Há cada vez mais infectados dos 13 aos 24 anos — e muito se deve ao regresso às aulas
Janeiro 21, 2021 às 12:00 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: 3º Ciclo, Adolescentes, Alunos, Carlos Antunes, Coronavírus COVID-19, Ensino Secundário, escolas, Estudo, Infeção, Jovens, Regresso às Aulas, Transmissão de doenças
Notícia do Público de 18 de janeiro de 2021.
Os dados não mentem: durante o período de férias escolares os contágios diminuíram e no regresso às aulas voltou a haver um aumento entre os jovens dos 13 aos 24 anos. São agora o grupo com maior taxa de incidência da covid-19, mas o matemático Carlos Antunes descarta que sejam eles o “motor da terceira vaga”.
Sara Xavier Nunes
Os dados mais recentes da pandemia mostram que a taxa de incidência de contágio nos jovens está a aumentar significativamente desde o período de regresso às aulas, no início de Janeiro — o que deve ser resolvido o quanto antes. No entender de Carlos Antunes, matemático, docente e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que desenhou um modelo matemático que procura explicar e “prever” a curto e a médio prazo a evolução da pandemia em Portugal, o encerramento das escolas deve ser uma prioridade para conter os casos.
Para chegar a esta conclusão, o matemático seleccionou alguns indicadores e correlacionou-os entre si, separando as informações por seis faixa etárias — dos 0 aos 5 anos (pré-escolar), dos 5 aos 12 (primeiro e segundo ciclo), dos 13 aos 17 (terceiro ciclo e universitário), dos 18 aos 24 (maior parte da comunidade universitária), dos 25 aos 65 (população activa) e a população com mais de 66 anos (população não-activa).
“O que esta análise veio revelar é que, na primeira vaga, os grupos com maior incidência eram os da população com mais de 66 anos e população activa. Essa análise estava de acordo com a informação que tínhamos na altura: a população mais velha era mais susceptível ao vírus” e a “população activa” continuava a circular durante os meses do primeiro confinamento, altura em que a maioria dos jovens passou a ter aulas à distância.
Mas isso mudou ao longo dos últimos meses: “Enquanto na primeira vaga os grupos dos 13 aos 17 anos e dos 18 aos 24 anos tinham uma incidência relativamente baixa, a partir de Maio o grupo com idades entre os 18 e os 24 destaca-se, começa a ser o grupo com maior incidência. Na prática, isto significa que é o grupo com maior percentagem de pessoas infectadas” de entre todos os grupos, indica o professor.
“Na segunda e na terceira vaga, o que estamos a observar é que o grupo entre os 18 e os 24 anos tem sido sempre o grupo com maior incidência, nunca deixou o ‘pódio’ e o grupo dos 13 aos 17 começou a ter uma taxa de incidência equivalente à da população activa”, saltando para o terceiro lugar — ainda que antes, na primeira vaga, ocupasse o quarto.
Desde que as aulas começaram, nos dias 5 e 6 de Janeiro, o grupo dos 13 aos 17 anos apresenta uma taxa de incidência maior do que a dos mais velhos e continua a subir exponencialmente, tal como a dos 18 aos 24. “A isto podemos associar a influência da actividade escolar, com os alunos a terem mais contacto entre si e, por isso, maior contágio entre eles”.
Jovens não são “motor da terceira vaga”. Mas é melhor fechar as escolas
“No entanto, não indicia que são eles o motor desta terceira vaga. Apenas conseguimos dizer que este grupo está a ter maior incidência, o que, em termos relativos, significa que a infecção está a aumentar muito mais do que nos outros grupos”, indica.
Carlos Antunes reforça ainda que, durante a pausa lectiva do Natal, o grupo dos 13 aos 17 anos passou a ter uma incidência acumulada inferior ao grupo dos idosos, mas que, já em Janeiro, inverteu-se esta trajectória. “A abertura das escolas potenciou o aumento da incidência de infecção dentro deste grupo”, conclui. “Por isso, o melhor era fechar as escolas. O gráfico mostra que, quando as escolas estão encerradas, existe uma menor taxa de incidência”.
E esta não deve ser a única medida a adoptar: “Neste panorama precisamos de sete a oito semanas” para se reverterem os números até aos níveis verificados no Natal. “E se quisermos chegar mais depressa a estes valores precisamos de medidas mais apertadas”, alerta. “Vamos imaginar que agora conseguimos metade do que conseguimos em Março, imaginado uma desaceleração mais lenta e prolongando mais no tempo a vaga: isso dá-nos um cenário muito mau, onde ultrapassaremos os 17 ou 18 mil casos e o pico, em vez de ser no final deste mês, será no final de Fevereiro”.
“Na minha perspectiva, para aliviarmos os hospitais e baixarmos a mortalidade, tínhamos de reduzir a incidência rapidamente, nas próximas duas semanas, [passar] dos dez mil casos para os três mil. E isso é possível. Nós vimos a Irlanda, a Áustria, a Holanda com um confinamento global e integral, com apenas os serviços mínimos e com um aumento a capacidade de testagem, a consegui-lo”, afirma. Por isso, Carlos Antunes defende que um fecho integral é muito mais benéfico para a economia do que medidas menos apertadas.
No entanto, o clima é ainda muito incerto e o pico da terceira vaga pode ainda estar muito longe: “Eu não sei onde isto vai parar e nem sei se alguém sabe. Poderá ser pior do que eu prevejo ou até poderá ser melhor, mas não há ainda indicadores [que permitam dizer] quando Portugal irá atingir o pico. Não sabemos se estamos sequer próximos de um pico e isso é muito grave”.
Texto editado por Inês Chaíça
Notícia corrigida às 10:22: O grupo dos 13 aos 17 anos, na primeira vaga, ocupava o quarto lugar e não o terceiro como indicado inicialmente. Actualmente, este grupo posiciona-se em terceiro lugar.
Jovens portugueses leem cada vez menos e hábitos das famílias influenciam
Outubro 28, 2020 às 6:00 am | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: 3º Ciclo, Alunos, CIES-IUL, Ensino Secundário, Estudo, família, Hábitos de Leitura, João Trocado da Mata, Jovens
Notícia do Jornal Económico de 30 de setembro de 2020.
Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.
Os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário leem cada vez menos, segundo um estudo do Plano Nacional de Leitura e do ISCTE divulgado hoje e que aponta para a influência da família nos hábitos de leitura.
Os primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, do Plano Nacional de Leitura 2017-2027 (PNL2027) e o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) foram hoje apresentados no ISCTE, em Lisboa, e revelam um decréscimo nos hábitos de leitura dos jovens.
Em 2019, a maioria dos 7.469 alunos inquiridos admitiu ter lido menos de três livros por prazer nos 12 meses anteriores ao inquérito e, entre o 3.º ciclo e o secundário, cerca de 21,8% dos jovens disse não ter lido nenhum livro durante o mesmo período, mais do que em 2007, quando apenas 11,9% deu a mesma resposta.
Esta tendência verifica-se nos dois níveis de ensino, mas é no secundário que se regista uma diferença maior entre os dois períodos com a percentagem de alunos que não leram qualquer livro por lazer a passar dos 11,3% para os 26,2%.
“Regista-se uma diminuição do número de livros lidos à medida que cresce a idade e esta diminuição no ensino secundário pode estar relacionada com a exigência do ensino e a concentração nas leituras escolarmente mais produtivas”, explicou um dos investigadores, João Trocado da Mata, durante a apresentação.
Há ainda uma diferença contextual entre 2007 e 2019 que, segundo o investigador, poderá ajudar a explicar estes resultados: o alargamento da escolaridade obrigatória até 12.º ano, que resultou numa maior heterogeneidade no ensino secundário, que deixou de ser “uma espécie de filtro”.
Os primeiros resultados do estudo apontam ainda para uma relação entre os hábitos de leitura dos alunos e o contexto familiar e, mais do que a escolaridade dos pais, é a relação das próprias famílias com a leitura que parece exercer maior influência.
Quanto mais forte é a relação da família com a leitura, mais livros os jovens dizem ter lido. Mas este é um fator que se relaciona também com a forma como os alunos utilizam a biblioteca escolar.
Segundo os dados referentes a 2019, a grande maioria dos estudantes utilizava a biblioteca para preparar trabalhos ou para aceder à internet, e apenas 16,1% para levar livros para casa.
No entanto, são os alunos que têm mais livros em casa aqueles que mais requisitam na biblioteca.
“Isto permite-nos pensar sobre um problema que tem a ver com o distanciamento (dos alunos em relação à leitura) e que as bibliotecas não estão a resolver”, sublinhou João Trocado da Mata, considerando que este poderá ser um segmento objeto de intervenção prioritária das políticas públicas.
A influência das famílias pode também ajudar a explicar o enfraquecimento dos hábitos de leitura, uma vez que mais de metade dos alunos (57%) diz que a família tem uma relação distante com a família e a percentagem de estudantes com menos de 20 livros em casa quase duplicou entre 2007 e 2019, passando dos 14,5% para os 27,3%.
Esta situação, consideram os investigadores, aumenta a complexidade do desafio colocado às escolas, exigindo o reforço de investimento na promoção de práticas de leitura, não só dos jovens e de adultos.
Também o secretário de Estado Adjunto e da Educação, que esteve presente na apresentação, destacou a necessidade de promover a leitura que não se esgotem no contexto escolar, mas cheguem também às famílias.
“Precisamos muito de uma incidência em planos de literacia familiar. Se há tanto que de depende da família, vamos também tentar chegar ao contexto familiar”, disse João Costa.
O secretário de Estado sublinhou ainda a importância do estudo, considerando que não só é importante que se continuem a desenvolver, como devem ser regulares, permitindo “saber, acompanhar e agir em função dos dados que são revelados”.
Os dados hoje divulgados fazem parte dos primeiros resultados do estudo “Práticas de Leitura dos Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário”, que analisa as práticas de leitura dos alunos do 1.º ciclo ao ensino secundário.
Os primeiros resultados referem-se apenas o 3.º ciclo e secundário, porque a pandemia da covid-19 obrigou à interrupção dos trabalhos de terreno no 1.º e 2.º ciclos.
Aulas: 3º período começa hoje! Canais do YouTube já disponíveis
Abril 14, 2020 às 6:25 pm | Publicado em Site ou blogue recomendado, Vídeos | Deixe um comentárioEtiquetas: 1º Ciclo, 2º Ciclo, 3º Ciclo, Aulas online, Coronavírus COVID-19, Educação Pré-Escolar, Ensino à Distância, Ensino Obrigatório, Ensino Secundário, Estudo em casa, Site, Telescola, Vídeos, YouTube
Notícia do PPLWare de 14 de abril de 2020.
Começa hoje o 3º período, mas não haverá aulas presenciais devido ao surto do novo coronavírus. As aulas à distância, pela TV e internet, só irão começar no próximo dia 20 de abril. No entanto, é preciso ir começando a preparar tudo para que nada falte.
Recentemente o Ministério da Educação lançou os Canais do #EstudoEmCasa no Youtube. Já os pode subscrever e ver os conteúdos.
Numa verdadeira corrida contra o tempo, o Ministério da Educação encontrou na Rádio e Televisão de Portugal um parceiro inequívoco e incondicional desta missão coletiva, conseguindo levar a cabo uma operação de monta, possível também graças ao apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Além das aulas que acontecerão em sinal aberto na RTP memória, o Ministério da Educação irá também disponibilizar conteúdos de suporte no YouTube. Os canais no YouTube foram criados recentemente e já podem ser subscritos.
Links de Canais do #EstudoEmCasa no Youtube
O terceiro período irá decorrer até 26 de junho. Como sabemos a Telescola vai chamar-se #EstudoEmCasa e vai ocupar a grelha das 09h às 17h50 da RTP Memória, com conteúdos organizados para diferentes anos letivos.
Os conteúdos pedagógicos temáticos irão contemplam matérias que fazem parte das aprendizagens essenciais do 1.º ao 9.º ano, agrupados por: 1.º e 2.º anos, 3.º e 4.º anos, 5º e 6.º anos, 7.º e 8.º anos e 9.º ano, abrangendo matérias de uma ou mais disciplinas do currículo, as quais servirão de complemento ao trabalho dos professores com os seus alunos.
Torneio Consumir com Cabeça! – concurso para os alunos do 3º ciclo do ensino básico
Agosto 30, 2019 às 12:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: 3º Ciclo, Alunos, Concurso Escolar, Consumismo, Rádio Miúdos
mais informações no link:
O Rebento – Espetáculos para Crianças e Jovens (1º, 2º e 3º ciclos)
Julho 5, 2018 às 1:00 pm | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: 1º Ciclo, 2º Ciclo, 3º Ciclo, Actividades para escolas, Companhia Cepa Torta, Teatro Infantil
O Rebento, da Companhia Cepa Torta, tem como pilar fundamental o trabalho educativo por acreditar na expressão artística enquanto motor da emancipação pessoal e da ligação emocional ao mundo que nos rodeia. Após alguma experiência acumulada no desenvolvimento de trabalho com o público infantil e juvenil, contando com o apoio de profissionais na área da pedagogia na estruturação dos conteúdos aplicados, permitem agora o lançar de novos desafios dirigidos ao público jovem. Trabalhamos a partir de Lisboa, mas para todo o país.
Mais informações no link:
https://www.cepatorta.org/rebento
Inquérito sobre as Deslocações entre Casa e Escola – CML
Maio 26, 2018 às 8:00 am | Publicado em Divulgação | Deixe um comentárioEtiquetas: 2º Ciclo, 3º Ciclo, Alunos, Câmara Municipal de Lisboa, escolas, Inquérito, Lisboa, Percurso casa escola
Texto da Câmara Municipal de Lisboa
Exmos(as) Senhores(as)
Promover a segurança nas deslocações entre Casa e Escola é uma prioridade para a Câmara Municipal de Lisboa.
Para apoiar o esforço municipal, estamos a realizar um inquérito sobre as deslocações de Crianças que frequentam Escolas de Lisboa (públicas ou privadas), e que estão entre o 1.º e o 7.º ano de escolaridade do ensino básico.
Trata-se de um inquérito online, que estará disponível para resposta nos próximos 10 dias. O questionário está aqui: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfxsFtH3s1U4Jd5UT1Ep9St1uNkEFLmxU-X9HPVD6xlKcj_Wg/viewform
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