positiva nos mais novos”.
Um alerta. Evitar o uso de ecrãs uma hora antes de dormir
Apesar de todas estas recomendações, de certa forma inesperadas, há uma que vai no sentido do que outros estudos já indicavam.
As crianças não devem usar esses ecrãs – telemóveis, tablets, etc – uma hora antes da hora de dormir. A luz estimula o cérebro com efeitos nocivos para o sono.
Apesar de existirem “modos noturnos” nesses aparelhos, dizem os pediatras que não há qualquer evidência de que sejam eficazes.
Vale a pena reduzir a amamentação materna para os bebés dormirem mais?
Julho 21, 2018 às 5:05 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Aleitamento Materno, Amamentação, Artigo, Bebés, Dormir, Estudo, Jama Pediatrics, Kirsty Logan, Michael R. Perkin, OMS, Sono
Notícia do MAGG de 12 de julho de 2018.
por Catarina da Eira Ballestero
Estudo diz que os bebés que ingerem sólidos antes dos 6 meses dormem mais. Um especialista discorda: o leite da mãe em exclusivo é o melhor.
e acordo com os resultados de um estudo divulgado recentemente no Jama Pediatrics, as crianças que começam a ingerir sólidos com menos de seis meses de idade dormem mais do que aquelas que são amamentadas. A investigação liderada pelo especialista Michael Perkin, do Instituto de Pesquisa de Saúde da População e do Hospital St. George, em Londres, sugere que a introdução dos sólidos pode resultar num sono melhor.
Michael Perkin e a sua equipa analisaram 1303 bebés: os do grupo de introdução precoce de alimentos começaram a ingerir sólidos com cerca de 16 semanas, em média, em comparação com os do grupo padrão que iniciaram às 23 semanas. Durante o período do estudo, que durou cinco meses, os bebés que começaram a comer sólidos mais cedo dormiam mais do que aqueles cujas mães continuaram a amamentar exclusivamente até aos seis meses de idade — uma média de quase 17 minutos a mais, para sermos precisos.
A diferença de minutos, que atingiu o seu pico máximo aos seis meses dos bebés, persistiu após o primeiro aniversário destes, sendo que as crianças que começaram a dormir mais cedo também acordavam com menos frequência (9%) do que os outros.
Os minutos a mais de sono não compensam o fim da amamentação exclusiva
Apesar do quão atrativa possa ser a ideia de que as crianças podem dormir mais com alterações na alimentação, José Aparício, médico pediatra e coordenador do atendimento pediátrico do Hospital Lusíadas Porto, realça que as vantagens da amamentação exclusiva estão muito acima dos 17 minutos a mais de sono.
“Prefiro que os bebés durmam menos 17 minutos e que se alimentem à mama”, diz à MAGG o especialista, que alerta que este tipo de estudos e trabalhos podem influenciar uma mãe a deixar de lado a amamentação exclusiva em prol de um sono mais extenso das crianças.
O médico pediatra afirma que “17 minutos não são nada” e recomenda que “se mantenha a mama”. José Aparício é “muito crítico em relação a tudo o que coloque em causa algo adquirido já há muitos anos, como os benefícios da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida das crianças”.
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno deve ser obrigatório no primeiro meio ano dos bebés e só depois é que os alimentos sólidos podem ser introduzidos.
“Respeitando o trabalho citado, estamos a comparar uma média de 17 minutos de sono contra uma vantagem imunológica, nutricional, psicológica e intelectual, basicamente tudo aquilo que a alimentação materna traz de positivo para um bebé. São também 17 minutos em que a mãe está a olhar para o bebé e este para a mãe”, afirma o especialista.
De acordo com José Aparício, a amamentação exclusiva é fundamental e traz inúmeras vantagens. “É claro que a população em geral pode ser seduzida pela ideia de conseguir mais tempo de descanso para os filhos, mas tenho mais que argumentos para desmontar esta ideia de 17 minutos a mais à custa de acabar com a mama em exclusivo, que vou defender sempre, devido aos seus variados benefícios em diversos campos”, conclui o pediatra.
Em Portugal, quase dois terços das mães amamentam em exclusivo até aos três meses.
Quando é que os bebés dormem melhor? Quando começam a comer sólidos
Julho 21, 2018 às 1:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Alimentação Infantil, Artigo, Bebés, Dormir, Estudo, Jama Pediatrics, Kirsty Logan, Michael R. Perkin, Sono
Notícia do Público de 11 de julho de 2018.
É quando os bebés começam a comer alimentos sólidos que começam a dormir melhor. A comparação foi feita entre os que são amamentados até aos seis meses e aqueles a quem são introduzidos os sólidos a partir dos três meses.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia Americana de Pediatria, entre outros, o aleitamento materno deve ser obrigatório nos primeiros seis meses da criança e só depois é que os alimentos sólidos podem ser introduzidos. Contudo, um estudo de 2016 sobre tolerância alimentar – que envolveu 1303 bebés, aos quais os alimentos sólidos foram introduzidos mais cedo para observar se esta acção ajudava a prevenir alergias alimentares –, demonstrou que a introdução de pequenas quantidades de alimentos alergénicos em bebés mais novos ajudava a reduzir os riscos de alergia alimentar. Estes resultados levaram a Academia Americana de Pediatria, o governo australiano e outros a mudaram as suas directrizes de alimentação infantil.
Michael Perkin, do Instituto de Pesquisa de Saúde da População e do Hospital St. George, ambos em Londres, acrescenta que os resultados de uma nova análise aos dados sugerem que outro dos benefícios da introdução dos sólidos é um sono melhor.
Conforme relatado no Jama Pediatrics, Perkin e a sua equipa de investigadores compararam o sono infantil e a qualidade de vida das mães que participaram no estudo de 2016. As crianças no grupo de introdução precoce começaram a ingerir sólidos com cerca de 16 semanas, em média, em comparação com os do grupo padrão que iniciaram às 23 semanas.
Durante cinco meses, os bebés que começaram a comer sólidos mais cedo dormiam mais do que aqueles cujas mães continuaram a amamentar exclusivamente até aos seis meses. A diferença entre os dois grupos atingiu o pico aos seis meses de idade, com o grupo de introdução precoce a dormir uma média de quase 17 minutos a mais do que o dos que continuaram a ser amamentados. Esta diferença persistiu após o primeiro aniversário das crianças. Os bebés que começaram a dormir mais cedo também acordavam com menos frequência (9%) do que os outros.
A descoberta “mais clinicamente importante”, avalia Perkin, é que os pais das crianças que ingeriam alimentos sólidos há mais tempo eram menos propensos a relatar que os seus filhos tinham um sério problema de sono. “Havia uma relação extremamente forte entre a qualidade de vida da mãe e o sono infantil”, acrescenta. “Se o bebé dorme mal, a qualidade de vida da mãe é claramente afectada.”
Maus hábitos de sono aumentam risco de obesidade nos rapazes
Maio 2, 2018 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Actividade Física, American Journal of Humam Biology, Aristides M. Machado‐Rodrigues, Artigo, Atividade física, Crianças, Cristina Padez, Dormir, Estudo, Obesidade infantil, Rômulo Fernandes, Sedentarismo infantil, Sono
Notícia e fotografia do https://ionline.sapo.pt/ de 16 de abril de 2018.
Estudo da Universidade de Coimbra conclui que crianças do sexo masculino com hábitos de sono irregulares têm 128% mais probabilidade de obesidade.
Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra chegaram à conclusão que os maus hábitos de sono representam “risco muito elevado de obesidade” nas crianças de sexo masculino.
O estudo contou com a participação de 8.273 crianças entre os seis e os nove anos (sendo 4.183 de sexo feminino) e, baseando-se nas recomendações da Academia Americana de Pediatria (2016) que estabelece que a duração indicada de sono para as crianças deve ser entre nove e 12 horas, teve como objetivo analisar “a relação entre os hábitos de sono irregulares” – quer por escassez ou excesso – e “o risco de excesso de peso e obesidade na população pediátrica”.
Na investigação foi também tido em conta a “atividade física e os comportamentos sedentários (por exemplo, o tempo passado a ver televisão ou a jogar no computador) através de questionários preenchidos pelos pais”, explica uma nota enviada pela Universidade de Coimbra à Lusa. O estudo foi publicado no American Journal of Humam Biology.
As conclusões ditam que “os rapazes que apresentavam hábitos de sono irregulares para a sua idade, isto é, quer abaixo das nove horas por noite, quer acima das 12 horas por noite, durante a semana têm 128% probabilidade de serem classificados como crianças com excesso de peso comparativamente com aqueles que dormiam as horas recomendadas”, explica o investigador Aristides Machado-Rodrigues.
Para as raparigas, cujos resultados foram analisados à parte, “não houve associações significativas entre a duração do sono e o risco de obesidade, nem nos dias da semana nem durante o fim de semana”, refere ainda o investigador que destaca “o cumprimento dos hábitos de sono recomendados na infância” como “um aspeto crucial da saúde cognitiva e do desenvolvimento harmonioso das crianças”.
“Os pais devem reforçar as regras familiares da ‘hora de deitar’ das crianças para que estas possam ter o tempo de sono diário recomendado para a saúde”, alerta Aristides Machado-Rodrigues e lembra que “a literatura sustenta, de forma inequívoca, que a privação do sono, especialmente em idades pediátricas, está associada a problemas de saúde aumentados, não só de índole cognitivo, mas especialmente relacionados com a diminuição da tolerância à glicose, o qual é um fator de risco para a obesidade”.
“Na atualidade, e de forma muito pragmática, não podemos deixar de manifestar a nossa preocupação para os comportamentos sedentários de ecrã, vulgo tablets, telemóveis e computadores, que as crianças e jovens perpetuam pela noite dentro, comprometendo as horas de sono recomendadas, muitas vezes fechados no quarto e sem conhecimento dos pais”, acrescenta.
Apesar das várias medidas que têm sido adotadas para o combate à obesidade, “os hábitos de sono são os que têm merecido menor atenção comparativamente a outros comportamentos do quotidiano, como a atividade física, os hábitos nutricionais ou ainda o sedentarismo”, pode ainda ler-se na nota enviada pela Universidade de Coimbra.
Este estudo está incluído numa investigação mais ampla sobre a Prevalência da obesidade na infância em Portugal, sob a coordenação de Cristina Padez e com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
O estudo citado na notícia é o seguinte:
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