Internet já traz mais problemas aos jovens que o álcool ou a droga
Julho 10, 2019 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Adição, Binge drinking, Canábis, Consumo de álcool, Consumo de Substâncias Psicoativas, Consumo de tabaco, Estatística, Internet, Jovens, Portugal, Prevalência, Relatório, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências - SICAD, Toxicodependências
Notícia da TSF de 26 de junho de 2019.
Por Nuno Guedes
As conclusões são do serviço do Ministério da Saúde que avalia os comportamentos aditivos e dependências.
Um em cada quatro jovens de 18 anos admite que teve no último ano problemas por causa da utilização da internet.
Esta é uma das conclusões do relatório “Comportamentos Aditivos aos 18 anos – Inquérito aos jovens participantes no Dia da Defesa Nacional – 2018” que ouviu 66 mil jovens.
A percentagem de jovens que relata problemas com a internet (25,9%) aumentou em relação ao último inquérito realizado em 2017 (22,9%) pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) do Ministério da Saúde. Os casos mais comuns, a afetar 15,9% dos jovens, envolvem “problemas de rendimento na escola ou no trabalho” por causa do tempo online. Com 11,5% seguem-se as situações de mal-estar emocional e problemas com comportamentos em casa (9,6%).
O número de jovens de 18 anos com problemas pelo uso da Internet (25,9%) é mesmo superior ao número de jovens que diz que já teve problemas devido ao consumo de álcool (21%) ou drogas (9%).
Por exemplo, a Internet gera mais do triplo de casos de problemas de rendimento na escola ou no trabalho do que o álcool (15,9% vs. 4,4%) ou quatro vezes mais que o consumo de substâncias ilícitas (2,9%).
Nos comportamento tidos em casa, a Internet também é um fator bem mais problemático do que o álcool ou as drogas, com a presença online a perder, apenas, para o álcool nas situações de mal-estar emocional junto dos jovens de 18 anos.
Parte do tempo em que os jovens estão na internet é passado a jogar, com o estudo a revelar que “a maior proporção de jovens joga até 3 horas por dia, seja durante a semana ou ao fim de semana (por exemplo, 23,5% jogam 1 hora por dia e 14,7% durante 2 a 3 horas por dia, ao fim de semana; enquanto 18,7% jogam até 1 hora por dia e 14,3% jogam 2 a 3 horas por dia, se for um dia útil)”. No entanto, o documento faz questão de sublinhar que “é de salientar como perto de 10% dos jovens mencionam jogar durante 6 horas ou mais por dia”.
O relatório citado na notícia é o seguinte:
Guia Prático para as Famílias – Pré-escolar, Infância e Adolescência: Estratégias de Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas Lícitas e Ilícitas
Agosto 28, 2018 às 8:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Consumo de Drogas, Consumo de Substâncias Psicoativas, E-Book, Guia, Livro Digital, Prevenção, Unidade de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD)
descarregar o guia no link:
http://www.iasaude.pt/ucad/attachments/article/382/GUIA%202.pdf
Los riesgos de las ‘chemsex’
Maio 26, 2016 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Anfetaminas, Chemsex, Comportamentos de Risco, Consumo de Drogas, Consumo de Substâncias Psicoativas, HIV/SIDA, Jovens, Psicoestimulantes, Sexo
texto do http://ccaa.elpais.com de 9 de maio de 2016.
BarcelonaMédicos y activistas alertan de que la práctica puede generar nuevas infecciones por VIH y dependencia a sustancias tóxicas.
En una aplicación para ligar, un chico invita a otro a una fiesta en su casa. Media decena de jóvenes y “una bandeja con speed y ketamina” le esperan en el salón. Por delante, una larga sesión de sexo grupal bajo los efectos de varias drogas. “Me di cuenta de que era una chemsex y me fui. Yo no tomo drogas”. Las chemsex —del inglés chemical sex, sexo químico— son un fenómeno, casi exclusivo del colectivo gay, que se caracteriza por tener sexo bajo el efecto de drogas durante un largo periodo de tiempo. No hay ni una sola cifra que dimensione la práctica, pero médicos y activistas alertan de que puede contribuir a la transmisión del VIH. Y, aunque sospechan que es una práctica residual, ya han detectado casos de jóvenes dependientes a ciertas sustancias para practicar sexo.
La combinación no es nueva, y mucho menos exclusiva de los gais. Lo que caracteriza a las chemsex son el auge de las aplicaciones móviles para ligar y el uso de mefedrona, metanfetamina y GHB para soportar largas sesiones de sexo, que pueden durar días. La mefedrona es un estimulante, la metanfetamina provoca euforia, desinhibición y quita el sueño y el GHB o éxtasis líquido es un depresor sedante. La mezcla de las tres permite aguantar en las fiestas sexuales pero también puede dejar a los participantes en un estado de semiinconsciencia que les haga bajar la percepción de riesgo. En un colectivo donde la prevalencia del VIH es del 14% y soporta seis de cada 10 nuevas infecciones, las conductas sexuales de riesgo alertan a los epidemiólogos. “El chemsex está asociado a no usar preservativo, por lo que aumenta el riesgo de infecciones. Además, como son fiestas con policonsumo de drogas, se puede perder la percepción de riesgo”, dice Jordi Casabona, director del Centro de Estudios Epidemiológicos sobre el VIH/SIDA de Cataluña.
Aunque el riesgo de transmisión se reduce si un infectado de VIH se medica, la pérdida de adherencia al tratamiento eleva las posibilidades de contagio. En unas jornadas de la Sociedad Española Interdisciplinaria del Sida, su directora, María José Fuster, señaló que un 35% de los pacientes con VIH se salta el tratamiento si sabe que va a drogarse. Y además, un 25% de las personas infectadas por VIH lo desconocen. Josep Mallolas, del Servicio de Enfermedades Infecciosas del Clínic, alerta de que en estas chemsex “puede haber, por probabilidad, algún VIH positivo que no lo sepa”. El VIH no es el único riesgo. Otras infecciones de transmisión sexual también pueden contraerse, como la sífilis y gonorrea, que se han cuadriplicado y triplicado en 10 años entre los gais. “Se ha perdido el miedo y, como a la gente le atrae el riesgo, surge el chemsex”, apunta Mallolas.
En Londres, el fenómeno ya es un problema de salud pública y hay clínicas donde reportan hasta 100 casos al mes de personas con un consumo problemático vinculado al chemsex. En España aún es anecdótico, pero las entidades ya han detectado casos. “No es un problema de salud pública pero existe una minoría con un consumo problemático”, certifica Fernando Caudevilla, médico de familia y experto en drogas de síntesis. “Es gente que necesita ayuda profesional porque pueden presentar trastornos de personalidad. Se da cuenta de que sus prácticas son incompatibles con ir a trabajar o son incapaces de relacionarse sobriamente”, ejemplifica Ferran Pujol, director de BCN Checkpoint. Desde Stop Sida aseguran que precisan una atención integral. “Pueden tener problemas de ansiedad, soledad, en su relación de pareja, incluso problemas con su sexualidad”, apunta el investigador Percy Fernández Davila.
Si en algo coinciden los expertos es en la falta de recursos. “No estamos financiados para estudiar el fenómeno a fondo. Y hasta que no tengamos datos, no podemos hacer nada”, apunta Caudevilla. El trabajo preventivo en zonas de ocio y medidas de reducción de riesgos son las líneas estratégicas que apuntan para atajar los problemas del chemsex. En palabras de Caudevilla: “Es el momento de investigar e intervenir en zonas de conductas de riesgo, pero para eso necesitamos que las Administraciones se muevan”.
1as Jornadas de Prevenção dos Comportamentos Aditivos e Dependências – 14 -16 abril na Madeira
Abril 6, 2016 às 8:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Adição, Ambientes Recreativos Nocturnos, Consumo de álcool, Consumo de Drogas, Consumo de Substâncias Psicoativas, Consumo de tabaco, Jornadas, UCAD Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências – Madeira
UCAD
291720180
email: spt@iasaude.sras.gov-madeira.pt
mais informações:
http://iasaude.sras.gov-madeira.pt/UCAD
Formação no âmbito da abordagem a crianças e jovens em risco inseridos em famílias com comportamentos aditivos e dependências
Fevereiro 24, 2016 às 10:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Consumo de Drogas, Consumo de Substâncias Psicoativas, Crianças e jovens em risco, Curso de Formação, Famílias em Risco, Formação, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências - SICAD, Toxicodependências
Data limite para a receção de Inscrições: 09 de março de 2016
Compete ao SICAD Promover a formação no domínio das substâncias psicoativas, dos comportamentos aditivos e das dependências, capacitando os profissionais para prestar apoio especializado aos cidadãos e às comunidades, no âmbito das dependências com e sem substâncias.
Os ganhos em saúde conseguem-se por via da qualificação dos profissionais e das abordagens, da melhoria dos níveis de conhecimento e da cooperação entre os stakeholders, aumentando a eficácia das respostas disponíveis, normalizadas e harmonizadas.
A existência de famílias com um ou mais dos seus membros com comportamentos aditivos e dependências evidencia situações em que os fatores de risco para os comportamentos aditivos assumem um peso mais significativo do que os do equilíbrio. Deste facto resulta que nem sempre a estruturação familiar se dá de forma a propiciar o ambiente maturativo mais harmónico, o que determina riscos acrescidos para o desenvolvimento dos seus membros, nomeadamente os mais vulneráveis – as crianças e jovens.
A importância dos fenómenos que ocorrem na família para a estruturação dos trajetos evolutivos das crianças e jovens, e das múltiplas questões que suscita a ocorrência de CAD neste contexto, determina a relevância da capacitação específica dos profissionais que intervêm neste âmbito, de forma a permitir o estabelecimento de intervenções orientadas para a abordagem à problemática das crianças e dos jovens inseridos em famílias com CAD.
Neste sentido afigura-se fundamental capacitar os profissionais para abordagem a crianças e jovens em risco inseridos em famílias com CAD, fortalecendo o conhecimento e tomando contacto com as estratégias de intervenção adequadas.
Assim, o SICAD vai dinamizar o Curso Formação no âmbito da abordagem a crianças e jovens em risco inseridos em famílias com CAD, nos dias 11 e 3 de março, com os seguintes conteúdos programáticos:
- Substâncias, conceitos, efeitos e características, padrões de consumo, processos de dependência nas mulheres;
- Intervenção sistémica: princípios e conceitos;
- A dinâmica da família com CAD: especificidades e evoluções;
- O lugar da criança / jovem na família com CAD: fatores de risco para o desenvolvimento;
- Estratégias de intervenção;
- O papel da articulação interinstitucional no acompanhamento das crianças e jovens em famílias com CAD;
- Monitorização e avaliação;
Para mais informações e inscrições: http://www.sicad.pt/PT/Formacao/SitePages/FormacaoSICAD.aspx
1.º Workshop “Entre Margens – Gaming, Drinking e Cenas”
Novembro 4, 2015 às 11:11 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Centro de Respostas Integradas do Ribatejo, Consumo de álcool, Consumo de Substâncias Psicoativas, Dependência, Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD), Jogo, Workshop
Inscrições: São gratuitas, mas obrigatórias
mais informações:
http://www.arslvt.min-saude.pt/frontoffice/pages/3?event_id=180
Eu e os Outros – Programa de prevenção de problemas ligados ao consumo de substâncias psicoativas para jovens entre os 10 e os 18 anos
Agosto 24, 2015 às 6:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: Comportamentos de Risco, Comportamentos Desviantes em Jovens, Consumo de Substâncias Psicoativas, Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), Prevenção, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências - SICAD
O Eu e os Outros é um programa de prevenção universal dos problemas ligados ao consumo de substâncias psicoativas. Nele, as substâncias são abordadas de uma forma integrada com outras temáticas ligadas ao dia-a-dia dos adolescentes. Foi criado em 2006 por uma equipa técnica do Instituto da Droga e Toxicodependência com o apoio de parceiros de diferentes áreas e sectores e é coordenado nacionalmente pelo SICAD com o apoio/parceria regional das Administrações Regionais de Saúde.
mais informações:
http://www.tu-alinhas.pt/InfantoJuvenil/displayconteudo.do2?numero=18759
Mais adolescentes vítimas das drogas e do álcool
Outubro 7, 2014 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: Adolescentes, Consumo de Drogas, Consumo de Substâncias Psicoativas, Estatística, Estudo, Portugal, Prevalência, Toxicodependências
texto do site http://crescer.sapo.pt
O que os pais devem fazer para ajudar e proteger os filhos deste flagelo
O consumo de drogas e de álcool está a aumentar entre a população adolescente, atingindo um crescente número de crianças. Só em 2013, chegaram aos centros de tratamento de toxicodependentes 8.844 novos casos.
Este foi o valor mais elevado desde 2000, o que eleva o número de novos casos de dependência para um aumento de 70% na última década. O diálogo preventivo é, para Rui Martins, coordenador da Dianova Portugal, a melhor maneira dos pais lidarem com o problema numa primeira abordagem.
Em entrevista à Saber Viver, o responsável por esta instituição particular de solidariedade social, que é também uma associação de utilidade de pública especializada na prevenção, tratamento e reinserção ao nível das toxicodependências, alerta para os efeitos nefastos da dependência de álcool e drogas no âmbito familiar, profissional, escolar e pessoal, apontando estratégias que poderão ajudar progenitores e educadores a travar o flagelo.
O que é que as famílias podem fazer para prevenir o consumo de álcool e drogas, que não para de aumentar?
De acordo com o Relatório ESPAD 2011, realizado em meio escolar, os consumos de drogas ilícitas entre os jovens aumentou com prevalências de 16% para a cannabis, 8% para outras drogas, 7% para os ansiolíticos e 6% para as inalantes. Surgindo o consumo de drogas pelos jovens como objeto socializador e auxiliador do processo de autonomia face à família, de compensação de expetativas precocemente frustradas e até mesmo recusa de responsabilidades, não basta confrontar o jovem a parar o consumo de forma imediata, dado o conjunto de desequilíbrios que se encontram enraizados no consumidor.
Deve-se tratar a dependência, diminuindo as consequências negativas deste comportamento para o jovem, para a sua família e para as suas amizades. Da nossa experiência em programas de prevenção em meio escolar e comunitário, não há nada mais saudável como um diálogo preventivo, sensato, franco e objetivo acerca das drogas, evitando-se desta forma sofrimentos desnecessários a médio e longo prazo.
Quais as primeiras medidas ou ações que devem ser imediatamente tomadas pelos pais quando se apercebem de que um filho está a ficar dependente do consumo de álcool e/ou de drogas?
Uma família unida e que dá atenção aos seus filhos, por exemplo, já pode estar a fazer frente contra as drogas. A educação dos jovens é um desafio difícil. Há que trabalhar os delicados equilíbrios de liberdade e controlo, o aspeto e as normas. Há que por limites mas com amor e responsabilidade.
É fundamental que os pais estejam atentos aos primeiros sinais, tais como a descoberta de cannabis em casa ou o aumentar de situações de nervosismo. E, quando o caso se tornar mais complexo, devem procurar ajuda especializada num serviço público ou privado de tratamento das toxicodependências que o ajudarão não só a lidar com a problemática nesse dado momento, mas sobretudo a tratar o seu filho.
Quais são as consequências na aprendizagem e formação da personalidade para uma criança ou um jovem que viva com pais toxicodependentes e/ou alcoólicos?
Comportamentos violentos e anti-sociais, pouca resistência à pressão de grupo, baixa autoestima, problemas de atenção, fracas capacidades de leitura, redução da capacidade de memória a curto prazo, insucesso escolar e abandono precoce da escolar são alguns aspetos a ter em atenção nos mais jovens que vivem com uma realidade familiar no qual existe uma dependência do álcool e drogas. Uma família desagregada pode ainda constituir um fator de risco ao consumo de drogas até mesmo por parte desses mesmos jovens.
O aumento significativo da toxicodependência em Portugal que refere traduz-se em que números? Quais são as faixas etárias mais afetadas?
O segundo inquérito nacional de Portugal sobre toxicodependência revela um aumento da prevalência do consumo de drogas de 7,8% para 12% entre a população entre os 15 e os 64 anos de idade. O Relatório ESPAD realizado em meio escolar regista também um aumento dos consumos de drogas entre os jovens estudantes.
Na cannabis, esse foi de 16% (versus 13% em 2007), nas outras drogas foi de 8% (versus 6%), nos ansiolíticos foi de 7% (versus 6%), nos inalantes foi de 6% (versus 4%), registando-se apenas uma diminuição no consumo de álcool 52% (versus 79%). O aumento do total de toxicodependentes em tratamento em Portugal em 2012 apontava para 38.900 pessoas, mais 10.000 que em 2003.
Este aumento está associado à crise económica ou deve-se mais a uma crise de valores?
A crise de valores, a frenética aposta no desenvolvimento de carreira, a falta de redes de suporte familiar na educação ou as mensagens publicitárias contraditórias por parte de bebidas alcoólicas em estádios de futebol acabam por ser fatores de risco potenciados pela atual conjuntura económica. Na Dianova, preocupa-nos que, à semelhança do sucedido na Grécia, os consumos de drogas e, a sua associação à prostituição e potenciais co-morbilidades como HIV, levem a um aumento da prevalência da toxicodependência.
Tal sucede como forma de escape (ilusório e temporário) das pessoas, sobretudo as mais vulneráveis e desfavorecidas, em fazer face às suas angústias e receios, perda de emprego, redução do poder de compra e de receitas mensais para despesas (familiares, educação e saúde, entre outras), incapacidade de encontrar novo trabalho e desestruturação familiar.
Que valores devemos privilegiar e incutir às crianças e jovens para que se protejam e aprendam a defender-se deste flagelo?
A fórmula dos 3 R que a Dianova utiliza (Respeito, Responsabilidade e Resiliência) é um excelente início para que entre pais e filhos se desenvolva uma relação e comunicação construtiva e que funcione como um fator e ambiente protetor face ao consumo de drogas. Precoce e preventivamente, recomendamos aos pais que respeitem os seus filhos e os considerem como pessoas importantes.
Que os ensinem a exprimirem-se com segurança, sinceridade e alegria pois os jovens que recebem expressões de afeto são mais comunicativos e seguros. Que sejam um amigo para os seus filhos, demonstrando-lhes confiança e disponibilidade para ouvir as suas confidências, compreendê-los e orientá-los, doseando a autoridade. Que os apoiem para que estes aprendam a aceitar as suas responsabilidades e evitem os maus exemplos.
Que lhes prestem atenção e demonstrem interesse pelas suas ideias, inquietudes e preocupações. Que os brindem com a possibilidade de se explicarem, criticando-os de forma construtiva e sem os ridicularizar, desqualificar ou comparar a outros. Que os valorizem, reconhecendo o que fazem e quem são, que lhes digam abertamente o que gostam neles, enfatizando o positivo e o negativo. Que os respeitem, tendo em conta as opiniões e gostos e que sejam consistentes com as normas e limites que impõem.
Que tipo de efeitos traz o abuso de drogas e álcool no contexto escolar, profissional e familiar? Quais são as consequências mais marcantes?
Para o próprio consumidor em geral, os efeitos das drogas produzem-se a nível neurológico, fisiológico e comportamental.
Nos mais jovens e, em idade escolar, surge uma redução da atenção, do rendimento escolar.
Surge também um aumento da agressividade potencialmente ligada a questões como o bullying e, até, um absentismo escolar. Para a família, existem encargos emocionais e financeiros associados que se podem converter em absentismo laboral, baixa de produtividade e acidentes no trabalho. E, naturalmente, não nos esquecendo da sociedade com os custos diretos e indiretos a nível de saúde e sociais a médio e longo prazo suportados pelos cidadãos e pelos contribuintes.
É neste contexto que a campanha de sensibilização social REAGE procura alertar as pessoas, famílias e organizações, nos três ambientes em que centra o seu enfoque escolar e amizades, profissional e familiar, para os efeitos e consequências da toxicodependência.
Qual é a droga mais consumida em Portugal? Na sua opinião, quais as razões para essa escolha?
As principais drogas consumidas em Portugal são as lícitas. Em primeiro lugar, o álcool e, em segundo, os ansiolíticos. O consumo de álcool acontece devido à nossa cultura permissiva que aceita e induz ao seu consumo desde tenra idade. No que respeita aos ansiolíticos, continua a verificar-se uma elevada tendência para a automedicação ou facilidade em conseguir esta classe de antidepressivos ou de ansiedade. E é igualmente neste sentido que importa reagir, inspirar para dar a volta à situação de forma resiliente e preparar o caminho para uma vida de potenciais sucessos.
Para alguém que não tenha conhecimentos suficientes sobre drogas, a que tipo de sintomas deve um pai estar atento caso suspeite que um filho, um familiar ou um amigo está dependente de estupefacientes?
Dependendo do tipo de substância, os seus efeitos no organismo produzem quatro tipos diferentes de estados: estimulantes (cocaína ou anfetaminas), depressivas (álcool), alucinogénias (ácidos) e narcóticas (heroína). Estados esses que provocam sensação de sonolência passiva. Isto significa que para cada tipo de droga haverá efeitos e consequências a nível neurológico, fisiológico e comportamental, que podem indiciar o seu uso ou abuso.
A Dianova recomenda que os pais estejam atentos a eventuais descobertas destas substâncias nas mochilas ou quartos dos seus filhos, ao desaparecimento de dinheiro em casa, a estados súbitos e inexplicáveis de euforia ou depressão, à diminuição do rendimento escolar e a faltas consecutivos no trabalho.
Texto: Filipa Basílio da Silva com Luis Batista Gonçalves
Relatório ESPAD
http://www.emcdda.europa.eu/publications/joint-publications/2012-espad-impact-survey
http://www.espad.org/en/Reports–Documents/ESPAD-Reports/
SICAD
http://www.sicad.pt/PT/EstatisticaInvestigacao/EstudosConcluidos/Paginas/default.aspx
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