Mais desiguais, piores alunos
Outubro 29, 2016 às 5:51 pm | Publicado em Estudos sobre a Criança | Deixe um comentárioEtiquetas: 2º Ciclo, Desempenho Escolar, Desigualdade Social, Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), Estatística, Estudo, Habilitação escolar, Mãe, Sucesso Escolar
Notícia da http://visao.sapo.pt/de 20 de outubro de 2016.
O estudo mencionado na notícia é o seguinte:
Desigualdades Socioeconómicas e Resultados Escolares II : 2.º Ciclo do Ensino Público Geral
Quanto mais habilitações tem a mãe, melhores os resultados dos filhos na escola. O nível socioeconómico também joga um papel importante, diz um estudo do Ministério .
É a segunda vez – primeiro para o terceiro ciclo, no ano passado, e agora para o segundo – que o Ministério da Educação, através da Direção-geral de Estatísticas, analisa os resultados em função de algumas características das famílias portuguesas, no estudo “Desigualdades Socioeconómicas e Resultados Escolares”. E as tendências mantêm-se: uma relação muito forte entre o desempenho e o contexto socio-económico dos alunos, a somar a assimetrias regionais.
Mas o estudo revela também que a dinâmica das escolas pode subverter este cenário, o que liberta os dados de interpretações deterministas que levem a concluir, por exemplo, que nem as habilitações literárias permitem mobilidade social.
Os escalões do Apoio Social Escolar (ASE) confirmam as dificuldades escolares associadas às financeiras. “Entre os alunos que não recebem qualquer apoio ASE, a percentagem de percursos de sucesso no 2.º ciclo é de 63%. Entre os alunos com maior apoio ASE (escalão A), alunos oriundos de agregados familiares com condições económicas mais modestas, a mesma percentagem de percursos de sucesso é apenas de 27 por cento”. No grupo de estudantes sem apoio financeiro, 92% transitam de ano. Já as famílias com o maior apoio do ASE, a taxa de sucesso escolar não vai além dos 78 por cento.
A investigação agora publicada revela ainda que nos casos em que as mães têm licenciatura ou bacharelato, a percentagem de percursos de sucesso é de 80 por cento. Pelo contrário, os alunos com mães que não foram além do 4.º ano atingem bons resultados em apenas 26% dos casos.
Quanto mais letrados os encarregados de educação, melhor a prestação escolar dos filhos, confirmando-se igualmente a importância dos rendimentos familiares: “Alunos provenientes de meios socioeconómicos favorecidos tendem a obter, em média, melhores resultados escolares do que os seus colegas oriundos de meios mais desfavorecidos”.
Esta conclusão é especialmente preocupante na medida em que põe em causa a própria génese do sistema público – e universal – de educação que se pretende em Portugal. Nivelamento de oportunidades e promoção da mobilidade social ficam, assim, longe de garantidas.
Mas a análise estatística regional forneceu dados curiosos, que obrigam a olhar para o estudo com mais pormenor. Embora Setúbal tenha mães mais diferenciadas do que os outros distritos, o resultado académico dos filhos não é coerente. Com 43% de sucesso escolar, Setúbal é o pior distrito do País, por oposição a Coimbra (60%), com a melhor prestação. “Em média, os alunos do distrito de Braga cujas mães têm habilitação baixa, equivalente ao 6.º ano, têm um desempenho escolar no 2.º ciclo superior aos alunos do distrito de Setúbal cujas mães têm como habilitação o 12.º ano completo. Existem, portanto, outros fatores importantes em jogo, além do nível socioeconómico.”
Se o percurso académico e os rendimentos dos pais jogam um papel importante, as condicionantes regionais parecem um dado a ter cada vez mais em conta. “Os alunos dos distritos do sul do país têm níveis de habilitação das mães acima da média de Portugal continental, mas resultados escolares significativamente abaixo da média. Observe-se em particular como os alunos dos distritos de Faro, Lisboa ou Setúbal, tendo níveis de habilitação das mães francamente superiores aos dos seus colegas de Viseu, Braga ou Aveiro, têm ainda assim taxas de percursos de sucesso bastante inferiores – cerca de 12 pontos percentuais mais baixas – do que estes seus colegas do norte do país”.
Os autores do estudo alertam, por isso, para a necessidade de cruzar variáveis. “O nível socioeconómico não equivale a destino, ou seja, não determina de forma inapelável o desempenho escolar dos alunos. Prova disso é o facto de os alunos de certas regiões do país com indicadores socioeconómicos desfavoráveis, como Braga ou Viseu, terem, não obstante, indicadores de desempenho no 2.º ciclo francamente superiores à média nacional.”
Além do nível socioeconómico e das habilitações dos encarregados de educação, alertam os autores do estudo, “o dinamismo das escolas e dos professores”, bem como a importância atribuída à escola em cada região podem fazer a diferença.
Embora o sistema seja o mesmo, as variações entre escolas são ainda assinaláveis, o que aponta para a necessidade de atuar em cada universo.
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The Importance of Child Helplines for Child Protection in Europe
Outubro 29, 2016 às 1:00 pm | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: 116 111, Child Helpline International (CHI), Linha SOS-Criança, Linhas Telefónicas de Apoio a Crianças
descarregar o documento no link:
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Parlamento aprova propostas para reduzir tamanho das turmas
Outubro 29, 2016 às 10:00 am | Publicado em A criança na comunicação social | Deixe um comentárioEtiquetas: Alunos, Assembleia da República, Ensino, Parlamento, turmas
Notícia do https://www.publico.pt/de 7 de outubro de 2016.
O Parlamento aprovou nesta sexta-feira um conjunto de propostas de vários partidos estipulando um número máximo de alunos por turma na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário.
“Os Verdes” (PEV), Partido Comunista Português (PCP), Bloco de Esquerda (BE), CDS-PP e PS apresentaram esta sexta-feira no Parlamento projectos relativos à dimensão das turmas no ensino público e todos foram aprovados. Agora, estes diplomas vão baixar à Comissão de Educação e Ciência, para que se possa encontrar uma redacção que reúna o acordo dos vários partidos.
O PCP, o PEV e o Bloco de Esquerda apresentaram projectos de lei que estabelecem números máximos de alunos por turma, com algumas ligeiras diferenças entre eles. O texto do PEV, por exemplo, prevê um máximo de 18 crianças nas turmas do pré-escolar e, em caso de turmas com crianças com necessidades educativas especiais ou NEE (que não podem ir além das duas), o número de alunos terá de se ficar pelos 14.
Do 1.º ao 4.º ano as turmas não deverão ter mais de 19 alunos (actualmente podem ir até aos 24) e, entre o 5.º e o 9.º ano, não podem ter mais de 20. Actualmente, as turmas dos 5.º ao 12.º anos de escolaridade são constituídas por um número mínimo de 24 alunos e um máximo de 28 alunos. A proposta do PEV é semelhante à do PCP que, no entanto, admite um total de 19 alunos por docente no pré-escolar.
No projecto que “estabelece medidas de redução do número de alunos por turma visando a melhoria do processo de ensino – aprendizagem” os comunistas prevêem ainda que as turmas só com crianças de três anos, não possam ir além dos 15 alunos. Esse deverá ser também o máximo observado para as turmas com crianças com NEE (que não devem ser mais de duas), seja no pré-escolar, no 1.º ciclo, ou no 2.º ciclo. No 3.º ciclo o limite sobe para 17 alunos.
“Práticas lectivas assistidas”
O projecto de lei do Bloco também contempla 19 alunos por turma no pré-escolar (15 alunos nas turmas com crianças com necessidades educativas especiais) e 20 alunos por turma no 1.º ciclo (do 1.º ao 4.º ano). Já para as turmas entre o 5.º e o 12.º ano, os bloquistas entendem que devem ter um mínimo de 18 e um máximo de 22 alunos. Se houver crianças com necessidades especiais, em qualquer um dos níveis de escolaridade, as turmas devem ter um máximo de 18 alunos e “não mais de dois alunos nessas condições”.
O Bloco fez ainda aprovar um projecto de resolução com medidas para a promoção do sucesso escolar, “nomeadamente o desdobramento de turmas, a promoção de coadjuvações, a reintrodução de pares pedagógicos nas disciplinas de maior pendor prático”, lê-se no documento.
Foi igualmente aprovado o projecto de resolução do PS que recomenda ao Governo a “progressiva redução do número de alunos por turma a partir do ano lectivo 2017/2018”, assim como o projecto de resolução do CDS-PP, visando “a promoção do sucesso escolar através de um estratégico e adequado dimensionamento de turmas”.
No diploma os centristas pedem a “adopção de práticas lectivas assistidas (isto é, de coadjuvação), aulas de apoio, o recurso aos projectos de promoção de sucesso já existentes ou a outros a criar para o efeito”.
Além disso, o CDS-PP pretende que se desenvolva uma discussão “alargada e fundamentada sobre quais os modelos de organização pedagógica das escolas, incluindo as tipologias e formatos de turmas” do ensino público, tomando com exemplo “experiências inovadoras já em curso noutros países”. Os textos do PEV, PCP e BE foram aprovados com votos contra de PSD e CDS-PP e “luz verde” das demais bancadas, ao passo que no caso do PS, sociais-democratas e centristas abstiveram-se.
Já a resolução do CDS-PP pedindo a “promoção do sucesso escolar através de um estratégico e adequado dimensionamento de turmas” foi votado por alíneas, mas no final foi também aprovado. Com Lusa
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