Bullying – O que posso fazer?
Janeiro 26, 2017 às 8:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Bullying, Escola, Prevenção do Bullying
texto do site http://uptokids.pt/ de 20 de janeiro de 2017.
Bullying – O que é já eu sei! Quero é saber… o que posso fazer!
São cada vez mais os pais que nos chegam assustados, sem saberem o que fazer e como ajudar os seus filhos perante situações de bullying. Em primeiro lugar precisamos saber sobre o conceito para conseguir distingui-lo das desavenças e zaragatas normais entre as crianças e adolescentes. Só assim é possível estar atento e agir eficazmente.
Estamos a falar de bullying quando uma criança é exposta a ações negativas por parte da mesma pessoa ou grupo, de forma intencional, repetida e contínua ao longo do tempo. O bullying pode assumir diversas formas, tais como, violência física, emocional, cultural, do tipo racista, ciberbullying. Os estudos dizem-nos que os rapazes tendem a utilizar com maior frequência a agressão física como método. Já as raparigas frequentemente optam por a agressão sob forma indireta, através da humilhação, “maldizeres”, boatos.
É importante não esquecer que os desentendimentos entre crianças são conflitos normais no desenvolvimento sendo que por norma resolvem-se rapidamente. O bullying não faz parte do desenvolvimento normal das crianças, é uma forma grave, intencional e continuada da agressão! Ser vítima pode deixar marcas na vida de uma criança. Pode levar ao desenvolvimento de medos, sentimentos de inferioridade, ansiedade. Em casos mais graves pode até levar a autoagressões ou até mesmo ao suicídio.
Deixo-vos alguns sinais, podem estar associados a situações de bullying: esteja atento a alterações de humor; a maior dificuldade na atenção/concentração; medos; pesadelos e dificuldades em dormir; baixa autoestima; recusa em ir para a escola (constantes dores de cabeça, de barriga….); roupa e material perdido ou estragado; nódoas negras, hematomas.
O que se pode, então, fazer?
Na realidade cada pessoa pode fazer a sua parte. Eis algumas dicas sobre o que podem e devem fazer com os vossos filhos:
- Conversar abertamente com os filhos sobre o bullying incentivá-los a contarem os problemas sem julgamentos ou criticas;
- Conhecer os amigos dos filhos, saber o que estão a fazer, onde e com quem estão;
- Evitar os programas e jogos que apelem à violência;
- Conversar com os professores, diretores de turma e conhecerem a situação escolar dos filhos (rendimento escolar, amizades, comportamento…);
- Estar informado sobre o regulamento da escola aquando situações de violência;
- Promover atividades, do interesse dos filhos e que fomentem a cooperação, solidariedade, partilha;
- Ensinar as regras sociais e promover a resolução de conflitos sem violência ou agressão.
Na escola pode ser igualmente importante refletir em conjunto com os alunos sobre o bullying, criando dinâmicas que promovam a valorização de si e dos outros, desenvolvimento do autoconceito, assertividade, trabalho ao nível das competências pessoais e sociais.
Não podemos esquecer que se a criança estiver a ser vítima de bullying temos por obrigação protege-la. E por isso, deve sempre denunciar ao conselho executivo da escola! Escola e pais devem enfrentar o problema juntos. A situação denunciada deve ser acompanhada e o agressor deve sofrer uma consequência disciplinar adequada, de forma a que a segurança da vítima seja garantida. As consequências têm de ser justas, adequadas à idade, imediatas e de fácil monitorização (ex.: serviço comunitário dentro da escola…). Não se esqueça, nunca desvalorize a queixa nem a considere exagerada! Deve-se averiguar a veracidade e agir em conformidade. A criança deve ser ouvida e apoiada pelo adulto. Tente manter-se calmo e paciente. Não a culpe por ela não se defender, opte por elogiar a coragem que teve em denunciar.
Escola e pais devem estar atentos e intervir de forma imediata! Diariamente monitorize para perceber se as agressões terminaram (não faça um questionário…apenas 2 ou 3 questões). Não incentive a retaliação. A criança deve enfrentar o agressor sem utilizar os mesmos comportamentos de que foi alvo. Agressor e vítima devem ser referenciados para apoio psicológico e/ou outros adequados à situação (exemplo: comissão de proteção de crianças e jovens em risco, polícia…).
Quer na escola quer na família podem ser desenvolvidas algumas dinâmicas e/ou tarefas anti-bullying:
- divulgação do bullying (cartazes, teatros, trabalhos de grupo, filmes);
- transmitir, ensinar e refletir sobre a resolução de conflitos (manter a calma, descrever a situação – antes e depois, identificar sentimentos, procurar soluções, escolher a solução adequada);
- ajudar as crianças a identificar os agressores, a quem recorrer, trabalhar os sentimentos e emoções;
- realizar atividades sobre a amizade (exemplo: o que é um amigo? Como podemos ser amigos? Como demostras?)
Lembre-se que não podemos mudar o mundo nem solucionar todos os casos mas podemos e devemos ter um papel ativo. Saber e nada fazer é uma forma errada de ajudar. Mudar simplesmente o aluno (seja ele a vítima ou o agressor) de escola não é solução! Existem caraterísticas que (sem serem trabalhadas) se irão manter no aluno/a mesmo que mude de escola.
Tenha presente que maltratar o agressor não resolve a situação e, na maior parte das vezes, apenas serve para fomentar ainda mais a violência ou para que o agressor desenvolva estratégias ainda mais elaboradas. Embora não seja fácil criar empatia com os agressores, é possível ajudá-los a lidar com os seus sentimentos e a alterarem os seus comportamentos. O bullying é um comportamento aprendido e por isso pode ser alterado!
Estou disponível para qualquer dúvida e/ou questão.
Por Ana Filipa Ricardo, Psicóloga para Up To Kids®
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