Webinar “Laço Azul – proteção e promoção de direitos das crianças com deficiência”, 18 abril

Abril 17, 2024 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , ,

Mais informações aqui

Apresentação da Convenção sobre os Direitos da Criança versão amigável e de dupla leitura – 19 novembro em Lisboa

Novembro 18, 2021 às 4:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , ,

Mais informações aqui

A Internet vista pelas crianças com deficiência replica as desigualdades do mundo real

Dezembro 6, 2019 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , ,

Notícia do Público de 2 de dezembro de 2019.

Conselho da Europa ouviu 97 crianças com deficiência em seis diferentes países para elencar as melhores formas de garantir igualdade de acesso no mundo virtual. Educação e saúde são as áreas mais críticas

Natália Faria

“Devia ser criada uma lei que obrigasse todos os websites ​a estarem adaptados às pessoas cegas. Quem não o fizesse, teria de pagar uma multa de 500 euros que seriam depois aplicados na educação”. A sugestão partiu de uma criança portuguesa com deficiência visual, uma das 97 que foram entrevistadas no âmbito de um estudo promovido pelo Conselho da Europa destinado a conhecer (e a melhorar) a navegabilidade na Internet por parte das crianças com deficiências visuais, motoras ou cognitivas.

Baseadas nas experiências reportadas pelas próprias crianças, as recomendações oficiais dos peritos não diferem muito das sugestões apresentadas pelos inquiridos. E apontam todas para a necessidade de ser produzida legislação e adoptadas medidas capazes de garantir que, nas diferentes esferas, se faz uso das ferramentas tecnológicas susceptíveis de eliminar as barreiras visuais, cognitivas ou motoras. “Todos os serviços públicos e privados devem rever os seus serviços e produtos para assegurar que as crianças com deficiência não são discriminadas no seu direito de acesso ao ambiente digital”, insiste o documento divulgado esta segunda-feira por aquela organização internacional de defesa dos direitos humanos, na véspera do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

Apesar de quase nunca divulgarem online a respectiva deficiência, o relatório conclui que as crianças portadoras de deficiência estão mais expostas aos riscos do mundo virtual, embora não tenham consciência disso. Daí que “os governos, a indústria digital, as escolas e os serviços de saúde” devam prestar-lhes “especial atenção”, alerta o estudo conduzido por uma equipa de investigadores do Reino Unido, mas cujos “tentáculos” se estenderam a crianças da Bélgica, da Alemanha, da Moldávia e da Turquia, além de Portugal.

Dito isto, não surpreende que o relatório enfatize também a necessidade de as escolas passarem a garantir aos alunos e respectivos familiares – irmãos incluídos —, bem como aos professores e educadores, a necessária informação sobre as regras de navegabilidade. A ideia é que estas crianças adquiram o máximo de autonomia no mundo virtual, bem como consciência sobre as melhores formas de se manterem seguras.

Um dos primeiros passos será garantir que as escolas e instituições académicas são munidas das ferramentas tecnológicas necessárias para que as crianças com deficiência possam aceder à informação veiculada no mundo digital, em nome da igualdade de acesso. “As crianças com deficiência devem ser consultadas sobre a melhor forma de garantir o seu acesso total a todos os aspectos da vida da escola, inclusive no ambiente digital”, acrescenta o relatório. Ao PÚBLICO, um dos investigadores portugueses que participaram no estudo, António José Osório, do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, confirmou que as crianças ouvidas “sentem claramente que as tecnologias são indispensáveis para se sentirem mais integradas”.

No tocante a Portugal, um dos problemas é que nas escolas “a burocracia e a logística” nem sempre permitem rentabilizar o uso das ferramentas digitais. “A principal lacuna nem está na formação dos professores mas na falta de apoio que estes sentem nas escolas em termos de poderem trocar experiências, de irem tomando contacto com novas soluções e de disporem, no fundo, de reais condições para aplicarem as ferramentas que já estão disponíveis”, acrescentou.

Reconhecendo que as ferramentas virtuais podem ser um fortíssimo “equalizador” das diferenças, os peritos concluíram também que nos serviços de saúde as ferramentas digitais estão igualmente subaproveitadas, em prejuízo da garantia de acesso das crianças com deficiência aos serviços. “Os administradores hospitalares, os médicos, os cirurgiões e outros profissionais de saúde deviam consultar as crianças com deficiência para explorarem formas de usar a tecnologia digital para eliminar barreiras no acesso”, lê-se no documento, antes de lembrar que “os serviços de saúde online deviam estar disponíveis em formatos acessíveis às crianças com deficiência”, nomeadamente quando divulgam informações relacionadas com a saúde geral, sexual e reprodutiva.

A partir de 1 de outubro de 2019, a Prestação Social para a Inclusão (PSI) é alargada a menores de 18 anos

Outubro 2, 2019 às 11:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , ,

Texto da Segurança Social de 2 de outubro de 2019.

Agora também para menores de 18 anos

A partir de hoje (1 de outubro de 2019), a Prestação Social para a Inclusão (PSI) é alargada à infância e juventude, destinando-se a apoiar as pessoas com deficiência/incapacidade nos encargos acrescidos resultantes da deficiência.

Esta prestação passa a ser atribuída também a menores de 18 anos, se forem residentes em Portugal e apresentarem uma incapacidade certificada (Atestado Médico de Incapacidade Multiuso) igual ou superior a 60%. O valor da prestação pode ainda ser majorado em 35% nas situações de agregados monoparentais.

A PSI continua a não ser acumulável com a prestação da bonificação por deficiência.

A partir e 1 de outubro a bonificação por deficiência destina-se apenas a crianças com idade igual ou inferior a 10 anos, salvaguardando-se os direitos para os titulares à data de 30 de setembro de 2019.

Tal como anteriormente, a Prestação Social para a Inclusão poderá ser requerida, através de formulário próprio, juntando a respetiva documentação:

  • Online, preferencialmente, através da Segurança Social Direta em http://www.seg-social.pt, no separador Família.
  • Presencialmente, em qualquer Serviço de Atendimento da Segurança Social através de Requerimento (PSI 1-DGSS).

Consulte também a monofolha informativa e o Guia Prático.

Criança com necessidades especiais expulsa de acampamento após pressões de outros pais

Julho 15, 2019 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , ,

Notícia do Expresso de 2 de julho de 2019.

A mãe disse que deixou claro que não queria que revelassem a condição da filha. Pedido que não terá sido atendido pela organização do acampamento em Espanha.

Uma menina, de 11 anos, com sinais de atraso no desenvolvimento foi expulsa de um acampamento em Espanha após queixas dos pais de outros participantes. Trata-se de mais um episódio de discriminação envolvendo alunos com necessidades especiais.

Apesar de o lema do centro Diverbo ser “línguas adaptadas a todas as necessidades”, este caso mostra que na prática não é cumprido este objetivo. Revoltada, Carolina Gómez, a mãe da menina com necessidades especiais que frequenta o Colégio Sagrado Coração em Madrid denunciou o caso ao jornal “El País”, com vista a evitar que situações semelhantes se repitam no futuro.

No ato de inscrição, a encarregada de educação garante que alertou para as “dificuldades motoras e de linguagem” da filha e que a organização do acampamento de Aldeaduero, em Salamanca, não colocou nenhum entrave. Depois, Carolina Gómez fez questão ainda de falar com a coordenadora que também não levantou nenhum obstáculo.

“Disseram-me que ia ser fantástico, que ela se ia integrar perfeitamente, que os participantes tinham entre 7 a 12 anos, que não dominavam ainda muito o inglês e que seriam organizados jogos e atividades, pelo que não haveria nenhum problema”, afirmou Carolina Gómez, que pagou 1600 euros pela atividade de verão da filha.

A encarregada de educação disse ainda que deixou claro que não queria que revelassem a condição da filha aos outros participantes e/ou aos pais, sob pena de a criança se sentir discriminada. Pedido que não terá sido respeitado pela organização. Resultado? Quando tiveram conhecimento do caso, logo no primeiro dia de acampamento, os pais pressionaram os responsáveis para expulsarem a menina do acampamento.

“Inicialmente alegaram que o nível de inglês da minha filha era insuficiente. Depois disseram-me que era uma pena, mas que estavam entre a espada e a parede porque as mães queixaram-se”, acrescentou a mãe.

Segundo a organização havia duas hipóteses: ou a menina dormia com os monitores noutro quarto ou ia-se embora. Mal foram informados, os pais deslocaram-se rumo ao local do acampamento situado a cerca de 350 km de Madrid.

Chegaram a pedir para a filha realizar um teste para avaliar o seu nível de inglês, mas a organização recusou. “Ainda nem tive tempo para pensar no que vou fazer. O que tinha claro era que tinha que denunciar este caso, para que não façam isto a mais ninguém”, concluiu.

Mais informações na notícia do El País:

Un campamento expulsa el primer día a una niña de 11 años con retraso madurativo

A alegria de uma criança síria que perdeu uma perna depois de receber uma prótese

Maio 24, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Vídeos | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Notícia e imagem do i de 8 de maio de 2019.

Menino perdeu uma perna devido à guerra que o país enfrenta.

Ahmad Saed Rahman tem cinco anos, vive na Síria e está a conquistar a Internet.

Depois de ter sido atingido com uma bala, devido à guerra que o país enfrenta, o menino perdeu uma perna, escreve o The Telegraph.

Mas Ahmad não é a sensação do momento por esse motivo. A razão pela qual tem chamado a atenção é devido ao facto de surgir, num vídeo partilhado nas redes sociais, a dançar e muito feliz com a nova prótese que recebeu.

 

ONU: 75% das crianças com deficiência não têm acesso à educação inclusiva e de qualidade

Março 28, 2019 às 6:00 am | Publicado em Vídeos | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , ,

Notícia da ONU News de 7 de março de 2019.

Estimativa do Unicef é para regiões da Europa Oriental e Central e Ásia Central; melhor acesso a tecnologias pode aumentar drasticamente número de crianças com deficiência na escola; agência emite recomendações a parceiros.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que pelo menos 75% dos 5,1 milhões de crianças com deficiência estejam excluídas de uma educação inclusiva de qualidade nas regiões da Europa Central e Oriental e da Ásia Central.

Em nota, a agência adianta que centenas de milhares de crianças com deficiência na região permanecem em escolas “especiais”, segregadas dos seus pares e comunidades.

Apelo

Para a diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, esta realidade “é um trágico desperdício de potencial para estas crianças, economias nacionais e sociedade”, pedindo, por isso, “investimentos na qualidade e acessibilidade às tecnologias de assistência, já que esses produtos têm o potencial de aumentar drasticamente o número de crianças com deficiência que poderão ter acesso a educação.”

Entre estas tecnologias estão leitores e tablets especiais e cadeiras de rodas leves que ajudam as crianças com deficiência a ganhar mais independência e, por isso, a frequentar a escola, conseguindo ter uma participação ativa nas suas comunidades.

Estas tecnologias estão em exibição numa exposição especial de dois dias, inaugurada esta quarta-feira no Palácio das Nações, em Genebra.

Acesso

Khan considera que para uma criança que vive com deficiência, “o acesso a esta tecnologia pode significar a diferença entre uma vida de exclusão e isolamento ou obter uma educação e atingir seu pleno potencial.”

O Unicef adianta que a proporção exata de crianças com acesso a estas tecnologias e produtos é desconhecida, mas em países de rendimento baixo, estima-se que varia entre os 5% e os 15%.

O desconhecimento sobre a existência destas tecnologias, a falta de produção e manutenção, os escassos recursos humanos e os elevados custos são algumas das barreiras existentes.

O Unicef recorda que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência apela os governos a fornecer tecnologias de assistência acessíveis a todas as pessoas que possam beneficiar delas.

Para ajudar as crianças com deficiência a ter acesso a tecnologias e produtos assistenciais, a agência estabeleceu algumas recomendações para os governos, o sector privado e outras partes interessadas.

As sugestões incluem a adoção de legislação e políticas que ajudem a garantir que todas as crianças possam ter acesso a estas tecnologias e fornecer financiamento e subsídios para tornar esta tecnologia mais barata e acessível a todas as crianças, especialmente as mais vulneráveis.

 

 

Educação e deficiência: A inclusão das crianças refugiadas na Jordânia

Janeiro 9, 2019 às 6:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , ,

Notícia da Euronews de 20 de dezembro de 2018.

De  Monica Pinna 

Mais de 5 milhões e 600 mil pessoas fugiram da Síria desde 2011 à procura de segurança no Líbano, Turquia, Jordânia ou outros países. Metade são crianças

Quase 700 mil refugiados sírios vivem na Jordânia, o terceiro país anfitrião depois da Turquia e do Líbano.

Estima-se que mais de 700 mil crianças sírias refugiadas não vão à escola nos países vizinhos da Síria.

A maioria dos refugiados sírios vive em áreas urbanas e Mafraq é uma das três províncias jordanas com o maior número de sírios registados. As escolas locais tiveram de absorver o elevado número de crianças refugiadas que precisam de educação, incluindo as que têm deficiências.

Abd Al-Rahman tem 8 anos e uma paralisia cerebral que lhe afecta a capacidade de andar. No seu primeiro ano de escola diz que “o que gosto mais é de Ciências. É ótimo! Gosto de tudo o que está relacionado com isso.”

Na escola de Al Hamra, Abd Al-Rahman é tratado como outra criança qualquer, mas com necessidades diferentes. A escola faz parte de um programa de educação inclusiva implementado pela organização Mercy Corps e financiado pela União Europeia.

Durante dois anos, Abd Al-Rahman foi rejeitado por escolas que não estavam equipadas para o ajudar.

Maisa Asmar, da Mercy Corps, explica: “Trabalhamos com as escolas, fornecendo-lhes professores assistentes. Mas também lhes fornecemos mobiliário e tecnologia, de forma a melhorar a qualidade da educação que as crianças recebem, incluindo as crianças com deficiência. Atualmente, cerca de 300 crianças recebem sessões de reabilitação.”

Os números sobre os refugiados sírios com deficiência na Jordânia não são claros. Estima-se que haja cerca de 15 mil crianças deficientes, mas apenas 3% recebe Educação. Não tem a ver apenas com a capacidade de absorção do sistema de educação jordano, mas também com as condições socioeconómicas dos refugiados, incluindo altas taxas de pobreza.

A avó de Abd Al-Rahman lembra que “foi difícil levá-lo à escola porque não consegue andar e é muito complicado para nós levá-lo à escola e trazê-lo de volta. Mas ele tem que estudar!”

Regressamos a Amã para nos juntarmos ao Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, na sua visita a outra escola financiada pela União Europeia. Desde o início da crise síria, Bruxelas já contribuiu com cerca de 11 mil milhões de euros. E, segundo o Comissário, o orçamento para a educação está a crescer:

“A educação em emergências é o campo mais subfinanciado na nossa ajuda humanitária e é por isso que já aumentei 10 vezes o orçamento para educação em emergências.

– Quais são os objetivos da União Europeia em termos de educação para crianças com deficiência?

– No próximo ano, todos os projetos humanitários têm de incluir especificidades sobre pessoas com deficiência.”

Viajamos novamente para norte, perto da Síria, para visitar outra escola inclusiva. Dareen faz parte de uma equipa de cerca de 160 professores assistentes para crianças com deficiências, treinados pela Mercy Corps em mais de 40 escolas do país.

Com a ajuda de um intérprete, ela está a aumentar a consciencialização sobre pessoas com deficiências, ensinando língua gestual aos alunos que não têm deficiências.

“A primeira vez que vim para uma escola, estava preocupada com a forma como iria comunicar com alunos e professores, mas desde o primeiro dia na sala de aula foi muito fácil. A minha linguagem corporal funcionou muito bem e os alunos adoraram!”

Dareen é um exemplo vivo de inclusão. Um caminho longo e não garantido para todos, seja jordano ou refugiado. Ela precisou de sete anos até encontrar um emprego.

A Jordânia adotou recentemente uma nova lei sobre os direitos das pessoas com deficiência e um plano estratégico a dez anos que vai reproduzir as melhores práticas em todo o país.

 

É todo-o-terreno e só para crianças. Com esta cadeira, Manuel já vai à praia

Agosto 19, 2018 às 12:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentário
Etiquetas: , , ,

Nuno Ferreira Santos

Notícia do Público de 16 de agosto de 2018.

Joana Gorjão Henriques (Texto) e Nuno Ferreira Santos (Fotografia)

A Associação More Moving Moments foi criada por pais que não aceitaram deixar o filho em casa nos dias de praia. Encontraram uma cadeira especial nos EUA e hoje já há nove praias em Portugal que a têm.

Nos dias de praia, Manuel costumava ir ao colo dos pais. Ainda relativamente pequeno, até aos cinco anos, a logística não era impossível, apesar de complicada.

Cresceu e, a dada altura, no ano passado, antes do Verão, os pais Rita Veloso Mendes e Carlos Machado Silva foram informar-se junto de fisioterapeutas sobre o que poderiam fazer para ir à praia em família. Manuel não tem mobilidade. “Disseram-nos que a adaptação teria de ser deixar de fazer praia”, conta a mãe de 39 anos. “É uma perda de autonomia gigante”, completa o pai Carlos Machado Silva, 42 anos.

Em pleno areal do Tamariz, no Estoril, cheiíssimo de crianças e adultos, Rita Veloso Mendes conta ao PÚBLICO que não aceitou a resposta. “Como é possível?”, interrogou-se na altura. “Isto não vai resultar connosco. Alguma vez vou deixar de ir à praia ou deixá-lo em casa?”

Depois de uma pesquisa pela Internet, Rita e Carlos encontraram uma organização chamada Stepping Stones for Stella, projecto norte-americano que partiu da mesma necessidade — foi o avô de uma menina chamada Stella que desenvolveu o protótipo de uma cadeira de rodas de praia especificamente para crianças, com mobilidade fácil na areia, rodas todo-o-terreno, material impermeável. Contactaram a organização, mandaram vir a cadeira e no Verão passado conseguiram fazer uma vida normal. “Uma família com uma criança como Manuel o que mais tem são obstáculos”, explica Rita Veloso Mendes.

Depois de uma gravidez e parto normais, aos seis meses de vida da criança a mãe começou a perceber que algo não estava bem. Só por volta dos dois é que seria “hasteada a bandeira do atraso”, diz. “Têm sido vários despistes, mas infelizmente ainda há coisas que não se conseguem identificar.” Manuel, hoje com sete anos, continua sem diagnóstico.

Lá ao fundo, junto à beira-mar, brinca agora dentro de água, orientado pelo pai.

A cadeira permite a Manuel molhar-se no mar, passear pela praia, acompanhar a irmã nos passeios pelas rochas, irem os quatro ao mesmo tempo ao café, jogar raquetes, entre tantas outras coisas. “Dá outra dignidade. Já viu o que é andar com um rapagão destes ao colo?”, pergunta a mãe.

Este será o segundo Verão em que usam a cadeira, essencialmente amarela, adaptada ao corpo de um rapaz de sete anos. O custo, porém, não é acessível a todos.

Apesar de o modelo da Stepping Stones for Stella passar pela doação, a maior despesa está no transporte — trazê-la para Portugal foi mais do dobro do custo de produção, estimado em pouco mais de 400 euros.

Foi então natural pensar no passo seguinte. “Sentimos uma obrigação para com os outros pais que têm crianças com dificuldade de mobilidade e criámos a associação para partilhar esta solução. Não queria que mais nenhuma mãe ouvisse a resposta que eu ouvi. É horrível.”

Reuniram-se ao jantar com amigos que têm apoiado a família, arranjaram os outros corpos constituintes da associação, fizeram um site, desenharam panfletos.

A 25 de Janeiro de 2018 estava criada a Associação More Moving Moments, presidida por Rita Veloso Mendes, assessora do conselho de administração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, com Carlos Machado Silva, consultor de profissão, como primeiro secretário da assembleia geral.

Chegar a mais praias

Conseguiram depois o apoio financeiro para trazer as cadeiras, uma companhia de seguros e um banco associaram-se ao projecto. O objectivo: incentivar as famílias com filhos com problemas de mobilidade a perderem o medo de ir à praia.

Assim, formalmente, as cadeiras iguais à do Manuel estão em nove praias desde o dia 1 de Agosto: praia do Ouro (Sesimbra), do Tamariz, da Poça, das Moitas (em Cascais), de São Lourenço e Foz do Lizandro (em Mafra), da Comporta e de Tróia (em Grândola) e das Maçãs (em Sintra).

São as autarquias que “tomam conta” delas. Na praia do Tamariz, onde está disponível há pouco mais de uma semana, ainda não tinha sido requisitada.

A escolha foi feita a partir de uma base de dados com as praias acessíveis (segundo o Instituto Nacional para a Reabilitação, as que têm balneários, passadiço com acesso ao areal, lugares de estacionamento próprios…). Depois escolheram algumas das que já têm veículos anfíbios para adultos com acesso ao mar, as cadeiras chamadas “tiralô”, isto porque queriam ter o apoio que já existe dos nadadores-salvadores. Mas não querem ficar por aqui. A médio e longo prazo a intenção é tê-las em todas as praias.

Em Portugal, o modelo da associação norte-americana de doar uma cadeira por família “não funciona tão bem”. A cadeira não se desmonta, “a única coisa que sai são as rodas”, por isso é mais prático tê-la nas praias.

No futuro, Rita e Carlos querem passar a produzir as cadeiras em Portugal, já têm um acordo com a associação americana para fazer um protocolo de cedência do modelo. A ideia é ainda apostar num tamanho acima daquele que têm porque este modelo só suporta até 27 quilos — para isso têm planos de desenvolver um projecto com universidades para se responsabilizarem pela sua concepção.

Manuel frequenta uma escola de ensino integrado, o Externato Grão Vasco. Este ano, segundo a mãe, a cadeira permitiu que, pela primeira vez, levassem à praia um dos meninos da escola que não tem mobilidade.

https://moremovingmoments.pt/

 

Já está disponível para download o InfoCEDI n.º 77 sobre Terapia e actividades assistidas por Animais benefícios para a Criança

Agosto 6, 2018 às 1:00 pm | Publicado em CEDI, Estudos sobre a Criança | Deixe um comentário
Etiquetas: , , , , , , , , , , , ,

Já está disponível para consulta e download o nosso InfoCEDI n.º 77. Esta é uma compilação abrangente e atualizada de dissertações, estudos, citações e endereços de sites sobre Terapia e actividades assistidas por Animais benefícios para a Criança.

Todos os documentos apresentados estão disponíveis on-line. Pode aceder a esta publicação AQUI.

Página seguinte »


Entries e comentários feeds.