Sete crianças vítimas de maus tratos por dia. Agressões são mais cruéis
Abril 24, 2017 às 11:23 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, Estatística, Maus Tratos e Negligência, Maus Tratos na Infância, Relatório
Notícia do http://www.dn.pt/ de 22 de abril de 2017.
Rute Coelho
Espancamentos com cabos elétricos, chicotes ou colheres de pau abundam. Houve 360 casos na faixa dos 0 aos 5
“Não dormi toda a noite das dores que tenho no corpo”. O desabafo ouvido pelas técnicas da comissão de proteção de crianças e jovens (CPCJ) de Sintra Oriental (Cacém) foi feito há poucos dias por uma menina de sete anos que foi espancada pelo pai com uma colher de pau e com uma colher de metal.
É um exemplo do que se passa em Portugal, onde, no ano passado, por média sete crianças por dia foram vítimas de maus tratos. Ou seja, foram efetuadas 2719 sinalizações de maus tratos físicos e psicológicos a crianças às comissões de menores. Estes são dados preliminares do relatório anual da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), avançados ao DN.
Apesar da ligeira diminuição de casos face a 2015, as situações que chegam às comissões mostram cada vez mais crueldade nas agressões, com objetos como cabos elétricos, pneus, chicotes ou colheres de metal. E houve 360 crianças dos 0 aos 5 anos vítimas deste tipo de espancamento. “Tem vindo a crescer de forma perigosa a exposição dos menores a comportamentos de risco como a violência doméstica”, explicou Dora Alvarez, da equipa técnica da Comissão Nacional.
Em Portugal, mais de 12 mil crianças são expostas a comportamentos que afetam o seu bem estar, nomeadamente, a violência doméstica, e esse é o motivo para 30% das sinalizações de menores em perigo feitas às CPCJ.
Só no primeiro trimestre deste ano, o Ministério Público (MP) abriu 100 processos-crime por violência doméstica contra menores, mais de um terço do total de inquéritos do ano passado (352), segundo dados da Procuradoria-Geral da República, cedidos ao DN. Nestes primeiros três meses foram deduzidas 15 acusações. Em todo em 2016 foram deduzidas 54.
“Estes dados não refletem a maioria das situações, até porque, nos casos de violência doméstica conjunta com um dos progenitores (que a experiência nos diz serem muito mais frequentes), os inquéritos são registados por referência ao adulto, e só uma análise caso a caso permitia aferir quantos envolvem também crianças”, esclareceu a PGR. A 31 de março, existiam ainda 30 inquéritos que aguardavam o prazo para a suspensão provisória do processo.
Neste mês de abril chama-se a atenção para a prevenção dos maus tratos na infância, alerta que será assinalado por 309 comissões de menores com várias iniciativas.
Na comissão Sintra Oriental, uma das que tem mais volume processual na Grande Lisboa (1800 processos em 2016, com técnicos que estão com mais de 200 inquéritos cada um), o caso da menina de sete anos espancada pelo pai com colheres comoveu a presidente desta CPCJ, Sandra Feliciano. “Foi agredida por motivos fúteis. É filha de pais separados no regime de guarda partilhada. Naquele fim de semana estava com o progenitor. Desobedeceu a uma ordem qualquer e ele bateu-lhe com as colheres ao ponto de marcar o corpo todo. Foi o hospital que sinalizou o caso”. A CPCJ abriu um processo de promoção e proteção da menor e a criança passou a estar sob a guarda exclusiva da mãe, tendo o pai direito a visitas supervisionadas. Em simultâneo, o MP abriu processo pelo crime de maus tratos.
“Também há pouco tempo tivemos o caso de uma adolescente que foi espancada pelo pai com um cabo elétrico até ficar em sangue. A rapariga foi hospitalizada e a unidade de saúde contactou o hospital e a mãe. Trata-se também de um casal separado”.
Dora Alvarez, da Comissão Nacional, garante que “os casos de maus tratos são transversais a todas as classes sociais. O que vai parar muito às franjas são as situações de negligência”.
Os maus tratos físicos aconteceram mais na faixa dos 11 aos 14 anos, com 541 casos, seguindo-se a faixa dos 6 aos 10 com 523, a dos 15 aos 18 com 442 e a dos 0 aos 5 anos com 360 casos. Os castigos corporais também aumentaram em 2016 – 100 casos contra 96 em 2015.
A maioria das vítimas dos 832 maus tratos psicológicos foram as raparigas (50,5%), com exceção da faixa etária dos 6 aos 10 anos, em que houve mais rapazes (245) a serem humilhados ou ofendidos pelos pais. A maioria das agressões foi comunicada pelos hospitais.
Mês da Prevenção dos Maus Tratos da Infância – sessão de abertura 6 Abril de 2017, às 16h30 no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa
Abril 5, 2017 às 7:30 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: AMCV – Associação de Mulheres Contra a Violência, Câmara Municipal de Lisboa, CNPCJR, Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, Prevenção dos Maus-tratos na Infância
mais informações:
http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/prevenir-maus-tratos-na-infancia
Dia Europeu para a Proteção das Crianças Contra a exploração Sexual e o Abuso Sexual – 18 novembro na Assembleia da República
Novembro 16, 2016 às 2:45 pm | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentárioEtiquetas: Abuso Sexual de Crianças, Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, Dia europeu para a proteção das crianças contra a exploração sexual e o abuso sexual, Exploração Sexual de Crianças
Inscrições até 16 de novembro
mais informações:
Relatório anual da atividade das CPCJ de 2015
Agosto 26, 2016 às 6:00 am | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, CPCJ, Relatório, Relatório Anual de Avaliação da Actividade da Comissões de Protecção de Crianças e Jovens
descarregar o relatório no link:
Comissões de protecção de menores acompanharam 73.355 crianças em 2015
Julho 19, 2016 às 8:00 pm | Publicado em Relatório | Deixe um comentárioEtiquetas: Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, CPCJ, Crianças e jovens em risco, Relatório
Notícia do http://www.jornaldenegocios.pt/ de 30 de junho de 2016.
Lusa
As comissões de protecção de menores acompanharam 73.355 crianças e jovens em 2015, 855 das quais em situação de incapacidade ou deficiência, revela o relatório destas instituições, que aponta um aumento de 0,5% no número de processos acompanhados.
Traçando o perfil das crianças acompanhadas e caracterizadas, o Relatório de Avaliação da Actividade das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) refere que a maioria (54,2%) são rapazes com idades entre os 15 os 21 anos (25.151 jovens).
Segundo o documento, a que a agência Lusa teve acesso, 17.164 crianças tinham idades entre os 11 e os 14 anos, 15.390 entre os seis e os 10 anos e 14.110 menos de cinco anos. A grande maioria dos menores vive com a sua família biológica ou adoptiva.
Relativamente à situação dos cuidadores das crianças e jovens com processos instaurados pelas CPCJ, o documento revela que a maioria (61,3%) tem como principal meio de subsistência os rendimentos provenientes do trabalho, registando-se um ligeiro acréscimo relativamente a 2014 (56,9%).
Já 15,4% são beneficiários do Rendimento Social Inserção, valor inferior ao de 2014 (15,6%), confirmando a tendência decrescente desde 2011.
As famílias que beneficiam de pensões (social, invalidez, sobrevivência, etc.) representam 12,9% do total, contrariando a tendência crescente verificada nos últimos anos, enquanto 3,4% têm como fonte de rendimento o subsídio de desemprego (4,6% em 2014).
Quanto à nacionalidade das crianças, o relatório refere que 95,4% (28.140) são portuguesas. Analisando os continentes de onde os menores são oriundos, o documento indica que 604 vêm da Europa (44,5%), 381 de África (28,1%), 340 da América (25,1%), 31 da Ásia (2,3%) e uma da Austrália.
No ano passado, as CPCJ acompanharam 73.355 processos, mais 336 (0,5%) face a 2014. Contudo, esta tendência de crescimento é inferior à registada em 2014, em que houve um aumento de 1.452 processos, sublinha o relatório. Houve ainda 34.627 processos que transitaram de anos anteriores para 2015, menos 43 do que em 2014.
De acordo com o relatório anual do trabalho desenvolvido pelas 308 comissões em todo o país, foram instaurados, em 2015, 30.400 processos de promoção e proteção (mais 44 em relação a 2014), dos quais 28.949 correspondem a novas situações de perigo.
Nos processos instaurados, mantém-se a predominância dos jovens com idades entre os 15 e os 18 anos (8.532 crianças), seguidos das crianças entre os 11 e os 14 anos (7.362), dos menores entre os zero e os 5 anos (7.267) e dos seis aos 10 anos (8.532).
Em 2015, foram reabertos 8.328 processos, mais 335 (4,5%) face a 2014, e arquivados 38.695 processos, mais 1.273 (1,5%), tendo transitado 34.660 processos para 2016. De acordo com o relatório, Lisboa, Porto e Setúbal continuam a ser os distritos com maior volume processual global nacional, reunindo 49,1% dos processos.
Entries e comentários feeds.